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sábado, 17 de abril de 2021

Opinião: Ditadura do Mercado sobre a Comunicação


Num país em que o povo não tem acesso a leitura de jornais e revistas e onde o noticiário de rádio e tv é marcado por uma linha editorial escandalosamente a favor da demolição dos direitos trabalhistas, previdenciários e da comunicação, a defesa da Voz do Brasil deveria ser parte da agenda de lutas dos sindicatos dos jornalistas e trabalhadores em geral, da Fenaj, da ABI e dos partidos progressistas, tendo em vista que somente naquela uma hora os cidadãos têm acesso à totalidade de informações  sobre atos oficiais que decidem sobre sua vida, 


Por Beto Almeida*

A Voz do Brasil é a primeira experiência bem sucedida de regulamentação informativa no Brasil, determinando que pelo menos uma hora ao dia, em cadeia nacional, seja destinada pelas emissoras de rádio (concessionárias da União), à transmissão de informações dos poderes constituídos, o que, frequentemente, é negado pelas mentalidade editorial dos empresários da comunicação, submetida aos ditames do mercado. Em sua gana insaciável por acumulação, estes magnatas da comunicação pressionam pela flexibilização do horário de exibição da Voz do Brasil, sempre com o intuito extinguir o programa, pois nele vêm um exemplo exitoso e perigoso de regulamentação informativa, tese que abominam, em favor de uma absoluta ditadura do mercado sobre a comunicação. Nesta pressão que exercem sobre os poderes constituídos, os magnatas da mídia já tiveram o apoio até de um Ministro da Comunicação do PT, Paulo Bernardo, que, presente a um Congresso da ABERT, defendeu , lamentavelmente, a flexibilização da Voz do Brasil, durante o governo Dilma Rousseff.

Num país em que o povo não tem acesso a leitura de jornais e revistas e onde o noticiário de rádio e tv é marcado por uma linha editorial escandalosamente a favor da demolição dos direitos trabalhistas, previdenciários e da comunicação, a defesa da Voz do Brasil deveria ser parte da agenda de lutas dos sindicatos dos jornalistas e trabalhadores em geral, da Fenaj, da ABI e dos partidos progressistas, tendo em vista que somente naquela uma hora os cidadãos têm acesso à totalidade de informações  sobre atos oficiais que decidem sobre sua vida, ao contrário dos noticiosos das emissoras privadas, sempre manipulados pelos interesses dos anunciantes e dos proprietários das empresas de comunicação, jamais dispostos a reconhecer o direito à comunicação como um direito constitucional da sociedade.

Portaria

A portaria do Ministério das Comunicações autoriza a veiculação fora do intervalo de 19h às 22h quando as emissoras optarem por transmitir jogos da seleção brasileira de futebol ou jogos de equipes brasileiras em campeonatos estaduais, nacionais, sul americanos ou internacionais. Se o início do jogo estiver marcado entre 19h e 20h30, o programa poderá ser retransmitido, sem cortes, com início até as 23h do mesmo dia. Se o início do jogo estiver marcado para depois de 20h30, A Voz do Brasil poderá ser transmitida, sem cortes, antes do jogo ou com início até 23h30 do mesmo dia.

Dispensa de retransmissão

Está prevista a dispensa da retransmissão do programa nos casos em que o jogo que estiver sendo transmitido vá para prorrogação ou resulte em decisão por cobrança de pênaltis, impedindo seu término até os horários limites fixados para o início da retransmissão; ou caso ocorra “alguma situação de força maior durante o jogo que impeça seu término até os horários limites fixados para início da retransmissão”.

*Beto Almeida é jornalista

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

CNN-Brasil vem ai pra brigar com Globo News


A iniciativa é vista como uma estratégia de enfrentamento às Organizações Globo, em especial à Globo News, e teria as bênçãos do presidente Jair Bolsonaro. No meio publicitário, especula-se que serão volumosas as verbas publicitárias federais para manter o projeto em pleno funcionamento.



Por Chico Sant'Anna, com base em publicações do Infomoney, Blog Edgar Lisboa/Meio & Mensagem

  
A construtora MRV decidiu entrar no ramo das Comunicações. O presidente e fundador do grupo imobiliário mineiro, Rubens Menin, anunciou o lançamento da CNN Brasil, um canal 24 horas de notícias em português. A iniciativa é vista como uma estratégia de enfrentamento às Organizações Globo, em especial à Globo News, e teria as bênçãos do presidente Jair Bolsonaro. No meio publicitário, especula-se que serão volumosas as verbas publicitárias federais para manter o projeto em pleno funcionamento.
O canal brasileiro CNN, que vai operar como franquia e não estará sujeito à linha editorial da CNN Internacional, será liderado por Douglas Tavolaro, ex-vice-presidente de Jornalismo da TV Record, emissora que tem se mostrado, ao lado do SBT, bastante alinhada com o novo governo. O novo canal de notícias será distribuído na TV paga e via multiplataforma e é fruto de licenciamento da CNN International.
A redação principal, cabeça de rede como é chamado no jargão televisivo, será em São Paulo. A nova estrutura planeja contar com 400 jornalistas e 400 profissionais de outras áreas, distribuídos por Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. O canal deve estar disponível para os assinantes a partir do segundo semestre de 2019.
Franquia
Essa não é a primeira vez que a CNN tenta criar um canal no Brasil. Isso foi tentado antes, no ano 2000, mas não prosperou. Também a CBS já experimentou um projeto de produzir conteúdos em português especialmente para o Brasil. Em 1997, o CBS Telenoticias  foi lançado pela rede americana de televisão com transmissões a partir da Florida. O CBS Telenoticias tinha um telejornal homônimo CBS Telenotícias, veiculado pelo SBT e ancorado pelo casal Eliakim Araújo e a jornalista Leila Cordeiro. O projeto durou três anos.
A CNN já opera no Brasil com dois canais, o Internacional, com conteúdos em inglês, e o Espanhol, voltado à América Latina. Agora a iniciativa acontece não diretamente pela emissora dos EUA, mas sim, por meio de um acordo de licenciamento de marca, semelhante a esses que cadeias de lanchonetes realizam.
O acordo com a CNN International Commercial (CNNIC), permite o uso de conteúdo internacional produzido pela CNN. O novo licenciamento não tem a ver com as operações da CNN International e CNN em Español, que continuarão disponíveis no Brasil.
A notícia da nova operação da CNN foi divulgada à imprensa dia 14/1, poucos minutos depois de a Record anunciar a saída de Tavolaro do grupo, que será substituído na vice-presidência de jornalismo por Antonio Guerreiro.
A estrutura do canal, bem como a contratação de equipes de jornalismo e produção e a construção da identidade da marca serão realizadas nos próximos meses. A CNN Brasil terá abrangência em todo o território nacional e contará com agências de notícias em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e correspondentes no exterior.
No novo negócio, Douglas Tavolaro ocupará a posição de CEO da CNN Brasil, enquanto Rubens Menin será presidente de administração do conselho de administração da CNN Brasil.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Opinião: Jornalismo, verdades e ideologia

Posse de Bolsonaro. Foto de Jonas Pereira.
"Não posso mencionar um governo que tenha sido favorável à imprensa. Por vezes, ela é reprimida, hostilizada; por vezes, comprada."

Por José Tirésias

É natural o antagonismo entre imprensa e governo. E isso diz um pouco sobre as ambiguidades do site com nome derivado. São forças com papéis diferentes em um sistema político. Mas os espaços nunca são claramente delimitados.

Isso é o bê-a-bá.

Assim, sempre se estabelece um jogo de poder, cujo ingrediente complicador da atualidade são as tais "redes sociais".

Não me lembro de um governo, desde quando comecei a acompanhar a vida política, nem li sobre isso em livros de histórias...Não posso mencionar um governo que tenha sido favorável à imprensa. Por vezes, ela é reprimida, hostilizada; por vezes, comprada.

O atual governo e muitos de seus seguidores repetem o velho discurso de que a imprensa é inimiga das transformações em curso e está mancomunada com o 'ancien régime'.  E avisa que pode se comunicar diretamente com a população, o que deixaria o jornalismo sem função.

Como tudo na história humana, parece que em um determinado momento o que é "novo" vai engolir tudo o que é "velho" e estabelecer uma supremacia sem precedentes. Mas os sistemas humanos são cíclicos e tendem a acomodações, já que a mudanças constante é de índole revolucionária e, portanto, insustentável por prazos muito longos, como prova a história.

O atual governo é reformista - não revolucionário, apesar de um certo conjunto de declarações e atos. Não é impossível que a imprensa como a conhecemos encolha. Na verdade, isso tem se dado, mas o que é mais notável é a segmentação por meio de processos que se fundem com os das novas possibilidades midiáticas. Em 2013, houve quem acreditasse que a Mídia Ninja tinha substituído a mídia convencional. Esta soube, em parte se recompor. Ainda que menor, está muito mais qualificada do que os Ninjas, que permanecem no seu amadorismo.

Da mesma fora, acreditou-se que os novos atores políticos "horizontais, sem lideranças, bla bla blá" tinham vindo para varrer de cena os políticos tradicionais. Nada disso. É claro que ficou algo da ação fluida da mobilização em rede, mas tudo em benefício do que é mais tradicional com cara de moderninho.

Vamos passar por reformas de corte conservador. Até onde essa tendência se sustentar em mundo com seus ciclos muito curtos.

O momento não é de pluralismo. Sopram outros ventos, de um outro quadrante ideológico, que se diz não ideológico para dissimular sua ideologia. Jornalistas com suas ideologias têm atuado em regimes de todos os tipos desde que existe imprensa. Há até aquela frase que atribuem a Roberto Marinho em conversa com um militar: "deixe que dos meus comunistas cuido eu".

Essencial sempre será defender a liberdade de imprensa e combater a ideia de que agora ninguém mais precisa de jornalismo porque temos as redes sociais, onde macaquear e palrar é a tônica. Imprensa apura e se responsabilizar pelo que apura e publica. Por mais respeitável que seja a opinião de cada cidadão, ficar empoleirado no Facebook ou no Whatsapp repetindo memes não contribui para a construção de um julgamento político capaz de orientar a trajetória de um país rumo a um desenvolvimento em sentido amplo.

Essa deve ser uma das batalhas fundamentais do jornalismo. Mostrar que é insubstituível, na essência, embora possa encontrar formatos novos. O arremedo de informação e opinião deve ser constantemente confrontado com visão objetiva, de um lado, e argumentação fundamentada, do outro, esteja o jornalista em seu domínio propriamente dito, ou junto à massa das redes sociais.

Sem saudade do "ancien régime" nem adesão ao "new establishment", já que a situação do "antiestablshiment" apenas prepara o advento de um novo, o jornalista tem de procurar ser justo e crítico. De modo a sobreviver a esta e às próximas ondas ideológicas.

domingo, 14 de janeiro de 2018

O que o brasileiro pensa sobre o viés partidário da imprensa

No Brasil, 48% acham que os órgãos de imprensa não reportam diferentes posições sobre as questões políticas do debate público.


Publicado originalmente em  El Pais



O brasileiro quer uma mídia imparcial, mas quando comparado aos cidadãos de outras nacionalidades, é um dos povos com maior tolerância ao viés partidário da imprensa, segundo pesquisa realizada pelo Pew Research Center. Apesar das diferenças nos meios de comunicação e estruturas políticas, três quartos dos entrevistados em 38 países concordam que nunca é aceitável para uma organização de notícias favorecer um partido político em detrimento de outro.

O Brasil ficou abaixo da média mundial: 60% dos participantes rejeitam o partidarismo da imprensa, um resultado que só é maior do que o registrado no Vietnã (57%), Filipinas (52%), Israel (47%) e Índia(25%).

Mesmo entre os brasileiros com maior nível de escolaridade (ensino médio ou mais), a porcentagem dos que não aceitam o partidarismo (72%) é mais baixa do que a média global (75%). E essa tolerância fica maior entre os entrevistados com menos estudo: 50% rejeitam o viés partidário.

A maior rejeição ao viés partidário da mídia foi identificada nos países europeus pesquisados. Espanha (89%), Grécia (88%), Polônia (84%) e Suécia (81%) são os países que apresentam uma oposição mais forte. Apesar de uma rejeição ainda alta, os europeus que censuram menos o partidarismo são os italianos (74%) e os franceses (76%).

Há uma tendência mundial em achar que a imprensa não cobre de maneira equilibrada os temas políticos. Na América Latina, esse aspecto é acentuado: na média, 54% acham que os órgãos de imprensa não reportam diferentes posições sobre as questões políticas do debate público. Na Argentina, 55% acham que a imprensa falha neste ponto. No Brasil, o índice atinge 48%.

Os dados são resultado de uma pesquisa com quase 42.000 pessoas realizada entre fevereiro e maio de 2017 e publicada nesta quinta-feira. No consenso global contra o viés da mídia, há exceções em países como Índia, Israel e Filipinas, onde quatro em cada 10 entrevistados consideram aceitável que um meio de comunicação, às vezes, favoreça um partido político. 27% dos brasileiros também aceitam o partidarismo "as vezes", um percentual superior ao da média mundial de 20%.

O trabalho diário da mídia, para leitores e espectadores, também foi abordado pela pesquisa. O estudo identificou uma satisfação geral em relação ao desempenho da mídia impressa, rádio e televisão –, 73% dos entrevistados consideram que a mídia faz um trabalho bom na cobertura de grandes acontecimentos. Mas o grau de satisfação muda em diferentes regiões pesquisadas, sendo os latinos são os mais críticos em relação à qualidade da cobertura de grandes eventos da imprensa.

Para uma parte dos chilenos (43%), argentinos (41%) e colombianos (41%), a mídia não faz uma cobertura adequada. Há apenas dois países em que a maioria dos entrevistados disse que a mídia não faz um bom trabalho no quesito acontecimentos: Grécia (57%) e Coreia do Sul (55%). No Brasil, 28% dos entrevistados afirmam que a imprensa não faz uma boa cobertura; 66% afirmam que a imprensa tem uma cobertura boa ou muito boa.

Embora sejam moderadas na maioria dos casos, as maiores críticas estão em relação a membros dos governos. Os gregos e os sul-coreanos são os mais críticos: 72% consideram que seus meios de comunicação não informam bem sobre o desempenho do Executivo e seus membros. A avaliação dos holandeses (82%), indonésios (85%) e tanzanianos (89%) nesse aspecto é mais positiva: a grande maioria considera que a imprensa faz seu trabalho “bem” ou "muito bem".

Entre os brasileiros, 37% criticam o trabalho de supervisão do Governo, enquanto 57% elogiam.

O estudo também avaliou o tipo de informação que é mais seguida. Mais de duas em cada três pessoas entrevistadas seguem notícias locais ou nacionais, uma proporção menor quando se trata de informações internacionais (com uma média de 57% em todo o mundo). O interesse informativo dos habitantes de outros países em relação aos Estados Unidos, a grande potência mundial, é ainda mais baixo: apenas 48% na média global.


A América Latina é a região com menor interesse nos EUA 32%, contra 53% da Ásia, 52% da África e 51% da Europa.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Líbano: a estratégia de comunicação do Hezbolá

Publicado originalmente no portal Al Manar Spanish

Hace mucho tiempo, Hezbolá empezó a invertir de manera significativa en el campo informativo, y sentó las bases para el uso efectivo de la guerra informativa y ha logrado una ventaja sobre sus adversarios a través de la gestión de la información, según un artículo publicado por Jpost.
JPost mencionó que las operaciones de Hezbolá han estado gobernadas durante mucho tiempo por el mantra: “Si no lo has filmado, no has luchado”. El grupo comprendió la importancia de documentar sus éxitos ya en 1994, cuando los combatientes de Hezbolá y un cámara se infiltraron en un complejo de ocupación militar israelí en el Sur del Líbano y colocaron una bandera dentro de la base, filmando el evento y esto supuso un gran éxito de propaganda”.
“Hezbolá mantiene una unidad exclusivamente dedicada a la guerra psicológica que se especializa en fortalecer la imagen pública de Hezbolá. Periódicos, Internet, los medios de comunicación social y la televisión comprenden el “arsenal de información” de Hezbolá. El grupo utiliza sus capacidades en el terreno de la información para anunciar sus muchos logros, incluyendo campamentos de verano para niños y un sólido programa de obras públicas” en el Líbano.
Para el periódico israelí, la “propaganda de Hezbolá está bien dirigida y enfocada y es específica. Ella enfatiza temas que incluyen la ideología de resistencia, el martirio y el establecimiento de legitimidad a través de la provisión de servicios sociales”, según el Jpost.
“La historia de los esfuerzos de la guerra de información de Hezbolá está tal vez mejor representada por la historia de su brazo mediático, Al Manar, una cadena de televisión por satélite que transmite desde Beirut y se puede ver en todo el mundo. Después de la primera emisión de Al Manar (El Faro) en 1991, el canal comenzó emisiones regulares tres años después y ahora desempeña un papel crítico como principal punto de difusión de las noticias e información de Hezbolá. Al Manar comenzó a intentar influir en la opinión pública israelí mediante la difusión de imágenes reales del campo de batalla mostrando a soldados israelíes muertos y mutilados”, agregó.
El periódico israelí considera que tan impresionante como la televisión y la producción de vídeos de Hezbolá es su extenso uso de Internet y las nuevas tecnologías de la información.
El diario señala que Hezbolá está constantemente trabajando para perfeccionar sus capacidades técnicas como muestra su uso de redes de fibra óptica más rápidas que pueden impulsar lasu capacidad de transmisión de datos en tiempo real y proporcionar una defensa más perfeccionada contra las capacidades israelíes de guerra electrónica.
“Hezbolá no sólo impidió a las unidades israelíes perturbar sus redes de comunicación al sur del Río Litani en la Guerra de Julio de 2006, sino que usó un equipo sobre el terreno para perturbar los radares y sistemas de comunicación israelíes”.
“Por razones operacionales de seguridad, Hezbolá emigró a circuitos telefónicos cerrados que operan independientemente de las redes del gobierno libanés. Durante los combates en la ciudad siria de Qusair en 2013, Hezbolá volvió a demostrar su inclinación por la seguridad operacional al diseñar un sistema complejo que permitió a sus combatientes hablar libremente en comunicaciones de radio abiertas sin tener que preocuparse demasiado por la interceptación de sus conversaciones”.
Hezbolá ha sido una realidad desde principios de los ochenta y, dada su notable capacidad para operar en el entorno de la información, probablemente seguirá siendo el movimiento más dominante y capaz de Oriente Medio durante décadas por venir, concluye el Jpost.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Papa nomeia jornalista americano novo porta-voz e espanhola como vice-diretora

Da Agência ANSA

O norte-americano Greg Burke será o novo porta-voz do Vaticano e substituirá o padre Federico Lombardi a partir do dia 1 de agosto, de acordo com decisão tomada pelo papa Francisco. Burke era vice-diretor da Sala de Imprensa e, agora, seu posto será assumido pela jornalista espanhola Paloma García Ovejero. 
Lombardi era diretor da Sala de Imprensa do Vaticano desde 11 de julho de 2006 e foi nomeado pelo papa Bento XVI para substituir Joaquin Navarro-Valls.

Nascido em Saint Louis e membro de uma família tradicional católica praticante, Burke completará 57 anos de idade em 8 de novembro. Ele frequentou uma escola jesuíta de sua cidade natal e se graduou em 1983 em Literatura Comparada na Universidade de Columbia, em Nova York.

Já trabalhou na "United Press International", de Chicago, na agência de notícias "Reuters" e na revista "Metropolitan", antes de ser enviado a Roma como correspondente do "National Catholic Register". 
Em 1990, Burke começou a colaborar com a revista "Time" e, quase uma década depois, virou correspondente na capital italiana da Fox News. Em 2012, foi convidado para formar um time na Secretaria de Estado do Vaticano como consultor de comunicação. Desde 21 de dezembro de 2015, era vice-diretor da Sala de Imprensa. Burke fala inglês, italiano, espanhol e francês.

"O que mais me comoveu foi que o Papa me disse: Pensei muito [para escolher o sucessor de Lombardi]. Isto comprova ainda mais a importância do cargo", comentou.
A espanhola Paloma García Ovejero, foi correspondente da rádio COPE na Itália, tem 40 anos e nasceu em Madri. Formou-se em jornalismo em 1998 pela Universidade Complutense e fez um master em Gestão de Estratégias de Comunicação. 

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Portal do jornal Brasil Popular sofre sete ataques de hackers

Depois de sofrer o sétimo ataque, portal do Brasil Popular volta ao ar
Por Eduardo Ramos
O site do Jornal Brasil Popular sofreu, no último fim de semana, seu sétimo ataque de hackers. A invasão ocorreu um dia após a postagem da versão impressa, que saiu na sexta-feira, 24 de junho.
Com mensagens fascistas, o ataque é um claro descontentamento com a manchete do jornal, que mostra aquilo que a grande mídia esconde. A manchete principal, “Temer admite golpe”, relata o ato falho cometido pelo presidente interino, quando ele disse, em uma entrevista, que Dilma "utiliza o avião, ou utilizaria, para ir fazer campanha denunciando o golpe".
O jornal Brasil Popular, com tiragem de 20 mil exemplares, é distribuído gratuitamente a cada duas semanas, na rodoviária do Plano Piloto, em Brasília, e em vários outros pontos da cidade. E aos poucos começa a chegar a algumas capitais brasileiras, com a colaboração de distribuidores voluntários. 
Para ler a versão impressa na internet, clique aqui.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Opinião: O papel da mídia na atual "crise" brasileira‏

Por Geniberto Paiva Campos*

“ Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma” – Joseph Pulitzer

1. Parece haver um problema de matriz cultural interferindo no cotidiano da política brasileira.
Durante décadas fomos educados para respeitar o que se apresentava na forma impressa, assumindo como verdadeiras as suas notícias, informações e, eventualmente, suas (raras) opiniões. Jornais, revistas e outros tipos de publicação gozavam de um respeito reverencial, o qual era transferido aos jornalistas, editores, diagramadores e até linotipistas, todos profissionais envolvidos na nobre missão de (bem) informar.
Os jornalistas brasileiros eram profundamente respeitados e admirados pelos diversos segmentos populacionais que dependiam do acesso aos órgãos da imprensa para obter informações confiáveis. E que sabiam reconhecer a veracidade e o estilo da escrita destes profissionais.
Com o advento das mídias eletrônicas (rádio e televisão) a partir do século passado, esse sentimento de respeito e admiração transferiu-se para os profissionais dessas novas áreas.
Em reciprocidade, havia um profundo respeito desses profissionais para com os seus leitores, radiouvintes e telespectadores. Para com o seu público, enfim.
Esse acordo informal entre os jornalistas e o público consumidor de notícias, baseado na verdade e na decência, raramente era descumprido. Havia uma ética implícita nesse relacionamento.
Como esperado, muitos jornalistas que alcançavam notoriedade profissional enveredavam pela política. São vários os exemplos desse fato. Positivos e negativos. Esse entrelaçamento entre jornalismo e política não causou maiores prejuízos aos comunicadores, nem tampouco à política ou à gestão pública. E a comunicação social passou a ser exercida de maneira mais cuidadosa. E na medida que a Comunicação passou a ser algo mais complexo e ganhou as cátedras acadêmicas, os jornalistas assumiram maior importância no âmbito da sociedade.
O que viria a acarretar profundas mudanças nesse relacionamento respeitoso entre os órgãos de comunicação e os seus fiéis seguidores foi a percepção crescente da importância da Informação numa sociedade agora essencialmente urbana e industrializada, que ao adquirir novos hábitos culturais, tornou-se uma sociedade de consumo de massa.
A TV, o rádio, o jornal e as revistas assumiram gradativamente o papel de orientadores desse consumo. E perceberam que era facilmente alcançável orientar outras escolhas dessa sociedade “em trânsito”.
2) A criação dos grandes conglomerados midiáticos foi a evolução natural desse processo. O qual tornou-se irreversível pela força incontida da comunicação através do rádio, e principalmente da TV, nos hábitos de consumo e na formação da opinião (a temida “opinião pública”) da sociedade. Consequentemente, a mídia tornou-se orientadora não só dos hábitos de consumo como também das mais diversas escolhas dos cidadãos. Principalmente com o avanço do conceito de “propaganda”.
Na prática, tudo poderia se transformar em “produto”. Objeto de desejo dos indivíduos (também chamados de “público alvo”), desde que bem manipulado pelas técnicas dessa nova arte. A partir desse ponto os acordos éticos, implícitos no relacionamento entre mídia e público foram “flexibilizados”. O sistema capitalista entendeu perfeitamente, e passou a usar, sem maiores escrúpulos, a força incontida da publicidade e da propaganda na formação de hábitos e comportamentos dessa nova sociedade, valendo, principalmente, para quem viesse a dispor do controle da mídia, impressa e eletrônica. (E o conceito de cidadania evaporou-se. Foi para o espaço… E o Jornalismo, enquanto missão social, e serviço público, foi extinto)
Em muitos países do chamado primeiro mundo as autoridades públicas, percebendo precocemente a imensa força política dos aglomerados midiáticos, estabeleceram regras e limites, através de legislação específica. Sendo os exemplos mais evidentes a Inglaterra e os Estados Unidos da América. O que não veio a ocorrer na América Latina e especificamente no Brasil.
Abrindo uma imensa via para a atuação dos órgãos de comunicação, agindo sem qualquer controle legal. E a mídia, habilmente e absolutamente livre em suas manobras, espertamente passou a associar esse controle – essencialmente democrático – com a censura à liberdade de expressão. De modo que o Brasil entrou no século 21 permitindo a propriedade cruzada dos meios de comunicação. Embora a Constituição, promulgada em 1988, a proibisse expressamente. Mas este artigo dependia de uma regulamentação infra- constitucional, nunca posta em prática. Simplesmente porque isso não era do interesse de três ou quatro famílias proprietárias de conglomerados de rádios, TVs, revistas e jornais.
Qual um trem desgovernado, esses conglomerados foram gradativamente assumindo um papel cada vez mais relevante e decisivo no jogo político. E, rapidamente, os donos das organizações jornalísticas assumiram o papel de empresários. E que dispunham de um produto de alto valor para venda: a formação da opinião pública. Tornando-se bilionários. Criando cidadãos de segunda classe, despolitizados e absolutamente crentes (e militantes) daquilo que a mídia decidia divulgar como verdade. E, mais ainda, dispostos a ir às ruas e avenidas do país, propagando as palavras de ordem dos conglomerados midiáticos. Estes, meros porta-vozes do neoliberalismo.
Estava criado, portanto, um novo partido político. O qual passou a atuar no jogo político de maneira privilegiada. Por não precisar de votos. Ou de prestar contas aos seus eleitores ou à justiça eleitoral. Por prescindir de realizar convenções e debates para indicar seus candidatos e escolher seus projetos e propostas. Usando, ao extremo, o seu poder político, tornou-se o quarto poder (com tendência a assumir o primeiro lugar nessa hierarquia). Exercido no âmbito familiar e restrito aos proprietários das empresas jornalísticas, que se tornaram verdadeiras dinastias.
E os jornalistas? Estes, com raras e honrosas exceções, foram se transformando em meros serviçais dos seus patrões. Dispostos, para garantir os vínculos com suas empresas, a assimilar, acriticamente, as ideias e os projetos do interesse das suas organizações. Raramente coincidentes com os interesses nacionais.
( George Orwell ao publicar, em meados dos anos cinquenta, o seu profético livro “1984”, jamais poderia imaginar que a sua ficção política iria, tão rapidamente , assumir foro de realidade. O seu imaginário “Big Brother” e a Novilíngua tornaram –se verdades singelas, passando a conviver naturalmente com as sociedades mais vulneráveis e dóceis ao seu apelo).
3. Diziam os poetas e seresteiros, antenas da raça: “o tempo não para…” E não permite recuos e a volta ao passado, completam os descrentes e os cínicos. E, como falava um antigo compositor cearense: “ o passado é uma roupa que não se veste mais”.
Daí que o mundo mudou. Na Comunicação essas mudanças foram intensas. E introduziram novas e interativas formas de relacionamento nessa área. A síntese perfeita emissor (ativo) >>> receptor (passivo) foi superada por algo totalmente novo, muito sério, profundo e definitivo, denominado apropriadamente pelos teóricos de Revolução Digital. E nada será como antes, profetizaram, definitivos, os rapazes mineiros do “Clube da Esquina”.
O telefone celular, a internet, conectaram as pessoas com a facilidade permitida pelas novas e surpreendentes tecnologias de comunicação. E que não param de evoluir. E quem não evoluir, aderindo à nova onda, vai ficando para trás.
Em resumo, o receptor de notícias e informações deixou de ser a instância passiva dessas novas formas de conexão. A interatividade tornou-se um dos elementos irreversíveis da Comunicação. Como consequência, tornou-a mais democrática.
Essa revolução, como esperado, provocou um choque nos conceitos e nos fundamentos das empresas de comunicação que presumiam ter conseguido a forma perfeita – e definitiva – de controle da notícia, da arte de transformar opiniões em fatos, criar verdades. Enfim, de manipular o seu público de acordo com os seus interesses de lucro e acumulação.
Para onde caminha a humanidade nestes tempos novos e surpreendentes? Como será a comunicação dessa nova era?
São perguntas que estão sendo respondidas na vivência do dia-a-dia. Podemos ter, pelo menos, uma certeza, (ou, que seja, uma nobre e democrática aspiração): não voltaremos aos tempos obscuros do domínio incontrastável da mídia hegemônica.
Com a palavra os teóricos da Comunicação. Os para sempre conectados militantes das chamadas mídias sociais. E, claro, os estrategistas políticos. Essa luta apenas começa.
——–
(*) Geniberto Paiva Campos é médico cardiologista em Brasília e membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da CNBB.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Começa a circular terceira edição do Jornal Brasil Popular

Por Francisco Leite Filho 


A terceira edição impressa do jornal Brasil Popular (BrPop) estará disponível a partir desta segunda-feira, dia 18. A distribuição gratuita irá se concentrar em Porto Alegre, que sedia, entre 22 de janeiro e 1º de fevereiro, a edição de 15 anos do Fórum Social Mundial (FSM). Todas as suas oito páginas, que serão distribuídas a todos os participantes, são dedicadas a este debates de ideias que, "nestes 15 anos fez de Porto Alegre cidade-símbolo de rebeldia contra o neoliberalismo explorador e, ao mesmo tempo, uma usina de ideias para a construção de políticas de transformação social".
"Pelo FSM" diz o artigo de primeira página do BrPop, passaram lideres como Lula, Hugo Chávez, Evo Morales, Hebe Bonafini, Aleida Guevara, intelectuais como Eduardo Galeano e José Saramago, ambos falecidos, movimentos sociais das mais diversas regiões do planeta defendendo suas causas, como a independência da Palestina, do Saara Ocidental, de Porto Rico, a Paz na Colômbia, etc. Os movimentos sociais de todas as causas justas encontraram aqui a sua liberdade de expressão".
"Muitas dessas ideias, sonhos, projetos, propostas, transformaram-se em políticas públicas concretas. Bolívia, Equador e Venezuela erradicaram o analfabetismo desde o primeiro Fórum e recuperaram a soberania sobre suas fontes energéticas. No Brasil e em muitos paísesda América Latina reduziu-se a miséria extrema, a desnutrição infantil e ampliou-seo acesso à educação, à eletricidade, à saúde (com presença solidária de Cuba), valorizando-se o mundo do trabalho e a agricultura familiar".
O prefeito José Fortunati comemorou a indicação feita pelo Conselho do FSM e destacou a experiência do município para empreender eventos internacionais. “A escolha comprova mais uma vez que temos infraestrutura para receber visitantes de todas as partes do mundo”, disse. Conforme o prefeito, o evento vai resgatar os grandes debates mundiais nos quais a cidade e a comunidade estão inseridas.
O secretário adjunto de Governança Local, Carlos Siegle de Souza, destacou o esforço em fazer da edição 2016 do Fórum Social Mundial um evento histórico. Ele participou da última edição, em Túnis, na Tunísia, e conversou com representantes do Conselho Internacional para colocar Porto Alegre mais uma vez como protagonista. “Conseguimos sensibilizar a organização sobre a importância dos 15 anos e a agenda passou a incluir uma edição comemorativa em janeiro no Brasil e outra em agosto, no Canadá.”
Captura de tela 2016-01-17 18.19.53O BrPop - A edição especial do Brasil Popuar sobre a 15a. Edição do FSM, que ainda trás uma análise da situação política e social da América Latina, inclusive da reincidência do neoliberalismo na Argentina e sua ameaça na Venezuela, ainda explica, em artigo do jornalista Beto Almeida, seu fundador, a função deste novo órgão da imprensa alternativa, que nasceu em dezembro de 2015, "com a missão de circular informação importante para defender a legalidade democrática do governo eleito pelo voto popular e mostrar as conquistas dos últimos 13 anos, sonegadas, distorcidas, manipuladas e até negadas pela mídia capitalista, porta-voz do golpismo que pretende entregar o petróleo do pré-sal".
O jornal Brasil Popular se baseia no apoio de cidadãos comprometidos com esta missão e com a construção de uma mídia popular, em formato associativo e cooperativo, para suprir a falta de uma narrativa sobre as conquistas democráticas e sociais alcançadas pelo povo brasileiro, hoje ameaçadas".
Lembra que "o jornal é um primeiro passo. Já existe um portal na internet e o plano de montar uma agência de notícias de rádio, uma TV web e uma produtora de vídeos sobre temas populares. Por que nascemos? O Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU e isso não virou manchete! O Brasil incluiu milhões de brasileiros no consumo civilizatório de eletricidade, alimento e equipamentos, e isso não virou manchete! O Brasil reduziu radicalmente a mortalidade infantil, construiu 400 novasEscolas Técnicas Públicas e Gratuitas, e mais 59 novas universidades, também públicas e gratuitas e isso não foi noticiado como se deve!"

O artigo de Beto Almeida ainda ressalta: Cansamos de ficar apenas denunciando a falta de mídia democrática, arregaçamos as mangas e estamos criando uma alternativa. O Jornal Brasil Popular nasce para fazer a narrativa de como o Brasil mudou, como muitas reivindicações do Fórum de Porto Alegre viraram políticas públicas no Brasil e em outros países, como se informa em outras páginas desta mesma edição. "

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Opinião: Empresas perdem sentido e os jornalistas, seus empregos

Cartaz afixado nas ruas de Rio Branco, Acre
Por Carlos Tautz, publicado originalmente no Observatório da Imprensa


Antes de tudo, minha solidariedade às centenas de profissionais demitidos pelas empresas convencionais de comunicação. E, se isso ajudar de alguma forma, saibam que suas demissões pouco têm a ver com as razões apresentadas pelo patronato.
Nada de queda de faturamento, concorrência com a internet, diminuição do número de anunciantes e leitores etc etc.
A verdade é outra e discutir alguns de seus aspectos mais amplos ajuda a entender o cenário em que nos encontramos.
A mais importante razão para o fechamento em massa de postos de trabalho é o posicionamento político radical da indústria de comunicação. A maior parte do que se noticia ou se deixa de noticiar nestes meios, em especial em matéria de política e de economia, está sujeita a este posicionamento, e não a tradicionais critérios jornalísticos.
Em grande medida, a informação publicada é um ato de fé e de interesse corporativo, que se enquadra em um sistema de ideias. Quem lê ou ouve uma notícia tem de se esforçar para separar o fato objetivo de sua interpretação ideológica.
Sempre foi assim na América Latina. Na ausência de instituições político-partidárias capazes de tecer uma narrativa lógica de sua forma conservadora e reacionária de ver o mundo, entram em ação os conglomerados de mídia para ocupar esse espaço.
Antes, reuniam-se na Sociedade Interamericana de Imprensa para jogar a sua parte na Guerra Fria. Agora, organizam-se no Grupo de Diários Américas para combater os mandatários que sucederam os governos eleitos na onda neoliberal dos anos 1990. Seus alvos preferidos são os governos de Argentina, Bolívia, Brasil, Equador, Paraguai (este deposto por uma articulação em que as empresas de comunicação tiveram papel destacado), Peru, Venezuela e Uruguai.
Não é de se estranhar, assim, o que revelam pesquisas de confiança do leitorado. Elas apontam que boa parte do que é publicado vêm rapidamente deixando de fazer sentido para seus leitores, enfastiados de uma cobertura que se caracteriza por uma visão pré-concebida da realidade, recheada de preferências particulares e, muitas vezes, pouco vinculada à realidade factual.
Outras fontes de informação passam, então, a produzir sentido – como os inúmeros informativos gratuitos distribuídos pela internet, celulares etc. Ainda que eventualmente parciais, muitos deles assumem que posição defendem. Ao contrário da mídia convencional, não se arrogam o status de oráculo da verdade, de bastiões da informação crível e de guardião das instituições democráticas.
Blogs, sites e que tais têm seu valor justamente por serem apenas o que são, como atestam seu crescente impacto informativo. Por que então optar pela velha mídia convencional ideologizada?
É emblemático – inclusive por razões históricas – que o mais recente passaralho de grandes proporções ocorra n´O Globo. Ele é uma espécie de núcleo duro ideológico da holding Globo, a maior de sua área no Brasil, que por sua vez inspira politicamente os demais grupos do setor. Mais cedo ou mais tarde, as principais posições políticas do grupo Globo acabam mimetizadas pelas demais empresas.
É a segunda vez em 2015 (a primeira ocorreu em janeiro) que O Globo varre de seus quadros, numa onda só, dezenas de profissionais de imprensa – outras empresas do grupo fizeram o mesmo, mas dissimuladamente. Somando os dois tisunamis, foram quase 80 profissionais da redação mandados embora.
Os concorrentes miméticos d´O Globo seguem caminho semelhante, às vezes por razões distintas. No Rio de Janeiro, foi o caso do recentemente falecido Brasil Econômico, de O Dia e do provedor de acesso à internet IG, pertencentes à Portugal Telecom (PT). A PT investiu em mídia no Brasil buscando influência política para operar a telefônica Oi, em que detém cerca de 30% do capital votante. Sabe-se lá o porquê, a posse dos veículos de comunicação perdeu sentido para a PT, que não hesitou em fechar o BE e deixar o tradicionalíssimo O Dia em estado de alerta.
Em um ano, perto de dois mil postos de trabalho de jornalistas foram fechados no Brasil.
Pelo seu peso específico, o grupo Globo – pertencente à família mais rica do Brasil, segundo a Forbes – é o ator emblemático nesse movimento de perda de sentido das empresas de comunicação e dois momentos são particularmente especiais para exemplificar a repulsa à cobertura de O Globo e a consequente e imediata queda de sua audiência.
O primeiro é a capa do jornal em 17 de outubro de 2013, um dia após a PM ter desocupado a escadaria da Câmara dos Vereadores do Rio, onde centenas de manifestantes se reuniam pacificamente havia semanas. O Globo criminalizou preventivamente e violentamente os manifestantes. Desconsiderou que, culpados ou não, eles ainda precisariam ser julgados pela Justiça.
As consequências foram imediatas. Primeiro, repórteres que vão às ruas cobrir a realidade que a direção do jornal despreza queixaram-se do tratamento editorial das prisões. As caixas de email da redação foram entupidas de mensagens reclamando do tratamento dispensado aos manifestantes (todos foram soltos por falta de provas). E, nos dias seguintes, multiplicou-se por quase 20 o número médio de pedidos de cancelamento de assinaturas.
O jornal não reorientou sua cobertura e simplesmente optou por bloquear os sistemas de recebimento de e-mails e de pedidos de cancelamento.
O segundo momento se deu no início de agosto de 2015.
Um dos herdeiros do grupo Globo, João Roberto Marinho, tomou a iniciativa de procurar a Dilma e a bancada do PT no Senado para informar-lhes que o grupo desembarcara da tese do impeachment – contrariando a verdadeira cruzada pelo impedimento da governante em que seus veículos, a tevê à frente, estavam empenhados desde a posse até aquele momento.
Com efeito, viu-se um abrandamento na ferocidade das críticas a Dilma e ela recebeu generosos minutos no Jornal Nacional para que, pela primeira vez, pudesse se defender dos ataques que recebia.
As áreas de inteligência do governo federal circularam a informação de que essa mudança de posição se deve ao fato de a Globo ter sido escolhida pelos maiores grupos econômicos instalados no Brasil como porta-voz de uma posição de manutenção da ordem democrática. Eles possuem interesses valiosíssimos no País e o impedimento de Dilma poderia afetá-los, em um momento de turbulências internacionais.
Se esta versão se verifica ou não, é outra estória. O fato, objetivo, é que aconteceram as reuniões em Brasília e Dilma ganhou uma valiosa trégua capitaneada pelo mais importante grupo de mídia do País.
Assim, do dia para a noite, aquela que era achincalhada pelo noticiário do grupo Globo transformou-se naquilo que nunca deveria deixar de ter sido: apenas mais uma governante, cuja administração precisa ser escrutinada permanentemente por jornalistas, e não o Judas midiático a quem se imputam de chofre todos os crimes.
Com variações de escala, método e impacto político, situações desse tipo já ocorreram em muitas outras redações País afora. As maiores invariavelmente combinam cobertura conservadora com a publicação de colunistas reacionários e agressivos. Aliás… Quantos colunistas progressistas publicam na imprensa diária?
A sociedade é plural e tem direito a uma comunicação idem. Se não a encontra nas fontes convencionais, procura essa pluralidade em outras fontes.
A segunda grande razão central para o cíclico (e crescente) descarte em massa de postos de trabalho para jornalistas é a opção de os veículos de comunicação agigantarem seus departamentos de entretenimento e transformarem seus veículos noticiosos em meros cadernos divulgadores da sua própria indústria do lazer.
Entretenimento e relações públicas se disfarçam de jornalismo, usando-lhe as técnicas e a credibilidade individual de vários profissionais de imprensa. Vários deles e delas abandonam a redação e passam a estrelar de reality shows a programas de amenidades. Deixam se ser ótimos repórteres e se transformaram em apresentadores enfadonhos e arrogantes.
Jornalistas que insistem em desvelar as relações de poder passam a ser peças indesejáveis e altamente descartáveis. A extinção de postos de trabalho integram-se à lógica desse setor de informação-entretenimento (infotainment, como um teórico estadunindense já chamou).
O próprio jornalismo passa a ser indesejado e inviável, se for entendido como uma forma de investigação e de vigilância sobre as relações entre o Estado e as corporações. Dessa maneira, por exemplo, fica impossível o grupo Globo cobrir as fraudes na CBF. Há décadas, ambos são sócios nas transmissões de futebol.
Entretanto, por mais sombrios que sejam, esses não são os únicos futuros possíveis para a nossa profissão. Quem a entende como uma forma de intervir na realidade tem vários e promissores exemplos alternativos, mesmo entre as empresas de comunicação que operam rigorosamente dentro dos limites do mercado de notícias.
Há experiências de organizações de jornalistas independentes – como a Agência Pública no Brasil e o International Consortiun for Investigative Journalism nos EUA. Mas, o exemplo ótimo de empresa jornalística lucrativa e crítica – que vem rapidamente se recuperando de prejuízos em anos passados e batendo recordes internacionais de audiência – é o inglês The Guardian.
Não à toa, foi ao Guardian que Edward Snowden denunciou o sistema mundial de espionagem montada pela NSA estadunidense. O Guardian é uma prova concreta de que o jornalismo é viável sob qualquer ponto de vista.
A hora da demissão dói tanto que parece que nunca irá acabar. Quanto mais laços profissionais e de amizade pessoal se criam nos locais de trabalho, mais dramático e longo é esse momento triste. Para que ele sirva de lição, precisa ser compreendido como de fato é: não um ponto final. Mas, um ponto de partida para recriar o sentido do jornalismo e de jornalistas.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Opinião: O Governo desaprendeu a travar a batalha da comunicação

Como sair do atoleiro se o Governo desaprendeu a travar a batalha da comunicação? Não basta comunicar-se mais. É preciso reorientar toda a comunicação.


Por Antonio Lassance*, em Carta Maior

Em sua primeira reunião ministerial (27/1), Dilma exortou seus ministros a travarem a batalha da comunicação. Falou, repetiu, insistiu. Quase perguntou se precisava desenhar.
A ordem é a seguinte:
"Nós devemos enfrentar o desconhecimento, a desinformação sempre e permanentemente. Vou repetir: sempre e permanentemente. Nós não podemos permitir que a falsa versão se crie e se alastre.
Reajam aos boatos, travem a batalha da comunicação, levem a posição do governo à opinião pública, a posição do ministério, a posição do governo à opinião pública. Sejam claros, sejam precisos, se façam entender. Nós não podemos deixar dúvidas."
No fundo, Dilma sabe que ela não é a melhor comunicadora do governo e pede ajuda a todos de sua equipe para uma tarefa que, de qualquer forma, nenhum presidente, sozinho, é capaz de realizar: dizer ao público o que está acontecendo e o que o governo tem feito.
Até aí, tudo bem. A maioria dos governos anteriores tinha ministros mais desenvoltos para a comunicação do que o presidente. Lula foi uma das exceções. Ele era, sem sombra de dúvida, o melhor comunicador de seu próprio governo.
Com Dilma é diferente e a constatação pode ser perfeitamente administrada. Mas há uma pedra no meio do caminho.
Se o pedido da presidenta não significar uma completa reorientação na concepção, nas práticas e nas mensagens do governo, o tiro irá sair pela culatra. Vai estar aberto o caminho para uma sucessão de trapalhadas.
De todo modo, não se deve, em hipótese alguma, tentar esconder um presidente da República. Não há como tirar um assunto do colo da presidenta quando o assunto é o Brasil.
Um presidente da República jamais pode fingir que alguns grandes problemas não são seus.
Toda semana a presidenta precisa mostrar que existe, que está trabalhando, que está fazendo.
Mesmo que não queira, Dilma precisa aparecer regularmente, dar sua opinião e orientação, ainda que os detalhes e as piores partes do tratamento de algum problema fiquem por conta de outra pessoa.
Ao invés de aparecer pouco e, quando aparece, falar muito (Dilma é a primeira a se cansar de seu próprio discurso), é melhor a presidenta aparecer mais vezes e falar menos, fazendo discursos mais curtos e diretos.
Se não for pedir demais, em nome da clareza na comunicação com o público, Dilma poderia usar mais metáforas e analogias. Alguns não vão gostar, mas a maioria vai.
Fazer comunicação com o quê e com quem?
O atual governo gasta muito e gasta mal em comunicação. E conseguiu a façanha de desmontar boa parte dos bons instrumentos próprios que haviam sido construídos no primeiro mandato do governo Lula.
É bom fazer o registro: a situação já estava assim antes do atual ministro Thomas Traumann assumir o posto. O problema é que, até agora, nada mudou e Traumann não tem qualquer controle sobre a área de publicidade.
O governo faz regularmente uma pesquisa para aferir os hábitos de consumo da população.
Para quê? Não se sabe. A pesquisa mostra que o rádio é quase tão presente como fonte de informação quanto a tevê. Em seguida, vem a internet. Por último, bem atrás, a mídia impressa.
Apesar disso, o governo prefere gastar em tevê valores estratosféricos, extraordinariamente maiores do que gasta em rádio.
Ainda mais absurdo é que jornais e revistas impressos recebam bem mais que a internet e até que o rádio. Isso não é e nunca foi mídia técnica. É um escândalo de compadrio da publicidade com os grandes veículos.
O governo tem um gosto todo especial em financiar a concentração da mídia.
Sem contar que o Ibope e a vendagem de muitos veículos são alimentadas por informações de dirigentes e gestores governamentais que dão a alguns veículos um tratamento privilegiado. Esquecem-se que informação oficial é um bem público, e não um produto a ser barganhado na troca de favores do mercado da notícia.
Comunicação estatal, considerada um palavrão, foi quase reduzida a zero
A grande maioria dos ministros não sabe o que é o governo, seus números, seus planos, suas metas, suas dificuldades.
O governo já teve, mas extinguiu, um boletim informativo regular, chamado Em Questão.
O Em Questão era o principal veículo diário de informação sobre as ações, números e argumentos em defesa do governo.
Deveria ser ressuscitado pela presidenta, isso se ela quiser pautar pelo menos a fala de seus ministros.
Em 2008, o próprio gabinete pessoal do Presidente Lula começou a produzir um informativo, chamado Destaques, com dados e outras informações sobre as ações de governo.
O último caderno Destaques data de julho de 2013.
O último programa de rádio Café com a Presidenta foi ao ar em 30 de junho do ano passado.
O cargo de porta-voz está vago há mais de um ano.
Falar em comunicação estatal virou palavrão, desde que extinguiram a Radiobrás e surgiu a EBC.
A fusão da Radiobrás com a TV e rádios educativas do Rio de Janeiro gerou uma grande bagunça entre o que era a comunicação pública, feita pela Acerp (que controlava a TV e Rádio Educativa do Rio de Janeiro) e a comunicação estatal (feita pelo sistema Radiobrás, em Brasília).
A antiga e extinta Radiobras ensinou Câmara, Senado e Justiça a implantarem seus veículos. Hoje, a comunicação do Executivo está longe do padrão de excelência alcançado pela comunicação dos outros Poderes.
A comunicação governamental se resume a um canal de tevê a cabo, a NBR, para o qual o próprio governo não dá a mínima importância. A NBR já deveria ser tirada da EBC e estar sob o comando direto da Secom faz tempo.
Da forma como está, com a EBC agindo como mera empresa de prestação de serviços, é mais barato para o governo contratar a empresa da esquina que filma aniversários e casamentos.
É na rua que se anda pra frente
O governo vai realmente travar a batalha da comunicação? Para falar o quê? E com quem?
O principal alvo para uma batalha da comunicação, antes dos veículos de imprensa, é o público.
O governo vai para a rua? Se não for, não vai poder dizer que está travando a batalha da comunicação.
Ministros e suas equipes vão por o pé na estrada, visitar capitais e cidades do interior, dar entrevistas aos veículos locais e blogueiros de cada cidade?
O governo poderia gastar um pouco menos em propaganda e um pouco mais em sola de sapato, telefonemas, e-mails, interação em mensagens pelas redes sociais e vídeos no Youtube.
A principal forma de comunicação que falta ao governo chama-se conversa. É preciso pegar o telefone para ligar e conversar com prefeitos, dirigentes sindicais, entidades estudantis, movimentos agrários e de luta pela moradia e ativistas das redes sociais.
Ativistas das redes sociais? Sim, é uma categoria nova, influente na formação de opinião e, a não ser no caso dos direitosos, ainda é absolutamente desconhecida e desprezada pela maioria dos que fazem comunicação governamental.
Não custa também perguntar: quantos ministérios já estão chamando suas conferências nacionais? Quantos já implantaram conselhos e comitês para discutir políticas públicas.
Talvez muitos ministros não saibam, mas o decreto que instituiu a Política Nacional de Participação Social continua valendo.
Seria bom alguém se dedicar a informá-los.

(*) Antonio Lassance é cientista político.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Caldas Novas - GO: Rádio e TV são empasteladas a mando de políticos locais do PSDB

Por Adriana Martins, de Caldas Novas - GO

A emissora TV Gazeta - GO e a Rádio Gospel FM foram arrombadas e saqueadas em Caldas Novas, estado de Goiás, no dia 2 de janeiro, supostamente a mando de lideranças políticas locais filiadas ao PSDB, mesmo partido do governador Maguito Vilela.
Segundo funcionários, ainda perplexos com o ocorrido, a invasão armada ao prédio das emissora teria sido, supostamente, a mando do prefeito da cidade e do grupo do recém eleito deputado estadual Marquinho do Privé -PSDB/GO.
As evidências partem de um vídeo - com mais de 22 mil acessos na internet - onde um dos líderes da invasão (funcionário do grupo hoteleiro da família do deputado), que levou todo o equipamento da TV e também o que era de uso pessoal de um funcionário, diz abertamente que o motivo foi por o dono das emissoras falar contra o prefeito Evandro Magal. 
Entretanto, como salienta o próprio proprietário das duas emissoras, Adão Gonçalves, até há pouco tempo, o relacionamento dos dois grupos era bom.


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Família do ex-vice-prefeito de Caldas Novas
e hoje deputado estadual, Marquinhos Privê, PSDB, 
é apontada como sendo a mandante
do empastelamento das duas emissoras.
No início do ano, o então vice-prefeito de Caldas Novas, me procurou para fazer uma negociação na divulgação da sua campanha, já que o mesmo seria candidato a deputado estadual.Na ocasião negociamos que o agora deputado Marquinhos do Privé, compraria alguns equipamentos que seriam usados na TV Gazeta e em troca, minhas empresas fariam anúncios e matérias pagas, o que foi feito. No final da campanha, o deputado Marquinhos do Privé ficou me devendo alguns valores, além dos equipamentos que ele já tinha me entregado - afirma Adão Gonçalves, proprietário das emissoras.

A TV e a rádio permanecem fora do ar. Outra grande emissora de TV esteve no local e fez a matéria, porém antes de veiculá-la, o deputado Marquinho do Privé esteve na emissora, em Goiânia, tirou foto com o repórter e a matéria simplesmente sumiu. 
Será que em Caldas Novas a lei que garante liberdade de imprensa não existe? Os poderosos estão desafiando a justiça brasileira certos de que o dinheiro compra tudo e todos?

As imagens da violência que reina em Caldas Novas, no estado de Goiás, e a total falta de ação das autoridades policiais são chocantes. Demonstram a existência de coronéis que estão acima da lei e da ordem.

Veja o vídeo produzido a partir de imagens de celulares e cinegrafistas amadores.




Adão Gonçalves, proprietários das emissoras,
diz que elas foram alvo de ação a mando
das lideranças políticas locais.
Segue, abaixo, o relato do proprietário das emissoras Adão Gonçalves.

"Na última sexta-feira, 02/01, fui surpreendido com a informação que pessoas ligadas ao Prefeito de Caldas Novas e ao Deputado Estadual Marquinhos do Privé, estavam na porta da minha emissora para retirar a emissora do ar.
Comuniquei aos meus advogados, os quais foram de imediato para a porta da emissora, a mesma se encontrava fechada, pois estava exibindo programação gravada, por causa do feriado. Ao constatar que realmente os representantes do prefeito de Caldas Novas e ao deputado estadual, Marquinhos do Privé, estavam dispostos a arrombar a porta da emissora, os advogados chamaram a policia, a qual compareceu e aconselhou os mesmos a não invadir a emissora. Neste momento a PM recebeu ordem para deixar a porta da emissora.
Em seguida, o gerente do Hotel Privé, Ézio Afonso, e a advogada do Grupo Privé, Drª. Norma Luiza Reategui, voltaram para a porta da emissora e chamaram o restante dos funcionário e um caminhão de mudança, chegou também o segurança do deputado Estadual Marquinhos do Privé, Omar Bernardo, conhecido como "Capacete", com arma na cintura, o qual quebrou a porta da emissora para os funcionários do Grupo Privé entrarem.
A ação durou cerca de 30 minutos, logo que a polícia saiu e começaram a arrobar a emissora, ligamos para todos os números de celulares das viaturas. Liguei para o celular do comandante de polícia, Tenente Coronel Wesley, para o Major Welington, para a CPU, para o 190 através de várias operadoras e ninguém nos atendeu.
Ligamos também para o Corpo de Bombeiros, que através dos seus oficiais fizeram contados com a PM, mas ninguém quis fazer o atendimento da ocorrência.
A Policia Civil atendeu o telefone, mas disse que não poderia atender pois é serviço da PM.
Depois de uma hora do ocorrido, a PM compareceu no local para fazer a ocorrência.
Nas gravações feitas por celulares de funcionários, clientes e por quem passava pelo local, pode ser constatado agressões a funcionários da TV Gazeta, os quais foram obrigados a desligarem equipamentos coagidos sob ameaça de arma de fogo.
Nas gravações também fica claro que o motivo da ação é pelo fato das emissoras e jornal estarem fazendo matérias “negativas” contra a administração do Prefeito Evandro Magal.
Levaram vários equipamentos da sede da empresa, tirando a TV Gazeta canal 23 do ar, retirando também a Rádio Gospel do ar, e deixando o jornal diário Gazeta impossibilitando de editar suas edições, que circula em Caldas Novas e sul do Estado de Goiás. Além de equipamentos foi levado o valor de R$ 34.683,00, do caixa da emissora, o qual seria utilizado para o pagamento de funcionários no próximo dia 5.
Apesar do gerente do deputado Marquinhos do Privé ter dito nas gravações que a ação criminosa estava sendo feita porque os veículos de comunicação estavam falando “mau” do prefeito de Caldas Novas Magal e do governador, o empresário Adão Gonçalves não acredita na participação do governador nessa ação criminosa pois seus veículos nunca falou mal do seu governo e ao contrário disso sempre divulgou o bom trabalho realizado pelo governador Marconi em todo o estado de Goiás".