Do Meio & Mensagem
Governo conservador recém-eleito admitiu que a maior rede de
televisão pública do mundo pode ser menor e mais barata.
Referência mundial em qualidade e em formato de televisão
pública, o modelo da BBC foi posto em xeque. O secretário de mídia britânico,
John Whittingdale, disse no Parlamento britânico que começou a analisar a
escala e a abrangência da BBC por meio de um grande estudo que antecede a
renovação do alvará da emissora, que vence em 2016. “Precisamos nos perguntar
se a BBC deve ser tudo para todos e em todas as plataformas ou deveria ter uma
missão mais bem definida e precisa”, destacou Whittingdale.
Comerciais
Entre as revisões que poderão ser feitas estão a forma de
financiamento, a escala de produção e uma supervisão mais rigorosa por parte de
uma nova agência reguladora. Naturalmente, o governo atual deve esbarrar na
popularidade da empresa. A tentativa em mexer com uma instituição de 92 anos de
existência deve gerar repercussões polêmicas. De um lado, estão os defensores
do modelo da BBC, de outro, aqueles que acreditam, que ela é uma organização
burocratizada, inchada e responsável por sufocar a concorrência privada.
A BBC é mantida por uma taxa de licença para por todas as
famílias com televisão. A emissora emprega mais de 19 mil pessoas e teve um
custo operacionais de 5 bilhões de libras esterlinas entre 2014 e 2015. No
início do mês, a emissora demitiu cerca de mil funcionários. Os cortes foram
feitos para compensar um prejuízo estimado em aproximadamente R$ 730 milhões.
Em comunicado, a emissora afirmou que o corte em massa é resultado da mudança
de hábito dos telespectadores, que trocaram a televisão pela internet – cada
domicílio britânico com um aparelho de televisão paga à emissora pública cerca
de 150 libras por ano. "A receita com taxa de licença em 2016/17 prevê
arrecadar 150 milhões de libras a menos do que o esperado em 2011", disse
a BBC.
O corte abrange os departamentos de marketing, comunicação,
finanças, RH, TI e jurídico. De acordo com informações da Reuters, 69% dos
adultos britânicos assistem à TV ao vivo. Em relação aos jovens, metade já
prefere usar dispositivos móveis com acesso online. Tony Hall, diretor-geral do
grupo britânico, enviou um email aos funcionários informando a decisão. Segundo
o The Guardian, o executivo ressaltou que “em tempos de escolhas muito
difíceis, a prioridade é concentrar no fornecimento de conteúdo para todos os
públicos. Eles são a razão da nossa existência. Não devemos
decepcioná-los", disse.
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