Mover
o passado para reescrever o futuro
“Móvel é o passado” conta a saga do
recém aposentado, funcionário público, 60 anos, Ronaldo Teixeira, que a
princípio se assusta com as incertezas da vida de pijama, ou seja, do futuro
que o espera, e resolve mexer com o próprio passado, retornando à cidade natal,
no interior de Minas Gerais, de onde saiu pela porta dos fundos há quarenta
anos, para nunca mais voltar, ou dar notícias suas.
O livro conta uma história
contemporânea, sem preocupação, no entanto, em situar o leitor em espaços e
contextos geográficos, para, propositadamente, instigá-lo a trabalhar a
imaginação e até a movimentar o seu próprio passado, enquanto viaja com o
personagem principal.
O que ele descobre em seu regresso
às origens, no reencontro com sua terra natal e com conterrâneos, é que o
passado que ficou arquivado na gaveta mais remota de sua memória, não é aquele
que as pessoas que lá ficaram, conhecendo-o ou não, construíram a seu respeito
a partir de fragmentos, dentro de um contexto social perversamente conservador.
- Não nos damos conta de como
aquilo que vivemos, em determinado momento de nossas vidas, pode perder a
importância para nós mesmos, mas conservar relevância e influência para outras
pessoas que sequer imaginamos que ainda existam ou que se lembrem de nós, tal
como lembramo-nos, ou não, delas – diz São Pedro.
Com a volta ao passado, Ronaldo
Teixeira reincorpora ou incorpora à sua vida um conjunto de personagens
marcados por traços de caracteres diversificados, porém, na sua maioria, unidos
por laços familiares.
Ele vai construindo assim
relacionamentos não consentidos, reprimidos e ocultos, que se revelam na medida
em que ele se torna um verdadeiro investigador de si e mergulha naquele
universo que se identifica com ele mais do que imaginava.
- No princípio ele se assusta com o
que começa a descobrir. Quando entende o que se passa, ele pensa em recuar. Mas
instigado pela curiosidade e pelo próprio medo de fugir, levando dúvidas que o
atormentariam para sempre, resolve encarar os fatos e se surpreende, ora
positiva, ora negativamente – diz Joaquim São Pedro.
No meio daquele turbilhão de
descobertas e emoções, Ronaldo se dá conta de que a volta à velha rotina, se
acontecer e em que circunstância acontecerá, não se dará da mesma forma como
quando partiu em busca do seu passado, incomodado que estava com o seu
presente, e inquieto e ansioso por um futuro mais equilibrado e com emoções
renovadas.
Joaquim é autor ainda do romance “Carugurací – Cidade Solidão” e do livro de contos “Amor de BR”. |
Sobre o autor:
“Móvel é o passado” é o terceiro
trabalho literário do jornalista Joaquim São Pedro, 58 anos. Mineiro de
Cataguases, criado no Rio de Janeiro e radicado em Brasília há vinte e um anos.
Joaquim São Pedro participará da
Feira do Livro de Brasília, que este ano acontecerá entre os dias 16 e 24 de
julho, no Centro de Convenções. No dia 20, ele estará no stand da editora Arco
Iris, numa parceria com a Outubro, autografando o seu livro.
Joaquim é autor ainda do romance
“Carugurací – Cidade Solidão” e do livro de contos “Amor de BR”. Esta é, porém,
a primeira parceria do autor com a Outubro edições, editora de Brasília,
comandada pela jornalista e escritora Clara Arreguy.
- Fiquei muito feliz com o trabalho
da Outubro, cuidadosa com tudo, desde a edição, com uma diagramação arejada, e
acabamento de muito bom gosto. Acho que as pessoas que gostam de ler uma história,
em ordem cronológica, com princípio, meio e fim, vão gostar e se identificar
com a trajetória de um personagem que tem muito a ver com cada um de nós,
quando sentimos inquietações e resolvemos mexer com algo em nossas vidas, neste
caso, com o passado – diz o autor.
Ficha técnica:
Título: Móvel é o passado - Autor:
Joaquim São Pedro
Editora: Outubro Edições.
Ano: 2016
Editora: Outubro Edições.
Ano: 2016