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domingo, 27 de julho de 2014

Opinião: Rússia, Venezuela, Argentina e Irã rompem hegemonia midiática‏

Por FC Leite Filho, publicado originalmente no blog, Café com Política

O esforço de reportagem da televisão Russia Today (rt.com) para contestar a insistência da mídia ocidental em responsabilizar o presidente Vladimir Putin pela queda do voo MH17 da Malasya Airlines, na Ucrânia, matando 298 pessoas, já produziu um recuo americano. Washington acabou tendo de descartar o envolvimento direto dos russos na tragédia e atribuiu a responsabilidade a um equívoco dos separatistas pró-russos que atuam na área sinistrada. No Brasil, a revista Veja chegou a publicar a capa de sua edição da semana passada encimada pelo título “A CULPA DE PUTIN”.
Por sua vez, a Telesur, o canal multi-estatal (Venezuela, Cuba, Argentina, Bolívia, Uruguai e Equador) volta a ser destaque, com o lançamento ontem de sua multiplataforma em inglês destinada aos Estados Unidos, Europa, Oriente Médio e Ásia, com enfoque nas guerras da Síria e Ucrânia  e da matança de Israel na Palestina.
Como se sabe, a Telesur já havia desmoralizado, com uma cobertura de primeira linha, a versão americana de que não tinha ocorrido um golpe militar em Honduras, em 2010. Suas câmeras mostraram como o presidente Mel Zelaya foi retirado de sua casa, no meio da noite, de pijana, e colocado por um grupo de policiais em um avião militar que o deixou sozinho na pista do aeroporto da Costa Rica. Ultimamente, o chamado canal  do sul,  já vinha desfazendo manipulações da mídia ocidental, através dos correspondentes próprios despachados para a Líbia e a Síria.
Num âmbito ainda mais continental, a TV Pública da Argentina alcançou uma audiência superior a 49% de audiência nos principais jogos da Copa do Mundo no Brasil e sustenta um programa diário, o 678, também com rating considerável, denunciando a campanha de desestabilização que movem os grande grupos de comunicação privado Clarín e La Nación contra a presidenta Cristina Kirchner. Além da TV Pública, o governo implantou o sistema de TV Digital com uma meta de atingir 40 canais de alcance nacional, dos quais já estão funcionando o Encuentro, destinado a questões culturais, Cinema, Patatá (infantil), Esportes e Ciência e Tecnologia.
Finalmente, o Irã, com a sua Press TV, em inglês e árabe, e a Hispantv, em espanhol, também vem trabalhando há mais de cinco anos neste olhar alternativo das notícias, através de informativos sustentados por uma rede de correspondentes espalhados nas principais capitais, inclusive da América Latina. Todos esses serviços informativos são acessíveis pela internet e redes sociais, inclusive com transmissão streaming (direta) em canais de vídeo, como o Youtube, o que aumenta ainda mais sua penetração, sobretudo depois da habilitação dos celulares, hoje responsáveis por cerca de 40% de todo o acesso digital.
Opção em inglês – Com sede em Caracas, a Telesur entrou ontem no ar com uma multiplataforma em inglês (já vinha há nove anos transmitindo em espanhol) e que, em breve incluirá o árabe e o mandarim. Para isso, a plataforma utiliza uma equipe de jornalistas, intelectuais, cientistas políticos, artistas e jovens bandas musicais. Entre os jornalistas, figuram Tariq Ali, célebre ativista paquistanês residente há muitos anos em Londres e que passará a responder pela cobertura na Europa, e Jorge Gestoso (ex-expoente da CNN en Español), que ficará a cargo das notícias geradas a partir de Washington, além do pensador Noam Chomsky (veja vídeo).
A ação destas plataformas multimídias de Moscou, Caracas e Buenos Aires , que incluem serviços de TV aberta, cabo, internet e streaming (Youtube e outros serviços de direto de vídeo), permitem deduzir que a comunicação alternativa começa a se tornar uma realidade e que se pode estar próximo o equilíbrio do noticiário,. Este até aqui  fixava a versão dos fatos a partir da ótica dos Estados Unidos e da Europa, sem levar em conta o resto do mundo, incluindo a Rússia, a China, a Índia e América Latina, com população muito maior do que o chamado mundo ocidental.
Este papel alternativo chegou a ser ensaiado pela Rede Al Jazeera, do Catar, que, no início de suas transmissões, em 1996, oferecia uma visão mais consentânea do mundo árabe, mas depois foi arrastada pelos americanos, que têm naquele país sua maior base militar no Oriente Médio. Sua versão  preponderante não difere muito da de Washington e da União Europeia, como se fora uma CNN, BBC ou France24.
A função das estatais Russia Today,  Telesur, TV Pública Argentina e Press TV, assumem grande importância, na medida que o mundo deixa de ser unipolar, com domínio exclusivo dos Estados Unidos, para transformar-se em multipolar, ou seja, com vários polos de poder, como a China, a Rússia, e a América Latina, dotados territórios ricos em energia e recursos minerais e sobretudo água potável abundante, condições de que carece o chamado primeiro mundo.
A realidade desse novo cenário internacional ficou evidente na recente reunião dos BRICS, bloco de países constituído pelo Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, realizou entre si nos dias 14 e 16 de julho, em Brasília e Fortaleza, e com os chefes de Estado dos 12 países da América do Sul, que formam a UNASUL – União das Nações Sul-Americanas.
As discussões foram produtivas e resultaram na constituição do Novo Bando de Desenvolvimento e do Fundo de Reserva de Emergência de 100 bilhões de dólares para atender a projetos dos paeises membros e associados dos BRICS, além de projetos para a constituição de uma rede de internet própria, de modo a evitar a atual centralização nos Estados Unidos, e de redes de instrumentos de mídia capazes de fazer frente aos congolmerados privados de comunicação que sufocam e desmoralizam os seus governos.
Com efeito, a manipulação midiática mostrou seu lado mais despótico e lesivo à soberania desses países emergentes na cobertura, tanto da queda do avião da Malásia na Ucrânia, quanto da última invasão e massacre da Palestina, por parte do governo de Israel, este com total respaldo americano e europeu. O caso do vôo MH17 merece uma apreciação específica. Antes, no comando de uma ofensiva midiática internacional, envolvendo o próprio presidente Barak Obama e o secretário de Estado John Kerry, os meios de comunicação ocidentais procuraram impingir a noção de que a Rússia e seu presidente Vladimir Putin eram os únicos culpados, sem dar qualquer espaço para a versão dos acusados ou mesmo do benefício da dúvida.
Tampouco mostrou qualquer prova de suas afirmações, a não ser vídeos grosseiramente manipulados pelo governo pró-ocidental da Ucrânia e que foram desmentidos. Assim tinha ocorrido com a invasão do Iraque, da Líbia e da Síria, como aliás sempre se comportou a chamada mídia hegemônica, quando não havia vozes alternativas para apresentar a verdade factual.
Recorde-se que o secretário Kerry chegou a dizer que os americanos tinham imagens comprovando a derrubada do avião por um míssil soviético terra-ar manobrado por militantes pró-russos. Cadê as imagens autênticas? Nunca apareceram.
O trabalho insistente da rt.com, que já se transformou numa das redes internacionais a cabo de grande audiência, só suplantada pela BBC nos Estados Unidos, e já tendo alcançado um bilhão de acessos no Youtube parece estar eendendo frutos . É que ela vem alardeando a insuficiência de provas da narrativa dos americanos e ainda a possibilidade de que a tragédia do MH17 tenha sido fruto de uma provocação da Ucrânia com o fim de desmoralizar a Rússia. O fato acabou levando Washington a engolir os fatos como eles realmente podem ter ocorrido, a julgar pelas hesitações ultimamente demonstradas pelos porta-vozes do Departamento de Estado. (Veja vídeo em inglês)  Tanto é assim que o Departamento de Estado, além de, agora, descartar a participação de Putin e do Kremlim no abatimento do vôo malaio,  vem alegando, em tom mais moderado, que a ação contra o MH17 pode ter sido produto de um equívoco no manuseio do míssil dos separatistas pró-Rússia.
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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Unicef seleciona três consultores em Comunicação Social

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) abriu editais para selecionar profissionais de Comunicação para o preenchimento de três vagas de consultorias, com contratos com prazos de duração de doze meses.
Duas vagas são para atuação em Brasília, em Comunicação – “Communication Specialist” e “Communication Officer (Media, Partnerships and Institutional Communications)”. A terceira, também para “Communication Specialist”, é para atuação em Salvador,Bahia. Todos os candidatos deverão possuir graduação na área de Comunicação Social.
As inscrições para as duas consultorias de Brasília têm o mesmo prazo limite: 30 de julho de 2014, às 18h. A da Bahia, o prazo é dia 3 de agosto. Os candidatos devem ser fluentes em Português e Inglês e possuir cinco anos de experiência profissional e ser graduado em Jornalismo, Relações Públicas ou Comunicação Social 
Mais informações sobre a vaga de Salvador, clique aqui.
Mais informações sobre a vaga de “Communication Specialist”, em Brasíliaclique aqui e para a de Communication Officer, clique aqui

domingo, 20 de julho de 2014

Três jornalistas da TV Senado disputam eleições para Deputado Distrital

Colegas candidatos

Por André Ricardo, no Blog do André Ricardo

Eles estão de licença desde o começo do mês, como manda a legislação. Não é para tratamento de saúde, capacitação ou assuntos particulares, mas para contribuir com o processo político na cidade onde vivem. São três colegas batalhadores, talentosos, engajados. Com pouco dinheiro, a investida no confuso, árduo e ingrato mundo da política torna-se uma aventura e tanto. Jornalistas efetivos da TV Senado, eles têm trajetórias diferentes, mas pontos em comum, dentre eles, o fato de serem cariocas. Abaixo, um resumido perfil de Thiago, Solange e Chico – brasileiros que renunciam a sossego e privacidade para qualificar a corrida rumo à Câmara Legislativa do Distrito Federal. A eles, meus parabéns e boa sorte.
Thiago Tibúrcio está em Brasília há menos de dez anos. Recém-formado, trabalhou na TV Globo, do Rio, onde chegou à produção do Jornal Nacional. Apesar do futuro promissor, pediu demissão e partiu em busca de novos sonhos. Veio para Brasília, passou em concursos, trabalhou em outro local, até ser chamado para a TV Senado onde é repórter há pouco mais de cinco anos. Católico engajado, é diretor da Sociedade de São Vicente de Paulo, pela qual desenvolve trabalhos junto a comunidades carentes. Antes, presidiu o Movimento Eucarístico Jovem. Candidato a deputado distrital pelo PDT, quer combater o que chama de “sequestro da representatividade” no meio político. Se eleito, seu mandato deve priorizar a fiscalização das contas do Poder Executivo, o fim de privilégios parlamentares e a defesa de projetos que promovam a dignidade humana. Com campanha modesta, aposta nos ideais que defende e no trabalho de formiguinha dos colaboradores, mas reconhece: o importante não é ganhar, mas sim marcar a posição de que existem pessoas sérias e comprometidas com o que é justo e para todos.
* Solange Calmon já tinha passado pelo Jornal do Brasil, no Rio, quando chegou a Brasília, três décadas atrás. Servidora do Senado, foi uma das pioneiras da TV. Nos anos 80, ajudou a viabilizar o Partido Verde, dando suporte a militantes que vinham a Brasília. Depois de militar por dois anos no PV, desfiliou-se. Anos atrás, começou a fazer trabalho voluntário com pessoas cegas. Animada pela experiência, criou o programa Inclusão, que passou a dirigir e apresentar, trazendo ao debate questões de cidadania, acessibilidade, direitos humanos. Programa mais premiado da emissora, já abordou a causa dos hansenianos, dos autistas, da terceira idade, a questão das doenças raras, do racismo etc. Convidada, decidiu candidatar-se, ao vislumbrar a chance de fazer a inclusão na prática. A família tentou demovê-la da ideia, mas a vontade de batalhar foi mais forte, mesmo sem dinheiro para bancar o desafio. Eleita, pretende pôr o mandato a serviço das pessoas com deficiência, da luta das mulheres e em favor do bem-estar das crianças. É candidata a deputada distrital pelo PCdoB.
* Chico Sant’Anna integra uma geração que revolucionou o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF no final da década de 1970. Recém-formado, Chico despontou na liderança da categoria ocupando cargos no Sindicato e nas Federações Nacional (Fenaj) e Internacional (FIJ) de Jornalistas.
Profissionalmente, atuou na TV Globo, Folha de S. Paulo, entre outros veículos. Há 20 anos na TV Senado, dirige ultimamente o programa Diplomacia. Tem doutorado em Ciências da Informação e Comunicação pela Universidade de Rennes 1 (França).
Sua tese sobre comunicação pública virou livro e foi premiada.
Em 2010, candidatou-se ao Senado pelo PSOL – mesmo partido pelo qual lança-se agora a deputado distrital, buscando ser um especial defensor e vigilante dos interesses dos cidadãos brasilienses.
Para bancar a campanha, conta com doações de amigos e simpatizantes do projeto. Eleito, pretende priorizar quatros áreas: mobilidade urbana, qualidade de vida, desenvolvimento sustentável e comunicação social.
Quer transformar em projetos ideias como transformar a linha férrea da extinta RFFSA em um Trem Urbano do Distrito Federal implantar bilhete único diário e mensal no transporte coletivo e dar estímulo fiscal para quem preservar a vegetação nativa do cerrado ou recuperar áreas degradadas.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Em defesa da Voz do Brasil

Por Ana Rita*

A Voz do Brasil volta a correr sério risco. É por defender “a minha voz, a sua voz, a nossa voz” que vou lutar, quando a Medida Provisória 648/14 retornar ao Senado, pela rejeição das alterações aprovadas na Comissão Especial que analisou a MP. Das 19h às 20h. Este é o horário tradicional que milhões de pessoas, pelo Brasil afora, recebem notícias por meio de um importante e indispensável instrumento de informação para a imensa massa de brasileiras e de brasileiros que vive no campo e na cidade, sem acesso a jornais e revistas e que não dispõe de outra forma de saber com transparência dos atos e realizações públicas.

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Tais características, evidentemente, não agradam a setores da grande mídia. Motivados por interesses econômicos, voltados apenas à exploração comercial do horário nobre no qual vai ao ar A Voz do Brasil, os defensores da flexibilização, tentam enfraquecer o caráter democrático e transparente do programa. É uma forma disfarçada de relegar ao segundo plano A Voz do Brasil.

Não é fato como se propaga por aí que o “Brasil não é mais um país rural” e que “a população aprova a alteração do horário”. Pesquisa encomendada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República identificou que 66% dos moradores da Região Norte e 50% das regiões Nordeste e Centro-Oeste têm o programa como à única ou quase única informação do que acontece no Brasil.

Na verdade é no aumento da audiência e consequentemente no aumento do faturamento que os defensores do fim da Voz do Brasil estão de olho. Este é o pano de fundo da batalha que se arrasta, desde 2006, em seguidas tentativas no Congresso Nacional. A alteração proposta na MP é mais destes embates.

Vamos lutar para que a alteração proposta na MP seja derrubada. Flexibilizar por três horas é um erro crasso. O objetivo de fato é inviabilizar. Na prática, representa o fim da Voz do Brasil a médio e longo prazo. Em nosso País, existem quase 10 mil emissoras de rádios. Quem irá fiscalizar se A Voz do Brasil está sendo transmitida por todas essas emissoras?

Outro ponto a se pensar: apesar do significativo número de emissoras de rádio, o conteúdo é segmentado e pouco variado. Enfraquecer e progressivamente extinguir A Voz do Brasil representaria reforçar o monopólio da informação que chega aos ouvintes. 

Considero A Voz do Brasil patrimônio da sociedade brasileira. Portanto, fortalecê-la, é tarefa de todas e todos que compreendem que o acesso à comunicação é um dos pressupostos básicos para consolidação da democracia.

E, é bom lembrar as empresas de radiodifusão: a obrigatoriedade da veiculação do programa no horário tradicional é garantida pela Lei que instituiu o Código Brasileiro de Telecomunicações. Estamos de olho e vigilantes: “em Brasília, 19 horas”!

*Ana Rita é senadora da República pelo Espirito Santo
e presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa
do Senado Federal


quarta-feira, 9 de julho de 2014

Vaga de estágio de Jornalismo no Ministério da Justiça

Oportunidade de estágio para os estudantes de jornalismo interessados em Direitos Humanos. A Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça, contrata estagiário de Jornalismo para trabalhar na sede do Ministério, em Brasília. 
A carga horária é de 6 horas, com chances de combinar o horário. O valor da bolsa é de R$ 520,00 + vale transporte de R$ 6,00 por dia útil 

Requisitos:
· estar cursando o 6º ou 7º período do curso de jornalismo
· boa experiência com redes sociais
· desejável experiência com programas de editoração
- ótimo texto
Funções:
- redação para site, redes sociais e releases
- cobertura e divulgação de eventos e ações da SNJ
Os interessados deverão enviar o CV até 13/07/2014 para ana.duarte@mj.gov.br

Voz do Brasil: entidades da sociedade são contra a proposta de flexibilização defendida pela Abert

Representante do  movimento Em Defesa da Voz do Brasil, o jornalista
Chico Sant'Anna (à direita) defendeu a aprovação do projeto de lei,
 da ex-senadora Marinor Brito, que considera A Voz do Brasil patrimônio
imaterial cultural do Brasil. O informativo é o mais antigo existente no mundo.
Por Elina Rodrigues Pozzebom, da Agência Senado. Foto de Geraldo Magela
A possibilidade de flexibilizar o horário de transmissão do programa A Voz do Brasil, hoje veiculado obrigatoriamente às 19h, dividiu opiniões na audiência pública realizada pelo Conselho de Comunicação Social (CCS) nesta segunda-feira (7). De um lado, os defensores do horário atual afirmam que o programa é o meio mais democrático de obter informação variada de todas as esferas do governo, especialmente nos rincões do país. De outro, representantes das emissoras comerciais garantem que o horário diferenciado pode aumentar a audiência da 'Voz' para adaptá-la aos interesses do ouvinte de cada rádio.
A reunião foi marcada para colher argumentos que subsidiarão comissão criada pelo CCS para analisar dois projetos em tramitação no Congresso que versam sobre o tema. O PLS 19/2011confirma a obrigatoriedade de transmissão de segunda a sexta-feira, das 19h às 20h, e propõe que o programa se torne parte do patrimônio imaterial do país. Já o PL 595/2003 torna possível para as emissoras escolher o horário de transmissão entre 19h30 e 00h30. O relatório sobre o assunto está a cargo dos conselheiros Walter Ceneviva, Nascimento Silva e Ronaldo Lemos.
Patrimônio
Para o jornalista Chico Sant’Anna, do Movimento dos Defensores da Voz do Brasil, o programa é o único que integra o Brasil do Oiapoque ao Chuí. Ele também destacou o fato de se tratar do mais antigo informativo radiofônico no ar em todo o mundo. Para grande parte das Regiões Norte e Nordeste, salientou, é o único meio de obter informação jornalística atualizada e diária dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, sem escolha apenas dos personagens fortes dos partidos, dando voz ao chamado “baixo clero” e detalhando minúcias que nunca estariam na “grande mídia”, como a liberação de recursos de merenda para prefeituras e prestação de contas regionalizada, além de outros direitos sociais.
Empresários da Radiodifusão foram ao Congresso Nacional
defender a flexibiização do horário de veiculação do programa
a Vozdo Brasil. A medida é vista pelo representante do
 movimento Em Defesa da Voz do Brasil, jornalista
Chico Sant'Anna (útimo à direita) como o início do
fim do programa, a exemplo do que aconteceu com
o Projeto Minerva, programa de alfabetização
à distância via o rádio.
Segundo afirmou, alterar o horário afetaria principalmente os trabalhadores mais pobres e os moradores de regiões distantes dos grandes centros que não têm smartphone ou internet banda larga para se informar por outro meio, especialmente porque a cobertura radiofônica jornalística de locais como o Parlamento não é grande. Com a mudança do horário, "haverá estreitamento dos temas tratados, a cobertura parlamentar se restringirá aos grandes fatos, catástrofes e acidentes, e a prestação de contas do dia a dia deixará de existir", opinou.
– O trabalhador que dorme cedo e acorda cedo não vai ligar o rádio 21h30 para ouvir a Voz ou qualquer outro programa – disse.
Sant’Anna também informou que o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu ser constitucional a legislação acerca da Voz do Brasil e que sua transmissão não afeta a liberdade de escolha e de expressão, um dos principais argumentos dos favoráveis à flexibilização.

Veja aqui a reportagem feita pela TV Senado sobre a Audiência Pública

Audiência
Para o diretor-geral da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Luís Roberto Antonik, é necessário atualizar a forma como a Voz é transmitida, dadas as inovações que o mundo viveu desde que ela foi criada, em 1935. Como repetiu várias vezes, não há intenção de acabar com o programa, mas sim de melhorar a sua audiência, deslocando-a na programação conforme o interesse do ouvinte durante o período de 19h às 22h, nas emissoras comerciais e comunitárias, e mantendo o horário das 19h para as emissoras educativas.
– Não se trata de jogar para a madrugada – ressaltou.
De acordo com Antonik, quando A Voz do Brasil foi criada, o país estava quase todo dormindo às 22h. Hoje, acrescentou ele, é preciso levar em consideração que mais de dois terços dos cursos superiores têm aulas noturnas, o que leva muitos a dormirem mais tarde e ouvirem rádio depois das 22h. Outro ponto que não se pode negligenciar, na opinião dele, é a existência de interesses segmentados – como os daqueles ouvintes interessados no trânsito para a sua residência ou local de trabalho no horário de pico, às 19h.
Ele também citou pesquisa da Abert segundo a qual apenas um terço das rádios mudou o horário da Voz durante a realização da Copa do Mundo, aproveitando-se de brecha legal aberta por meio de medida provisória. A grande maioria, enfatizou Antonik, optou por manter o programa no mesmo horário "porque o público quis que assim permanecesse".
– Se a Voz não conseguir se adaptar, vai prejudicar o rádio e, por consequência, a população – afirmou.
Com a mesma opinião, Rodrigo Neves, presidente da Associação das Emissoras de Rádio e TV de São Paulo (Aesp) citou pesquisa encomendada pela Abert e realizada pelo Datafolha em que 68% dos entrevistados se disseram a favor da flexibilização, que só seria realizada pelas emissoras comerciais. Neves lembrou ainda que o governo controla centenas de emissoras, incluindo educativas, e que a EBC faz um serviço relevante ao cobrir a Amazônia Legal, com as rádios em ondas curtas, ondas médias e FM.
– Flexibilizar a Voz é dar ao cidadão o direito de escolha – defendeu.
Governo
O secretário-executivo da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Roberto Messias, disse que o governo defende qualquer discussão que leve à "qualificação do conteúdo de acesso à informação e a liberdade de expressão". Ele acrescentou que o governo federal não se opõe à flexibilização do horário e não criará dificuldades para implantá-la caso ela venha a ser aprovada.
Moção
Já o conselheiro Murilo Ramos, da EBC, afirmou que o Conselho Curador da empresa elaborou uma moção em defesa da manutenção do atual horário da Voz do Brasil, por acreditar que a flexibilização comprometeria o espaço informativo dos cidadãos do país.
Segundo disse, a população só tem acesso a informações detalhadas do poder público por meio da Voz do Brasil. Ele alertou ainda que, admitida a hipótese da flexibilização, o poder público não terá condições de fiscalizar e impor sanções para fazer valer o que estiver na lei.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

TV Cidade Livre exibe documentário que denuncia contaminação de crianças com agrotóxicos

A TV Cidade Livre de Brasília, canal 12 da NET, exibe de 5 a 10 de julho o documentário Pontal do Buriti: brincando na chuva de veneno. Produzido pelo Núcleo de Agroecologia e Educação do Campo, com o apoio da Pastoral da Terra, ele trata de gravíssima denúncia de contaminação por agrotóxico ocorrida no município Rio Verde, Goiás, afetando a saúde da comunidade local.

"Em 1 de maio de 2013,  a partir das 9 horas da manhã, uma aeronave da empresa Aerotex Aviação Agrícola Ltda sobrevoou a Escola Municipal Rural São José do Pontal, localizada no município de Rio Verde, "pulverizando" , com o veneno Engeo Pleno da Syngenta, aproximadamente 100 pessoas, entre elas crianças, adolescentes e adultos,  que encontravam-se na área externa do prédio, na hora do recreio. Algumas crianças e adolescentes, "encantados" com a proximidade com que passava o avião, receberam um banho de elevadas "doses" do agrotóxito.

Esse não é um caso isolado. Esta é uma  realidade do agronegócio no Brasil", diz o texto de apresentação do documentário, com 34 minutos de duração, que, certamente não será exibido em nenhuma emissora comercial, onde as transnacionais de agrotóxicos são grandes anunciantes.

Confira abaixo as datas e horários de exibição do documentário:

Dia 5 - Sábado - 9h.
Dia 6 - Domingo - 18h30 e Meia noite
Dia 10 - Quinta-feira - 14h30, 18h e 23h

quinta-feira, 3 de julho de 2014

A força da internet nas eleições

Por Altamiro Borges, publicado anteriormente em Pátria Latina

Três pesquisas recentes confirmam que a internet, com seus sites, blogs e redes sociais, deverá jogar um papel decisivo nas eleições deste ano. O Instituto Reuters de Estudo do Jornalismo, ligado à Universidade de Oxford (Inglaterra), publicou no início de junho o seu terceiro relatório anual sobre notícias digitais (“Digital News Report-2014”). Feito a partir de entrevistas com 18 mil pessoas em dez países (EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Finlândia, Espanha, Dinamarca, Itália, Japão e Brasil), ele revela que o nosso país ocupa o primeiro lugar no ranking mundial no uso dos meios digitais. Segundo a pesquisa, 87% dos brasileiros conectados à internet têm interesse por notícias de cunho jornalístico.
Outro estudo, divulgado em maio, aponta que os blogs brasileiros já ocupam o segundo lugar no ranking mundial de alcance, só perdendo para o Japão. A pesquisa da ComScore traz estatísticas atualizadas sobre a rede no Brasil, com dados comparativos para a América Latina e o mundo. Os números comprovam que o país é um dos mais entusiasmados com a internet. Entre outros dados, a pesquisa mostra que os brasileiros seguem liderando o engajamento online, com usuários que navegam 29,7 horas por mês, sete horas a mais do que a média mundial; que a audiência cresce em média 11% ao ano; e que uma parte da publicidade, mesmo que ainda pequena, passa a se deslocar para os meios digitais.
Por último, vale citar a “Pesquisa Brasileira de Mídia”, publicada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em fevereiro último. Ela indicou que a tevê segue sendo o meio preferido dos brasileiros, com 76,4% dos votos, mas a internet (13,1%) já superou o rádio (7,9%), jornais (1,5%) e revistas (0,3). Segundo a Secom, o estudo aponta as tendências para o futuro. “Entre os mais jovens, na faixa de 16 a 25 anos, a preferência pela TV cai a 70% e citação da internet sobe a 25%, ficando o rádio com 4% e os demais com menções próximas de 0%. Como em outros países, devemos continuar assistindo também no Brasil ao crescimento da adesão aos meios digitais de comunicação nos próximos anos”.
Estes três estudos explicam porque os partidos políticos brasileiros finalmente despertaram para a força crescente da internet. Todos têm feito investimentos pesados nas novas ferramentas, contratando empresas especializadas, formando seus ativistas digitais e disputando ideias nesta guerrilha online. Este universo dá espaço para os piores instintos, com muitas baixarias e agressões, mas também permite a produção de ótimo conteúdo jornalístico. Através da internet, esta brecha tecnológica, mais vozes podem se manifestar na sociedade, uma conquista da autêntica liberdade de expressão. Mesmo a mídia tradicional já percebeu que não dá para barrar este avanço e passa a investir mais nestas ferramentas.
Já nas eleições de 2010, a jovem blogosfera brasileira cumpriu papel de relevo, ajudando a desmascarar farsas como a da “bolinha de papel” ou da onda preconceituosa contra o direito ao aborto. Não é para menos que passou a ser alvo de setores autoritários, pouco afeitos à liberdade de expressão, que tentaram estigmatizar esta forma de comunicação. Os “blogs sujos”, como foram rotulados pejorativamente, não se intimidaram e conquistaram, com o tempo, maior legitimidade e força. Já em 2013, as redes sociais mostraram sua capacidade de mobilização nos massivos protestos da “jornada de junho”. Nas eleições deste ano, o poder da internet será ainda maior e decisivo!

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Em versos, poetisa da Bahia pede a volta da Rádio Senado Ondas Curtas

Fora do ar, desde o dia 7 de fevereiro de 2012, por questões de economia de despesas, a Rádio Senado Ondas Curtas (OC), que transmitia em 5.990 kHz, na faixa de 49 metros, ainda é alvo de pedidos de ouvintes para que seja reativada.
Com o término e a não renovação do contrato de utilização dos transmissores e do canal de frequência que o Senado Federal alugava da Radiobrás (hoje Empresa Brasil de Comunicação – EBC) a emisora, que transmitia 13 horas por dia, se silenciou após 12 anos de transmissões voltadas em especial para o Nordeste, Centro-Oeste e Região Amazônica, embora fosse captada até no exterior. A audiência era maior no Piauí, Maranhão, Pará, Tocantins, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás  e na Bahia.
Foi justamente da Bahia que uma ouvinte, a poetisa Rafaela Brito, da cidade de Remanso, mandou em versos e rimas, uma reivindicação para que a emissora volte a operar.

Pedido de uma Poetisa
                                                                                     Por Rafaela Brito

Eu sinto tanta saudade
Da linda programação
A bela participação
Do ouvinte a cada dia
Quanta gente querida
A mais pura animação
Trazia minha inspiração
E a rima da poesia.
Rádio senado OC
Trás de volta a melodia
A rima da poesia
Que faz meus pensamentos
Sem a tua companhia
O nosso sertão é triste
Porque não mais existe
Aqueles belos momentos.
Aonde estás nesse momento
A voz que me deixava feliz
A Adriana a Marcela Diniz
Buriti Sigmaringa e Jesiel
Onde está neste instante
A Soraia a Fernanda
O Ivan aonde anda
Aquele povo fiel.
Ao ligar o meu rádio
Sentiade novo a alegria
Enchendo de cores o dia
Como as flores da primavera
Ouve aqui minha voz
E o meu grito tão cansado
Volta para nós radio senado
Que o povo te espera.
Durante toda manhã
A gente tinha noticias
Como se fosse belas caricías
Para nós foi nota mil
Com a falta desta Rádio
O sonho hoje é insonha
Para o povo da Amazõnia
Do nordeste e do Brasil
Esse é o meu pedido
Aos amigos Senadores
Que são bons entendedores
Entendam minha inspiração
Quero ouvir a melodia
A transmissão de recado
Trás de volta a Rádio Senado
Para todo o cidadão..