Caros leitores e leitoras.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Rádio Senado é uma das vencedoras do Prêmio Roquete Pinto

A equipe da Rádio Senado formada pelos jornalistas Celso Cavalcanti, George Cardim, Larissa Bortoni e Maurício e Santi, e os produtores Pedro Henrique e Rodrigo Resende, foi uma das contempladas pelo Prêmio Roquette-Pinto. O resultado final foi divulgado nesta terça-feira (29/07), pela Associação das Rádios Públicas do Brasil. A Rádio Senado receberá R$ 20 mil para a produção do radiodocumentário “O Povo Cigano no Brasil”.

A proposta da Rádio Senado concorreu com outros 151 projetos apresentados por emissoras de rádio de todo o País. A partir de agora, a equipe terá que começar a produzir o documentário, que será dividido em doze programas, de trinta minutos cada. Vão ser abordados, entre outros temas, a história do povo cigano, a presença dos ciganos no Brasil, e as políticas públicas voltadas para os ciganos.

Uma das ações que colaboraram para a escolha do assunto do projeto foi uma audiência pública da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, em 26 de maio, sugerida pelo Senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul. Naquele dia, o Senado debateu a atual situação e as políticas públicas que abrangem os ciganos no país. É preciso registrar ainda que a Rádio Senado recebeu da Secretaria de Comunicação Social do Senado a garantia que todo o apoio será dado à equipe para a produção das reportagens especiais.

Os especiais da Rádio Senado, conforme o contrato firmado com a Associação das Rádios Públicas do Brasil, poderão ser reproduzidos por qualquer rádio pública. O propósito do Prêmio Roquette-Pinto é o de apoiar a produção independente de obras radiofônicas e estimular a diversidade regional na produção de programas de rádio. Os programas deverão estar prontos em setembro de 2010.

Também em setembro, sai o resultado final da 10ª Edição do Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo. Entre os cinco finalistas, o jornalista da Rádio Senado, Adriano Faria, com a reportagem “Infância Roubada – o drama das pequenas empregadas domésticas.”

“Jornalistas & Cia” registra candidaturas de jornalistas do DF ao Congresso Nacional

A newsletter Jornalistas & Cia, editada em São Paulo e especilizada em cobrir os bastidores da mídia, do jornalismo e do mundo da propaganda, registra em sua última edição, a de nº 750, a candidatura do jornalista Chico Sant’Anna, responsável por este blog, ao Senado Federal pelo Psol do Distrito Federal.

Também é divulgada a do jornalista Fabrício Rocha, à Câmara Federal, também pelo Psol-DF. Ambos os profissionais atuam em mídias legislativas. Chico Sant’Anna é editor do programa Diplomacia, a revista de política internacional da TV Senado, e Fabrício é repórter na TV Câmara. Todos os dois são servidores públicos concursados. Ambos têm em suas plataformas a bandeira

Veja aqui o fac simile da notícia no Jornalistas & Cia



Eleição sem Informação: A culpa não é do cidadão





O Observatório da Imprensa, publicação especializada em analisar o comportamento do meios de comunicação e, em espeical, o da imprensa, traz na última edição, a de nº 596, de 29/6/2010 , artigo do jornalista Chico Sant’Anna, doutor em Ciências da Informação e Comunicação pela universidade francesa de Rennes 1 e autor deste blog.

Intitulado Eleição sem informação: A culpa não é do cidadão, o artigo traz a público o comportamento da imprensa nacional, com destaque para as emissoras de televisão, inclusive a TV Brasil, canal público, que editorialmente decidiram focar a eleição como se dela só participassem três candidatos, três coligações, excluindo do conhecimento público as propostas dos demais.

Para ler a íntegra do artigo, clique aqui.

Argentina sedia Congreso de Comunicación Alternativa: Medios, Estado y Política

La Facultad de Periodismo y Comunicación Social – UNLP invita al Congreso de Comunicación Alternativa: Medios, Estado y Política,COMEP

20 Y 21 DE OCTUBRE 2010

En un contexto histórico político donde las distintas sociedades latinoamericanas ponen en discusión la impronta político cultural neoconservadora, una revisión profunda incluye los procesos de producción y reproducción del conocimiento.

En Argentina, nos encontramos ante una oportunidad histórica de discusión de las políticas públicas comunicacionales a partir de la reciente sanción de la Ley de Servicios Audiovisuales. Trabajar en una nueva agenda de discusiones latinoamericanas destinadas a un programa regional de formación de comunicadores sociales y periodistas en pos de sociedades inclusivas es uno de los objetivos centrales de este congreso.

Fecha límite para presentación de resúmenes: 08 de Agosto
Fecha límite para la presentación de ponencias: 17 de Septiembre

Mesas de Trabajo
1. Comunicación y Políticas Públicas
2. Ley de servicios audiovisuales: antecedentes, discusiones y prospectiva
3. Los medios y las implicancias en la trama sociocultural
4. Los medios frente al avance tecnológico
5. Movimientos sociales y de comunicación: estrategias
6. Periodismo y Periodistas: responsabilidad civil y ética periodística en las sociedades contemporáneas
7. Comunicación, política y medios: construcción de las agendas
8. Los medios de Comunicación en América Latina: la vinculación de los medios con los procesos políticos
9. Usos sociales de los medios
10. Experiencias y prácticas de comunicación alternativa

* Para mayor información: Web: www.congresocomep.wordpress.com Correo: comep@perio.unlp.edu.ar

terça-feira, 29 de junho de 2010

Livro discute novas fronteiras para o jornalismo empresarial

Quais as perspectivas e quais os limites da prática jornalística no âmbito empresarial? É uma das indagações centrais que o jornalista e professor universitário Guilherme Diefenthaeler, 44 anos, procura responder no livro “Jornalismo Empresarial: Isso é Possível?”. Lançamento da Editora Mercado de Comunicação, o volume, com 120 páginas, faz um apanhado histórico do jornalismo corporativo, apresenta casos de excelência em publicações que se distinguem por um tratamento mais aberto e transparente da informação veiculada e debate a qualidade dessa ferramenta com 20 profissionais entrevistados.
Dentre as conclusões da obra, que no subtítulo propõe “Um novo modelo para a informação corporativa voltada ao trabalhador”, Diefenthaeler sinaliza avanços consideráveis no formato atual dessas publicações, assinalando, a partir dos depoimentos recolhidos, uma tendência quase unânime em favor de um maior espaço para a crítica, para o debate, para “o contraditório”, na pauta dos jornais empresariais. O livro tem prefácio do professor Manuel Carlos Chaparro, um dos pioneiros na área e fundador da primeira agência profissional de comunicação corporativa do país, a Proal, que abriu em sociedade com o jornalista Francisco Gaudêncio Torquato do Rêgo, em 1969.
Em entrevista para o livro, Gaudêncio sublinha a convicção de que o jornalismo empresarial deve se inspirar nas dinâmicas sociais e nos novos ambiente, não se recomendando a limitação de conteúdos a uma visão ortodoxa: “Os conteúdos devem abranger temáticas que o funcionário precisa saber e temáticas que ele deseja conhecer”. Nesse contexto, reforça que “não há mais clima” para tais publicações apresentarem “paisagens cor de rosa” ao funcionário-leitor: “As abordagens devem se tornar mais reais, mais próximas das demandas e expectativas”. Em outro depoimento, o professor Luiz Chinan defende a adoção de um jornalismo empresarial de “mão dupla”, que não mais suprima o “conflito” das pautas. “Em um mundo no qual o diálogo é inevitável, as empresas que fizerem isso sairão na frente”.
Interessados podem entrar em contato com a editora pelo tel. (47) 3025-5999 ou e-mail contato@mercadodecomunicacao.com.br.

Internet: Receita com publicidade na web será a mesma de TV em 5 anos, diz pesquisa

Do Pay-TV news

O mercado mundial de mídia e entretenimento deve crescer 5% até 2014, totalizando receita de US$ 1,7 trilhão, impulsionado principalmente pelo crescimento exponencial do uso da internet. De acordo com estudo da PricewaterhouseCoopers (PwC), o mercado mundial de publicidade seguirá essa tendência e também vai se aproveitar da recuperação mundial e da retomada do poder de compra dos consumidores ao redor do mundo, crescendo 4,2% em cinco anos.
A publicidade mundial, segundo o estudo, movimentará US$ 428 bilhões até 2014, sendo que a internet e a TV serão os únicos meios de comunicação em que serão gastos mais US$ 100 bilhões. Segundo a PwC, os investimentos em propaganda na web vão se equiparar à feita na TV pela primeira vez na história.
Na avaliação da consultoria, o resultado do relatório reflete a fragmentação do mercado publicitário, que, por conta do desenvolvimento das ferramentas de análise de comportamento on-line, pode se adequar melhor à demanda dos consumidores. A PwC acredita também que a publicidade mundial se transformou completamente para uma comunicação total com o público, em que as campanhas não são mais voltadas apenas para a disseminação das marcas em um tipo específico de mídia, mas para a criação de conteúdo.
A região do mundo onde o mercado de mídia e entretenimento terá maior crescimento nos próximos cinco anos será a América Latina, com receita de US$ 77 bilhões e crescimento de 8,8%. O maior mercado do mundo é o da América do Norte, com receita prevista de US$ 558 bilhões, mas o com crescimento mais lento de todos, de 3,9% até 2014.
O estudo, divulgado na terça-feira, 15, foi realizado no início deste ano em 13 países e não levou em consideração a crise econômica da Europa e a consequente desvalorização do euro.

Rio lança rede de comunicadores pela Reforma Agrária

Enviado pelo MST

Acontece neste dia 30, no Rio de Janeiro, o lançamento da Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária. Trata-se de uma resposta a uma ofensiva conservadora em curso contra a reforma agrária, e contra qualquer movimento que combata a desigualdade e a concentração de terra e renda, como o MST. Nesse sentido há uma ação orquestrada tendo a imprensa como um dos principais instrumentos desse movimento.
A necessidade tem sido urgente de seguirmos debatendo papel da mídia e as alternativas. A rede de comunicadores pela Reforma Agrária cumpre papel importante neste cenário, como proposta de uma articulação nacional de comunicadores em defesa da Reforma Agrária.


Dia - 30 de Junho - Hora - 18h30
Local - ABI -Associação Brasileira de Imprensa
Endereço - Rua Araújo Porto Alegre 71, auditório do 7º andar;
Debatedores: Paulo Henrique Amorim - Jornalista e blogueiro
João Paulo Rodrigues - Coordenação Nacional do MST

Pedidos de TV paga feitos na Anatel refletem interesse de pequenos grupos

Por Samuel Possebon, do TelaViva news

Se existe alguma expectativa de que a longa lista dos 1.074 pedidos de TV por assinatura existentes na Anatel cause mudanças de grande impacto no mercado assim que a agência liberar as outorgas, como prometido, essa expectativa certamente será frustrada. A listagem das solicitações de 2000 até 20 de junho de 2010 compreende, em quase sua totalidade, cidades de pequeno e médio porte, pequenos grupos regionais, operadores de TV paga já existentes e pessoas físicas.
Além disso, desconsiderando-se os pedidos repetidos para uma mesma localidade, há um total de um pouco mais de 730 municípios para os quais já foi manifestado o interesse por uma outorga de cabo.
Pela listagem da Anatel obtida por este noticiário e disponível no site TELETIME, não há praticamente nada referente a empresas de telecomunicações. Para se ter uma idéia, a empresa que mais tem pedidos protocolados na agência é uma consultoria do sul do país chamada DQuest Consulting, que fez 249 solicitação em pequenas e médias cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Já as cidades mais cobiçadas são Bom Jardim/RJ (10 pedidos) e Vassouras/RJ (nove pedidos).
A não ser que haja uso de empresas de fachada na listagem da Anatel, as únicas solicitações que podem ter relação com uma empresa de telecomunicações são os 25 pedidos de outorga feitos pela empresa que controlava as licenças da TVA, a Comercial Cabo TV São Paulo S/A. Esta empresa foi adquirida pela Telefônica. Os pedidos feitos para a TVA são todos no Estado de São Paulo e em cidades em que a Net Serviços opera. A Anatel não informa se os pedidos da TVA são anteriores à compra da Comercial Cabo TV São Paulo pela Telefônica.
Mas há uma informação importante: segundo fontes da Anatel, dos 1.74 pedidos de outorgas feitos, há 20 deles que foram solicitados depois de maio deste ano, quando a Anatel sinalizou que não colocaria limites ao número de outorgas.Vale lembrar que a Anatel não pretende agraciar com outorgas automaticamente os pedidos já feitos, e nada impede que novas empresas venham a fazer solicitações.
A agência, como apurou esta reportagem, está agilizando o processando desses pedidos para que eles possam ser apreciados pelo conselho diretor da agência.Pela listagem analisada por esta reportagem, nas principais cidades da área de atuação da Oi, por exemplo, há apenas solicitações de pequenas empresas. Na cidade do Rio de Janeiro, há cinco pedidos, mas nenhum de empresas que possam estar diretamente ligadas à concessionária de telecomunicações.Outros pedidos foram feitos por empresas que atuaram no mercado de TV por assinatura mas não existem mais, como a Horizon e a Cia Técnica 614. Ambas foram vendidas para a Net e possivelmente as solicitações são bem anteriores a este processo de consolidação.
Há ainda alguns grupos regionais de TV por assinatura, como SSTV, RCA Company e TV Cabo São Paulo que fizeram solicitações à Anatel, possivelmente para expandir suas áreas de atuação ou complementar a cobertura existente. Como a listagem compreende pedidos desde 2000, época em que a agência estava em pleno processo de licitação de TV a cabo, é possível que grande parte das solicitações ainda seja para que nos editais realizados naquela época determinadas cidades fossem incluídas.
A listagem das empresas pode ser encontrada também no site da Anatel.

Honduras: um ano depois do golpe de estado, o quadro é de violação dos direitos e das liberdades públicas

A ong Repórteres sem Fronteiras, a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC) e o Comité pela Livre Expressão (C-Libre) decidiram pronunciar-se juntos, um ano depois do golpe de Estado de 28 de junho de 2009. Este acontecimento constituiu provavelmente um dos maiores fracassos das liberdades fundamentais num país – em particular a de informar e de ser informado – ao ponto de ter relegado as Honduras ao nível das piores nações no que respeita à segurança dos jornalistas.
Destacam-se dois principais períodos nestes acontecimentos. O primeiro – que vai da derrocada de Manuel Zelaya pelo exército até à tomada de posse de Porfirio Lobo Sosa, no passado dia 27 de janeiro – caracterizou-se a nível mediático por atos de censura, sabotagens, brutalidades e militarizações de meios de comunicação conhecidos pela sua linha de oposição ao golpe. Foi o caso de Canal 36 Cholusat, da Radio Globo, Radio Progreso e Radio Uno, assim como de meios comunitários como a rádio garífuna Faluma Bimetu (Radio Coco Dulce), devastada por um incêndio de origem criminosa a 6 de janeiro e em cuja reconstrução participaram as nossas três organizações. A censura e a sabotagem também afetaram a imprensa estrangeira desde os primeiros momentos do golpe de Estado, nomeadamente a canais tão diferentes como CNN Espanhol e Telesur, da qual uma dezena de jornalistas foram expulsos do país.
O segundo período, post-golpe de Estado, vai da tomada de posse presidencial a este primeiro “aniversário”, e caracteriza-se pelo assassinato de oito profissionais da mídia de março a junho de 2010:
- Joseph Ochoa, do Canal 51, a 1 de março
- David Meza Montesinos, do canal Abriendo Racha e da rádio El Patio, a 11 de março
- Nahúm Palacios, do canal Televisora de Aguán – Canal 5, a 14 de março
- Bayardo Mairena, do Canal 4, a 26 de março
- Manuel Juárez, da Radio Excélsior, a 26 de março
- Luis Antonio Chévez, da rádio W 105, a 11 de abril (locutor)
- Georgino Orellana, da Televisión de Honduras, a 20 de abril
- Luis Arturo Mondragón, do Canal 19, a 14 de junho

Juntam-se a esta lista defensores dos direitos humanos, como Walter Tróchez, sequestrado e assassinado em dezembro. É possível que nem todos os assassinatos estejam relacionados com a violência política que afeta o país há um ano. Mas esta possibilidade não justifica de nenhuma maneira a atitude das autoridades, que consiste em excluir sistematicamente e a priori qualquer vínculo entre estes casos e a dita violência. Porém, é sabido que Nahúm Palacios Arteaga denunciou as perseguições frequentes de que era vítima por parte do exército antes de ser morto.
Georgino Orellana expôs-se pessoalmente ao abandonar por motivos editoriais as redações de La Prensa e de Televicentro, dois meios de comunicação favoráveis ao golpe de Estado. Joseph Ochoa, por seu lado, foi alvo de um atentado destinado à sua colega do Canal 8, Karol Cabrera, refugiada no Canadá desde o incidente por ter apoiado o golpe de Estado.
Como se pode negar a persistência da violência política contra a mídia depois do incrível assalto levado a cabo, no passado dia 3 de junho, por militares e policiais contra a recém-criada rádio comunitária La Voz de Zacate Grande, lançada por uma comunidade rural em conflito com o magnata da agro-indústria Miguel Facussé?
Como interpretar a nomeação como presidente da empresa pública de telecomunicações Hondutel, a 8 de março, do general reformado Romeo Vásquez Velásquez, instaurador da censura nos instantes posteriores ao golpe de Estado? Como entender o silêncio das autoridades após duas recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos pedindo a proteção física dos jornalistas de Radio Progreso e de seu diretor, Ismael Moreno, ameaçados de morte?
A reintegração das Honduras na Organização de Estados Americanos (OEA), da qual se encontram suspensas há um ano, depende da vontade das autoridades atuais para responder de maneira concreta a esta situação. Até agora, limitaram-se a confirmar a lógica nascida com o golpe de Estado.

No âmbito das suas competências, as nossas organizações solicitam:
-A criação de uma Comissão Interamericana de Direitos Humanos permanente para as Honduras, enquanto não se registar uma melhoria notável no exercício da liberdade de expressão.
-Que uma comissão de investigação civil independente, constituída com o apoio da OEA, possa exercer sem constrangimentos um poder de observação sobre as investigações relativas aos assassinatos e agressões de jornalistas cometidos durante o primeiro semestre de 2010, assim como a verificação do cumprimento das medidas de segurança oferecidas aos meios de comunicação e aos seus profissionais.
-Que esta missão permita a criação de autênticos mecanismos de proteção destinados aos profissionais da mídia e de investigações que identifiquem os responsáveis e ponham fim à impunidade em que se encontram os assassínios e as agressões contra jornalistas e suas redações.
-Que sejam inventariados e restituídos os equipamentos dos meios de comunicação vítimas de ocupação militar desde 28 de junho de 2009, com base em critérios democráticos que garantam a pluralidade e a diversidade informativa para os setores comercial, público e comunitário.
-Que se leve a cabo um censo das frequências audiovisuais, junto com uma reestruturação de seu sistema de atribuição.
-Que a legislação hondurenha em matéria de acesso à informação, de delitos de liberdade de expressão, de diversidade nos meios de comunicação e de pluralismo se adapte quanto antes aos princípios jurídicos internacionais e às normas da Convenção Americana sobre os Direitos Humanos.

Portugal: Crise provoca fechamento de jornais

Lisboa - A empresa Global Notícias confirmou, em comunicado, o encerramento dos jornais "24 horas" e o gratuito"Global Notícias".
De acordo com o conselho de administração da Global Notícias, Publicações, S.A. a decisão "decorre da profunda alteração estrutural do mercado de Imprensa" que "exige decisões estratégicas que conduzam a novos modelos de negócio". No ano passado, a Global Notícias adoptou várias medidas de reestruturação e corte de despesa, com demissão de 119 trabalhadores, "mas não se revelaram suficientes".

Copa impulsiona mercado publicitário na África do Sul

Do M&M Online

O mercado sul-africano de publicidade deve receber um incremento extra de US$ 220 milhões de dólares neste ano, beneficiado pela realização da Copa do Mundo. O setor se beneficia dos investimentos vultuosos feitos por marcas do porte da Nike, que tem marcado forte presença especialmente na mídia outdoor, usando a imagem de seus atletas patrocinados em telões digitais gigantescos para interagir com os fãs do Mundial da Fifa.

A valorização dos espaços comerciais na TV, carro-chefe da publicidade sul-africana, também contribuem para os bons resultados. A expectativa é que os investimentos no tradicional meio subam 10% neste ano. Os números positivos certamente impulsionarão o mercado local de volta aos crescimentos exponenciais registrados na última década, quando, ano após anos, desde 2001, sempre alcançou altas no patamar dos dois dígitos. A exceção foi o ano de 2009, quando, afetada pela crise financeira mundial, a publicidade sul-africana cresceu apenas 0,4% em comparação a 2008.

domingo, 27 de junho de 2010

Silvio Tendler vai integrar a equipe de TV do Psol

O cineasta Silvio Tendler, autor de vários documentários importantes no país, anunciou na tarde deste domingo,27, que vai apoiar a candidatura de Plínio de Arruda Sampaio do Psol à presidência da República. Mais do que o apoio político, ele decidiu se integrar à equipe de TV que vai produzir os programas eleitorais do Psol.

Opinião: Jornalões querem ganhar dinheiro com eleição

Por Beto Almeida, em Carta Maior

Os argumentos esgrimidos pela líder dos jornalões são pérolas reveladoras dos conceitos ou preconceitos que o baronato deste seguimento de mídia tem na cabeça. Primeiramente ela argumenta que “A limitação ao número de anúncios fere a liberdade de expressão e informação na medida em que restringe o direito constitucional do eleitor de receber informações políticas no período mais próximo às eleições”. E como seria a ausência de limitações ao número de vezes, como antes? Óbvio, o candidato querido pelo Eike Batista não teria dificuldades para comprar espaços até mesmo todos os dias nos jornais que quisesse. Mas, os candidatos mais ligados aos garis desprezados pelo Casoy teriam enorme dificuldade para ter um anúncio que fosse, pois são muito conhecidas as tabelas de preços. O que é que fere a liberdade de expressão e divulgação?

É com uma over-dose de candura, reconhecemos, que ela informa ao público em geral, num país de leitura praticamente proibida, que a informação sobre “ o custo da publicidade eleitoral dos candidatos – é facilmente acessível nas prestações de contas feitas à Justiça Eleitoral” Façamos as contas: a soma de todas as tiragens dos 338 jornais diários existentes no Brasil não alcança 7 milhões de exemplares. Tiragem que anda caindo, juntamente com a credibilidade desta imprensa. E o número de eleitores ultrapassa 100 milhões. Só uma minoria lê. Mas Dona Judith acredita que quem quiser saber o preço do anúncio irá lá no site do Tribunal Eleitoral....No Brasil os trabalhadores não conhecem sequer seus direitos laborais, não tem informação mínima sobre seus direitos previdenciários, nunca leram a Constituição, aliás, ou nunca tiveram um exemplar nas mãos, mas ela acha que esta informação é “facilmente acessível”. É a confissão do mundo em que vive, é a maneira de ver a realidade, pelas lentes de sua ideologia.

Transparência: pra quem?

A presidente da ANJ vai além, na revelação de si mesma. Ela escreveu que “ A obrigatoriedade da exposição do preço do anúncio atenta contra o princípio constitucional da isonomia, já que existe apenas para propaganda eleitoral na mídia impressa..” Aqui ela expõe seu próprio conceito de transparência sobre a coisa pública. Em editoriais, os jornalões exigem transparência. Mas, quando a lei, ainda que de modo tímido, porém salutar, determina que se informe ao leitor quanto custou o anúncio, Dona Judith reclama........ falta de isonomia, ao invés de reivindicar que para toda e qualquer propaganda, inclusive para a mídia eletrônica, os eleitores deveriam ter o direito de estar informados do custo da propaganda eleitoral. Afinal, televisões e rádio recebem recursos públicos, do cidadão, para veicularem as propagandas. Ou seja, o horário eleitoral gratuito também tem preço. Claro, reconheçamos, é mais democrático que nas eleições nos EUA, pois lá nem horário eleitoral obrigatório em rádio e TV tem. Quem não tiver campanha bilionária simplesmente não é candidato nos EUA. Eleição movida a dólar. Por que D Judith reclama da falta de isonomia, mas, conforme os editoriais que apregoam, teoricamente , transparência na coisa pública, não reivindica o mesmo para a TV e o rádio? Porque ela quer apenas escapar da transparência obrigatória, nada mais.

Por último, a líder da ANJ nos comove ao afirmar que:
“Limitar o direito dos eleitores de receber informações sobre os candidatos, além de inconstitucional, é um desserviço à democracia.” Como nós conhecemos a trajetória histórica destes jornalões, seja quando se opuseram ao direito ao voto feminino, à criação dos Direitos Trabalhistas, à formação da Previdência Social, da Petrobrás ou quando comemoraram clandestinamente quando Vargas estourou seu próprio coração ou quando saudaram o êxito do golpe militar de 1964, que tanto solicitaram editorialmente, a comparação entre discurso e história é fácil. Como será que esta imprensa informa aos eleitores sobre os candidatos que defendem a necessidade inadiável do Brasil formar, fortalecer e qualificar um sistema público de comunicação? Rotulam: é o candidato da censura! E como tratam os candidatos que tem coragem de mostrar que esta imprensa que tanto ataca o estado e o seu papel vive reivindicando mais verbas públicas para si e se opondo a que as verbas públicas sejam redistribuídas mediante um critério mais democrático visando fortalecer a comunicação pública, educativa, comunitária para dar mais equilíbrio comunicacional, como reza a Constituição? Querem estatizar a imprensa, gritam.

Jornalismo Público: pauta inadiável

O artigo da presidente da ANJ nos abre a possibilidade de lançar, uma vez mais, o debate sobre quão urgente é a constituição de uma Fundação para o Jornalismo Público no Brasil, abrindo a possibilidade de que não tenhamos, como hoje, situação tão desequilibrada do ponto de vista informativo, pois há praticamente unanimidade dos jornalões contra a candidata apoiada por Lula. E também nos estimula a lançar ao debate sugestões para que seja criado um mecanismo que permita a todos eleitores receber sim toda a informação sobre todos os candidatos, o que a mídia impressa atual, seja por seu raquitismo - e com tendência de definhamento - não permite já que sua tiragem ( e nem informam a “voltagem”) não atinge sequer a 10 por cento dos eleitores.

Está na Constituição a obrigatoriedade do Estado em difundir informação a todos os cidadãos, o que é parcialmente coberto pelo horário eleitoral obrigatório na mídia eletrônica. Mas, e informação impressa? Só os que podem pagar terão seus nomes e propostas divulgadas? É democrático? Dona Judith não explica. O que ela quer é que aqueles candidatos que podem pagar anúncios, não tenham limites na sua “generosidade”. Está claríssimo. Mas, falta aos partidos, ao movimento sindical de jornalistas hoje quase hipnotizado com o discurso único do Diploma! Diploma! E mais Diploma!, reivindicar também uma maior presença do poder público na democratização da informação à sociedade.

O mercado editorial não democratiza informação

Isto porque fica claro que o mercado editorial não responde à necessidade de informar ampla e democraticamente sobre os candidatos, apenas aos que podem pagar à turma da Dona Judith. Assim, por que as gráficas dos tribunais eleitorais em cada estado não imprimem jornais gratuitos eleitorais contendo o programa de TODOS OS CANDIDATOS, inclusive dos candidatos dos garis que precisam fazer 200 galinhadas para sustentar suas modestas campanhas eleitorais? E , obviamente, com tiragem do tamanho do Brasil, não com o raquitismo do mercado editorial, já que no Brasil a grande maioria da população é, na prática, proibida de ler jornal e revista. Estatística da UNESCO revela que no Brasil se lê menos que na Bolívia. Aqui são 27 exemplares de jornal para cada grupo de 1 mil leitores, enquanto lá na pátria de Evo são 29 exemplares para um grupo similar de leitores. Mas, aqui há a segunda maior frota de helicópteros privados do mundo....Meio vergonhoso,né?

Enquanto o mercado editorial não apresentar uma solução para superar este apartheid da leitura, esta discriminação contra a grande massa de brasileiros que não pode comprar jornal, que nunca comprou um sequer em toda a sua vida, o período eleitoral seria um momento em que as gráficas dos tribunais, saindo de sua ociosidade crônica, imprimiria jornais em grandes tiragens, com distribuição gratuita, e com informações não somente sobre os candidatos, mas também sobre história política , democracia, direitos do eleitor, história das eleições no Brasil etc. Pode ser a única oportunidade em que milhões de brasileiros recebam um jornal para ler. E isto o jornalismo privado não pode fazer. Dona Judith quer apenas mais anúncio, mais dinheiro em caixa, não quer aumentar tiragem, não quer informar a todos, muito menos sobre todos, mas apenas sobre aqueles “todos” que podem pagar o anúncio. É como nas páginas de classificados: as belas palavras sobre ética dos editorias só revelam seu verdadeiro conteúdo e sinceridade nos anúncios em que a imprensa mostra toda sua relação com o comércio de sexo, páginas de um tenebroso escravagismo sexual moderno....

Um bom exemplo

Enfim, o que se propõe aqui não é uma novidade no Brasil. Muitos sindicatos, os mais democráticos, já fazem isto em suas eleições, numa lição de democracia para o baronato da mídia brasileira. Até a Federação Nacional dos Jornalistas já fez isto no passado, imprimindo jornal especial de eleições da entidade, com espaço igual para cada uma das chapas que concorriam à diretoria. Bom exemplo, pena que não se pratique mais. E o Jornal dos Jornalistas, do qual já fui editor, era enviado por correio a cada um dos jornalistas filiados, em todo o território nacional, com distribuição gratuita. O Tribunal Eleitoral bem que poderia pegar este exemplo da antiga Fenaj. Como também estamos em véspera de eleições na Fenaj, quem sabe o bom e democrático exemplo do jornal especial de eleições não é ressuscitado?

De todo modo, o mais importante é atentar para os gigantescos e anti-democráticos limites a uma informação adequada e cidadã que existem hoje no modelo comunicacional controlado oligopolicamente por empresas e pelo mercado. E também atentar para as palavras habilidosas e ardilosas que no fim e ao cabo nos fazem lembrar um livrinho muito interessante, que voltei a folhear estimulado pelo discurso da líder da ANJ: “Como iludir o povo com slogans de liberdade e igualdade”. Vale reler.

Beto Almeida é Diretor da Telesur

As opiniões aqui postadas são de responsabilidade de seus autores

Congresso debate capital estrangeiro na internet

Do M&M Online

A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática realizará audiência pública em 7 de julho com os Ministérios das Comunicações (Minicom) e da Justiça para tentar definir se o limite de 30% de participação de capital estrangeiro nas empresas jornalísticas e de radiodifusão é válido também para sites e portais noticiosos. As informações são da Agência Câmara e o tema tem sido objeto de controvérsia já há algum tempo.

Para a audiência pública, a comissão convidará algumas empresas que têm participação de capital estrangeiro como o jornal Brasil Econômico, controlado pelo grupo português Ongoing, e o portal Terra, braço de internet do Grupo Telefônica.

Também devem participar do debate entidades como a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e Associação Brasileira de Radiodifusores (ABRA).

A audiência decorre de ofício encaminhado pela comissão ao Minicom que cobra providências sobre o assunto. Pela Constituição Brasileira, somente brasileiros natos ou naturalizados podem deter ações que superem 30% o capital das empresas de mídia no Brasil. E algumas empresas de mídia (tradicional e de internet), com 100% de capital estrangeiro, são acusadas de exercer a atividade jornalística sem ter o direito de fazê-lo

Opinião: País não tem dirigentes comprometidos em mudar o quadro regulatório das comunicações

No Brasil, a legislação não estabelece limites à concentração e à propriedade cruzada dos meios de comunicação. Ainda ocorre, no país, o chamado "coronelismo eletrônico", que compromete as relações entre os poderes público e privado, imbricados numa complexa rede de influências. Para enfrentar o problema, é preciso mexer no quadro regulatório do setor. Propostas não faltam, e elas vêm basicamente do movimento social. Mas não há governantes que se comprometam de forma definitiva com a formulação de políticas públicas de comunicação, nem mesmo a partir dos resultados e demandas da 1ª Confecom.

De acordo com Israel Bayma*, engenheiro eletrônico, conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), militante há mais de duas décadas pela democratização dos meios de comunicação no Brasil, não há sequer candidatos às próximas eleições presidenciais que estejam realmente interessados em transformar o quadro caracterizado pelos "donos da mídia" no país. Leia a entrevista concedida ao e-Fórum.

e-Fórum – O que mais contribuiu para a prevalência da concentração de mídia no Brasil?
Bayma - A legislação. O Código Brasileiro de Telecomunicações é de natureza concentradora. Ele não estabelece restrições à propriedade cruzada [quando uma empresa ou grupo possui diferentes tipos de mídia]. E os limites estabelecidos, ele os mascara, à medida que permite ao mesmo proprietário deter em algumas regiões o número máximo de emissoras, e em outras regiões também um número máximo de emissoras. Não estabeleceu limites à concentração e à propriedade cruzada.

e-Fórum - Podemos dizer que o chamado “coronelismo eletrônico” ainda vigora no País?
Bayma - Segundo a professora Suzy dos Santos quando o termo “coronelismo” foi usado por Victor Nunes Leal, referindo-se ao final no século XIX, início do século XX, definia as características das relações de produção que se estabeleciam no Brasil naquele momento, que saía do estado agrário para um estado industrial.

Esse termo ainda se aplica hoje. Só que as relações de produção se dão por aqueles que detêm o poder e a propriedade dos meios de comunicação. Seja de que natureza midiática for - rádio, televisão -, ainda continuam exercendo o mesmo papel de controle político. Haja vista as recentes alianças que são tomadas no âmbito de sustentação do atual governo, e provavelmente das mesmas bases de sustentação do próximo governo. [Suzy dos Santos, juntamente com Sérgio Capparelli, define coronelismo eletrônico como “um sistema organizacional da recente estrutura brasileira de comunicações, baseado no compromisso recíproco entre poder nacional e poder local, configurando uma complexa rede de influências entre o poder público e o poder privado dos chefes locais, proprietários de meios de comunicação”. Leia mais aqui

e-Fórum - Frente às novas tecnologias, como as grandes empresas de comunicação estão se organizando para manter o controle?

Bayma - Elas buscam estender seus tentáculos às novas mídias. Há uma denúncia dos grandes oligopólios mundiais, que controlam não só a mídia tradicional [rádio, televisão, cinema], mas também as novas mídias, como a internet. Haja vista os grandes grupos – Google, por exemplo - de tecnologia da informação, que estão se estendendo aonde é possível. Acho que nada se alterou. Marx continua atual no que ele previa: que os oligopólios capitalistas tenderiam a crescer. O modo de produção é o mesmo.

e-Fórum - A participação dos políticos como donos dos meios de comunicação continua a mesma?

Bayma - Até 2008 [quando Bayma sistematiza no livro “Democracia e regulação dos meios de comunicação de massa” - publicado pela FGV Editora - um estudo traçando um mapa do financiamento político do setor de comunicação nas eleições de 1998-2004], não identifiquei nenhuma mudança. De lá para cá, não verifiquei. Mas não vejo mudanças que possam ter levado a alterar aquele quadro. A não ser a composição acionária [das emissoras de propriedade de políticos], de um proprietário transferindo cotas para os filhos, os parentes, os “laranjas”, ou comprando de outros.

Mudanças que podem ser identificadas são as que envolvem autorizações para rádios comunitárias. Houve um aumento muito grande de concessões para essas rádios pelo governo federal – e isso, evidentemente, muitas vezes em troca de apoio político. Então o coronelismo eletrônico ocorre bastante nas radicoms.

e-Fórum - É possível pensar em desenvolvimento nacional, mantido o oligopólio nas comunicações?

Bayma - Eu não tenho elementos para afirmar se o oligopólio amarra ou não o desenvolvimento. Do ponto de vista da democracia, ela tem avançado independente dos meios de comunicação. Aqui ou alhures. Aonde os meios de comunicação tentaram impedir o avanço democrático nas últimas décadas, eles foram empurrados, a exemplo do que aconteceu na Venezuela.

Não vejo como um jornal que tenha perdido tiragem, uma televisão que tenha perdido audiência, ou um grande grupo televisivo que tenha perdido audiência para outro grande grupo televisivo possa impedir o desenvolvimento do país. Também a qualidade das produções tem caído independente da democracia. Há um movimento da sociedade que questiona vários programas de televisão. Mas isso tem ocorrido a bem da democracia.

E também não é pela concentração, porque tem veículos até de natureza pública em que a produção é de péssima qualidade. Não tenho elementos para uma análise mais precisa, mas claro que, em vários países do mundo, a história mostra que o monopólio da mídia atrasou o movimento da sociedade. Seja aqui, seja, por exemplo, no socialismo real da Europa.

Veja a eleição do Chávez [Hugo Chávez, presidente da Venezuela], apesar do monopólio midiático lá no país, ele foi eleito. Aqui no Brasil, com o Lula, idem. E não se pode dizer que não houve avanço democrático aqui.

O próprio debate eleitoral ocorre. Hoje, apesar do monopólio dos grandes grupos, com suas candidaturas próprias, não se pode dizer que não esteja havendo um debate público e democrático sobre as eleições. Estamos vivendo um ambiente democrático que é liberal. Mas estamos.

e-Fórum - E para a comunicação em geral, qual o efeito desse monopólio?

Bayma - Ele não pode se perpetuar sob hipótese alguma, porque há de ter um momento que eles [os donos dos grandes veículos de comunicação] vão intervir, quando sentirem seus interesses mais profundos ameaçados.

O monopólio, o oligopólio nunca é benéfico. Aqui no Brasil, ele está dentro dos limites. Houve alguns momentos que eles se insurgiram, como na questão do Conselho Federal de Jornalismo, na tentativa de se criar uma Lei Geral de Comunicação Eletrônica. Na própria Conferência Nacional de Comunicação eles se insurgiram. São momentos em que a gente se sente ameaçado, mas existe uma atuação da democracia.

e-Fórum - Então, a democracia avança, apesar disto. Por quê?

Bayma - Porque a humanidade avança democraticamente. As conquistas dos trabalhadores ao longo da história da humanidade têm empurrado os atrasos dos grilhões do capitalismo. Até para a experimentação de modelos menos repressivos. As experiências socialistas do Leste europeu que amargaram derrotas e amordaçaram em vários momentos as liberdades, elas foram vencidas e vem algo novo aí pela frente. Eu não sou pessimista nesse sentido, agora, o caráter revolucionário das novas mídias é que eu não vejo.

e-Fórum – As novas mídias não são revolucionárias? Por quê?

Bayma - Porque os grandes grupos já as controlam. Independentemente dos tuiteiros, dos blogueiros. A internet só avança para a classe média, que tem acesso. No Brasil, só 13 milhões de pessoas têm acesso à internet. Dos mais de 190 milhões de habitantes [191,5 milhões em julho de 2009, segundo o IBGE], 40 milhões não têm nem telefone. Tanto faz estar no twitter ou fora dele. No interior do Maranhão, onde mais de 200 mil famílias não têm energia elétrica, isso não faz diferença. Lá, ouve-se e assiste-se a rádio e a TV Mirante, do grupo Sarney [O grupo é dono de 22 veículos no Maranhão. Veja aqui a participação do Sistema Mirante na região.

e-Fórum - Os novos meios digitais de comunicação não poderão minimizar o poder dos donos da mídia?

Bayma - Não. Como já falei, eles [os donos da mídia] estão participando direta ou indiretamente das novas mídias. Acho que apenas vai mudar o modo de produção. A ferramenta, ou vai ser banda larga/internet ou televisão, mas os meios vão ser os mesmos. Não vai haver alteração.

O número de pessoas no país que têm acesso é muito pequeno, comparativamente, ao número de leitores de jornais e livros, e nada foi alterado com a internet. A natureza revolucionária da internet é tão relativa quanto foi a imprensa escrita no início do ano de 1700, quando Gutenberg inventou a imprensa escrita e não houve grandes transformações de natureza revolucionária.

Para mim, a internet não tem essa base revolucionária, porque ela foi apropriada pelo Estado e os grandes meios de produção. Nem sou desses sonhadores que acredita que a internet vai ser a grande mídia nos próximos anos - haja vista a eleição do Obama [Barack Obama, presidente norte-americano] nos Estados Unidos, presidente que pouco se diferencia do seu antecessor [ex-presidente, George W. Bush].

e-Fórum - No Brasil, quais políticas de comunicação poderiam eliminar a concentração dos meios?

Bayma - Não acredito que nenhum dos candidatos tenha interesse em mexer no quadro regulatório dos meios de comunicação no país. Participei do debate nas últimas seis eleições, na formulação de políticas públicas para a democratização da comunicação e ninguém quis colocar em prática essas formulações. Não creio que isso seja possível. Senão, era só implementar tudo o que o movimento social propôs e repropôs, em 1989, 1994, 1998, em 2002, em 2006. Mas já não creio que haja um governo comprometido com o que se propunha lá, como, por exemplo, o fim do monopólio dos meios de comunicação.

e-Fórum - Hoje, o que você acrescentaria nessas formulações?

Bayma - Banda larga para todos os brasileiros. Como no caso da energia elétrica. Eu fui um dos formuladores do Luz para Todos, coordenador na Amazônia do programa, e sempre defendi também banda larga para todos.

e-Fórum - Você diz que nenhum candidato tem interesse em acabar com o monopólio. Mesmo com a Conferência Nacional de Comunicação, nada mudou?

Bayma - Eu quero que nos próximos debates seja cobrado de cada candidato [a presidente do País] uma posição clara, item por item, do que foi aprovado na Confecom [Conferência Nacional de Comunicação, realizada de 14 a 17 de dez/2009, em Brasília]. As decisões da Conferência são resultado do acúmulo dos debates da comunicação nos últimos 20 anos. A maioria do que está escrito ali, foi Daniel Herz quem escreveu, eu mesmo copiei, o PT assumiu e disse que ia implantar, mas não implantou nada. Tem que impor objetivos, senão é perda de tempo.

Para mim, a Confecom que tivemos foi apenas a conferência possível. Ainda não me sinto contemplado, não me satisfaço só com a boa vontade. Eu quero é transformar.
Mesmo assim, viva a Conferência! Não posso deixar de ressaltar o mérito da sociedade civil, porque é uma luta histórica nossa, e eu fui testemunha ocular dessa luta ao longo de vinte e poucos anos.

A Conferência prestou uma homenagem emocionante ao Daniel Herz, mais do que merecida. Tenho certeza de que se ele estivesse aqui, com todas as dificuldades que se teve, com os poucos avanços, ele estaria vibrando com a realização da Conferência. E acho que ele iria pegar o resultado dela, botar debaixo do braço e andar o Brasil inteiro cobrando a implementação das resoluções. E todos aqueles de boa índole, íntegros e com compromisso com as transformações têm que fazer disso uma bandeira. Mesmo que os candidatos não atendam.

*Israel Bayma – Engenheiro eletrônico, conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), pesquisador do Laboratório de Políticas em Comunicação (LapCom) da Universidade de Brasília e do Grupo de Pesquisa em Políticas e Economia política da Informação e da Comunicação (PEIC) da UFRJ. Ex-assessor especial da Casa Civil da Presidência da República, ex-assessor da Liderança do PT na Câmara, já atuou como diretor de Planejamento e Engenharia da Eletronorte e assessor da Companhia Energética de Brasília. Também foi diretor do Comitê de Incentivo ao Software Livre e Gratuito - CIPSGA

Publicidade: Faturamento da mídia cresce 28% em abril


Do M&M Online

O faturamento dos veículos de comunicação brasileiros com venda de espaço publicitário cresceu 27,9% em abril de 2010, em comparação com o mesmo mês do ano passado, chegando a R$ 2,076 bilhões. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o total atingiu R$ 7,524 bilhões, valor 25,9% superior ao primeiro quadrimestre de 2009. Os números são do Projeto Inter-Meios, iniciativa do Grupo M&M que mede os investimentos em mídia, a partir de informações fornecidas pelos próprios veículos e auditadas pela PricewaterhouseCoopers.

Mais uma vez a internet foi o meio que apresentou o maior índice de crescimento (33,5%), com um total de R$ 319 milhões faturados no quadrimestre. Entretanto a TV aberta, que já abocanha a maior fatia do bolo, teve desempenho equiparável ao da internet: as verbas aplicadas no meio cresceram 33%, o que em valores representa R$ 4,755 bilhões. Com isso, a fatia do meio no total do bolo publicitário cresce ainda mais, chegando a 63,2%.

A TV por assinatura também apresentou bom desempenho, crescendo 31% e chegando a R$ 248,5 milhões no quadrimestre. Rádio (com 20,5%) e mídia exterior (com 20,3%) ficaram no mesmo patamar, embora o primeiro tenha faturado R$ 327,2 milhões e a segunda, R$ 234,9 milhões. Abaixo da média do mercado ficaram revistas (18%) e jornais (6,4%), enquanto cinema manteve-se estável (0,2%). Só guias e listas tiveram desempenho negativo (-5,4%).

As tabelas com todos os dados podem ser encontradas no sítio do Projeto Inter-Meios . O acesso é livre.

Brasil tem 183.710.844 celulares em operação

Do M&M Online

Quase três milhões de novos celulares começaram a funcionar no Brasil no último mês de maio. Os números foram divulgados nesta quinta-feira 24 pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e colocam maio como o melhor mês deste ano de 2010 para o segmento de telefonia celular.

Com as novas habilitações (um total de 2.945.406 novas linhas), o Brasil possuía, no final de maio, um total de 183.710.844 celulares em operação. Desse total, 82,4% - o que equivale a 151.375.269 telefones - opera, pelo sistema pré-pago, enquanto os 17,6% restantes funcionam no sistema pós-pago.

Considerando esses cinco primeiros meses de 2009, o Brasil já colocou em funcionamento um total de 9.751.476 linhas de telefones móveis. Esse número é o maior da história da indústria de telefonia celular brasileira, em comparação com o mesmo período dos anos anteriores.

A Anatel também atualizou a teledensidade do País, critério utilizado para medir a quantidade de telefones existentes para cada grupo de 100 habitantes. Em maio, duas regiões brasileiras, o Centro-Oeste e o Sudeste, já possuem mais de um aparelho de telefone móvel por habitante (1,14 no Centro-Oeste e 1,06 no Sudeste).

Operadoras

A Vivo manteve a liderança no ranking das operadoras de telefonia no mês de maio. A companhia detém uma participação de 30,52 no setor de telefonia nacional, habilitando um total de 55.563.938 aparelhos. Em segundo lugar aparece a Claro, com um total de 46.676.907 linhas de telefone celular, o que equivale a uma participação de 25,41% no setor.

Em terceiro lugar ficou a TIM, com 23,84% de participação (43.788.082 celulares em operação) e, em quarto, veio a Oi, com 20,1% de participação - o equivalente a 37.022.481 de telefones celulares habilitados.

sábado, 26 de junho de 2010

Relações públicas da BP assumem papel de repórteres na cobertura do Golfo do México

Do blog Jornalismo nas Américas

A British Petroleum (BP) recrutou funcionários de relações públicas para cobrir o vazamento de petróleo no Golfo, assumindo a função de jornalistas, informou o jornal The Huffington Post. As matérias produzidas pelos profissionais de RP, incluindo uma que cita um pescador dizendo que "não há nenhuma razão para odiar a BP," estão sendo produzidas para a "Planet BP", uma revista interna da companhia, relatou o Wall Street Journal. A notícia surge depois que jornalistas reclamaram da falta de acesso aos locais de vazamento de petróleo no Golfo.

Radialistas definem critérios para a concessão de registro profissional

Do FNDC

Com o objetivo de definir políticas de valorização profissional para os radialistas, a Federação Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão (Fitert) reuniu 120 representantes dos sindicatos filiados à entidade nos dias 17,18 e 19 de junho, em Salvador, Bahia. No encontro, foram definidos os critérios para a concessão do registro profissional em localidades em que não existam cursos técnicos ou superiores de rádio e televisão. As definições serão encaminhadas ao Ministério do Trabalho e Emprego.

A Lei 6.615, de 1978, que regulamenta a profissão de radialista, estabelece que nas regiões do país onde não exista curso superior ou técnico, os sindicatos devem definir a forma como será concedido o registro profissional. “Hoje, cada Estado faz isso da maneira que achar melhor. Por isso, buscamos no encontro unificar os critérios para a concessão de atestado de capacitação profissional para obter o registro de radialista por função”, afirma José Antônio, membro da comissão organizadora do evento. O seminário nacional foi precedido de cinco encontros regionais realizados nas macro-regiões do país.

O evento debateu ainda a carga horária dos cursos técnicos para emissão de registro profissional, a terceirização e precarização da mão-de-obra no mercado de radiodifusão, o surgimento de novas funções, as novas tecnologias e a radiodifusão comunitária.

Nascimento Silva, diretor geral da Fitert e membro da Coordenação Executiva do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), salienta que “os avanços tecnológicos implicam mudanças para a categoria e assim encontros como o de Salvador são importantes para unificar e qualificar os radialistas”.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Memória: Imprensa Oficial e Instituto Vladimir Herzog laçam edições do Jornal “EX-”

Enviado pro Lu Fernandes

Uma caixa especial traz 20 números em versão fac-símilar do periódico, incluindo as 16 edições que foram às bancas com o nome “EX-“. As outras quatro são a inédita 17ªedição, recolhida pelo militares; “ex-tra” e “Leia mais um”, produzidas com o mesmo tom editorial mas nomes diferentes para driblar a censura; e a editada recentemente para o lançamento, marcado para a próxima terça-feira (29) na Livraria da Vila da Alameda Lorena. Evento terá ainda debate entre Dacio Nitrini, Fernando Morais, José Hamilton Ribeiro e Mylton Severiano.
Produzido entre 1973 e 1975, com periodicidade mensal, o jornal EX- foi um dos expoentes da chamada mídia alternativa durante a ditadura militar, reconhecido por suas reportagens aprofundadas, textos ácidos e imagens provocativas. Suas 16 edições e quatro especiais estão agora reunidas em publicação fac-símile produzida pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e o Instituto Vladimir Herzog. O lançamento acontece no dia 29 de junho (terça-feira) na Livraria da Vila (Al. Lorena, 1.731), às 19 horas, em comemoração ao primeiro ano do Instituto.
Para dar a exata dimensão da ousadia criativa e oposicionista do EX-, a capa da primeira edição trazia Hitler, nu, tomando sol em uma praia tropical. No expediente, o alerta de que a distribuição era própria, com a expressão “garantida” entre parênteses. E o aviso “Nenhum Direito Reservado”. Já a manchete e a matéria de capa do 16º acabaram sepultando o jornal, tornando-se a última edição distribuída sob o nome EX-. “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós – a morte do jornalista Vladimir Herzog”, que revelava o assassinato de Herzog pelos militares, em outubro de 1975, e vendeu 50 mil exemplares.
A 16a edição e os outros 15 números do periódico estão reunidos nesta edição comemorativa. Além dos 16 números que circularam na época, EX- traz a inédita 17ª, com “O melhor do EX-“, recolhida na época pelos militares. Traz também o “Ex-tra”, com D. Paulo Evaristo Arns na capa e mais de dois mil exemplares rodados e distribuídos; “Leia mais um”, com um logotipo igual ao da Coca-Cola para enganar a censura; e ainda a edição inédita, com textos de ex-editores contando toda a história do jornal, com fotos de época e depoimentos de colaboradores.
No lançamento haverá um debate com o tema “Imprensa Alternativa nos Anos 70” entre Dacio Nitrini, Fernando Morais, José Hamilton Ribeiro e Mylton Severiano. Todos trabalharam no jornal, ao lado de grandes nomes que ajudaram a construir o jornalismo brasileiro, como Sérgio de Souza, Narciso Kalili, Hamilton Almeida Filho, Amâncio Chiodi e Paulo Patarra.
Organizador da obra, Dacio Nitrini participou de todas as edições do “ex-“. “Costumo chamar o jornal EX- como um grande nanico que resistiu á ditadura”. Em relação à importância do EX-“ na luta contra o regime militar, Mylton Severiano, na edição especial feita para o lançamento, define: “O EX-16 foi obra-prima de trabalho em equipe. Trinta anos mais tarde, em 2005, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo incluiria ‘A Morte de Vladimir Herzog’ no livro 10 Reportagens que abalaram a ditadura”.
A nova edição, feita pelos editores da época e os profissionais da Imprensa Oficial, traz toda a história da publicação e contextualiza a verdadeira saga que foi produzir esse tipo de publicação durante a repressão: as inúmeras “visitas” dos militares à redação, as ameaças de morte e as prisões no DOPs. Mas, acima de tudo, havia o prazer do convívio com grandes nomes do jornalismo nacional.

Mais informações para a imprensa com Fabio Bahr e Ivani Cardoso (Lu Fernandes Comunicação e Imprensa) pelo Telefone: (11) 3814.4600.

TV x Internet: empate nas preferencias dos jovens

Do TelaViva News

Os jovens brasileiros de 14 a 26 anos usam tanto o computador quanto a TV para assistir a vídeos: 56% assistem vídeos pela TV e 54% assistem pelo computador. Além disso, 87% assistiriam a mais vídeos na Internet se a conexão fosse melhor. Esses são alguns dos resultados apontados pela pesquisa "Media Democracy" realizada pela Deloitte nos Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido e Brasil. Foram ouvidas cerca de nove mil pessoas, que retrataram os hábitos de consumo de mídia e de tecnologia. No Brasil, foram ouvidas 1.346 pessoas na faixa etária de 14 a 75 anos.

Quando o assunto é convergência, o consumo de vídeo também aparece com destaque: 88% dos entrevistados disseram que gostariam de conectar a televisão à Internet para baixar vídeos e outros conteúdos diretamente na TV.

O internauta brasileiro gasta, em média, por semana, 17 horas assistindo televisão e cerca de 30 horas navegando na Internet. As redes sociais, meios de comunicação instantânea e mensagens de texto são utilizados por 86% dos entrevistados para falar com os amigos. Todos os dias, 38% dos brasileiros pesquisados utilizam essas mídias.

Mobilidade

Quando o assunto é celular, a pesquisa apontou que entre as três principais utilidades do aparelho (usadas com freqüência pelos entrevistados) estão: mensagens de texto (93%), câmera digital para fotos (83%) e câmera de vídeo (71%). Os aplicativos como games e mp3 player no celular são mais valorizados quando a faixa etária é menor. O acesso à internet, e-mail e o recebimento das notícias são mais utilizados por consumidores entre 27 e 43 anos.

Relatório sobre a PEC dos Jornalistas será apresentado em julho

Enviado pela Fenaj

O relator da PEC 386/09 deverá apresentar seu parecer à Comissão Especial da Câmara dos Deputados no dia 7 de julho. A nova data foi informada na audiência pública da Comissão realizada nesta quarta-feira (23/06). Com exceção da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), todas as entidades e especialistas ouvidos pela Comissão até o momento afirmaram que a exigência do diploma qualifica o Jornalismo e não fere a liberdade de expressão.

Dando prosseguimento aos seus trabalhos, a Comissão Especial já realizou três audiências públicas. Uma delas ocorreu no dia 16 de junho e contou com as participações do autor da PEC, deputado Paulo Pimenta (PT/RS), do advogado constitucionalista Ivo Dantas, e do secretário-geral do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcos Vinícius Furtado Coelho.

Constituição veda a censura, não a regulamentação profissional
Dantas enfatizou que o diploma e o registro de jornalista não ferem o direito à liberdade de expressão. "A Constituição veda a censura, mas não a regulamentação profissional. Só quem frequentou os bancos da universidade pode enfrentar os desafios técnicos do ofício. Uma noticia mal apurada pode causar dano moral ou comoção popular", disse. Marcos Vinícius Furtado Coelho, reforçou tal concepção, sustentando que a formação ética e técnica contribui para o exercício responsável da liberdade de imprensa.

No dia 17, quando atos públicos realizados em diversos estados lembraram a passagem de um ano da fatídica decisão do STF que derrubou com a exigência do diploma para o exercício da profissão, os deputados Hugo Leal (PSC/RJ), Arolde de Oliveira (DEM-RJ) e Chico Alencar (P-SOL-RJ), visitaram a Associação Brasileira de Imprensa (ABI). O posicionamento da entidade foi apresentado por seu presidente, Maurício Azedo. "A ABI tem uma posição histórica de defesa da formação em nível superior dos profissionais de imprensa, para que se tenha um alto padrão técnico, cultural e ético do jornalismo que se pratica no país", disse.

O encontro contou, também, com as participações dos presidentes da FENAJ, Sergio Murillo, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, Suzana Blass, e do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Rio de Janeiro, Ernesto Viana, que pouco antes participaram de um ato em defesa do diploma em frente à sede da ABI.

A terceira audiência pública da Comissão Especial, realizada nesta quarta-feira (23/06), contou com as participações do presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), Carlos Franciscato, do coordenador do curso de Comunicação Social da PUC-Rio, Leonel de Aguiar, do diretor do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ), Edson Spenthof, do presidente da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), Antonio Carlos Hohlfeldt, advogada e professora de Comunicação Leise Taveira dos Santos, e do representante da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), o advogado Rodrigo Kaufmann.

Para o restante deste texto, clique aqui

Opinião: Dunga e a ética jornalística

Por Alberto Luchetti, do AdNews em 24/06/2010

- O que Dunga está fazendo de errado na África do Sul para merecer tantas críticas?

Se você, leitor do AdNews, responder essa pergunta falando de futebol, posso até concordar com algumas afirmações, como por exemplo: Dunga não convocou tal jogador; preferiu escalar fulano de tal na mesma função de outro que considero melhor; optou por um profissional com características diferente das que eu acredito serem as melhores; mandou o centroavante – como fez o técnico de Camarões - jogar de lateral direita; ou até qualquer outra observação nesse sentido. Isso até posso aceitar. Mas não é isso o que está acontecendo.

Dunga está sendo duramente criticado por não permitir privilégios a um veículo de comunicação em detrimento de outros.

O texto em negrito merece tradução. Dunga não deixou, não está deixando e não deixará a Rede Globo tomar conta dos jogadores e de toda a comissão técnica da seleção brasileira.

A Rede Globo não pretende fazer reportagens com a seleção brasileira na Copa do Mundo de Futebol, o que ela deseja é entrevistar com exclusividade jogadores e todos os integrantes da comissão técnica, quando desejar e a hora que pretender. E, para isso, utiliza de todos os artifícios de que dispõe.

No último domingo, após a vitória do Brasil, enquanto festejávamos e Maradona reclamava do golaço de Luiz Fabiano com o auxílio do braço esquerdo, a Rede Globo tramava nos bastidores contra o técnico Dunga e tentava alterar as regras propostas pelo treinador brasileiro.

Diretores da emissora carioca, no Brasil e na África do Sul, ao telefone, exigiam entrevistas exclusivas com os protagonistas da partida - Kaká e Luiz Fabiano – para o Fantástico, programa dominical da Rede Globo que agoniza em audiência há anos.

Diante da negativa de Dunga, que segue sem alterar suas determinações de não privilegiar ninguém, a Rede Globo apelou. Sem nenhuma ética jornalística, os diretores da emissora telefonaram para o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e exigiram sua interferência contra as orientações de seu funcionário e técnico da seleção brasileira.

Teixeira nada conseguiu como principal pauteiro e produtor da Rede Globo. Dunga manteve-se irredutível. E o resultado foi transmitido em rede nacional. Dunga perdeu o controle. Acabou sobrando para um jornalista da Rede Globo, durante a entrevista coletiva, que foi ofendido. No Fantástico a emissora carioca fez um editorial mentiroso culpando apenas Dunga pelos acontecimentos. Em nenhum momento relatou a sua participação e a sua falta de ética no episódio.

O que a Rede Globo deseja de Dunga não é jornalismo. É tráfico de influência.

Esse negrito do texto também necessita de tradução. Mal acostumada pelo regime militar, a Globo e seus funcionários ainda acreditam que o tráfico de influência facilita o trabalho jornalístico. Esse método não ajuda e sim compromete. Em troca de favores, a Rede Globo une o seu jornalismo a amorais, como o seu Ricardo Teixeira. Além disso, como a Globo gastou milhões para comprar os direitos de transmissão da Copa, acredita que pode tudo e com todos.

Esse episódio, acreditem, decretou o fim da era Dunga na seleção brasileira. Ganhando ou não o campeonato, Dunga não será o técnico em 2014 na Copa do Mundo no Brasil. A Rede Globo não deixará. A pouca visibilidade que os patrocinadores da seleção e da emissora tiveram nessa Copa da África em razão das regras de Dunga será fatal. Isso sem falar na falta de moral do presidente da CBF.

Dunga foi, está sendo e será até o final da Copa da África muito mais firme, coerente e seguro em suas determinações, do que a Rede Globo em cumprir princípios básicos da ética jornalística.
Prova ainda maior do autoritarismo, prepotência, arrogância e incoerência da emissora carioca é o que se seguiu. Solicitada por vários veículos de comunicação, para liberar o seu principal locutor esportivo, Galvão Bueno, para uma entrevista sobre a febre do twitter “Cala a boca Galvão” a Rede Globo negou e alegou que o locutor precisava de concentração para poder transmitir as partidas.

Se para falar tanta besteira e para cometer tantos erros na transmissão dos jogos Galvão ainda precisa de concentração, imagine você leitor, o que não será necessário fazer com os jogadores que estão disputando a Copa. Certo está Dunga. A Rede Globo com sua postura provou que Dunga sempre esteve certo. A coerência do treinador da seleção brasileira deixou uma lição para todos nós, com pequena modificação de “Che”Guevara: “Hay que endurecer-se, a pesar de perder la razón”.

As opiniões aqui postadas são de responsabilidade de seus autores

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A União Europeia censura a voz do Hamas

A Comissão Europeia foi subitamente informada que o canal de televisão do Hamas, Al Aqsa TV, estava a ser difundida pela Eutelsat, cuja sede social se encontra em França.
A Comissão pediu ás autoridades francesas de fazer o necessário para que a difusão seja, o mais cedo possível, interrompida.
Al Aqsa TV apresenta os pontos de vista dos habitantes de Gaza no que diz respeito ao ataque pirata contra a frota da Liberdade. Segundo a Comissão, trata-se de uma «incitação ao ódio».
Em 2003-06, antes de atacar o Líbano, Israel mobilizava os principais agentes de informação na Europa e nos EUA de forma a impedir a difusão do canal de televisão do Hezbollah. Em França, uma campanha de imprensa acusava o canal Al-Manar de «anti-semitismo». O resultado foi que, embora as acusações terem sido provadas falsas pela investigação penal, a televisão do Hezbollah foi na mesma interdita pelo Conselho de Estado sob a acusação de «perturbar a ordem pública» [1].
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[1] « Al-Manar: como Israel estrangulou a voz da Resistência libanesa », Thierry Meyssan, Rede Voltaire, 9 de agosto de 2006.

Inscrições abertas para o Mídia Cidadã 2010

Acontecem entre os dias 5 e 7 de agosto, na Cidade de Pato Branco-PR, a VI Conferência Brasileira e a I Conferência Sul-Americana de Mídia Cidadã. As inscrições com apresentação de trabalhos podem ser feitas até 15 de julho.

A programação consiste em conferências, mesas redondas e apresentações de trabalhos, sejam eles relatos de experiências, papers ou vídeos. Ocorrerá ainda, ao longo dos três dias, a II Mostra Nacional de Vídeo Cidadão, a III Feira Nacional de Mídia Cidadã e o VI Congresso de Educação da Fadep. Profissionais, pesquisadores, acadêmicos, representantes de movimentos sociais e da sociedade civil estão convidados a participar.

O evento está sendo promovido pela Cátedra UNESCO de Comunicação para o Desenvolvimento Regional, vinculada à Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), e pela Faculdade de Pato Branco (FADEP) por meio dos cursos de Comunicação Social, Educação Física e Pedagogia, e da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro-PR).

Aqueles que quiserem se inscrever como ouvintes podem se cadastrar até o dia 28 de julho. Para facilitar a locomoção dos participantes do Mídia Cidadã 2010, a Prefeitura Municipal de Pato Branco disponibilizará transporte gratuito dos hotéis conveniados até a Faculdade.

Mais informações, clique aqui .


Convergência midiática: IG poderá ser acessado na tela da TV

Do M&M Online

A partir desta quinta-feira 24 alguns dos programas e atrações disponíveis no IG poderão ser assistidos pela telinha da TV. O portal fechou uma parceria inédita com a Sony para transmitir o seu conteúdo na linha de TV Bravia, que possui acesso a internet.

Por meio do controle remoto, os usuários poderão selecionar e assistir, on demand, atrações como "Canja", "Hiperativa", "Faça Você Mesmo", "Modo de Fazer" e alguns documentários exibidos na TV Ig. Esse conteúdo será modificado semanalmente.

"Procuramos oferecer atrações que tenham a ver com o universo da web. Uma das missões do IG é distribuir o seu conteúdo nos mais variados tipos de tela. E chegar à sala de estar será muito importante nesse sentido", afirma o diretor de desenvolvimento editorial do portal IG, Caíque Severo.

A partir de agora os televisores da linha contarão com um conteúdo de web nacional, uma vez que as transmissões oferecidas pela Sony até então provinham de sites internacionais. Com o passar do tempo, o IG pretende ampliar o leque de atrações e programas que oferecerá na TV.

A linha de TV da Sony já está no mercado há quase dois meses e permite ao acesso a web por meio de um cabo comum instalado à TV ou por conexão wireless. Uma parceria semelhante para esse tipo de tecnologia aconteceu entre a LG e o UOL, que acertou com o portal a distribuição de conteúdo da linha LG Infinita.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

TV Senado estuda medidas para evitar promoção política em pronunciamentos ao vivo

Por Eduardo Neco, do portal IMPRENSA

A Justiça Eleitoral notificou a TV Senado, na semana passada, solicitando cópia de um discurso proferido pelo senador Geraldo Mesquita (PMDB-AC), que teria feito referência ao candidato tucano à Presidência da República, José Serra.

Antes da requisição da Justiça, os senadores estavam livres para abordar quaisquer temas em seus pronunciamentos em plenário, informa o site de O Globo. No entanto, após o pedido, a Secretaria de Comunicação Social da Casa deverá se reunir com os advogados do Senado para saber como agir daqui para frente.

O assessor de imprensa da Secretaria de Comunicação do Senado, Davi Enerich, declarou ao Portal IMPRENSA que a Casa, de fato, estuda medidas para evitar episódios de eventual promoção política, mas que a decisão de suspender ou não as transmissões ao vivo são da Comissão Diretora

"O nosso problema é que a gente coloca os discursos em tempo real. Do jeito que o senador falou, entra. Então, nós temos que discutir isso, mas nós não podemos fazer censura antecipada", explicou.

Segundo Enerich, entre as soluções para evitar confrontos com a Lei Eleitoral que veta pronunciamentos favoráveis a candidatos em TV aberta, a Casa pode considerar o atraso da programação ao vivo.

Horário eleitoral na TV deve consumir 63 horas e R$ 851 milhões

Do Portal IMPRENSA

O horário eleitoral na TV, que começa no dia 17 de agosto e vai até 30 de setembro, vai consumir 63 horas e R$ 851 milhões, segundo o Portal do Consumidor. Todos os canais da TV aberta e os canais a cabo do Senado, Câmara dos Deputados e das Câmaras Municipais terão que transmitir o que os partidos produzirem nos 45 dias de campanha na TV.
Ainda segundo o Portal do Consumidor, o valor de R$ 851 milhões é o que as emissoras deixam de pagar em impostos para poder exibir as propagandas eleitorais sem prejuízos financeiros. Como a União dá isenção fiscal proporcional ao valor que seria cobrado por inserções comerciais não obrigatórias, essa quantia vem do contribuinte.
"O custo disso para nós compensa o ganho que é para a formação do eleitor, para a propagação das propostas e para a construção de uma cultura de democracia", diz a cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Para Braga, o horário na televisão e no rádio, neste ano, deverá ser ainda mais importante para as eleições presidenciais. "Quanto maior o grau de competitividade, maior a influência do programa eleitoral para desempatar", diz.

Curso de Extensão: Os Segredos da Comunicação Pública

Os Segredos da Comunicação Pública é voltado para a qualificação de profissionais que atuem ou pretendam trabalhar como assessores de comunicação em esferas públicas. O formato de oficina deve propiciar aos participantes um desempenho ativo no processo de aprendizado.
Relatos e vivências permitem aos participantes lidarem com as situações de trabalho.

Realização: de 26/6/2010 a 3/7/2010
Horário: sábados, das 9h as 12h e das 13h às 16h Carga Horária: 12 horas
Local: Sala 3D203 - Ciências da Comunicação - Unisinos Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo/RS

SJP-DF: Eleições acontecem em 25, 26 e 27 de agosto

O Sindicato dos Jornalstas do DF e o Clube de Imprensa de Brasília realizam eleições este ano para renovar as respectivas diretorias. As eleições erão realizadas nos dias 25, 26 e 27 de agosto de 2010 e presididas pela mesma Comissão Eleitoral eleita na assembleia geral do Sindicato no dia 18 de junho de 2010.

Inscrição das Chapas

O prazo para a inscrição de chapas para as duas diretorias inicia-se no dia 21 de junho e se encerra às 18h do dia 21 de julho de 2010, na sede provisória do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF, localizada no Clube de Imprensa, junto à Comissão Eleitoral;

Ficha Limpa

No momento do registro da chapa, o seu coordenador assumirá por escrito o compromisso de não utilizar recursos públicos durante a campanha, sob pena de impugnação da chapa. Pode candidatar-se o jornalista sindicalizado até seis meses antes do registro da chapa, não havendo necessidade de o candidato comprovar tempo de exercício profissional. É proibida a acumulação de cargos de efetivos e suplentes na diretoria e no Conselho Fiscal, sob pena de nulidade do registro da chapa;

Pesquisadores de Comunicação pedem agilidade na votação do PL-29

A Associação nacional dos programas de pós-graduação em Comunicação, Compós, reunida, no Rio de Janeiro, em 11 de junho divulgou nota oficial, solicitando ao Congresso Nacional agilidade na votação do PL-29.
Veja abaixo a íntegra da nota.

1. Tramita há cerca de três anos na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei Nº 29 (PL-29) que dispõe sobre o serviço de televisão por assinatura ou, como definido no projeto, “Serviço de Acesso Condicionado”. O PL unifica as regras para a televisão via cabo e via satélite, pois, até agora, somente a primeira é regulada por lei, operando a segunda à margem de qualquer legislação. O PL, no bojo dessa regulamentação, estabelece mecanismos de fomento à produção e veiculação audiovisual brasileira nos canais por assinatura, inclusive estrangeiros.

2. Pelo PL-29, cerca de 3:30 horas semanais, no mínimo, de um total de 49 horas definidas como horário nobre, deverão ser destinadas à veiculação de filmes, animações, documentários, séries ou novelas, outras produções que não sejam jornalísticas, esportivas, ao vivo, religiosas e similares, nos canais nos quais predomina a veiculação de filmes, animações etc., tempo de veiculação este definido como “espaço qualificado” de programação. Metade dessas 3:30 horas semanais será destinada a produção independente. Além disso, um terço do total de canais nos quais predomina o “espaço qualificado” em qualquer “pacote” de assinatura deverá ser ocupado por canais programados e mantidos por empresas brasileiras. Para assegurar a ocupação desses tempos por produtos audiovisuais brasileiros, o PL-29 cria financiamentos e incentivos que poderão representar R$ 400 milhões, por ano.

3. O PL transitou, foi discutido, emendado e aprovado em três diferentes comissões da Câmara. Durante o processo, foram amplamente ouvidos formal ou informalmente, representantes dos diversos segmentos empresariais, produtores nacionais e estrangeiros, programadores nacionais e estrangeiros, operadores de rede, inclusive suas associações como a ABERT, ABTA, Telebrasil, ABPI-TV etc. Conforme o regimento, o PL teria votação terminativa na Comissão de Ciência e Tecnologia, de lá sendo enviado para a Comissão de Constituição e Justiça, para ajustes formais, de onde deveria seguir para a apreciação do Senado.

4. Há algumas semanas, um grupo de deputados requereu, nos termos regimentais, o envio do PL para votação em Plenário. Seja pelas características do processo parlamentar, seja pela especificidade do ano eleitoral, essa manobra pode resultar na não aprovação do PL este ano, quiçá não mais tão cedo, beneficiando operadoras de TV por assinatura, cujas atividades no país se sustentam numa mera portaria do Ministério das Comunicações e se beneficiam, até por isso, da não sujeição às exigências que a Lei 8.977/95 impõe apenas às operadoras de TV por assinatura a cabo.

5. O Brasil necessita de uma legislação normativa para o conjunto dos serviços de acesso condicionado, legislação esta que considere as novas realidades econômicas e políticas da convergência tecnológica e estabeleça novas e adequadas ferramentas de proteção e fomento à cultura nacional e regional mediatizada por esses meios que se expandem, e devem mesmo se expandir, aceleradamente no espaço territorial da nossa sociedade. Não há motivos para atrasar o envio do PL-29 ao Senado, onde poderá ser rediscutido, eventualmente corrigido em eventuais falhas, ainda mais uma vez negociado conforme diversos interesses, mas sobretudo os do País.

6. Além do mais, a regulamentação de qualquer atividade relacionada ao campo da Comunicação, sobretudo em se tratando de televisão e outros meios de produção e veiculação de bens culturais, interessa diretamente aos professores e pesquisadores desse campo. Nós formamos os profissionais que irão trabalhar na televisão, aberta ou paga, que irão produzir seus programas jornalísticos, seus filmes publicitários, seus filmes ou séries de ficção, seus documentários, seus mais diversos e distintos conteúdos, em suma. Ao mesmo tempo, nós pesquisamos e refletimos sobre essas práticas, suas relações com a cultura brasileira, suas influências nos rumos e mudanças da sociedade. Para quem forma profissionais para o mercado brasileiro e estuda a produção cultural mediatizada feita no Brasil é absolutamente essencial que a televisão, não importa se aberta ou fechada, continue a ser um espaço quantitativa e qualitativamente muito importante de produção e veiculação de bens simbólicos nacionais, aqui considerados, sobretudo, em sua rica diversidade regional e local.

7. O Conselho Geral da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação manifesta publicamente seu apoio ao espírito a esta altura já consagrado do PL-29 e solicita a deputados e senadores que não procrastinem ainda mais as decisões necessárias, sem prejuízo de debates realmente relevantes. A Câmara e o Senado não podem se sujeitar a manobras protelatórias no interesse de organizações midiáticas transnacionais. O PL-29, conforme aprovado nas comissões competentes, deve ser diretamente enviado ao Senado o mais rapidamente possível, para que nesta segunda Casa se promova o debate revisor, necessário à sua definitiva aprovação.

Rio de Janeiro, 11 de junho de 2010.

TV paga chega a 8,2 milhões de lares no Brasil

Do TelaViva News

O número de domicílios brasileiros com TV por assinatura chegou a 8.209.163 no final de maio, conforme dados divulgados pela Anatel nesta terça, 22. O crescimento absoluto no mês de maio foi de 177.349 novos assinantes, o que representa avanço de 2,2% em relação ao mês anterior. No ano, o setor acumula um crescimento de 10%, chegando a 27 milhões de espectadores, considerando-se o número médio de pessoas por domicílio divulgado pelo IBGE.

DTH

Ainda segundo dados da Anatel, a tendência de crescimento acima da média de mercado do DTH ganhou força no mês de maio, quando a TV por satélite cresceu 4,3%, ante uma evolução de 3,6% em abril. O número de assinantes que recebe os serviços via TV a cabo cresceu 0,9% em maio, enquanto as prestadoras de MMDS perderam 0,4% de sua base de assinantes. Com isso, as operadoras de DTH, somadas, passaram a ter 40,6% do market share do setor, contra 37,4% em janeiro deste ano. Atualmente, segundo dados da Anatel, as operadoras de cabo têm 4,53 milhões de clientes, as operadoras de DTH, 3,33 milhões e as operadoras de MMDS, 329 mil.

Norte e Nordeste

A Anatel aponta ainda que as regiões Norte e Nordeste continuam puxando o crescimento do setor. Nos últimos 12 meses, o crescimento da base de assinantes de TV nas duas regiões foi de 55,4% e 33,7%, respectivamente. Crescimento bem superior à média nacional: 22,1%.

A consolidação dos números mensais dos serviços de TV por Assinatura está disponível no portal da Anatel. Além das informações setoriais de TV por assinatura divulgadas mensalmente, a Anatel disponibiliza em seu site, desde o último mês, o Mapa de TV por Assinatura, uma nova ferramenta do Sistema de Acompanhamento das Obrigações das Prestadoras de TV por Assinatura (Satva).

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Argentina: TV pública terá canal infantil

A faixa infantil do Canal Encuentro, canal público do Ministério da Educação da Argentina, vai se tornar o canal independente Pakapaka, voltado para o mesmo público. A partir de setembro, o sinal será distribuído pela antena digital terrestre e, em abril de 2011, deve estar disponível na TV por assinatura, informou a gerente de programação Ekaterina Prudkin durante o 11º Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão.

"Vamos trabalhar com a mesma equipe e ampliar a grade de programação com aquisições em toda a América Latina", explicou. Dois títulos brasileiros poderão ser assistidos pelas crianças argentinas no novo canal: "Cocoricó", da TV Cultura, e "Teca na TV", do Canal Futura. "Estamos analisando também a programação da TV Rá-Tim-Bum", disse. O canal também está aberto a coproduções com instituições e produtoras.

Campanha de Valorização do Papel e da Comunicação

A Campanha de Valorização do Papel e da Comunicação Impressa, realizada em ação dos representantes da cadeia produtiva do papel e da comunicação impressa, será oficialmente lançada no dia 24 de junho, às 9h, na sede da Fiesp.
A iniciativa objetiva informar corretamente à opinião pública sobre a origem do papel usado para impressão. O objetivo da campanha é esclarecer que o uso de papel para impressão não provoca desmatamento no Brasil.
Na ocasião será apresentado manifesto de apoio à campanha, assinado por vinte entidades da cadeia produtiva, incluindo dos diversos segmentos da indústria gráfica (embalagem, formulários, etiquetas etc.), e dos setores de celulose e papel, livros, revistas, máquinas e insumos, além das áreas de publicidade, propaganda e marketing.

UNESCO lança Indicadores de Desenvolvimento da Mídia

As Comissões de Direitos Humanos e Minorias e de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados realizarão audiência pública, no dia 23 de junho, para lançar e debater a versão em português do livro “Indicadores de Desenvolvimento de Mídia”. Trata-se de um documento aprovado, em 2008, pelo Programa Internacional para o Desenvolvimento da Comunicação (IPDC) da UNESCO. O texto é resultado de intenso trabalho de uma equipe formada por especialistas de organizações intergovernamentais, não-governamentais, universidades e associações profissionais de diversas regiões do mundo, em um claro esforço para que a diversidade e a complexidade do setor ao redor do planeta fossem contempladas na construção do documento.

Os Indicadores de Desenvolvimento da Mídia constituem uma ferramenta e/ou uma metodologia de avaliação do sistema midiático de um dado país, focalizando cinco grandes categorias interrelacionadas:

a) Um sistema regulatório favorável à liberdade de expressão, ao pluralismo e à diversidade da mídia;

b) Pluralidade e diversidade da mídia, igualdade de condições no plano econômico e transparência da propriedade;

c) A mídia como uma plataforma para o discurso democrático;

d) Capacitação profissional e instituições de apoio à liberdade de expressão, ao pluralismo e à diversidade;

e) A capacidade infra-estrutural é suficiente para sustentar uma mídia independente e pluralista.

A centralidade dos meios de comunicação para o desenvolvimento das soci­edades democráticas contemporâneas já é consenso internacional, bem como seu papel de agente de mudança, especialmente em um cenário de convergência tec­nológica e barateamento de aparatos e serviços. Tais mudanças obrigam governos de todo o mundo a elaborar políticas específicas para o desen­volvimento da mídia, e o Brasil também está fazendo parte desse movimento.

Com a apropriação desses indicadores no debate nacional brasileiro, a UNESCO espera colaborar para que o Brasil dê mais um passo na sua integração à agenda internacional de desenvolvimento da mídia, implementando ações importantes de promoção do livre fluxo de ideias, que é um dos fundamentos da atuação da UNESCO.

A programação da audiência inclui palestras com Guilherme Canela, Coordenador de Comunicação e Informação da UNESCO no Brasil, Cláudia Abreu, membro da campanha “Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania”, José Carlos Santos e Félix Garcia Lopes Junior, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA e Gilda Pereira Carvalho, Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão.

Os Indicadores de Desenvolvimento de Mídia já estão disponíveis aqui para cópia . A UNESCO espera que esses indicadores possam ser úteis para a avaliação do atual estágio do sistema de mídia brasileiro.