Por Altamiro Borges, em Patria Latina
O jornalista Ricardo Feltrin, editor de entretenimento da Folha, publicou na sexta (01) uma nota bombástica sobre a queda de audiência da poderosa TV Globo:
"A Globo viu seu ibope em junho crescer 0,4 ponto na Grande São Paulo em relação a maio: de 16,6 para 17 pontos. Mesmo assim a emissora teve o menor ibope já registrado nesse mês, desde que a audiência das TVs passou a ser medida, em 1970. O resultado vale para a chamada faixa comercial, das 7h à 0h.
Até então, junho de 2008 fora o pior de todos, com média de 17,1 pontos. Historicamente, junho é um dos meses em que as TVs estão mais ligadas, e quando há mais pessoas diante dos aparelhos. A equação frio + mês de provas + poupar dinheiro para as férias iminentes faz com que, na média, 43% das TVs estejam ligadas - um dos índices mais altos em situação de normalidade (quando não há grandes catástrofes ou competições).
Para efeito de comparação, em junho do ano passado a Globo marcou 18,5 pontos, mas então havia a Copa da África - que, curiosamente, também não elevou o ibope da emissora em relação ao junho anterior (2009), quando também havia marcado 18,5 pontos".
O gráfico que acompanha a matéria é ainda mais impressionante. Mostra que a audiência da TV Globo está definhando de forma acelerada. Em 2006, apenas quatro anos atrás, a média foi de 25,7 no Ibope. Agora, em junho, foi de 17 pontos. Cada ponto equivale a 58 mil casas ligadas na Grande S.Paulo.
Crise na direção da emissora
Vários fatores explicam o acentuado declínio. Há a migração das telinhas da TV para os computadores conectados à internet - um fenômeno mundial, que atinge principalmente a juventude. Há também o aumento da concorrência com a TV por assinatura, que cresceu no Brasil nos últimos quatro anos.
Seja qual for o motivo, a queda da audiência constatada pelo insuspeito Ibope - que sempre serviu aos interesses da poderosa TV Globo - deve gerar uma baita dor de cabeça nos filhos de Roberto Marinho. Nos bastidores, a emissora inclusive já discute como se tornar mais "popular" e há fortes boatos de que algumas cabeças globais devem dançar, com mudanças na sua direção.
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