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domingo, 11 de setembro de 2022

Cem anos da rádio cubana. O som de um país dentro da pele

Cem anos de transmissões continuadas, mais de 60 sendo – nas palavras de Fidel – «a artilharia pesada da Revolução». A rádio em Cuba é o som de um país dentro de sua pele.

Por Laura Mercedes Giraldez informacion@granmai.cu, publicado anteriormente em Prensa Latina

Está raiando o dia. Antes que seja posta no fogo a primeira cafeteira do dia, um lar se aproxima ao mundo exterior através do éter. Fora da hora, o dial indica que o pacto do motorista com a solidão do caminhão terminou. Ao mesmo tempo em que vigia a frigideira, alguém procura uma emissora à espera de sua novela favorita. Enquanto do outro lado da porta uiva o vento, em torno de uma rádio, as pessoas escutam novidades acerca da trajetória de um furacão. Com a esperança fixa no escopo desse meio de comunicação, um músico jovem espera sua estreia.

Desde que, em 22 de agosto de 1922, Luis Casas Romero e seu filho Luis Casas Rodríguez puseram no ar a primeira transmissão de rádio em Cuba, o cotidiano da Ilha maior das Antilhas abriu um espaço vital à radiodifusão.

Com uma emissora de reduzida potência, situada na rua Ánimas No. 99, a 2lc se converteu na emissora que, após as 21 horas, iniciava a sua programação musical, acompanhada pela informação da previsão do tempo. Única em nosso país, das primeiras no continente. Seríamos pioneiros também na locução feminina na América Latina: Zoila Casas Rodríguez aderiu à façanha familiar. Mais tarde legaríamos ao mundo a radionovela.

A rádio é a proximidade que se cria entre o locutor e seu ouvinte. É a intimidade do sussurro, a história que, através da palavra, penetra nas mentes, a voz acompanhante, a possibilidade de escutar imagens, os caminhos tresandados pelas pessoas.

Cem anos de transmissões continuadas, mais de 60 sendo – nas palavras de Fidel – «a artilharia pesada da Revolução». A rádio em Cuba é o som de um país dentro de sua pele.