Caros leitores e leitoras.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Vagas para profissionais de Comunicação em Brasília

O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo - Sescoop abriu processo seletivo para a contratação de pessoal e formação de cadastro reserva. No campo da Comunicação Social há vagas nas funções de analista de Comunicação Social, analista de Comunicação Visual e analista de Marketing.
A contratação é sob o regime celetista e o salário inicial de analista é de R$ 6.487,09, acrescidos de vale-transporte,auxílio-alimentação,assistência médico-odontológica, seguro de vida e auxílio creche.
As inscrições vão de 24/8 a 7/9 e os interessados devem acessar aqui para tomar conhecimento dos detalhes da seleção e realizar a inscrição.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A propósito da decapitação de James Foley

O grupo Estado Islâmico (EI) recorreu às redes sociais para divulgar a decapitação do jornalista dos Estados Unidos, James Foley. Um acto criminoso, horrendo, primário e seu lá que mais. Inqualificável... Que outros adjectivos podem sem aplicados? Tantos!
Houve órgãos de informação em todo o mundo que publicaram fotos e/ou frames do vídeo. Outros ficaram-se pela fotos, muitos deles aquela onde ele aparece de veste cor de laranja e cabelo rapado, tendo por trás um militante do EI, que o agarra com a mão direita e ostenta a faca na esquerda, dirigindo-se ao presidente dos EUA, Barack Obama, antes de executar uma vítima inocente, a quem a veste cor de laranja e o cabelo rapado lhe retiram até o direito à auto-estima e à dignidade.
Vi a foto, mas recuso-me a ver o vídeo, este e outros que têm sido divulgados nas redes sociais, em operações de macabra propaganda de grupos terroristas e de gente sem pingo de escrúpulo, para quem a vida humana nada vale.
... E questiono-me se devem os órgãos de informação divulgar tais imagens (fotografias e/ou vídeos?). Entendo que não, mas estou seguro de que não falta quem pense o contrário. E defenda, até, que não divulgá-las cai no campo da censura.
O Twitter fez saber que tem eliminado essas fotos/vídeos, bem como todos aqueles que recorrem a esta rede social para divulgá-las, mas, mesmo assim, o que este caso revela, tal como outros anteriores, e os que virão é prova que a ausência de filtros tudo permite nelas. Incluindo, claro, o que há de mais brutal, inqualificável e condenável.
Tenho, para mim, que os media que divulgam tais imagens, divorciando-se do respeito pela ética social, tal como o jornalistas do respeito pela deontologia da profissão, passam a ser co-responsáveis pela banalização da violência, do crime e do terrorismo. E, contudo, é também legítimo admitir que, se cidadãos e órgãos de informação impusessem a eles próprios limitações à liberdade de informação, isso significaria também uma vitória para os terroristas.
Mesmo assim, e reconhecendo embora que a guerra tem outras imagens violentas – porque a guerra é violência – continuo a pensar que, em casos como este, sejam as vítimas cidadãos dos Estados Unidos ou da Síria, de Israel ou da Palestina, portugueses ou chineses, jornalistas ou religiosos, voluntários de causas humanitárias ou homens de negócios, é urgente e imperioso que os jornalistas e os media não se deixem levar pela vertigem da comunicação e pensem sempre na informação jornalística, que não são necessariamente a mesma coisa. Desde logo, porque o que importa é fazer com que fique na memória de todos o trabalho de James Foley, neste caso, como de outros antes dele e dos que, infelizmente, lhe sucederão, e não os criminosos actos de terroristas.
Uma sociedade mal-formada será sempre pouco exigente com a informação jornalística, se é que não a despreza mesmo. E divulgar fotos e vídeos como estes não vai melhorar a consciência do cidadão nem a sociedade. Desde logo, porque também não é com recurso às armas que poderá ser posto fim a este terrorismo informativo.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

'Lei de Meios' mexicana apresenta avanços, mas consolida monopólio no setor

Por Vanessa Martina Silva, do Ópera Mundi
A nova Lei de Telecomunicações do México entra em vigor nesta quinta-feira (14/08). O projeto foi criado para, entre outros aspectos, tentar regular e limitar a atuação de grandes empresas do setor, principalmente a América Móvil, de Carlos Slim, e a maior rede de televisão do país, aTelevisa. Na avaliação de comunicadores de México e Brasil, no entanto, o texto não democratiza os meios de comunicação, nem avança para acabar com os monopólios do setor, além de conter aspectos considerados “antidemocráticos”.
A lei, sancionada pelo presidente Enrique Peña Nieto, também prevê que a entrada de novos competidores seja facilitada, tanto no ramo da telefonia, como da TV paga, e a consolidação de direitos dos consumidores. A reforma do setor foi impulsionada no marco do Pacto pelo México, um acordo entre o governo e os partidos da oposição, que posteriormente foi desfeito, dificultando a tramitação do projeto, aprovado sem consenso.

O texto que substitui o marco regulatório de 1995 em matéria de Telecomunicações e o de Rádio e Televisão, de 1960, foi criado com o objetivo de “ampliar a cobertura de serviços como banda larga, televisão e telefonia, com melhores preços e maior qualidade para os mexicanos”.
Reforma prejudica meios comunitários e “aumenta a concentração”, ao contrário do “discurso oficial que diz que vai democratizá-los”, avaliam especialistas
Flickr/Marte Merlos

Em 2012, estudantes, ocuparam a sede da Televisa para protestar contra o suposto favorecimento do candidato Enrique Peña Nieto
Para Pedro Ortiz, professor da Cásper Líbero, documentarista e diretor de TV, a lei apresenta avanços na medida em que define uma legislação específica na área de comunicação. “As novas leis têm pontos positivos, pois tratam de aspectos e setores que estavam totalmente desregulados ou com grande concentração, como a telefonia móvel, a internet e a radiodifusão (TV e rádio abertas)”.
O representante do México da Amarc (Associação Mundial de Rádios Comunitárias), Héctor Camero Haro, também reconhece os avanços trazidos pelo novo código, mas os classifica de “milimétricos”. A grande novidade, segundo ele, é que “antes da reforma de 2013, sequer existíamos na lei. [As rádios comunitárias] eram colocadas em outras categorias, como culturais. Nosso caráter não era reconhecido. Agora, com a aprovação, temos o reconhecimento constitucional”, ressalta.
Regulação do mercado
A oposição mexicana, no entanto, tem denunciado que o texto permite o controle do capital externo sobre segmentos estratégicos da comunicação no país, beneficia grandes grupos de comunicação e ainda abre a “possibilidade de uma maior concentração e propriedade ‘cruzada’ sobre os meios de comunicação”, acrescenta Ortiz.
No início das discussões, a nova lei era vista como um instrumento para regular os monopólios controlados por Carlos Slim, da América Móvil (no Brasil, Claro, Embratel e NET), e Emilio Azcárraga, dono da Televisa.
A imprensa mexicana chegou a denunciar que o instrumento legal estaria sendo formulado para prejudicar Slim, que seria impedido de operar no mercado de TV por assinatura. O magnata da mídia, no entanto, anunciou recentemente a desincorporação de ativos de sua empresa para um operador independente, o que o permitirá ingressar neste mercado.
Já a Televisa não terá qualquer limitação, podendo crescer ainda mais no mercado de TV paga, setor com grande potencialidade de expansão no país.
Na opinião do jornalista mexicano Miguel Ángel Ferrer Hernández, a lei regulamenta o que poderia ser uma “disputa fora de controle” entre essas empresas, mas no fim, “ninguém saiu perdendo”. “A realidade é que a Lei de Telecomunicações surgiu para atuar como árbitro dos grandes consórcios de comunicação. Ao contrário do discurso oficial que diz que vai democratizá-los, ela aumenta a concentração, não tem nada a ver com democratização, dos meios, da cultura”, afirmou.
O professor da UFF (Universidade Federal Fluminense) e jornalista Dênis de Moraes, autor do livro “A Batalha da Mídia”, concorda: “o fato é que [a lei mexicana] é voltada para a competição de mercado, e não para o direito à comunicação e ao pluralismo efetivo”.
Linhas gerais
Para os consumidores, o benefício trazido pela nova lei é a proibição da cobrança de chamadas de longa distância nacional, tanto na telefonia fixa quanto móvel. As empresas também deverão garantir a portabilidade de números telefônicos de forma gratuita.
A legislação traz uma seção com direitos das audiências, o que inclui receber conteúdos que respeitem os direitos humanos e determina que todos os concessionários de rádio e televisão deverão elaborar códigos de ética de acordo com os critérios do Instituto Federal de Telecomunicações. Também prevê que os meios tenham uma pessoa responsável por atender as queixas dos telespectadores e ouvintes, uma espécie de “auditoria”, e cria o Sistema Público de Radiodifusão do Estado Mexicano.
Flicker/ Eruviel
Peña Nieto durante a promulgação da Reforma Constitucional em matéria de comunicações em 2013
Essas medidas são pontos a serem destacados, ressalta Pedro Ortiz ao lembrar que o Brasil, por exemplo, ainda não tem um sistema público de radiodifusão e apresenta “algumas leis do setor defasadas, que chegam a ser anacrônicas”.
Mas o texto também tem pontos que foram amplamente criticados. Dentre eles, a aprovação de que as concessionárias de telefonia mantenham o registro das comunicações dos usuários por pelo menos dois anos. O registro deve conter nome e domicílio, tipo de comunicação, número de destino, data, hora e duração da ligação, dados que podem ser requisitados na Justiça.
Outro ponto controverso é que autoridades poderão pedir que um concessionário localize, em tempo real, um telefone celular, sem a necessidade de um mandato judicial.
Diante desses pontos considerados críticos, a Amarc e outras organizações sociais anunciaram que vão recorrer a um instrumento da Justiça mexicana chamado “amparo” para denunciar pontos da lei que, na avaliação desses movimentos, violam os direitos humanos.
Setores comunitários e populares
Na última década, leis que buscam regulamentar e democratizar o setor avançaram em países como Venezuela, Equador, Argentina, Uruguai e Bolívia. A partir dessas políticas, houve um franco crescimento de rádios e TVS comunitárias, além do incremento dos setores públicos de comunicação, o que, em linhas gerais, aponta para um maior acesso da população a informações diversificadas, oriundas de fontes alternativas aos monopólios midiáticos.
Divulgação/ Facebook
Fachada da Rádio Terra e Liberdade em León
Denis de Moraes, que pesquisa os marcos regulatórios da comunicação na América Latina, ressalta que a lei mexicana não vai por este caminho, pois “não tem a configuração equitativa das leis de [meios aprovadas de] Argentina, Equador e Uruguai, que definem que um terço da radiodifusão sob concessão pública seja destinado para cada setor envolvido: estatal/público, privado/lucrativo e social/comunitário”.
Quando se iniciou o debate em torno da lei, existia grande expectativa por parte de setores indígenas, camponeses e outros movimentos sociais de que, com a reforma, as rádios comunitárias se tornassem autossustentáveis, “com possibilidade de acesso e expressão autônoma dos povos indígenas, mas isso não se cumpriu com a reforma da lei secundária”, conta Héctor Haro.
Dessa forma, “os meios comunitários, universitários, de sindicatos e indígenas ficaram fora da jogada. Agora eles terão mais dificuldade de emitir sinal e [ao fazê-lo sem autorização], correm o risco de serem detidos”, acrescentou.
Além disso, na visão das rádios comunitárias, a lei possui um caráter discriminatório, por colocar os indígenas sob a tutela da Comissão Nacional dos Povos Indígenas, “organismo estatal burocrático” que não os permite operar seus próprios meios “como determina a Constituição”, argumenta o dirigente. Outro ponto criticado foi a destinação de somente 10% do espectro eletromagnético para as rádios comunitárias, quando o esperado era 30%.
Mas um dos pontos mais controversos para as comunitárias é a questão da captação de recursos. “Esperávamos poder contar com financiamento misto, que permitisse ter espaços de publicidade, considerando que fazemos um serviço de interesse da comunidade." Héctor explica ainda que esse financiamento não significaria lucro, uma vez que o dinheiro seria “colocado a serviço da operação da rádio”. Mesmo assim, foi autorizado apenas o financiamento público. Os comunicadores populares argumentam, no entanto, que “com os antecedentes que têm o Estado mexicano, temos o temor de que queiram com esses fundos públicos limitar o direito à expressão”.
Cerco e repressão
O temor relatado por Héctor se justifica com a perseguição vivida pelos comunicadores comunitários e populares no país. Segundo ele, a nova lei “reforça as medidas de castigo contra os meios que não têm permissão” para operar. A chamada Lei Geral dos Bens Nacionais, criada durante o governo de Felipe Calderón (2006-2012), determina pena de dois anos de prisão a quem fizer uso do espectro sem a devida autorização. O próprio Héctor foi alvo desta medida, como ele conta neste documentário (em espanhol):

A luta por terra e garantia de direitos dos trabalhadores de Monterrey fez com que surgisse a necessidade de uma rádio comunitária para difundir as necessidades daquela região, que começou a operar em 2001. Por não ter permissão para a transmissão, a secretaria do governo local “desmantelou nosso equipamento e começou um julgamento contra nós” em 2008. Héctor foi o primeiro caso julgado no marco da Lei de Bens Nacionais. A repressão às manifestações de comunicadores sociais, no entanto, não é exceção, e “costuma ocorrer periodicamente” no México, afirma o líder da Amarc.

sábado, 16 de agosto de 2014

Opinião: Carta Capital: quanto valem estes 20 anos?

Capas de Carta Capital ao longo desses 20 anos (Arte CartaCapital)
Carta Capital faz aniversário depois de duas décadas a nadar contra a corrente diante de caluniadores dados à concorrência desleal

Por Mino Carta

Esta é a edição do 20º aniversário de Carta Capital. A ocasião oferece óbvios motivos de satisfação a quem a publica e aos seus leitores. Mas a fatalidade interfere com indiferença feroz na vida do País e lança uma sombra de profunda tristeza sobre nossa celebração. 
Estamos envolvidos no pesar da nação, golpeada pelo desaparecimento de Eduardo Campos, o jovem líder pernambucano herdeiro de notáveis tradições, candidato à Presidência da República nas próximas eleições, já intérprete de um papel importante e certamente destinado a um futuro decisivo na política brasileira.
Tratava-se de um amigo verdadeiro de Carta Capital, de cujos debates capitais participou mais de uma vez, a última em março passado, ao lado de Paul Krugman e Delfim Netto, entre outros. Saiu-se com brilho. Falava com fluência e clareza, tinha ideias e ideais. Almoçamos lado a lado no intervalo do evento, como se dera, anos atrás, no Recife, no encantador Leite no centro da cidade. Grande e forte, cavalheiro cortês, os olhos o traíam, de certa forma, mostravam energia irresistível, impulso avassalador. Assim dele me lembrarei.
Entristeceu-me, no começo oficial da campanha eleitoral, quando Carta Capital definiu seu apoio à reeleição de Dilma Rousseff, o dissabor que Eduardo fez chegar aos meus ouvidos, na crença de ter sido apontado como candidato da direita. Entendera mal. Entre os motivos de nossa escolha estava a percepção de que ele, a despeito de suas crenças sinceras, acabaria tragado pela virulenta campanha anti-Dilma, anti-Lula, anti-PT, desfechada desde sempre pela mídia nativa, de sorte a trazer para o lado da reação quem se opusesse aos alvos do seu ódio. Não tive a oportunidade, infelizmente, de explicar as nossas razões.

A vida, bem sabemos, é um átimo imensurável, a não ser, talvez, pelos pés alados de Hermes. Sobra a memória, caminhada para trás nem sempre feliz. Mesmo as boas lembranças carregam a saudade de nós mesmos. E então me vem à mente uma reunião de junho de 1994 na sala de estar da minha casa. Lá estavam Nelson Letaif, George Duque Estrada, Bob Fernandes, Wagner Carelli. Falava-se do projeto de uma revista ainda sem nome. Tomávamos vinho branco.
Vínhamos de experiências comuns em épocas diversas, sedimentadas por Bob, Nelson e Wagner na redação de Isto É, da qual havíamos saído em turvas circunstanciais. Outra figura da turma, a minha fiel secretária Mara Lúcia da Silva, para quem telefonei no dia seguinte. “Mantenha-se de prontidão – avisei –, a revista vai sair.” Telefonei também para os eternos amigos fraternos, Luiz Gonzaga Bel­luzzo e Raymundo Faoro para comunicar o que me parecia ser boa-nova. Por mais de duas décadas, contávamos com eles como conselheiros e colaboradores.
Mensal, a publicação, que os recursos não permitiam voos mais amplos. Nascia de uma ideia inicial de Andrea Carta, meu sobrinho, então diretor da Carta Editorial, fundada por meu irmão em agosto de 1976. Andrea imaginava uma revista de Economia e Negócios, disse a ele que esta eu não saberia fazer. Propus uma publicação para fiscalizar o poder onde quer que se manifestasse, na política, na economia e na cultura. Concordou. Muitas mudanças se deram ao longo do caminho, porque a revista ganhou corpo e fôlego. O que nunca mudou foi a linha editorial.
Mensal, de meados de agosto de 1994 a março de 1996. Quinzenal até agosto de 2001. Enfim semanal de uma nova editora batizada Confiança, ousada aventura, estranhamente confiante, conduzida por dois cidadãos desprovidos de qualquer vocação empresarial. Felizmente, contamos com a competência comercial e administrativa da equipe comandada por Manuela Carta e, anos depois, também por Luís Moraes. E, enfim, com a entrada em cena de um novo sócio sabedor das coisas, Eduardo da Rocha Azevedo.
Nem todos os fundadores estão aqui hoje. Outros jornalistas vieram, afinados com o projeto capaz de se opor ao pensamento único para defender o seu, insólito no panorama. Ou, por outra, a denunciar a permanência insuportável, a resistência implacável da casa-grande e da senzala, a precipitar um desequilíbrio social monstruoso. Se houve melhoras com os governos Lula e Dilma, e as houve, não foram suficientes. E, como a mídia nativa se empenha em demonstrar diariamente, a mentalidade dos senhores fica intocada, infensa ao mais tímido exame de consciência.
De todo modo, mantenho viva a convicção de que a atual Carta Capital é a melhor entre as publicações que tive a honra e o prazer de dirigir. Obra coletiva de uma redação impecável, encabeçada pe­­lo redator-chefe Sergio Lirio.
O tempo é invenção do homem, e se sujeita a adquirir dimensões diferentes. Quanto valem 20 anos de vida de uma revista que nada contra a corrente, obviamente incompreendida por muitos leitores dos jornalões e dos semanalões, constantemente alvejada pelos escribas dos donos da casa-grande e hostilizada pelos sabujos que chamam o patrão de colega? Creio que valham mais do que quantos foram vividos por escribas e sabujos, e seus patrões.
Este é um dia feliz. Mas é também muito triste, Eduardo Campos vai fazer falta. Ao acima assinado, por exemplo. E ao Brasil.

Ventania tira do ar a Rádio Cultura FM 100,9, do DF


Os estúdios da Rádio Cultura FM de Brasília

perderam o contato com a antena
transmissora após uma forte ventania.

Com base no Jornal do Romário


Uma forte ventania virou a antena da  Rádio Cultura FM 100,9 para sudoeste quebrando a conexão (link) com os estúdios da emissora pública do Distrito Federal. A antena está instalada no teto do Edifício Anexo do Palácio Buriti localizado no Eixo Monumental e os estúdios estão no Espaço Renato Russo,na Avenida W.3, quadra 508 Sul, cerca de sete quilômetros de distância,em linha reta.
Segundo a direção da emissora,ela saiu do às 22h23 de sexta-feira,15/8, e deverá permanecer assim até segunda feira, quando os problemas técnicos deverão estar solucionados. A situação se agravou porque a única equipe de técnicos que faz esse tipo de trabalho em Brasília está fora da cidade. 
As dificuldades atuais com a manutenção da emissora do ar poderão ser diminuídas se os transmissores e a antena forem transferidos para a Torre de Televisão de Brasília, lugar adequado para o seu funcionamento. Essa possibilidade está em estudo na Secretaria de Cultura,titular da emissora.

Colômbia: Um país perigoso para jornalista



Da Prensa Latina.

O defensor do povo, Jorge Armando Otálora, denunciou que o número de jornalistas colombianos ameaçados de morte cresceu para 93 no curso deste ano, um número que para ele causa preocupação. 
Segundo detalhou, 56 desses casos foram catalogados como extraordinários e 37 como ordinários, enquanto que em 2013 foram analisados apenas 42.
As ameaças e intimidações ocorreram com maior frequência em Bogotá, Vale do Cauca, Antioquia e Arauca.
Otálora anunciou que a Defensoria se reunirá com a força pública e com o Ministério do Interior nos próximos dias, para determinar as causas desse aumento.
Um dos casos mais recentes foi o do jornalista Luis Carlos Cervantes, diretor da emissora de rádio Morena F.M no município antioqueno de Taraza, assassinado na última terça-feira por desconhecidos que o interceptaram e o balearam quando ele viajava de motocicleta.
Cervantes tinha apresentado à Promotoria uma denúncia por frequentes intimidações telefônicas e, por causa disso, a Unidade Nacional de Proteção ligada ao Ministério do Interior lhe forneceu um esquema de segurança.
Contudo escolta foi retirada dias antes dos fatos, depois de um estudo de risco segundo o qual o perigo que ele corria era de baixo nível.
A Associação de Jornalistas de Antioquia condenou o crime e destacou que há um mês tinha alertado sobre as contínuas ameaças sofridas por Cervantes.
"A vida de um jornalista foi perdida pela incapacidade das autoridades de proteger os que denunciam. Exigimos justiça", escreveu essa organização em sua conta no Twitter.
O Escritório na Colômbia do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos repudiou o assassinato e pediu à Promotoria que dê "prioridade à investigação e a punição pelas ameaças, atentados e crimes contra jornalistas e defensores de direitos humanos, já que a impunidade é o principal motivo para que este tipo de ataque continue"
A situação é inquietante também no Baixo Cauca, sul do país, onde pelo menos oito comunicadores estão ameaçados por grupos criminosos.
Assim confirmaram Léiderman Ortiz Berrío e Eder Narváez, dois dos ameaçados por supostos membros do grupo criminoso Los Rastrojos, devido ao seu trabalho informativo e investigativo na região.
Segundo ambos, o assassinato de Cervantes revelou o complexo panorama enfrentado pelos profissionais do setor nessa zona, onde são vítimas de constantes hostilidades e perseguições.
De acordo com cifras oficiais, mais de 130 repórteres foram assassinados neste país sul-americano nos últimos 30 anos e muitos dos crimes permanecem até agora na mais absoluta impunidade.
A Federação Internacional para a Liberdade de Imprensa (FLIP) cataloga a Colômbia como o país mais arriscado para o exercício dessa profissão.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Diploma: Conselho de Comunicação aprova exigência de formação acadêmica para Jornalista

Da Agência Senado

O Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional (CCS) aprovou, nesta quarta-feira (6/8), parecer favorável apresentado pelo conselheiro Celso Augusto Schröeder às Propostas de Emenda à Constituição 33/2009 e 386/2009, que determinam a exigência de diploma para exercício da profissão de jornalista.
Item mais polêmico da pauta, o parecer recebeu seis votos favoráveis e quatro contrários. O assunto já havia sido debatido na Comissão Temática da Liberdade de Expressão do Conselho de Comunicação Social, que se manifestou contra a obrigatoriedade do diploma, baseando-se em argumentação apresentada pelos conselheiros Alexandre Jobim e Ronaldo Lemos.
O exercício profissional do jornalismo é regulamentado peloDecreto-Lei 972/69, por sua vez regulamentado pelo Decreto 83.284/79. A regulamentação da profissão previa a formação de nível superior específica em Jornalismo como requisito para o exercício profissional, mas foi modificada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou a exigência inconstitucional.
Segundo Schröeder, que preside a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), enquanto foi norma no Brasil, a exigência da formação nunca impediu o direito à opinião e à livre manifestação do pensamento, nem a colaboração, especializada ou não, nos meios de comunicação social.
- Vale ressaltar, ainda, que os parlamentares estão exercendo a função para a qual foram eleitos: legislar, inclusive modificando a Constituição Federal, naquilo que for necessário para o ordenamento constitucional e infraconstitucional, com vistas ao aperfeiçoamento da democracia brasileira – afirma.
Favorável à exigência do diploma, o vice-presidente do conselho, Fernando César Mesquita, atua no jornalismo desde os 15 anos de idade, antes mesmo da regulamentação da profissão. Ele argumentou que a formação é um instrumento importante, inclusive para ampliar os horizontes do profissional.
- Até porque as novas mídias precisam de muita atenção e cuidado – ponderou.
As Propostas de Emenda à Constituição 33 e 386/2009 ainda aguardam aprovação na Câmara dos Deputados.

Pesquisa busca mapear práticas juvenis na internet

Por Dione Moura

Nessa semana, no dia 12/08/2014, a Rede Brasil Conectado, um grupo formado por pesquisadores de universidades de todo o país, lançou o Questionário da Pesquisa Nacional Jovem e Consumo Midiático em Tempos de Convergência. O estudo mapeia o consumo dos meios de comunicação, com ênfase em plataformas digitais, para investigar as práticas, fluxos e rituais de jovens entre 18 e 24 anos na internet e pretende reunir as respostas de milhares de pessoas.
O questionário envolve perguntas sobre o uso de redes sociais, dispositivos móveis e aplicativos, visando comparar resultados das diferentes regiões, a fim de conhecer a diversidade brasileira.
A página do questionário estará disponível no endereço eletrônico da Rede Brasil Conectado: www.redebrasilconectado.com.br
A Rede é coordenada pela professora Nilda Jacks, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e conta com equipes em 26 estados mais o Distrito Federal. A pesquisa foi iniciada em 2012 e já mapeou as práticas de consumo cultural e midiático de jovens da classe C, bem como suas atividades no Facebook. O questionário que será lançado é a última etapa da investigação que pretende construir um mapa das relações entre os jovens e a mídia.

Os resultados da pesquisa serão amplamente divulgados em 2015.
Mais informações,clique aqui.