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domingo, 19 de junho de 2016

Opinião: Uma TV Brasil para os brasileiros

Por Alberto Perdigão*, publicado originalmente no jornal O Povodo Ceará



A TV Brasil foi a única emissora que acolheu, também, a perspectiva de um possível golpe, na cobertura das votações do acolhimento do processo de impeachment e do consequente afastamento da presidente Dilma. Colocou no ar o debate com defensores das duas versões, representantes de um governo sob suspeita e de uma oposição em vias de assumir interinamente a Presidência.

Cumpriu o seu papel como emissora pública, conforme previsto na Lei 11.652/2008 que criou a Empresa Brasil de Comunicação - EBC e a TV Brasil (artigos 2º I, II e III e 3º I, II e III), e de acordo com o manual de jornalismo da empresa (capítulo 1). 

Mas a emissora foi acusada de estar a serviço do governo que viria a ser afastado, em outras palavras, do PT.

O governo interino agiu de imediato. Destituir o presidente da EBC aos primeiros dias de um mandato que deveria ser de quatro anos, encerrou programas e o contrato com apresentadores, chegou a proibir a veiculação de uma entrevista com a presidente afastada. Fez o que fazem governos não republicanos e não democráticos, que se apropriam de emissoras estatais.

Ao desrespeitar a Lei da EBC, o governo da vez dá sinais de que rejeita um sistema público de comunicação que se paute pelo interesse coletivo. Ao atropelar decisões do Conselho Curador, instância decisória representativa da sociedade e do Estado, afirma seu descompromisso com a diversidade de temas e a pluralidade de vozes, que não se encontram na televisão privada.

Para o Conselho Curador e a Ouvidoria da EBC e para o movimento pela democratização da comunicação, os novos sinais transmitem a intenção de enfraquecer o sistema público de radiodifusão e, neste projeto, acabar com a TV Brasil como emissora pública.
Entendem que, ao contrário, a EBC já estava a precisar de mais independência financeira e de mais autonomia que a fortaleça diante de ameaças de quaisquer governos. E, penso eu, de uma mobilização social que a faça ser mais conhecida e desejada pelos seus verdadeiros donos, os brasileiros. 

*Jornalista, mestre em Políticas Públicas e Sociedade. Email: aperdigao13@gmail.com

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Documentário conta a história de personagens que mudaram a vida pela leitura

  • Uma moradora de rua que não sabe ler, mas que não arreda o pé da Biblioteca Parque Estadual do Rio de Janeiro. 
  • Um gari que se apaixonou pelos livros, virou escritor e hoje grava áudio livros para deficientes visuais. 
  • Uma menina pobre que se inspirou em um livro de literatura infantil para virar bailarina e hoje é professora de dança na comunidade carente onde cresceu.

O documentário Leitores sem Fim, produzido pela TV Câmara, com direção e roteiro do jornalista Beto Seabra, relata histórias de pessoas que tiveram a vida modificada pelo hábito da leitura. 
A partir da realidade de bibliotecas públicas localizadas em regiões de baixa renda no Rio de Janeiro, o documentário mostra o novo modelo que se pretende criar de espaços culturais, baseado na experiência exitosa das Bibliotecas Parque da Colômbia.
O documentário mostra também a situação da leitura no Brasil e o esforço de parlamentares para universalizar as bibliotecas escolares no país. Ao contar histórias de vida e o debate político sobre o tema da educação e da leitura, o vídeo aponta saídas para os problemas da violência urbana e da baixa escolaridade entre jovens.

Serviço:

Pré-estreia: 17 de fevereiro (quarta-feira) às 19h – no auditório da TV Câmara
Estreia: 19 de fevereiro (sexta-feira), às 21h30. Reprises: Sábado – 19 h e domingo – 19h
Ficha técnica:
Direção e Roteiro – Roberto Seabra
Duração: 37 minutos
Produção - João Gollo
Edição e Finalização – Guem Takenouchi
Direção de Fotografia - Kátia Coelho
Imagens – Flávio Estevam
Assistente de Câmera e Som Direto – Alessandro Palmier
Videografismo – Diego Cajueiro e Pedro Mafra
Pesquisa - João Gollo e Roberto Seabra
Trilha Sonora Original - Alberto Valério

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Crise na EBC: presidente e diretores pedem pra sair.


Interferência governamental na linha editorial dos veículos públicos é apontada como motivo para o pedido de demissão.


Américo Martins, presidente da Empresa Brasil de Comunicação está deixando o comando da EBC, responsável pela TV Brasil e a Agência Brasil. 
O jornalista, que foi diretor-geral da EBC, estava na presidência desde agosto do ano passado. Rumores indicam que ele teria peido demissão alegando ingerência política na EBC.
Além de Martins, deixam a empresa pública Myriam Porto, diretora de produção, e Asdrúbal Figueiró, que acumulava os cargos de diretor-geral e diretor de conteúdo e programação. Ficam, portanto, quatro cargos abertos.
O atual vice-presidente de gestão e relacionamento da EBC, 
Américo Martins assumiu a presidência da empresa em 2015. Sua ascensão coincidiu com uma nova gestão da secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), sob o comando do ministro Edinho Silva. Desde então, as entidades representativa de trabalhadores da Comunicação - segundo informa o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal-, denunciam o aparelhamento com nomes indicados pela Secom para cargos de gestão. O "cabidão", como passou a ser conhecido dentro da empresa, tornou-se pauta central da greve de 10 dias que mobilizou quase 1000 trabalhadores da EBC em novembro de 2015.
A EBC é a holding que congrega a TV Brasil, Canal NBR, Rádio Nacional (AM-FM e Ondas Curtas) e Agência Brasil de Notícias.
O braço longo e pesado da Secom também passou a ser sentido na linha editorial. “Na Agência Brasil, principal portal de notícias da empresa, a preocupação com a imagem do governo ganhou espaço. Pautas positivas para o governo, como a transposição do Rio São Francisco, foram impostas sem abrir o devido espaço para o contraditório. Outras, de caráter público, como o futuro do Edifício A Noite, prédio histórico, onde funcionou a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, foram proibidas. A contratação de comentaristas e apresentadores ligados ao governo pela TV Brasil também sinaliza para interferência da Secom na linha editorial da EBC” – informa o portal do Sindicato.
As entidades sindicais de Jornalistas e Radialistas do Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo, bem como a Comissão de empregados da EBC cobram do governo esclarecimento sobre a demissão de Américo Martins e reivindicam a aplicação de mecanismos concretos de preservação e fortalecimento da autonomia da empresa. Requerem ainda transparência na indicação do novo presidente da EBC e participação social nesse processo.
O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) manifestou sua preocupação com o “crescente processo de degradação da autonomia da EBC”. Em nota diz haver falta de transparência e de diálogo com a sociedade, por parte do governo, acerca do projeto de comunicação pública a ser implantado no país e reafirma a existência de “interferências e ingerências políticas indevidas, tanto na nomeação de cargos de direção quanto na programação das emissoras e veículos geridos pela EBC”.
Para o Fórum existe no governo confusão entre comunicação pública e comunicação governamental. “O produto dessa confusão traz um enorme prejuízo à própria sociedade brasileira, que se vê impossibilitada de realizar sua experiência de comunicação pública, baseada numa programação educativa, cultural, artística, informativa e científica que promova a cidadania e desenvolva a consciência crítica das pessoas” – diz o fórum.
A EBC divulgou uma curtíssima nota onde afirma que o desligamento da EBC foi motivado por questões pessoais e que na sua curta gestão, “trabalhou para aumentar a relevância dos veículos da EBC, investindo em mais esporte, fortalecendo os conteúdos jornalísticos e apoiando projetos, como a expansão da Rede de TV Digital.”

Os dirigentes demissionários, segundo a EBC, continuam no cargo até a publicação das respectivas exonerações no Diário Oficial. Mário Maurici de Lima Morais, é o cotado para assumir o posto deixado por Martins.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Ancine disponibiliza R$ 60 milhões para TVs públicas

Ancine abre inscrições dos editais de linha de produção voltada às TVs públicas


A Ancine abriu as inscrições para cinco chamadas públicas regionais da Linha de Produção de Conteúdos destinados às TVs Públicas, do Programa Brasil de Todas as Telas. São elas os Prodav 08, 09, 10, 11 e 12. O período de inscrição encerra-se em 31 de março de 2016.
Pelo segundo ano consecutivo, a linha disponibiliza R$ 60 milhões, em recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), para investimentos em obras destinadas ao campo público de televisão, nos segmentos de TV universitária, comunitária e educativa e cultural.
Com o objetivo de regionalizar a produção de conteúdos audiovisuais independentes, os editais são divididos pelas cinco regiões do País disponibilizando R$ 12 milhões para cada. Este ano o edital da Região Sudeste será fracionado entre RJ/SP e MG/ES, destinando metade do valor para cada parte. Compostos majoritariamente por obras seriadas, os cinco editais fomentarão a produção de 56 obras – 26 destinadas ao público adulto, 10 ao público jovem e 20 ao público infantil – totalizando mais de 200 horas de programação.
Os perfis de programação foram definidos a partir das propostas levantadas durante o Seminário de Programação da Linha de Produção de Conteúdos destinados às TVs Públicas, que aconteceu na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, nos dias 7 e 8 de dezembro.

Os editais desta linha serão operados por meio de uma parceria entre a Ancine, a secretaria do Audiovisual do ministério da Cultura e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), e contam com o apoio da Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU), Associação Brasileira de Canais Comunitários (ABCCOM) e Associação Brasileira de Emissoras Públicas Educativas e Culturais (ABEPEC).

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Televisão: Cunha tira do ar programa premiado da TV Câmara

 O programa Participação Popular está
entre os três com maior audiência da TV Câmara.
Por Luciana Lima,
publicado originalmente no Poder on-line


O diretor-executivo da secretaria de Comunicação da Câmara, Claudio Lessa, nomeado recentemente pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha, decidiu retirar do ar o programa Participação Popular, uma das principais atrações da TV Câmara.
A última edição foi ao ar na sexta-feira (9), para surpresa da equipe do programa que já conta com 300 edições e no ano passado ganhou o prêmio engenho de Comunicação na categoria Inovação.
Não houve aviso da decisão, nem para a equipe nem para os telespectadores, que ao assistir o programa não sabiam que seria o último.
O apresentador Fabrício Rocha, que é jornalista concursado da Câmara Federal, é filiado ao PSOL, mesmo partido que entrou com representação no Conselho de Ética pedindo a cassação de Cunha. Este é o motivo alegado nos bastidores. Lessa é também funcionário de carreira da Câmara e mantém um blog dirigido a críticas ao PT.
O PSOL encabeça o rol de partidos que pede a saída de Cunha da Presidência da Câmara, principalmente depois da divulgação de detalhes das movimentações das contas de seus parentes na Suíça, investigada pela Operação lava Jato. A representação entregue pelo PSOL e pela Rede ao Conselho de Ética da Câmara, nesta semana, conta com 48 assinaturas.
Nova direção da TV Câmara, designada pelopresidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
determinou a retirada do programa do ar.
De acordo com os últimos levantamentos da TV Câmara, o programa está entre os três com maior audiência da TV Câmara, ao lado de Brasil Caipira e Câmara Ligada.
O programa é o que tem a linha mais popular da grade já que o público participa com perguntas e comentários a partir de links espalhados por Brasília ou em outras capitais. O formato ainda permite participações por e-mail, pelo telefone gratuito da Câmara e pelas redes sociais por meio do twitter ou facebook. No estúdio, dois convidados participam dos debates e um deputado é ouvido pelo telefone.



quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Opiniâo: Canais públicos de TV para ampliar a liberdade de expressão

Por Laurindo Leal Filho, publicado originalmente em Brasil Popular

Além da qualidade da imagem e de uma possível interatividade, outra vantagem da TV digital, que está chegando ao Brasil, é a multiplicação de canais. Na frequência em que, pelo sistema atual analógico, trafega uma programação, no digital podem ser vistos quatro ou até oito programas diferentes.
E mais, o número de canais abertos que no analógico chega no máximo a três dezenas, no digital passará de cem. Todos abertos, sem nenhum custo extra ao telespectador.
Essa nova televisão vai ser implantada no país com o desligamento gradativo do sistema analógico, o que começa a acontecer, em forma de teste, no próximo dia 29 de novembro na cidade de Rio Verde, em Goiás.
No ano que vem inicia-se o desligamento nos grandes centros urbanos: Distrito Federal, 3 de abril; São Paulo, 15 de maio; Belo Horizonte, 26 de junho; Goiânia, 28 de agosto e Rio de Janeiro, 27 de novembro. A expectativa é de que até 31 de dezembro de 2018 a TV analógica tenha sido substituída pela digital em todo o país.
Cabe agora perguntar: que novidades trarão esses canais? Veremos programas inteligentes, inovadores capazes de elevar os níveis de percepção do mundo por parte dos telespectadores ou teremos mais do mesmo, ou seja a indigência atual mostrada pelas emissoras comerciais?
Com relação as comerciais as perspectivas não são das melhores. Nada indica qualquer mudança por iniciativa própria e a tendência é a manutenção dessa política de nivelar por baixo o nível de suas programações e de, ao mesmo tempo, colocar no ar noticiários sempre alheios aos interesses mais gerais da sociedade. Sem uma legislação moderna que regulamente esse tipo de serviço é ilusório esperar qualquer mudança no quadro atual.
A alternativa é apostar nas emissoras públicas dando a elas condições de se tornarem efetivamente alternativas ao modelo comercial. Nesse sentido um passo importante foi o acordo firmando no último dia 1º de setembro entre o Secretário de Comunicação da Presidência da República, os ministros da Educação, Saúde, Cultura, Comunicações e o presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para implementar os quatro canais já previstos no decreto que criou a TV Digital (Canal do Executivo, da Cidadania, da Educação e da Cultura) e ainda a migração para a TV aberta da TV Escola e do Canal Saúde.
Hoje, o Executivo já tem o seu canal, a NBR, que é acessível apenas em sinal fechado ou através das antenas parabólicas. Se tiver sua programação remodelada, como quer o ministro Edinho Silva, da Comunicação Social, o canal poderá torna-se uma alternativa importante à carga noticiosa contraria ao governo imposta diariamente pela mídia comercial.
No momento atual, o canal do Executivo é imprescindível para garantir a liberdade de expressão no país, na medida em que possa fazer circular informações sonegadas pelos grupos privados. É inconcebível que governos populares sejam obrigados a se dirigir à sociedade através de veículos particulares controlados por grupos que lhe são politicamente antagônicos. Ao canal do Executivo cabe preencher essa lacuna informativa hoje existente.
O fato da TV Escola e do Canal Saúde serem hoje restritos a quem tem TV por assinatura ou uma antena parabólica a eles direcionada revela a quebra de um princípio básico da comunicação pública que é o de ser acessível a toda a população. Com a ida desses canais para o sinal digital aberto essa deficiência será corrigida.
Poderemos ter em breve em todos os domicílios brasileiros produções de alta qualidade, como as que são produzidas por esses canais. No caso da educação, a TV Escola tem tudo para ser o nosso Canal Encuentro, gerido pelo Ministério da Educação da Argentina e transmitido com grande sucesso em sinal aberto naquele país.
São passos importantes para a consolidação de um sistema nacional de televisão pública que tanta falta nos faz. No entanto outros passos, ainda mais arrojados,  precisam ser dados. Um deles é fazer com que a TV Brasil também passe a operar uma multiprogramação com novos canais no ar, possibilidade aberta com a chegada da TV digital e que não pode ser desprezada pela principal TV pública brasileira.
Além do canal atual, com uma programação generalista, a emissora deveria contar, pelo menos, com um canal noticioso 24 horas no ar e outro totalmente voltado para o público infantil, hoje abandonado pela TVs comerciais. Sem esquecer a necessidade da expansão urgente da TV Brasil internacional com programações em espanhol e inglês, como já faz por exemplo a TV russa, entre tantas outras.


segunda-feira, 31 de agosto de 2015

EBC muda direção

Ex-Folha de São Paulo, Ricardo Melo é o novo diretor de jornalismo da EBC

Do TelaViva News

Os jornalistas Ricardo Melo e Albino Castro se juntam à Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Melo assumirá a diretoria de jornalismo, até então sob o comando da jornalista Nereide Beirão, e Castro vai atuar como assessor especial da presidência da EBC.
Colunista político da Folha de São Paulo, Ricardo Melo atuou no jornal como redator, editor-assistente e editor adjunto de Mundo, editor de Opinião, secretário-assistente de Redação, repórter especial, editor da Primeira Página, coordenador da integração das plataformas impressa e digital da Folha e produtor-executivo da TV Folha.
Também foi chefe de redação do SBT, editor-executivo do "Diário de S. Paulo", do "Jornal da Band", do "Jornal da Globo", do "Jornal da Tarde" e do "Jornal da Lilian", no Portal Terra. Melo exerceu, ainda, o cargo de editor da revista Brasil Investe do jornal Valor Econômico e foi repórter especial da Revista Exame.
Já Albino Castro tem experiência profissional em direção-geral de televisão, jornal impresso e mídias eletrônicas.
Foi diretor de jornalismo do SBT, TV Gazeta e TV Cultura. Foi, ainda, chefe de redação da Telemontecarlo e diretor dos serviços eletrônicos do diário Gazeta Mercantil. Castro montou e dirigiu o núcleo de Web TV da Prefeitura de São Paulo.

Marketing e Negócios


Para comandar a Superintendência Executiva de Comunicação, Marketing e Negócios foi convidado o jornalista Rodrigo Dindo, que assumiu o cargo na última segunda-feira, 24. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), antes de chegar à EBC foi assessor especial de comunicação da Casa Civil da Presidência República, mesmo cargo que exerceu no Ministério da Educação, entre dezembro de 2012 e janeiro de 2014, e, em 2012, na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Entre 2005 e 2010, atuou como coordenador de jornalismo do Ministério da Educação.

domingo, 26 de julho de 2015

Inglaterra: O futuro da BBC está em xeque

Do Meio & Mensagem



Governo conservador recém-eleito admitiu que a maior rede de televisão pública do mundo pode ser menor e mais barata.

Referência mundial em qualidade e em formato de televisão pública, o modelo da BBC foi posto em xeque. O secretário de mídia britânico, John Whittingdale, disse no Parlamento britânico que começou a analisar a escala e a abrangência da BBC por meio de um grande estudo que antecede a renovação do alvará da emissora, que vence em 2016. “Precisamos nos perguntar se a BBC deve ser tudo para todos e em todas as plataformas ou deveria ter uma missão mais bem definida e precisa”, destacou Whittingdale.
Comerciais

Entre as revisões que poderão ser feitas estão a forma de financiamento, a escala de produção e uma supervisão mais rigorosa por parte de uma nova agência reguladora. Naturalmente, o governo atual deve esbarrar na popularidade da empresa. A tentativa em mexer com uma instituição de 92 anos de existência deve gerar repercussões polêmicas. De um lado, estão os defensores do modelo da BBC, de outro, aqueles que acreditam, que ela é uma organização burocratizada, inchada e responsável por sufocar a concorrência privada.
A BBC é mantida por uma taxa de licença para por todas as famílias com televisão. A emissora emprega mais de 19 mil pessoas e teve um custo operacionais de 5 bilhões de libras esterlinas entre 2014 e 2015. No início do mês, a emissora demitiu cerca de mil funcionários. Os cortes foram feitos para compensar um prejuízo estimado em aproximadamente R$ 730 milhões. Em comunicado, a emissora afirmou que o corte em massa é resultado da mudança de hábito dos telespectadores, que trocaram a televisão pela internet – cada domicílio britânico com um aparelho de televisão paga à emissora pública cerca de 150 libras por ano. "A receita com taxa de licença em 2016/17 prevê arrecadar 150 milhões de libras a menos do que o esperado em 2011", disse a BBC.

O corte abrange os departamentos de marketing, comunicação, finanças, RH, TI e jurídico. De acordo com informações da Reuters, 69% dos adultos britânicos assistem à TV ao vivo. Em relação aos jovens, metade já prefere usar dispositivos móveis com acesso online. Tony Hall, diretor-geral do grupo britânico, enviou um email aos funcionários informando a decisão. Segundo o The Guardian, o executivo ressaltou que “em tempos de escolhas muito difíceis, a prioridade é concentrar no fornecimento de conteúdo para todos os públicos. Eles são a razão da nossa existência. Não devemos decepcioná-los", disse.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

EBC tem cinco novos conselheiros

Por Michèlle Canes, da Agência Brasil

Os cinco novos integrantes do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), representantes da sociedade civil, com mandato de quatro anos, já foram designados pela presidenta Dilma Rousseff, mas só tomarão posse no dia 13 de agosto.

São eles: Venício Artur de Lima, Enderson Araújo de Jesus Santos, Isaías Dias, Joel Zito Almeida de Araújo e Letícia Luiza Yawanawá. Eles foram escolhidos entre 15 nomes indicados e substituirão Daniel Aarão, João Jorge, José Martins, Maria da Penha e Murilo Ramos.
Segundo informações publicadas no site do Conselho Curador, a posse será no dia 13 de agosto durante a reunião ordinária do conselho. No edital do processo, buscou-se garantir a participação de indígenas, jovens e pessoas com deficiência, ou que tenham atuação em direitos humanos.
A seleção reservou 40% das vagas para a população negra, além de buscar garantir a equidade de gênero. Foi observada também a proporcionalidade por região do país.

Conheça os novos conselheiros:

O jornalista Venício Artur de Lima, é doutor e pós-doutor pela University of Illinois at Urbana-Champaign, nos EUA; professor titular de ciência política e comunicação da Universidade de Brasília; ex-membro do Conselho de Administração da Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp); fundador do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política. É autor de títulos como Comunicação e Cultura e Conselho de Comunicação Social: a Interdição de um Instrumento da Democracia Participativa.

Enderson Araújo de Jesus Santos é articulador de movimentos sociais e também produtor de conteúdos para o programa Câmara Ligada, da TV Câmara Federal. Vencedor do Prêmio Laureate Brasil de Jovens Empreendedores Sociais em 2012, é criador do Grupo de Jovens Comunicadores Mídia Periférica.

Isaías Dias é membro do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência (Conade) e diretor da Associação dos Funcionários do Grupo Santander Banespa, na área de respeito às pessoas com deficiência.

O cineasta Joel Zito Almeida de Araújo, é especialista em filmes e documentários sobre cultura negra no Brasil. É doutor em ciências da comunicação pela USP e cineasta. Ele foi diretor do filme O Negro na TV Pública no Brasil. Joel Zito também dirigiu A Negação do Brasil, trabalho que foi muito elogiado pela crítica.

Liderança indígena, Letícia Luiza Yawanawá é membro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e também integrante da Coordenação Indígena da Amazônia Brasileira.


O Conselho Curador da EBC é composto por 22 membros e tem como prerrogativa aprovar anualmente e observar a aplicação do plano de trabalho e da linha editorial da empresa. O órgão também acompanha e fiscaliza a veiculação da programação.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Planalto quer mudanças na EBC

O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, defendeu, na quarta-feira, 13/5, uma reformulação nas estratégias da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para que cumpra a sua função social. 
Segundo ele, o modelo da TV Brasil deve ser repensado, mas descarta qualquer tentativa de concorrer com as emissoras privadas. "A emissora tem uma função social a cumprir", enfatizou, sem entrar em detalhes.
Silva, que participou de audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) da Câmara, disse que a EBC tem um custo anual de quase R$ 50 milhões. Para os parlamentares, esse custo é muito alto para uma emissora que tem audiência abaixo de 1%, como demonstra o Ibope. O ministro, entretanto, ressaltou outras unidades da empresa, como a Rádio Nacional da Amazônia, que praticamente é o único veículo de grande penetração naquela região. "Vamos reestudar a forma como a empresa está organizada", assegurou.
Publicidade Federal
O ministro afirmou que o orçamento para publicidade do governo em 2015 é de R$ 150 milhões, mas esses valores deverão sofrer cortes com a definição do contingenciamento que será anunciado ao orçamento da união.
Pelo menos 15% desses recursos são destinados para a internet em redes sociais, percentual que deve subir significativamente ao longo do ano na proporção em que esse tipo de comunicação evolua, avalia. "Para todos os veículos, a distribuição de recursos é feita com base em critérios impessoais, como o tamanho da audiência e o ranking de leitura, no caso dos sites", afirmou.
Silva defendeu também o fortalecimento das mídias regionais, por meio de divisão de recursos de publicidade com base em critérios também impessoais. 
"A eficiência na comunicação do governo se dará com a regionalização, não existe outra forma", afirmou.
O ministro negou qualquer intenção do governo de controlar conteúdo da mídia. "A presidenta sempre fala que prefere o barulho da imprensa livre ao silêncio imposto pela ditadura", assegurou. Disse também que as linhas editoriais dos veículos não são consideradas quando da definição da distribuição das verbas publicitárias.
Negou também que o governo tenha assinado qualquer contrato com o Facebook. "A presidenta falou com os diretores da empresa sobre um acordo para um projeto piloto de inclusão digital implantado em uma comunidade [no bairro de Heliópolis, em São Paulo]", disse. 
A parceria, anunciada em abril, foi duramente criticada pelos movimentos sociais, afirmando que ela põe em risco o que prega o Marco Civil da Internet, especialmente por meio de acesso gratuito à rede social.


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

TV Senado estréia multiprogramação ao vivo no You Tube

Por Aluisio Oliveira

A TV Senado começa a operar com multiprogramação ao vivo em dois canais no You Tube nesta terça-feira (25). No decorrer de 2015, serão implantados mais seis canais.  Segundo o Google, será a primeira emissora no mundo a fazer multiprogramação ao vivo no You Tube, sem edição e sem cortes.
O canal da TV Senado pode ser acessado aqui. 
Com a transmissão simultânea com o canal aberto, o internauta terá a vantagem de poder voltar até quatro horas na programação já exibida.  Assim, às 18h, será possível retornar a transmissão e assistir a sessão plenária desde o seu início às 14h.  




O canal TV Senado 1 exibirá a programação normal da emissora.O canal 2 veiculará outra atividade legislativa que esteja ocorrendo simultaneamente com a atividade veiculada no canal principal.  O canal 2 só permanecerá disponível no You Tube enquanto houver atividade ao vivo a ser transmitida.
Na terça feira, 25 a transmissão do canal um inicia-se às 9h com a veiculação ao vivo da reunião da Comissão de Ciência,  Tecnologia e Inovação que deverá votar, entre outros, o PLS 54/2014, do senador José Agripino, que deduz do imposto de renda investimentos em start-ups; e o PLS 18/2012, do senador Ciro Nogueira, que determina que os usuários devem ser alertados sobre fim de descontos em serviços de telecomunicações. 
Às 9h30, o canal 2 passa a transmitir ao vivo, do Auditório Petrônio Portela, a abertura da VII Semana de Valorização da Primeira Infância, que irá debater de 25 a 27 as neurociências e as ações na área da educação. 
Agora, será possível acompanhar debates e votações e compartilhar opiniões simultaneamente.
Além dos oito canais ao vivo, está previsto para 2015 a publicação no You Tube das íntegras das atividades legislativas (reuniões das comissões e sessões plenárias) no mesmo dia da gravação. E a TV Senado, em conjunto com o Prodasen e o CEDOC-Multimídia está trabalhando para que, até 2017, seja  disponibilizado todo o acervo legislativo gravado pela emissora desde a sua criação.  Todo o conteúdo será publicado com uma qualidade de imagem superior à que hoje é oferecida pelo site da TV Senado. 

A TV Senado já possui um canal de vídeos no You Tube, desde dezembro de 2010. Mas, só a partir de abril de 2014, com o início das negociações com o Google para a disponibilização da multiprogramação ao vivo, foi possível publicar o acervo de mais de 42 mil arquivos de vídeos disponíveis no site da emissora.  
Apenas no período de abril a novembro,  esse conteúdo já foi visualizado 936.294 vezes, com 4.702.378 minutos assistidos. Desse total, 90% dos vídeos referem-se a conteúdo legislativo. São vídeos com discursos de Senadores no plenário, debates e votações de matérias, entrevistas com parlamentares e matérias jornalísticas sobre as atividades legislativas.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

EcoSenado melhor reportagem cinematográfica no 6º Prêmio Sebrae de Jornalismo

O Programa EcoSenado, da TV Senado, sobre o aproveitamento de podas de jardins para a produção de adubo orgânico foi premiado na noite de quarta-feira, 28/5, como Melhor Reportagem Cinematográfica da etapa distrital do 6º Prêmio Sebrae de Jornalismo
O programa trata de um tema extremamente sensível no momento em que nos aproximamos do prazo estipulado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos para o fim de todos os “lixões” do país. 
Em agosto desse ano, após 4 anos de sua entrada em vigor, a lei estabelece que todo o lixo convencional, aquele que não pode ser reciclado, deve ser destinado necessariamente para aterros sanitários. Com isso, uma prática frequente nas grandes cidades brasileiras de encaminhar para os lixões os resíduos de podas de jardim também terá que acabar.
O que o programa mostra é uma alternativa econômica sustentável já em prática aqui no Distrito Federal. Em um sítio nos arredores da cidade do Paranoá, o produtor rural Dario Achkar emprega técnicas que permitem transformar os resíduos de podas em adubo orgânico de alta qualidade.
A equipe premiada é formada por:

Reportagem e Edição: Cesar Mendes;
Imagens: Carlos Alberto Pereira;
Auxiliar: Amaral Neto;
Finalização: Luciano  Barreto;
Produção: Marina Costa;
Estagiário: Talles Rezende.
As dificuldades para a implementação em todo o país das diretrizes previstas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos já foram tema de cinco audiências públicas no Senado, no âmbito da Subcomissão de Resíduos Sólidos. O  tema do programa se insere nesses debates. Os resíduos de podas de jardim, quando descartados de forma inadequada nos lixões, contribuem com a emissão de gás metano, um dos responsáveis pelo problema do aquecimento global. Por outro lado, se tratados adequadamente, com técnicas como as que o programa mostra, pode resultar na produção de adubo orgânico de qualidade, impulsionando a geração de renda.

No plenário do Senado Federal, a premiação foi ressaltada pela senadora Vanessa Graziotin.



Veja aqui a reportagem premiada



quarta-feira, 30 de abril de 2014

TV Senado exibe documentário sobre Luiz Carlos Prestes

“PRESTES  – CAVALEIRO DA ESPERANÇA”

Mito ou herói.
Luiz Carlos Prestes, defensor do ideal comunista, colocou suas convicções acima das questões pessoais. Viveu o comunismo e enquanto acreditou nele, foi até as últimas consequências em busca de uma sociedade mais igual.
“Prestes – Cavaleiro da Esperança” é um documentário da diretora Maria Maia, com duração de 40 minutos. O documentário vai ao ar na TV Senado no dia 1º  de maio e conta a história deste revolucionário e  suas tentativas para introduzir o comunismo no Brasil.
Prestes foi preso, exilado duas vezes, comandou a Coluna Prestes e perdeu sua primeira mulher, Olga Benário, assassinada numa câmara de gás nos campos de concentração nazista. Esses e mais outros fatos estão no documentário.
Nas vozes de filhos, da viúva Maria Prestes, de historiadores, de parentes e do próprio Prestes, Maria Maia narra a história deste cidadão do nascimento até a morte. 
A diretora passa por momentos da História do Brasil em que ele atua como protagonista e, outras vezes, como coadjuvante. Em todas as situações, Prestes se mantém fiel aos seus ideais, mesmo que para isso, fosse preciso viver na clandestinidade, longe dos filhos, mãe e esposa ou sofrer com exílio ou em prisões.
O documentário revela a vida de privações e de tormentos de Luiz Carlos Prestes em prol de uma causa maior: mais comida, educação e qualidade de vida para os brasileiros.


COMO SINTONIZAR A TV SENADO:

Canais: 07 NET, 118 SKY, 183 TVA, 903 Oi e 121 Via Embratel.
Em operação: Brasília Canal 51 UHF (Geradora da Rede) e 50.1 digital UHF; Gama (DF) Canal 36 UHF; São Paulo (SP) Canal 61.3 digital UHF; Salvador (BA) Canal 53 UHF; João Pessoa (PB) Canal 40 UHF; Recife (PE) Canal 55 UHF; Manaus (AM) Canal 57 UHF; Natal (RN) Canal 52 UHF; Macau (RN) TV 

sábado, 22 de fevereiro de 2014

TV E e FM Cultura do Rio Grande do Sul selecionam 98 Jornalistas e Radialistas

Do SJP-RS
A Fundação Cultural Piratini e a Fundação La Salle confirmaram a assinatura de contrato para a realização de concurso público para a TVE e FM Cultura, ambas do governo do estado do Rio Grande do Sul. 
São 98 vagas nas duas emissoras, além de formar cadastro reserva. Haverá cargos para a área jornalística, pararadialistas, para área administrativa e técnica. Os salários iniciais irão variar entre R$ 1.764,79 a R$ 3.375,30. 
Para jornalistas, existem 29 vagas, todas no nível de analista (17 identificadas como jornalista e 12 como repórter de rádio e tv). Há ainda uma vaga para Relações Públicas e outra para Publicitário.
JÁ SAIU O EDITAL COM AS REGRAS DO CONCURSO, PARA ACESSÁ-LO,
CLIQUE AQUI
As 98 vagas estão divididas conforme a tabela abaixo, em alguns casos, haverá cota para candidatos negros ou pardos ou portadores de deficiência física.
Analista
  • jornalista – 17 vagas;
  • repórter de rádio e TV – 12 vagas;
  • publicidade – 01 vaga;
  • relações públicas – 01 vaga;
  • produtor gráfico – 02 vagas;
  • administrador de Sistemas – 01 vaga;
  • advogado – 01 vaga; 
  • arquivista – 01 vaga;
  • captação de recursos e projetos culturais – 01 vaga;
  • criação e desenvolvimento em web e plataformas digitais – 01 vaga;
  • engenharia de software – 01 vaga;
  • engenharia em rádio e televisão – 01 vaga;
  • manutenção acervo e pesquisa – 01 vaga;
  • programador musical – 01 vaga;
  • psicólogo – 01 vaga; 
  • supervisor de programação – 02 vagas.

Agente Técnico
  • técnico em informática – 01 vaga;
  • técnico em manutenção e suporte de rádio e televisão – 04 vagas.

Agente Administrativo:
  • assistente administrativo – 09 vagas.

Agente operacional:
  • apoio e imagem – 01 vaga;
  • auxílio operacional – 02 vagas;
  • direção de imagem – 02 vagas;
  • edição e finalização de imagem – 04 vagas;
  • iluminação – 02 vagas;
  • locutor especializado – 04 vagas;
  • operador de áudio – 04 vagas;
  • operador de sinais – 01 vaga;
  • operador de sistemas – 02 vagas,
  • produtor executivo de rádio, TV e mídias digitais – 11 vagas; 
  • produtor musical – 01 vaga;
  • programação – 04 vagas;
  • sonoplasta – 01 vaga.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Jurista e deputado do PT defendem fim das transmissões ao vivo de julgamentos do STF pela TV Justiça

Por Chico Sant'Anna
O jurista Dalmde Abreu Dallari, professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e ilustre referência para o ensino e exercício do Direito no Brasil, publicou no Observatório da Imprensa um artigo bastante preocupante e ameaçador para aqueles que defendem a transparência das ações das instituições públicas do Brasil.
Com o título de “Publicidade, vedetismo e deslumbramento”, ele condena as transmissões ao vivo, pela TV Justiça, das sessões de julgamento do Supremo Tribunal Federal. No artigo, Dalari apoia o projeto-de-lei nº 7.004, proposto no ano passado pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP). O petista vai mais além do que a posição de Dalari. Ele quer vedar as transmissões ao vivo dos julgamentos do STF, bem como as transmissões de sessões gravadas daquelacorte e dos demais tribunais superiores. O deputado não permite nem gravações editadas,
Se a posição deles já estivessem em vigência, a sociedade brasileira não poderia ter assistido e acompanhando os votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal referentes ao julgamento da constitucionalidade da lei da Ficha Limpa, da autorização de pesquisas em células tronco e muito menos o julgamento do Mensalão.
Na prática, tanto o juristas quanto o parlamentar petista defendem uma espécie de lei da mordaça aos tribunais superiores e algo que poderíamos chamar de lei do tampão nos ouvidos e de venda nos olhos para a sociedade.
A postura dos dois, condena uma ferramenta de construção de cidadania que proporciona maior aproximação entre o cidadão e os poderes constituídos, ao assegurar transparência nas ações dos magistrados. Em tempos de rede social, o que o jurista defende é uma espécie de segredo de justiça a todas as ações do Poder Judiciário. A Justiça no Brasil sempre foi uma instância fechada, hermética, sem janelas ao cidadão. A implantação da TV Justiça, assim como foi a criação das TVs Senado e Câmara, foi um esforço de consolidação do processo democrático.
Na França, onde não existe TV Justiça, instituições corporativas ligadas ao mundo da Justiça e do Direito tentaram coibir, em 2005, a transmissão de uma CPI que investigava irregularidades no mundo judicial. Rotulavam as transmissões da CPI de “licnhamento midiático”.
Como pesquisador acadêmico, tive a oportunidade de escrever, sobre este caso,o artigo Visibilidade e espetacularização nos canais parlamentares Um olhar sobre as transmissões de CPIs no Brasil e na França. 
Se a censura às transmissões ao vivo se concretizar, como defendem Dalmo Dalari e Vicente Cândido, o Brasil estará vivenciando um grande retrocesso democrático e derepercussões inimagináveis.
Iniciativa desta grandeza pode levar o Legislativo a fazer o mesmo, deixando de transmitir votações deprojetos-de-lei, sessões de CPI e até mesmo de Conselhos de Ética das duas casas do Congresso e das diversas Assembléias Estaduais e Câmaras Municipais que possuem mídias legislativas, neste páis.
Estaráimaos, assim, retornando a uma realidade sombria de distanciamento entre a sociedade e os poderes constituídos, situação que o Brasil de hoje, que vai as ruas lutar pelos seus direitos, não aceitaria.

Leia abaixo o artigo do jurista Dalmo Dalari. 

STF NA TV

Publicidade, vedetismo e deslumbramento

Por Dalmo de Abreu Dallari, publicado originalmente, em 21/01/2013 na edição 782, do Observatório da Imprensa

A experiência que já se tem da transmissão ao vivo – ou, segundo a gíria dos meios de comunicação, da transmissão em tempo real – das sessões do Supremo Tribunal Federal deixa mais do que evidente que essa prática deve ser imediatamente eliminada, em benefício da prestação jurisdicional equilibrada, racional, sóbria, inspirada nos princípios jurídicos fundamentais e na busca da Justiça, sem a interferência nefasta de atrativos e desvios emocionais, ou de pressões de qualquer espécie, fatores que prejudicam ou anulam a independência, a serenidade e a imparcialidade do julgador.
A par disso, a suspensão da transmissão direta das sessões contribuirá para a preservação da autoridade do Supremo Tribunal Federal, livrando-o da louvação primária aos rompantes e destemperos emocionais e verbais de alguns ministros. A recreação proporcionada pela transmissão ao vivo das sessões do Supremo Tribunal equipara o acompanhamento das ações da Corte Suprema às manifestações de entusiasmo ou desagrado características das reações do grande público às exibições dos programas de televisão que buscam o envolvimento emocional dos telespectadores e a captação de consumidores para determinados produtos, recorrendo ao pitoresco ou à promoção de competições entre pessoas ou segmentos sociais sem maior preparo intelectual para a avaliação racional e crítica de disputas de qualquer natureza.
Como tem sido observado por estudiosos e conhecedores do Judiciário, o Brasil é o único país do mundo em que as sessões do Tribunal Superior são transmitidas ao vivo, proporcionando recreação aos que as assistem, pessoas que, na quase totalidade, não têm conhecimentos jurídicos e são incapazes de compreender e avaliar os argumentos dos julgadores e o real sentido das divergências que muitas vezes se manifestam durante o julgamento e que, em inúmeros casos, já descambaram para ofensas grosseiras e trocas de acusações absolutamente desrespeitosas entre os ministros do Supremo Tribunal Federal.
Diálogo áspero
A prática dessas transmissões teve início com a aprovação pelo Congresso Nacional da Lei nº 10.461, de 17 de maio de 2002, que introduziu um dispositivo na Lei n° 8.977, de 6 de janeiro de 1995, que dispõe sobre o serviço da TV a cabo. Foi, então, acrescentada uma inovação, que passou a ser o inciso “h” do artigo 23, estabelecendo que haverá “um canal reservado ao Supremo Tribunal Federal, para divulgação dos atos do Poder Judiciário e dos Serviços essenciais à Justiça”.
A utilização desse veículo de comunicação ganhou enorme ênfase, com absoluto desvirtuamento da idéia de serviço, quando assumiu a presidência do Supremo Tribunal o ministro Gilmar Mendes, que dirigiu a Suprema Corte de 2008 a 2010. Basta assinalar que no orçamento do STF para o ano de 2010 foram destinados 59 milhões de reais a “Comunicações Sociais”, quantia essa equivalente a 11% do orçamento total da Suprema Corte. Essa dotação superou em quase cinco vezes o orçamento anual do Tribunal Superior Eleitoral – e isso num ano eleitoral no Brasil, em que houve eleições de âmbito nacional.
Tem início, então, uma fase verdadeiramente degradante para a imagem da mais alta Corte do país, com o mais deslavado exibicionismo de alguns ministros e a transmissão, ao vivo de trocas de ofensas e de acusações grosseiras entre membros do Supremo Tribunal. Assim, em abril de 2010 ocorreu um diálogo extremamente áspero entre os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. No debate transmitido para todo o Brasil, este acusou Gilmar Mendes de ser um deslumbrado, um praticante do vedetismo, dizendo, textualmente: “Vossa Excelência está diariamente na mídia, dirigindo palavras ofensivas aos demais ministros e destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro”.
Dois anos depois, coube ao ministro Joaquim Barbosa presidir o Supremo Tribunal Federal e o que se tem observado, desde então, é que o vedetismo e o deslumbramento pelo prestígio entre os telespectadores, descaminhos que antes ele condenara, continuaram a marcar o desempenho do ocupante da direção da Suprema Corte e a ser a tônica na utilização do canal de televisão reservado ao Supremo Tribunal.

Linguagem elevada
Por tudo isso é merecedor do mais veemente apoio o Projeto de Lei nº 7.004, de 2013, proposto pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP). De acordo com esse projeto, o referido inciso “h” do artigo 23 da Lei nº 8.977 passará a ter a seguinte redação: “Um canal reservado ao Supremo Tribunal Federal para a divulgação dos atos do Poder Judiciário e dos seus trabalhos, sem transmissão ao vivo e sem edição de imagens sonoras das suas sessões e dos demais Tribunais Superiores”.
O projeto poderia ser mais veemente, dispondo textualmente: “Vedada a transmissão ao vivo”, mas esse é um pormenor. O que é de fundamental importância é a eliminação das degradantes e desmoralizadoras transmissões ao vivo das sessões do Supremo Tribunal Federal, restaurando-se na mais alta Corte brasileira uma atitude de sobriedade, de respeito recíproco entre seus integrantes, sem os desníveis estimulados pelo exibicionismo. E isso não trará o mínimo prejuízo para a prática da publicidade inerente ao Estado Democrático de Direito, que deverá ser ética, em linguagem elevada e respeitosa, transmitindo o essencial das decisões e dos argumentos dos ministros, inclusive das divergências, a fim de que prevaleçam os interesses da Justiça.
***
Dalmo de Abreu Dallari é jurista, professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo

terça-feira, 19 de novembro de 2013

TVs públicas e comunitárias: Senado estimulará adesão de prefeituras à rede nacional

Da Agência Senado
Apenas 145 dos mais de 5 mil municípios brasileiros já fizeram ao Ministério das Comunicações pedido de outorga para receberem o Canal da Cidadania, que integrará numa só rede emissoras mantidas por órgãos públicos e por instituições comunitárias. A inserção das TVs comunitárias nesse novo modelo foi tratada pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) em audiência pública nesta segunda-feira (18), quando os convidados destacaram a necessidade de divulgar nas prefeituras a importância de se pedir a outorga.
O Canal da Cidadania fará parte do conjunto de canais explorados por entes da administração pública dentro do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD). Com isso, poderá usar amultiprogramação possibilitada pelo novo modelo, com uma faixa de conteúdo específica para os poderes municipais; uma para os estaduais; e duas para associações comunitárias, responsáveis por veicular programação local.
– Trata-se de um canal aberto, dado, e as prefeituras terão prioridade até 18 de junho de 2014, quando a preferência passa aos estados. Por enquanto só os prefeitos podem pedir. É um direito dos municípios - afirmou Carlos Des Essarts, assessor técnico da liderança do PT no Senado e responsável por elaborar uma cartilha informativa para as prefeituras.
Recursos
De acordo com o jornalista Paulo Miranda, presidente da Associação Brasileira de Canais Comunitários, o Canal da Cidadania vai permitir a democratização das TVs comunitárias, hoje restritas a serviços por assinatura.
– Ainda estamos restritos aos guetos, presos ao cabo, mas estamos prestes a sair para a TV aberta, com a chegada do mundo digital – afirmou.
O acesso das TVs Comunitárias ao modelo de TV Digital – garantido pela Portaria 489/2012 do Ministério das comunicações  foi "uma grande vitória", segundo Paulo Miranda.
Todavia, diz ele, os canais enfrentam sérios problemas financeiros, o que dificulta colocar a programação no ar. Ele defendeu a criação do Fundo Nacional de Apoio e Desenvolvimento das TVs Comunitárias.
Otimismo
Apesar do baixo número de requisições por parte das prefeituras, o diretor da Secretaria de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Octávio Pieranti, disse estar otimista.
– Estamos viabilizando alternativa para um procedimento mais célere de outorga, mas o tempo de tramitação do pedido depende muito do município, que tem que apresentar toda a documentação de forma ágil. Há previsão de que em poucos anos um número significativo de cidades tenham o recurso. Estamos num momento de transição do analógico para a digital. Um novo tempo se abre, com a entrada da comunidade na televisão digital aberta no país. Temos que aproveitar a oportunidade – afirmou.
No momento, as prefeituras têm de apresentar uma lista extensa de documentos, entres os quais certidão negativa de débitos com o INSS.
Responsabilidade é dos prefeitos
No fim da audiência, a presidente da CDH, senadora Ana Rita (PT-ES) informou que a comissão apoiará a causa das TVs comunitárias e vai oficiar o Conselho Nacional de Comunicação do Congresso para que contemple as mídias alternativas com um assento no órgão.
Ela informou também que a CDH vai se corresponder com todos os prefeitos brasileiros para sensibilizá-los e alertá-los sobre o prazo do pedido de outorga.
– Os prefeitos são os principais atores deste processo e, se não abrirem essa porta, nenhuma associação poderá fazê-lo. Eles têm a responsabilidade de abrir a porta lá no município afirmou.
A reunião da CDH nesta manhã fez parte do Fórum Brasil 2013 – TVs Comunitárias em Primeiro Lugar, que termina amanhã em Brasília.
Mais informações sobre o evento estão no site www.forumabccom2013.com

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Rede Minas abre concurso para 78 vagas para profissionais de Comunicação Social

Foram abertas, dia 15, as inscrições ao concurso público para preenchimento de 203 vagas nos cargos de analista e técnico de TV da Fundação TV Minas Cultural e Educativa (Rede Minas). 
Ao todo, são 89 oportunidades para formação superior e outras 114 para nível técnico. Todas as vagas são para a capital, Belo Horizonte.
O governo de Minas Gerais editou um decreto definindo as atribuições de nível técnico e superior. Os profissionais de imprensa, relações públicas, publicidade e marketing serão agrupados na categoria Analista de TV, cujas atribuições podem ser verificadas aqui.
Do total de vagas ofertadas, 78 são para profissionais com formação em Comunicação Social, nas áreas de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Marketing e Áudio Visual. Para todas elas se exige formação acadêmica. Também será exigido formação em Comunicação para o desempenho da função de repórter cinematográfico. Para esta função, estão sendo oferecidas 13 vagas. 
Confira aqui a relação de vagas e pré-requyisitos para cada um dos cargos.
A remuneração inicial é de R$ 2.183,00 para analistas e R$ 1.273,00 para técnicos, ambos com jornada de trabalho de 40 horas semanais.

As inscrições seguem até 14/11 pelo sítioe Gestão de Concursos, da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa. A taxa é R$ 80 para analista e R$ 60 para técnico.
De acordo com o edital de abertura, haverá provas objetivas e dissertativas, com data de aplicação prevista para 15 de dezembro, além de avaliação prática e de títulos.