Informa o jornal Le Monde, de 13/07/09 que o mercado para canais de televisão classificados como étnicos começa a crescer na França. Os canais especializados são disponibilizados em sistema fechado de transmissão (cabo, satélite e digital terrestre) e dentre estes se destacam os provedores Bouquet Grande Muraille e Trace TV. Estes pacotes são destinados aos imigrantes. A idéia surgiu, inicialmente, por três comerciantes de origem chinesa, os irmãos Tang, especializados em importação e exportação, que passaram a oferecer um pacote de programação voltado à comunidade chinesa na França, denominado a Grande Muraille.
Posteriormente surgiu um canal voltado aos migrantes africanos francófonos. O pacote reúne os conteúdos de canais públicos e privados do Senegal, da Costa do Marfim, de Camarões, de Burkina Faso, do Mali e do Congo-Brazzaville.
O pacote africano, seis meses após o lançamento, já contabilizava 15 000 assinantes e a perspectiva é que até o fim do ano serão 20 000.
A Grande Muralha, por sua vez, deve contabilizar em dezembro 50 000 assinantes. Ao todo, os canais étnicos já reúnem 200 000 assinantes, segundo os operadores do ramo, gerando uma receita de 20 milhões de euros, cerca de 60 milhões de reais, por ano. O segmento é visto como o novo filão tanto que já começa a ser operado uma canal para os latino-americanos, antilhanos e africanos, denominado Trace Tropical.
Mais detalhes em francês, sobre a reportagem de Guy Dutheil, no Le Monde, clique aqui
2 comentários:
Boas falas, ocorridas ante a pressão contra a invisibilidade.
Esta notícia, em alguma medida, lembra artigo "O fechamento de jornais e o jornalismo público" assinado por Beto Almeida (presidente da TV Cidade Livre de Brasília)no Carta Capital online.
Do fechamento de mais dois jornais -Tribuna da Imprensa e Gazeta Mercantil - ao desemprego crônico de jornalistas, aliado ao eterno aumento da concentração de informação na sociedade a queda do diploma.
No fim das contas, a falta de políticas públicas para a comunicação brasileira.
"O Brasil está em pior posição que o nível de leitura de jornal na Bolívia, país mais pobre da América do Sul."
Sandra Martins - jornalista
Sandra, de fato a imprensa parece estar entrando, em todos os cantos do mundo, em um processo de crise, fruto da falta de dinheiro, das mudanças tecnológicas e mesme da falta de credibilidade.
E isso abre as portas para novos experimentos, como este, dos canais étnicos e dos veículos públicos.
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