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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

EBC: jornalistas aprovam paralisação para 3/9


Por Chico Sant'Anna

Se as deliberações se confirmarem, na terça-feira, dia 3, os radiovintes não ouvirão o tradicional "Em Brasília, 19 horas".  Os jornalistas decidiram  por uma paralisação de um diam em resposta a posição da direção da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) tentar contornar a obrigação do respeito à jornada de trabalho de cinco horas diárias e limite de 30 semanais, conforme prevê a CLT. Reunidos em assembleia em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, os profissionais entenderam a postura da EBC como um "ataque" à categoria dos jornalistas, e assim decidiram, por unanimidade, fazer uma paralisação de 24h na próxima terça (03/09), que pode se alongar a depender da resposta da EBC e do governo Federal. 

A greve é uma reação à decisão da empresa de atacar a jornada especial da categoria, prevista na Seção XI da CLT desde 1943, ainda com Getúlio Vargas. Ao elaborar o novo Plano de Cargos e Remunerações (PCR), a direção rebaixou os salários da carreira dos jornalistas na empresa em comparação a outros grupos de trabalhadores, criando um critério de remuneração por hora. Na prática, ao burlar a CLT, nos considera trabalhadores de jornada parcial, punindo a categoria pelo direito histórico da profissão. A luta dos jornalistas da EBC é por um PCR isonômico entre as diferentes carreiras, e, ao mesmo tempo, defendemos todos os ganhos econômicos que a proposta de PCR da empresa estabeleceu para os demais trabalhadores e trabalhadoras da EBC.

O ataque da EBC, portanto, é contra toda categoria dos jornalistas, não apenas aos que hoje trabalham na empresa. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) já se manifestaram contra a proposta por entenderem que ela fere os direitos nacionais dos trabalhadores.  Leia aqui: https://abre.ai/kTr6

Hoje, os jornalistas recebem o mesmo salário de outros trabalhadores com nível superior, mas, com a proposta da Diretoria, eles passariam a ter uma remuneração básica 12% menor. O ataque da empresa pública de comunicação nacional contra seus jornalistas abre margem para as empresas privadas seguirem pelo mesmo caminho. Saiba mais aqui

Esperamos que o ministro Paulo Pimenta – que deve voltar à Secom nos próximos dias – corrija esse grave erro da direção da EBC. Afinal, a defesa do trabalho da imprensa, que o governo diz respeitar, se restringe à liberdade dos barões da mídia ou se estende também para a classe trabalhadora? 

A próxima terça-feira terá uma absoluta paralisação do jornalismo dos veículos públicos - Agência Brasil; TV Brasil; Rádios Nacional, da Amazônia, Alto Solimões e MEC, além da Radioagência Nacional - e também nos estatais Canal Gov, Agência Gov e a Voz do Brasil.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Jornalista mobiliza sociedade em prol de fundo para amparar órfãos da Covid


 

Uma proposta inserida na página de ideias do Senado Federal propõe a criação de um fundo para amparar as crianças que ficaram ou ficarão órfãs até o final desta pandemia da Covid-19 pelo novo Coronavírus. Ela precia angariar 20 mil assinaturas até o próximo dia 18 de fevereiro.


A ideia foi postada e aprovada pelo comitê que avalia as ideias no dia 18 de novembro e tem até o próximo dia 18 de fevereiro como prazo para conseguir 20 mil assinaturas e ser lida pela Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal.

A ideia legislativa é de autoria do jornalista Walberto Maciel que pretende com a venda do um Ebook Órfãos da Covid-19, que ele escreveu quando o Brasil ainda estava atingindo o número de 100 mil mortes por Covid-19.

“Estava em casa e pensei em que situação ficariam meus filhos se eu e a Sara contraíssemos a doença e morrêssemos. No mesmo instante recebi aquela intuição que tinha que olhar para fora da minha janela, para fora da minha porta e ai veio a ideia de escrever o E-Book e em seguida quando tomei conhecimento da página de ideias legislativas do Senado, fiz a proposta”, destaca Walberto Maciel que é repórter político em Brasília.

O jornalista explica que o Ebook que escreveu já está registrado com o selo da Biblioteca Pública Nacional e no texto está declarado que 80% do valor arrecadado com a venda do E-book na internet será aplicado diretamente no fundo, se ele for aprovado. Caso não seja ele já está registrando uma ONG Organização Não Governamental com a qual pretende fazer uma pesquisa de campo para saber quem são e quantos são as crianças e jovens que perderam o pai, a mãe, os dois ou em caso de crianças criadas pelos avós, que perderam os avós ou quem era o mantenedor da família para direcionar recursos para estas crianças.

Mundo

O fundo, se for criado neste formato por uma iniciativa privada será inédito no mundo, tanto em situações pós guerra quanto no pós pandemia. “Fiz uma pesquisa rápida no Google e vi que para atender as crianças do mundo todo existem cinco entidades, uma delas é a Unicef, mas apenas uma atua diretamente com crianças pós tragédias, isso é muito pouco para o número de mortes provocadas pela Covid no mundo.

O link para leitura do E-book está aberto nas redes sociais e a compra é voluntária para ajudar na campanha de arrecadação para o Fundo e criação da ONG e pode ser feita pelo link do Pag Seguro:.https://pag.ae/7WBthpXzn

Contatos com Walberto Maciel:
Fone: (61) 984191427
@WalbertoMaciel

Orfaosdacovid19.com.br 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Cartografia das redes: Um mapeamento das manifestações de 13 de junho

Este texto é um extrato do que foi publicado na Revista Fórum
O dia 13 de Junho nas redes
Para analisar as interações na rede, especificamente no Facebook, durante as manifestações da quinta-feira (13), a Interagentes fez uma análise qualitativa tendo como universo as mensagem publicadas neste dia.
A pesquisa analisou uma amostra estatística de um universo de 63.494 postagens e a partir da análise qualitativa verificou-se que a percepção dos usuários da rede social em relação às manifestações convocadas pelo movimento Passe Livre durante o ato era majoritariamente positiva, representando uma parcela de 62% da amostra. Usuários com uma percepção negativa em relação à manifestação que ocorria naquele momento em São Paulo representavam 16% do total. Outros 22% são postagens classificadas como neutras e representam apenas a repercussão de notícias sem comentários que permitam inferir a posição do autor da mensagem.
Visão geral
As buscas realizadas no Facebook visaram capturar citações públicas às manifestações contra o aumento de tarifas de ônibus. Os acontecimentos de quinta-feira (13/6) ganharam destaque nessa análise.
O período ao qual estas buscas se referem é da zero hora do dia 5 até as 23:59:59 do dia 14.
Foram elaboradas combinações de termos de busca para a composição de quatro bancos de dados:
Banco 1 – Citações públicas à uma combinação de termos sobre as manifestações – 292.896 resultados
Banco 2 – Citações públicas ao termo ‘tarifa’ – 61.600 resultados
Banco 3 – Citações públicas ao termo ‘Haddad’ – 38.400 resultados
Banco 4 – Citações públicas ao termo ‘Alckmin’ – 26.400 resultados
Para efeitos de análise de estatística optou-se por compor as amostragens a partir do Banco 2.
Ainda assim, o Banco 1, provavelmente, é o que mais se aproxima do volume total de mensagens públicas no período analisado.
Gráfico comparativo do volume de mensagens por banco de dados.
Gráfico comparativo do volume de mensagens por banco de dados.
Gráfico comparativo do volume de mensagens por banco de dados.
Gráfico comparativo do volume de mensagens/dia, por banco de dados.

Movimento Passe Livre - percepeção dos usuários do Facebook
Movimento Passe Livre – percepeção dos usuários do Facebook
Dentre os temas mais recorrentes nas postagens do dia 13 estão as mensagens de apoio à manifestação contra o aumento das passagens, representando 27% do total, e as críticas à atuação violenta da polícia militar, que representam uma parcela de 19% das mensagens – mais que o dobro do volume registrado nos dias precedentes. Outros 13% são postagens que sugerem a adesão de seus autores ao movimento, contendo convocações para as manifestações, notas públicas do Movimento Passe Livre, confirmação de presença nos eventos criados para a divulgação dos atos e fotografias com registros pessoais da manifestação.
Mensagens que criticam especificamente o alto valor das tarifas, sem expressar um posicionamento em relação às manifestações representam uma fatia de 10% do total e outros 9% são mensagens que criticam a cobertura dos grandes veículos de comunicação.
Entre as postagens que evidenciam uma percepção negativa das manifestações estão mensagens que acusam os manifestantes de praticarem atos de depredação do patrimônio público e vandalismo, representando 7% do total e 5% firmam que o protesto contra o aumento de 0,20 centavos na tarifa é irrelevante para solucionar os problemas que o país enfrenta.
A postura do Partido dos Trabalhadores e do prefeito Fernando Haddad em relação às manifestações é criticada em 6% das mensagens e outros 2% criticam a postura do PSDB e do governador Geraldo Alckmin.
Há ainda uma parcela de 2% que avaliam que o direito democrático deve ser exercido pelo voto, e não em manifestações públicas.
Temas em destaque - Percepção dos usuários - Facebook
Temas em destaque – Percepção dos usuários – Facebook
Uma cartografia da manifestação
Na quinta-feira (13) nossas buscas registraram um total de 63.494 mensagens públicas no Facebook. Estas mensagens partiram de 52.843 perfis diferentes.
A baixa média de mensagens por pessoa e o grande número de pessoas engajadas sugerem um padrão de cobertura viral dos acontecimentos. Isso mostra ainda que a mobilização contou com o padrão de liderança distribuída, bem diferente do que ocorre com movimentos tradicionais, com centros difusores de informação mais verticalizados e concentrados.
Para análise do padrão das manifestações públicas nas redes plotamos um grafo das mensagens mais comentadas durante todo o dia 13. O mapeamento dos perfis cujas postagens foram mais comentadas visou detectar os agentes privilegiados no debate público nas redes, ainda no calor dos eventos das ruas.
Este grafo representa as mensagens que mais geraram comentários no período das 16 horas do dia 13 até as 6h do dia 14.
Segundo este critério, entre os nós de rede que mais geraram repercussão estão 3 páginas relacionadas aos Anonymous. A página do Passe Livre São Paulo apareceu apenas na 5º posição, o que reforça a tese de que as manifestações apresentaram padrão de liderança distribuída.
A rede e as ruas
Em momentos como esse a relação entre a rede e a rua se estreita. Há quem esteja nas ruas relatando, pelas redes, o calor da mobilização social. Há quem esteja dentro das redes interagindo, compartilhando e se posicionando, o que aumenta ainda mais a mobilização social, para além das ruas.
Ao mesmo tempo que detecta-se a ausência de uma única organização hierárquica dos movimentos, quase um movimento autônomo, nota-se a emergência de atores que podem ser considerados “nós desprivilegiados” da rede. Suas mensagens adquirem grande relevância não tanto pelo tamanho da rede imediada que este agente é capaz de mobilizar, mas sobretudo pela sua capacidade de ter dito algo que catalizou reações e se espalhou de maneira viral pelas redes.
Um bom exemplo dessa cobertura viral é o vídeo (https://www.facebook.com/photo.php?v=658874737474532) de Marcel Bari, que conta com mais de 108 mil compartilhamentos. Outro exemplo é o vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=kxPNQDFcR0U), fartamente difundido nas redes, que registra policial quebrando o vidro da viatura, que conta com mais de 1 milhão de visualizações no youtube.
A evolução dos eventos
Nesta articulação entre rede e rua os eventos no Facebook ganham um papel de destaque. Ao mesmo tempo em que funcionam como canal privilegiado de articulação dos ativistas e movimentos, são expressão da composição heterogênea e da construção capilarizada das diversas narrativas.
A evolução do número de participantes confirmados nos eventos do Facebook apontam para o forte engajamento a partir da repercussão da manifestação do dia 13.
Se na manifestação do dia 13 o número de participantes confirmados no Facebook chegou próximo dos 28 mil, nas manifestações marcadas para a segunda-feira (16), até o momento de fechamento desta análise ultrapassava os 215.000, um aumento de mais de 660%.
Evolução dos eventos dos atos contra o aumento de tarifas de ônibus - Facebook
Evolução dos eventos dos atos contra o aumento de tarifas de ônibus – Facebook

terça-feira, 16 de julho de 2013

Twitter revela o ‘mapa’ de protestos no Brasil


Por Mariana Della Barba e Camilla Costa,  da BBC Brasil

Uma análise da atividade dos brasileiros no Twitter durante a onda de protestos que atingiu o país no mês de junho fornece um "mapa" da intensidade dos protestos e revela detalhes sobre a mobilização das pessoas por meio das redes sociais.
Pesquisadores do Labic (Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura), em Vitória, no Espírito Santo, analisaram as conexões criadas entre usuários do Twitter nos principais dias de protesto e as palavras de ordem mais ecoadas na internet.
Os posts de usuários do Twitter, o segundo site de rede social mais acessado no Brasil, mostram a pluralidade de temas relacionados aos protestos e a evolução do debate sobre as manifestações em palavras-chave e hashtags ─ desde "tarifa" a "Dilma".
As redes sociais foram consideradas o motor dos últimos grandes protestos de massa em países como a Turquia, com os protestos contra a destruição do Parque Gezi; a Espanha, com o movimendo dos indignados em 2011, e nos Estados Unidos, com o movimento Occupy Wall Street, em 2010.
No Brasil, boa parte dos atos de protesto foi organizada em páginas de eventos no Facebook e acompanhada em tempo real por depoimentos, fotos e vídeos postados no Twitter, pelos celulares dos manifestantes. Em comum, eles tinham hashtags como #vemprarua e #ogiganteacordou.
"A emoção gerada nas ruas entra na internet, via celular, e causa comoção, solidariedade. E isso vai sendo disseminado, contaminando os seguidores de quem compartilhou ou deu um deu um RT (retweet) na mensagem", disse Fabio Malini, professor da Universidade Federal do Espírito Santo e coordenador do Labic, à BBC Brasil.
"E isso fica tão intenso que gera uma mobilização e volta para as ruas, já que mais gente resolve sair para protestar. Assim, o ciclo recomença. É algo que se retroalimenta."


Agitação crescente
Gráficos que mostram o debate no Twitter em torno das tarifas de transporte público em São Paulo no dia 13 de junho mostram a ativação da rede social minutos antes e logo após o início do confronto dos manifestantes com a polícia ─ tido como o episódio que "espalhou" os protestos pelo resto do país.
"O retrato dessa rede é a genealogia, o momento inicial do conflito no Brasil. Acho que é a partir daí que se multiplicam as hashtags e o conflito em outros estados. No momento do confronto, a rede se intensifica e as pessoas começam dar seus depoimentos e compartilhar depoimentos sobre o que estava acontecendo", afirma Malini.
Assim que o confronto começa, os relatos de violência policial ganham a rede na forma de tweets ─ muitas vezes acompanhados por fotos e vídeos, naquela ocasião, incluindo manifestantes e jornalistas feridos ─, e a temperatura da discussão online aumenta.
A partir do dia 13, segundo Malini, o nome da presidente Dilma Rousseff passa a ser mais mencionado no site, ao mesmo tempo em que manifestantes e defensores dos protestos começam a dizer que a luta não era somente por R$ 0,20, mas também por melhores serviços públicos e contra a corrupção.
No dia 17 de junho, quando aconteceram cerca de 30 manifestações em todo o país, a análise do Labic já mostra "aglomerados" de pessoas que apoiam e que criticam o governo federal, além do papel da mídia dentro do debate.
"A mídia aparece aqui mais como difusora de informações do que associada a um dos lados. As notícias colocadas no Twitter são compartilhadas por ambos os lados para enfatizar seus argumentos", explica o pesquisador.
Além de críticas e defesas do governo, outro grupo de usuários "verbaliza pautas que os dois grandes grupos (de oposição e apoio ao governo) não mobilizam, como a questão dos índios e dos grandes projetos de desenvolvimento, a questão da mobilidade urbana e a crítica aos gastos da Copa".
Celulares
Entre 16 e 19 de junho, a participação no Twitter atinge seu ápice ─ quase 170 mil perfis participam das discussões. Também no Facebook, segundo um levantamento da consultoria Serasa Experian divulgado pelo jornal Valor Econômico, a taxa de participação (perfis de usuários que tiveram atividade) dos brasileiros chegou a 70%, o terceiro maior índice do ano.
A partir de então, o levantamento do Labic mostra uma queda acentuada no número de tweets e de usuários falando sobre protestos. Mas, longe de indicar o fim da mobilização política, a análise mostra somente que o foco do debate mudou após a diminuição dos protestos, de acordo com Fabio Malini. "O universo vocabular tem mudado para (palavras como) assembleia, plebiscito e greve geral."
Um retrato do papel dos celulares na difusão dos protestos também aparece na análise do Labic.
Malini chama a atenção para o fato de que o mapa da distribuição de tweets sobre os protestos no território nacional ─ feito com cerca de 10% da amostra, que continha dados de localização ─ tem uma configuração muito semelhante ao mapa da banda larga no país (Clique e veja aqui), criado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
"O acesso à internet 3G era fundamental para registrar e dar visibilidade ao protesto", diz o pesquisador. "Os movimentos sociais aprenderam que a internet é estratégica para dar força de comoção às suas lutas. Em compensação, todo um conjunto de protestos foi eclipsado pela falta de acesso a banda larga e rede 3G de qualidade."




segunda-feira, 15 de julho de 2013

A mídia e os protestos do Brasil”: pauta do “Jornalismo em Debate”, na Rádio Ponto UFSC

Cartaz afixado em praça pública pelo
movimento dos professores do Acre.
Foto de Chico Sant'Anna
Por Mateus Boaventura, acadêmico de Jornalismo da UFSC
A quarta e última edição, neste semestre, do programa “Jornalismo em Debate” discute a mídia e os protestos que sacudiram o Brasil no último mês. O programa vai ao ar, ao vivo, nesta terça-feira, 16 de julho, a partir das 16h, pela Rádio Ponto UFSC - www.radio.ufsc.br. Também fica disponível em nosso site para acesso a qualquer momento e é retransmitido pela Rádio Joinville Cultural FM.
O mês de junho foi marcado pelas manifestações que levaram mais de um milhão de pessoas às ruas em aproximadamente 350 cidades brasileiras. Por isso, o “Jornalismo em Debate” coloca em pauta a reflexão sobre como os protestos foram informados e tratados nos meios de comunicação nacionais. A mídia conseguiu informar o público com responsabilidade, pluralidade e respeitando os princípios das liberdades de imprensa e expressão? Por que a imprensa foi hostilizada nas ruas, tanto pelas forças policiais quanto pelos manifestantes? As agressões tinham como alvo mesmo os jornalistas ou as empresas de comunicação? Que lições o Jornalismo, seus profissionais e as mídias devem tirar do “junho de 2013”?
Para discutir estas e outras questões relativas ao tema, estarão no estúdio da Rádio Ponto o coordenador de Jornalismo e Esporte da rádio CBN Diário de Florianópolis Carlos Alberto Ferreira, o diretor de Relações Institucionais da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e de sindicalização e registro do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Sérgio Murillo de Andrade, e os professores do Curso de Jornalismo da UFSC Antônio Brasil e Samuel Lima. A produção do programa está em contato e aguardando confirmação de outros convidados especialistas no tema.
O “Jornalismo em Debate”, que discute a cobertura da mídia nos protestos de junho pelo país, vai ao ar ao vivo nesta terça feira, dia 16 de julho, das 16h até as 17h30min.
O programa é transmitido pela Rádio Ponto UFSC - www.radio.ufsc.br - e em rede pela Rádio Joinville Cultural 105.1 FM, emissora pública deste município do norte catarinense. Os ouvintes podem interagir enviando perguntas e questionamentos para o e-mail jornalismoemdebateufsc@gmail.com ou pelo twitter @radioponto.
Neste semestre, o “Jornalismo em Debate” passou a ser transmitido mensalmente, produzido por estudantes do Curso de Jornalismo da UFSC, e orientados pela professora Valci Zuculoto. O programa, mediado pelo professor Áureo Moraes, integra a Cátedra FENAJ/UFSC de Jornalismo para a Cidadania, uma parceria entre o Curso de Jornalismo da Universidade e a Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ, com o apoio do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina - SJSC.
Desde a estreia, em abril de 2011, foram discutidos temas como corrupção no futebol, crise econômica mundial, coberturas sobre educação, de tragédias como a do Realengo, de questões do gênero feminino, da homofobia, da função das redes sociais, a cobertura esportiva como jornalismo ou entretenimento, entre outros assuntos que estão na pauta diária da imprensa. No site da Rádio Ponto (www.radio.ufsc.br) é possível baixar e ouvir todas as edições anteriores de “Jornalismo em Debate”. E não esqueçam que os ouvintes e internautas podem participar, antes e durante o programa, encaminhando perguntas pelo e-mail:jornalismoemdebateufsc@gmail.com ou pelo twitter @radioponto.
Mais sobre os debatedores já confirmados desta edição:
Antônio Brasil - É professor do curso de Jornalismo da UFSC. Doutor em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, já foi correspondente em Londres pela TV Globo. Também foi o criador dos projetos Telejornal e TV UERJ Online e ganhou o prêmio Luiz Beltrão para Grupo Inovador em 2002 pela Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação). É líder do Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Telejornalismo (GIPTELE). 
Carlos Alberto Ferreira - Jornalista profissional formado em economia pela UFSC e pós-graduado em gestão de pessoas na mesma universidade. Tem 36 anos de carreira na área de comunicação. Trabalhou nos Diários Associados de Assis Chateaubriand, Jornal de Santa Catarina, Jornal A Notícia, correspondente em Florianópolis da Revista Placar, na diretoria da Associação dos Cronistas Esportivos de Santa Catarina,  Assessoria de imprensa da Secretaria de Educação do Estado de Santa Catarina e da antiga Secretaria de Habitação, hoje Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação. Também atuou como Editor-executivo no Jornal O Estado e foi chefe de reportagem na RBS TV. Atualmente é coordenador de Jornalismo e Esporte da Rádio CBN Diário. 
Samuel Lima - Graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina, é mestre e doutor em Engenharia de Produção pela mesma universidade e, atualmente, professor da Universidade de Brasília (UnB). Hoje, atua como professor visitante do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (JOR/UFSC) e pesquisador do Observatório de Ética Jornalística (objETHOS). Foi docente e coordenador do Curso de Jornalismo da Associação Educacional Luterana Bom Jesus/Ielusc, em Joinville (SC). É co-autor do livro Perfil do Jornalista Brasileiro: características demográficas, políticas e do trabalho jornalístico, lançado neste ano.
Sérgio Murillo de Andrade - Jornalista  formado  pela  UFSC  em  1984.  Atual  diretor  de Relações Institucionais da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e de sindicalização e registro profissional do Sindicato  de  Santa  Catarina (SJSC). Já  foi  presidente, por duas gestões,  do mesmo SJSC  e  também  da  FENAJ. Trabalhou  no Diário Catarinense e Gazeta Mercantil,  foi  correspondente  do Diário do Sul e  atuou como  freelancer de  diversas  publicações  nacionais.  Coordenou  a  comunicação  de  campanhas  eleitorais em Santa  Catarina.  Foi  assessor  de  imprensa  no  serviço  público  e  empresarial  e  professor  de jornalismo. Atualmente é assessor de vereador na Câmara Municipal de Florianópolis e editor da Quorum Comunicação.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Assinatura Eletrônica terá valor para projetos de iniciativa popular

Da Agência Senado

A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) aprovou parecer favorável ao projeto de autoria da ex-senadora Serys Slhessarenko, que abre a possibilidade de inclusão de assinaturas eletrônicas nos projetos-de-lei de iniciativa popular encaminhados à Câmara dos Deputados. Essas iniciativas devem contar com as assinaturas de, no mínimo, 1% dos eleitores brasileiros, distribuídos por pelo menos cinco estados, com não menos do que 0,3% dos eleitores de cada um deles.
Antes de virar lei, o projeto (PLS 129/2010) ainda terá que ser examinado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) em decisão terminativa.
Em seu voto favorável ao projeto, o relator da matéria, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), recorda que já existem os instrumentos tecnológicos capazes de garantir a autenticidade das assinaturas eletrônicas. Por meio da inovação, sustenta ainda o relator, poderá se tornar mais frequente a apresentação de projetos de lei de iniciativa popular.
- Podemos afirmar que a iniciativa popular passaria de uma situação de quase inviabilidade, demonstrada pela quantidade mínima de projetos com essa origem já apresentados, para a viabilidade completa. O resultado previsível será um incremento considerável na participação popular, a educação cívica dos eleitores e a consolidação da legitimidade das instituições democráticas – observou Raupp.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Entidades pedem mudança nas emissoras públicas de Sergipe

A atual administração da Fundação Aperipê, responsável pelas emissoras públicas do estado de Sergipe, tem sido alvo de críticas de grupos da sociedade civil. Em nota pública, entidades propõem mudanças para garantir o caráter público da instituição.
Divulgada na quarta-feira (16), a nota assinada por associações e entidades da sociedade civil alega que a Fundação vem sofrendo com corte de gastos e mudanças na política implementada nos últimos anos.
De acordo com os signatários do documento, com a atual gestão do Superintendente, Luciano Correia, há “uma política equivocada de corte de gastos, desde redução de salários, e retirada de instrumentos de trabalho”. Dessa forma, os cortes estariam prejudicando o desenvolvimento dos trabalhos das emissoras públicas.
Também foram feitas reclamações a respeito da ausência de diálogo do Superintendente com os trabalhadores; sobre falhas na coordenação com estagiários; e sobre o corte de programas sem aviso prévio aos espectadores.
Há inclusive a denúncia de que Luciano Correia estaria exercendo ilegalmente seu cargo na Aperipê já que não teria recebido licença da Universidade Federal de Sergipe, onde é professor de dedicação exclusiva.

Devido a essas denúncias, as entidades sergipanas pedem pela mudança do atual gestor. Além disso, apresentam novas propostas para a reestruturação da Fundação Aperipê a partir de quatro eixos centrais:
gestão, financiamento, conteúdo e direitos trabalhistas. (pulsar)

quarta-feira, 9 de março de 2011

Shuttleworth Foundation apoia projetos jornalísticos vinculados a mudanças sociais

Até 1º de maio, a Shuttleworth Foundation está recebendo inscrições de projetos no campo do Jornalismo vinvulados a mudanças sociais e inovação.
Veja,abaixo, mais detalhesm em inglês.

The Shuttleworth Foundation invites applications from individuals interested in working in the following areas: communication and analytical skills in education, intellectual property rights, open and collaborative educational resources and telecommunications.

Fellows work from where they are, with an open door to visit the Foundation’s head office in Cape Town, South Africa.

Projects funded by the program include m4Lit, or mobiles for literacy, launched in 2009 as a pilot initiative to explore whether teens in South Africa will read stories on their mobile phones.

The program is the brainchild of entrepreneur Mark Shuttleworth, founder of the Ubuntu Project, a Linux-based operating system.

The fellowship is not limited to any specific geographic location but applicants must be fluent in English.

Fellows are awarded the equivalent of a year’s salary, a contribution towards expenses plus a travel allowance. Fellows also have access to potential project funding from the Foundation, who will match the Fellow’s personal investment in projects by at least ten fold. The total grant amount will be based on the Fellow’s qualifications, experience and comparable cost of time for their skill level.

Although applications are accepted throughout the year, the foundation formally reviews applications in May for September and November for March.

For application information, click here.

sábado, 5 de março de 2011

O que pensam os internautas sobre a manutenção da Voz do Brasil

Desde que eu e Beto Almeida publicamos o artigo "Em Brasília, 19 horas: Pela preservação da Voz do Brasil " no Observatório da Imprensa e na Carta Maior, diversos comentários têm sido postados na rede.
Abaixo, transcrevemos os comentários com o objetivo de incentivar outros a se posicionarem sobre o tema.


Leia abaixo o que já falam os leitores. Se você ainda nãoleu o artigo, clique acima em um dos dois portais.


Chico e Beto: parabéns por travarem essa luta. Estou nela também. Outro dia, no trânsito kassabiano de São Paulo, ouvi A Voz do Brasil, muito bem feita, com notícias importantes para os cidadãos que são escondidas pelas emissoras comerciais. Vamos em frente (Por Lalo Leal, postado no site Carta Maior).

Conhecemos e reconhecemos a importância e a riqueza do Programa A Voz do Brasil, mais a grande maioria das pessoas, colocam um CD ou desligam o rádio na hora que começa a voz do Brasil.Tem até uma musica que fala "Você me deixou falando sozinho, feito a voz do Brasil" do cantor brega, Falcão.(Postado neste blog por Portal Planaltina)


Concordo e aplaudo a idéia da defesa da Voz do Brasil. Ela permite saber diretamente, sem a intermediação dos donos da mídia, das idéias do governo e mesmo da oposição, quando informa as atividades parlamentares. Os barões da mídia não têm moral para reivindicar o horário. O que colocaram no lugar, quando mudaram? A propósito, seria muito melhor a HB na televisão do que o telemarketing, a jogatina e o proselitismo religioso que dominam a maioria das transmissões. E mais: por que razão o horário político não é transmitido na TV a cabo? Para que eles tenham mais tempo para a abusiva propaganda que veiculam, nas assinaturas mais caras e de pior qualidade do mundo? (Por Arlei Benedito Macedo, Pariquera Açu-SP, postado no Observatório da Imprensa).

Gosto da Voz do Brasil, mas é uma pena que infelizmente na minha casa só eu quem goste, e geralmente sou voto vencido, mas apoio que a Voz do Brasil tenha vez e voz, que quem pode lute para não acabar (Postado neste blog por Anália Silva, em 26/02/11)

Sua matéria retrata com fidelidade a importância histórica do programa. Talvez fosse necessária uma mudança no formato atual que o tornasse, na totalidade de sua duração, um produto essencialmente jornalístico, pois a Voz do Brasil ainda se ressente de um ranço oficialista, principalmente na segunda parte. Torço para que ele seja preservado como um produto jornalístico moderno, apartidário e realmente informativo, beneficiando milhões de brasileiros ainda deserdados das fontes de notícias tradicionais. Vc definiu bem, Chico, o programa anda tem uma característica "Voz de Brasília" mesmo. E a ideia dos correspondentes é perfeita, porque, pelo menos teoricamente, o programa refletiria um vastíssimo panorama da situação nacional, independentemente das notícias oficiais que devem ser veiculadas. O problema é que os três poderes oficiais querem espaço na Voz. Aí não tem como manter apenas uma hora no ar. Enfim, o importante é preservar o programa. (Postado por Luiz Coutinho no Facebook em 24 de fevereiro às 18:26)

Sou totalmente a favor da manutenção desse programa. Estou com 68 anos e na minha infância, em Mogi das Cruzes, em quase todas as residências sabia-se que com "O Guarani", ficava-se sabendo do noticiário nacional. A "Voz do Brasil", faz parte da história não só do país, mas e principalmente da comunicação, hoje cahamada de mídia (Por Gervásio Manoel da Silva, postado no site Carta Maior).

A voz é do Brasil, com certeza. A implantação de um novo formato com correspondentes é difícil, mas viável. Mas, sinceramente, do jeito que a coisa pública é tratada no país isso vai acabar virando um grande elefante branco. Precisamos pens...ar em algo mais direto, simples de fazer e sem as amarras do oficialismo. Lembro que recebi Beto Almeida em minha sala na gerência Rádio Nacional e ali propusemos ao executivo a parte do judiciário que não havia. E o que era para ser um serviço acabou virando uma propaganda de magistrados e suas delongas. Que tal 10 boletins de 3 minutos por dia com atualizações importantes para fatos concretos e não para projetos de papel. Um abraço.(Postado por Luiz Seabra no Facebook em 24 de fevereiro às 18:26)

Meu companheiro Chico Sant’Anna, eu que sou Nordestino do interior do Rio Grande do Norte da minha querida Cidade de Caraúbas a 298km de Natal, Cidade com pouco mais de 19 mil habitantes sendo que mais ou menos uns 5 mil moram na zona rural, venho confirmar a grande importância da A Voz do Brasil para quem mora no interior desse nosso imenso Brasil, acabar com A Voz do Brasil significa tirar de Cidadãos Brasileiros, principalmente trabalhadores rurais já excluídos de tantas outras oportunidades existente nesse País, o único meio de informação de abrangência Nacional, falo isso com o conhecimento de ter morado na zona rural até 10 anos de idade e no interior até os 18, A Voz do Brasil representa para essa população que quase sempre é manipuladas por um jornalismo a serviço dos poderosos locais a imparcialidade na informação.Parabéns pelo artigo e seguiremos firme na luta. Movimento Em Brasília 19 Horas, para que possamos garantir a permanência desse importante instrumento de comunicação. (Por Chico Ferreira Ferreira , Sobradinho-DF - professor, postado no Observatório da Imprensa).

Todo apoio à Voz do Brasil. Tem significado histórico e fez muito pela união nacional, principalmente nos rincões. Quem já teve a oportunidade de ver a casa de um ribeirinho nos rincões da Amazônia, com uma bandeirinha do Brasil colada na janela, percebe o que essa Voz, que chega lá, significa. (Postado por Paulo Acrisio Abreu Figueiredo no Facebook em 24 de fevereiro às 19:01)

Quem além dessses golpistas da mídia tece contra A VOZ DO BRASIL? Ninguém em sã consciência jamais pensaria nisso. Esse é mais um dos muitos projetos criados à sombra da informação e que se tenta aprovar na calada da noite. Fiquemos vigilantes durante o carnaval, como o painle é eletrônico ele pode ser aprovado em um seção virtual com voto do senador Agripino direto do salão nobre do cabaré de Maria Boa em Natal. Corrigindo! SOU A FAVOR DA PRESERVAÇÃO DO PROGRAMA RADIOFÔNICO "A VOZ DO BRASIL" (Por Ronaldo, postado no site Carta Maior).

A Justiça tem dado muitas liminares autorizando a suspensão do horário das 19h. A pesquisa da revista Imprensa dá vitória à flexibilização. O que fazer? Eu também acho que esse é o único espaço verdadeiramente público da radiodifusão e, parece, vamos perdê-lo para o mercado elouquecido. Postado por Romário Schettino no Facebook em 24 de fevereiro às 21:23)

Caro Chico, Concordo com o seu artigo em quase tudo, entretanto, não apoio a obrigatoriedade e a manutenção do horário de transmissão. Tal ponto, neste projeto, deveria ser melhor analisado. De qualquer forma, parabéns por lembrar que - apesar de ser associada a tempos tenebrosos do País - a "Voz" tem o seu papel de informar os longíquos locais onde emissoras (quando há alguma) nem isso fazem. Abraço, Marcelo Cardoso (Por Marcelo Cardoso, São Paulo-SP - Professor e Jornalista, postado no Observatório da Imprensa).

É de lascar o patrulhamento antidemocrático promovido pelas emissoras de rádio contra a Voz do Brasil. Às 19 horas, de segunda a sexta, milhões de pessoas no Brasil e em vários países, nas cidades e no campo, sintonizam o programa para se i...nteirar sobre o que acontece nos bastidores dos três poderes da República (Executivo, Legislativo e Judiciário) por meio das pessoas que neles atuam quase sempre em favor do país (pelo menos assim é que deveria ser). O povo da Amazônia Legal, que vive na imensidão da florestas, nas beiras dos rios, é que sabe a importância da Voz do Brasil para o seu cotidiano. Em que uma horinha, cinco vezes por semana, atrapalha a programação das emissoras de rádio? Quem quer calar a Voz do Brasil o faz em defesa de interesses excusos, bem tipico dos tempos em que prevalecia a censura durante os anos de chumbo. Assim como outras programações jornalísticas de qualidade, a Voz tem o qie dizer: educa, informa, presta serviço de interesse dos cidadãos. Emudecer a Voz é o mesmo que cercear o direito à informação, vai contra a Constituição de 1988, depõe contra a democracia. (Postado por Deigma Turazi no Facebook em 25 de fevereiro às 05:12)

Vamos tuitar em apoio à Voz do Brasil o excelente texto do Beto e do Chico http://twitter.com/antoniolassance/status/41642163666288641 (Por Lassance, postado no site Carta Maior).

Parabéns ao Chico e ao Beto. Como não conseguem simplesmente acabar com a Voz vão comendo pelas be...iras - ações na Justiça, boicotes, fraudes, flexibilização de horário. As críticas sobre o formato da Voz são interessantes. O mais importante, no entanto, é garantir sua integridade: a liberdade é do cidadão ser informado e não do proprietário de emissora de rádio, aliás uma concessão pública.(Postado por Mário Simões no Facebook em 25 de fevereiro às 09:10)

Concordo em número, gênero e grau. Como membro do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal e da ABI, concordo e apoio plenamente o movimento pela preservação e tombamento do programa como Patrimônio Cultural. Aproveitando a deixa: não é hora de lutar, também, pelo retorno do "Projeto Minerva"?(Por Wanderley Diniz , Brasília-DF - Jornalista, postado no Observatório da Imprensa).

Chico, tomei a liberdade de compartilhar. Para mim que fiz história na Voz do Brasil acho descabido essa troca de horário. Há locais no Brasil que este é o único meio de informação. Flexibilizar o horário para as emissoras pode complicar muito a vida dessas pessoas. A escolha das 19h não deve ter sido à toa. (Postado por Rosa Maria Wasem no Facebook em 25 de fevereiro às 10:03)

O PIG e suas Entidades já estão indo longe DEMAIS.....Querem na MARRA apropriarem-se da ALMA do POVO, isso é GOLPE! E um afronta á minha CIDADANIA. FORA ABERT e sua Presidente a Maria Judith, ABERT Golpista e ANTIPOVO. Isso é um ABSURDO! (Por David Rodrigues da Silva, postado no site Carta Maior).

Chico velho amigo de guerra na montagem da Rádio Manchete..., O que eu defendo, e sempre defenderei, não é o fracionamento do hortário da VOZ. Seria o mesmo que jpgar o programa para aqueles horários quem ninguém liga o rádiio. Tem que con...tinuar às 19 horas. Quem vai decidir se quer ouvir ou não é o cidadão. Nâo os "entendidos", como certo ex-dirigente da extinta Radiobrás, que defendeu a flexibilização. A VOZ Brasil talvez precise ser modernizada, acompanhar os novos tempos.... Mas não deve se submeter aos interesses dos donos de rádios. Eles que programem suas emissoras, mãos não interfiram no direito da população de saber o que está acontecendo nas esferas dos poderes instituidos. Talvez seja a hora de discutir o formato do programao e o seu contéúdo - que não deve ser do governo, do legislativo ou do judiciáioiário corporativos - mas voltado aos interesses de quem sustenta e produz o programa. Como o próprio nome diz, a VOZ do Brasil é dos brasileiros, e não do Executivo, Legislativo e Judiciário. E, como tal, deve continuar. (Postado por Roberto Piza no Facebook em 26 de fevereiro às 22:08)

Gostei muito de saber deste movimento em defesa da VOZ DO BRASIL. É através deste programa que eu fico sabendo o que estão fazendo os três poderes da República. Eu estava peocupado depois de ouvir alguns ataques da grande mídia à minha única fonte de informação confiável. Parabens pela iniciativa e boa sorte para vocês. (Por Geraldo Duarte Menezes , Brasília-DF - Servidor Público, postado no Observatório da Imprensa).

A Voz do Brasil é cidadania, não pode acabar. É o pouco que se salva, em meio à grotesca programação radiofônica brasileira, permeada de leviandade e colonização cultural estrangeira. A Voz do Brasil deveria mesmo ser insculpida na Constituição (Por Ronaldo Irion Dalmolin, postado no site Carta Maior).

Sou integralmente a favor da manutenção da "Voz do Brasil", e em seu horário original às 19 hs. Aliás, a flexibilização do horário proposta (pasmem) por alguém do PCdoB, é um 1º passo para a perda do significado, da "alma", do programa. Outra coisa, que volte a ser aberto com os acordes d'"O Guarani" como antes, sim senhor, uma marca registrada do programa, algo que deveria fazer parte do tombamento a ser efetivado. Esse arranjo de agora, com um bando uivando os acordes, é de extremo mau gosto e denota desprespeito ao grande músico autor. Algo bem ao estilo PT, que quis simplesmente impor "sua marca" ao programa (Por Antonio de Pádua, postado no site Carta Maior).

A Voz do Brasil deve continuar, mas somente nas Rádios Oficiais. Quem quiser ouvir que ouça (Por Mauro Sales, postado no site Carta Maior).

Acho que em nenhuma hpótese a Voz do Brasil deve sair do ar. É simplesmente um absurdo os empresários de comunicação querer impor ao Brasil a sua lei (Por Maria do Carmo, postado no site Carta Maior).

Não há porque encontrar qualquer qualidade em a "Voz do Brasil". As notícias que são passadas no programa, podem ser conseguidas por outros meios, mais modernos e eficientes, sem comprometer não os "supostos" interesses dos empresários de rádio, mas do ouvinte desinteressado de questões político-ideológicas, que simplesmente quer ouvir, sem interrupção, seu programa musical ou informativo. Existem questões mais importantes para serem debatidas, uma vez que a população interessada nem sempre está preocupada com vieses ideológicos (Por Paulo Tamiazo, postado no site Carta Maior).

Gente. A Voz do Brasilé o único programa jornalistico sério irradiado pelo rádio brasileiro. Não tem padrão de isenção o conteúdo noticioso produzido pelas emissoras nos cantões do Brasil. Nossa Voz do Brasil deixa clara toda produção diária dos Poderes constituidos da República. Flexibilizar é fragilizar ainda mais o Estado Nação (Por Marcos Daniel Nerling, postado no site Carta Maior).

Mas por que a preocupação , com toda a certeza o governo Lula/Dilma deve ser contra isso e como eles têm maioria no Congresso , como fizeram com o salário mínimo , podemos ir para a casa e dormir tranquilos Desculpem a ironia , mas é claro que é preocupante sim. E é preocupante ter um Paulo Bernardo nas Comunicações , é preocupante ter um Cândido Vacarezza na liderança do governo , o cara que disse que a mídia no Brasil deveria se autoregulamentar (Por Renato Machado, postado no site Carta Maior)

A VOZ, como diz alguém no comentário, 'longe de ser uma unanimidade", para traduzir que ninguém mais aguenta aquilo, reflete bem a realidade. De há muito isso já deveria ter acabado. Como desde criança ouvia, continuo ouvindo, depois do Guaraní, alguém sempre dizendo...' hora de todo o bom brasileiro desligar o rádio!' Um atraso! (Por Luiz, postado no site Carta Maior)

Se o governo deixar o mercenarismo da mídia,em particular,do PIG, impor regras ao país , eles passam a assumir o único poder da república (Por Jose Evando de Oliveira, postado no site Carta Maior).

A sociedade brasileira devia escuatr mais a (a VOZ DO BRASIL) e não se alienar-se enfrente a televisão para assistir o besterol das telenovelas (Por Jose Ernani Gouvea, postado no site Carta Maior).

Sou professor e morador da Zona Rural de Pelotas, RS, e percebo a importância da Voz do Brasil na vida de muitos moradores da região. Longe de ser unanimidade, no meio do povo, mas com certeza presta um grande serviço as populações rurais. A Voz do Brasil , faz parte de minhas informações diárias. Preservem o espaço "A Voz do Brasil", das 19h às 20h ! (Por Paulo Sérgio, postado no site Carta Maior).

Sou a favor da preservação do programa (Por Noemia, postado no site Carta Maior).

Eu gosto da Hora do Brasil. Faz tempo venho ouvindo essa lenga-lenga de tirar do ar a voz do Brasil. Um absurdo, uma prepotencia sem tamanho desses empresarios de comunicaoes. Eles nao tem nada a oferecer que possa ser melhor que a Hora do Brasil. A gente precisa de uma Ley de Medios ja. Abaixo a Ditadura da Iniciativa Privada, seja do setor de comunicacoes ou nao (Por Henrique, postado no site Carta Maior).

A Voz do Brasil é simplesmente um programa de propaganda política que não tem o mínimo de preocupação com o povo. Desculpem-me senhores autores, mas perderam a oportunidade de não teclar tanto absurdo. A Voz do Brasil é fruto das ditaduras que o país enfrentou, é um programa que não acrescenta nada para ninguém. Para quem quiser se arriscar a ter enjôos basta sintonizar na TV SENADO, RÁDIO CÂMARA, RADIO VERDE OLIVA, TV JUSTIÇA, TV DA CAMARA DISTRITAL do DF etc. Nós contribuintes apenas pagamos a conta de produção desse noticioso ao qual a audiência é zero ou traço, pode-se confiormar pelo IBOPE nesse horário. Lamentavel este texto (Por Antônio, postado no site Carta Maior).

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

EM BRASÍLIA, 19 HORAS: Pela preservação da Voz do Brasil

Por Chico Sant’Anna e Beto Almeida em 24/2/2011, no Observatório da Imprensa

Eram 19 horas, mas Brasília ainda nem existia. Com a narração do locutor Luiz Jatobá e veiculado nas 50 emissoras de rádio existentes à época no Brasil, entrava no ar, pela primeira vez, em 22 de julho de 1935, o Programa Nacional, que mais tarde foi rebatizado de a Hora do Brasil e, atualmente, A Voz do Brasil.

Com as suas três denominações, A Voz do Brasil, informativo de abrangência nacional sobre as atividades dos três Poderes da República é hoje o programa radiofônico em operação mais antigo do mundo. Supera, inclusive, o Voci del Grigioni italiano (Voz dos Grisões italianos), criado pela Rádio e Televisão da Suíça Italiana, que data de 1939 e também teve denominações distintas.

A Voz do Brasil, certamente poderia entrar no Guiness Book por ser o programa radiofônico de maior penetração no território nacional, sendo transmitido em cadeia por 7.691 estações, já computadas as 3.154 emissoras comunitárias legalmente em operação (e, é claro, não considerando os boicotes e desrespeitos legais que muitas delas cometem).

Tramitação obscura

Na trajetória deste programa, que em 1938, foi rebatizado com o nome A Hora do Brasil, a temática nem sempre se limitou aos feitos governamentais. Houve época em que se incluía até notas internacionais, em especial sobre a Segunda Guerra Mundial. A linha editorial dos primeiros anos se baseava em três regras básicas: ser informativo, objetivo – não comentando as notícias – e não usar off, sempre citando as fontes noticiosas. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o programa nasceu para cumprir três finalidades: informativa, cultural e cívica.

Engana-se quem pensa que A Voz do Brasil é fruto do DIP, o Departamento de Imprensa e Propaganda criado por Getúlio Vargas. Embora tenha sido uma idéia do então presidente, a Voz é mais antiga do que o DIP, que nasceu em 1939, ou seja, quatro anos após Luiz Jatobá entrar com seu vozeirão nas residências de todo o país.

Em 1971, A Hora do Brasil se transformou em A Voz do Brasil e o formato existente atualmente conta com uma única edição diária, com uma hora de duração, das 19h às 20h. Os primeiros 25 minutos são dedicados aos fatos gerados pelo Poder Executivo. Os tribunais integrantes do Poder Judiciário Federal dividem cinco minutos. As duas Casas do Legislativo e o Tribunal de Contas da União partilham 30 minutos (20 minutos para a Câmara dos Deputados, 10 minutos para o Senado Federal, e o TCU tem direito a um minuto às quartas-feiras). Cada instituição é responsável pela elaboração do respectivo conteúdo.

Programa mais antigo do país é também o menos querido pela Abert – Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão. Embora pesquisa do instituto Datafolha, feita em dezembro de 1995, informe que 88% dos brasileiros com idade acima de 16 anos conhecem o informativo, e que mais da metade dos ouvidos aprovava que a sua transmissão seja obrigatória pelas emissoras de rádio do Brasil, a Abert luta para pôr fim a essa obrigatoriedade.

Durante muito tempo, a estratégia da entidade representativa dos donos da mídia foi se valer de medidas judiciais para liberar a obrigatoriedade da transmissão. Depois que o assunto foi enterrado de vez pelo Supremo Tribunal Federal, acatando como justa e legal a obrigatoriedade da veiculação, os donos de rádio e TV atacaram via Legislativo.

Valendo-se do período eleitoral, quando o parlamentar não quer brigar com a mídia e o cidadão está com a atenção mais voltadas para a eleição, foi aprovado no Senado Federal um projeto de lei da deputada Perpétua Socorro (PCdoB-AC) que, em sua última versão, flexibiliza o horário de transmissão da Voz do Brasil, facultando a cada emissora escolher o horário fazê-lo, desde que não ultrapasse as 22h do mesmo dia.

O projeto, no seu nascedouro, não foi votado no plenário da Câmara dos Deputados. Talvez temerosos com o chamado "baixo clero", aquele que a mídia só cobre quando vira tema grotesco, os defensores do projeto conseguiram que ele fosse enviado diretamente para as comissões do Senado Federal. Em uma delas, foi relatado pelo senador Antonio Carlos Magalhães Filho, empresário ligado à radiodifusão na Bahia. Nem na tramitação da Câmara dos Deputados nem na do Senado o projeto foi submetido ao crivo do Conselho de Comunicação Social (CCS), órgão do Congresso Nacional que, regimentalmente, deve analisar todas as propostas legislativas vinculada à temática.

Áreas rurais

Alguns poderão não gostar daquele refrão de O Guarani, de autoria de Carlos Gomes, mas são obrigados a reconhecer que A Voz do Brasil tem desempenhado historicamente importante papel na construção da unidade nacional. A partir de 1962, no processo de mudança da capital federal para Brasília, e com o advento do Código Brasileiro de Telecomunicações, o programa passou a veicular informações sobre o Legislativo, levando a todos os rincões do país as notícias dos feitos parlamentares já instalados no Planalto Central, independentemente de cor partidária, nem sempre alvo das atenções da imprensa tradicional. Nos anos de chumbo do regime militar, A Voz do Brasil foi o único veículo em que as oposições tinham espaço para verbalizar suas críticas.

A partir da Nova República, com as mudanças editoriais que recebeu, em especial a adoção de um foco mais jornalístico, o programa contribuiu para a transparência dos feitos públicos e converteu-se em verdadeiro instrumento de fiscalização popular. A Voz do Brasil é o único veículo de comunicação do país que informa aos brasileiros dos pequenos municípios a chegada de recursos para a merenda escolar, do Fundeb, dos repasses oficiais, dos programas da Agricultura Familiar, da Previdência Social etc.

Ouvindo o rádio, os cidadãos das áreas mais remotas do país podem melhor exercitar a sua cidadania, cobrando das prefeituras e câmaras municipais as medidas necessárias, já que os aportes federais de recursos públicos foram efetivados. Podem também tomar conhecimento das decisões judiciais e das fiscalizações do Tribunal de Contas, sem falar na crítica parlamentar, que nem sempre ecoa na imprensa comercial.

É notório que o setor radiofônico brasileiro não cumpre a lei que obriga que pelo menos 5% da programação sejam de produtos jornalísticos. É ridícula a quantidade de profissionais de imprensa contratados por esse setor, que recentemente foi alvo de anistia do Ministério das Comunicações por abuso do limite permitido de veiculação de publicidade. Para as 7.691estações, segundo dados oficiais do Ministério do Trabalho, não chegam a 2.300 radiojornalistas – ou seja, a cada cinco emissoras em operação, existe um profissional produzindo informação.

A investida dos radioempresários contra A Voz do Brasil se dá num momento em que eles acabam de conseguir a renovação de um acordo entre o Ministério da Educação e a Abert. Assinado originalmente pelo então ministro da Educação do governo Collor, Carlos Alberto Chiarelli – e renovado desde então –, o convênio define que as emissoras de rádio que operam em ondas médias não serão mais obrigadas a veicular a programação de ensino à distância do Projeto Minerva. Este projeto federal de ensino à distância, utilizado para reduzir o analfabetismo no Brasil, previa a veiculação de meia hora, todos os dias, entre 20h e 20h30, apenas nas emissoras de ondas médias. Pelo acordo, esta meia hora de educação gratuita foi transformada em 5 minutos no rádio e, na TV, em comerciais institucionais do Ministério da Educação. No MEC, o marketing fala mais alto do que a erradicação do analfabetismo.

Outra questão importante é que pesquisas apontam que A Voz do Brasil é hoje a única fonte de informação de 80 milhões de brasileiros, localizados principalmente nas periferias dos grandes centros, nas áreas rurais e nos municípios de pequeno e médio porte do Brasil e, em especial, nas áreas rurais das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Para o camponês, veicular A Voz do Brasil mais tarde é o mesmo de tirá-la do ar, pois ele dorme e acorda com as galinhas.

Patrimônio cultural imaterial

Por sua trajetória histórica, importância para a integração nacional e contribuição para a construção da cidadania brasileira, teve início em Brasília um movimento de preservação da Voz do Brasil. Nascido entre jornalistas e radialistas da cidade, o movimento conta com apoio da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Federação Interestadual dos Radialistas (Fitert), sindicatos dos jornalistas do Distrito Federal e do Estado do Rio, sindicato dos radialistas do DF, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Central Geral de Trabalhadores do Brasil (CGT-B), CNBB, MST e outras entidades civis.

O movimento "Em Brasília 19 Horas" defende a preservação desse importante instrumento de comunicação e o seu tombamento como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. O país não pode perder seu informativo radiofônico mais antigo do mundo. A proposta foi abraçada pela senadora Marinor Brito (PSOL-PA), que já a apresentou na forma de projeto de lei. Este conta com apoio pluripartidário, dentre outros, do senador Roberto Requião (PMDB-PR) e da senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM).

Além de classificar como patrimônio imaterial cultural do Brasil, o projeto de lei determina que seu horário seja obrigatoriamente das 19h às 20h, segundo o horário oficial de Brasília. Em última instância, trata-se da defesa de uma bem sucedida experiência de regulamentação informativa paradoxalmente ameaçada quando cresce na sociedade e no governo federal a consciência sobre a importância da regulamentação democrática das comunicações.

domingo, 24 de outubro de 2010

Manifesto em defesa do Conselho de Comunicação Social do Ceará e da democracia

As entidades abaixo assinadas manifestam publicamente seu total apoio à criação do Conselho de Comunicação Social do Estado do Ceará e repudia, de forma veemente, as tentativas de setores conservadores da sociedade de desqualificar a decisão da Assembleia Legislativa do Estado de propor ao governador Cid Gomes (PSB) a criação de um órgão que possibilitará a efetiva participação da sociedade cearense na criação de políticas públicas em comunicação do Estado.

Um Conselho tem como finalidade principal servir de instrumento para garantir a participação popular, o controle social e a gestão democrática das políticas e dos serviços públicos, envolvendo o planejamento e o acompanhamento da execução destas políticas e serviços públicos. Hoje, existem conselhos municipais, estaduais e nacionais, nas mais diversas áreas, seja na Educação, na Saúde, na Assistência Social, entre outros. Um Conselho de Comunicação Social é, assim como os demais Conselhos, um espaço para que a sociedade civil, em conjunto com o poder público, tenha o direito a participar ativamente na formulação de políticas públicas e a repensar os modelos que hoje estão instituídos.

Longe de ser uma tentativa de censura ou de cerceamento à liberdade de imprensa, como tenta fazer crer a grande mídia (nada mais que uma dúzia de famílias) e seus prepostos, o Conselho é uma reivindicação histórica dos movimentos sociais, organizações da sociedade civil, jornalistas brasileiros e setores progressistas do empresariado que atuam pela democratização da comunicação no Brasil e não uma construção de partido político A ou B. E mais, falta com a verdade quem diz ser inconstitucional o Conselho de Comunicação, pois este está previsto na Constituição, no Artigo 224, que diz "Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei", com direito a criação de órgãos correlatos nos estados, a exemplo dos demais conselhos nacionais.

Uma das 672 propostas democraticamente aprovadas pelos milhares de delegados e delegadas da sociedade civil empresarial, não-empresarial e do poder público, participantes da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), os Conselhos de Comunicação Social são a possibilidade concreta de a sociedade se manifestar contra arbitrariedades e abusos cometidos pelos veículos, cuja programação é contaminada por interesses comerciais, que muitas vezes violam a legislação vigente e desrespeitam os direitos e a dignidade da pessoa humana.

A desfaçatez com que o baronato da mídia e seus asseclas manipulam a opinião pública, na tentativa de camuflar a defesa de interesses econômicos e políticos que contrariam a responsabilidade social dos meios de comunicação e o interesse público, merece o mais amplo repúdio do povo brasileiro. Eles desrespeitam um princípio básico do jornalismo, que é ouvir diferentes versões dos acontecimentos, além de fugir do debate factual, plantando informação.

É chegada à hora de a sociedade dar um basta à manipulação da informação, se unindo aos trabalhadores, consumidores, produtores e difusores progressistas na defesa da criação, pelo poder público, dos Conselhos de Comunicação Social. Somente assim, o povo cearense evitará que o Governo do Estado sucumba à covarde pressão de radiodifusores e proprietários de veículos impressos que ainda acreditam na chantagem e na distorção da verdade como instrumento de barganha política.

Que venham os Conselhos de Comunicação Social, para garantir à sociedade brasileira o direito à informação plural, a liberdade de manifestação de pensamento, criação, e a consolidação da democracia nos meios de comunicação.


Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ

Sindicato dos Jornalistas Proissionais no Estado do Ceará - Sindjorce

Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação – FNDC

Instituto de Juventude Contemporânea - IJC

Associação Brasileira de Rádios Comunitárias - Abraço-CE

Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará - Cedeca-CE

UNIÃO DA JUVENTUDE SOCIALISTA- UJS

MOVIMENTO PRÓ-PARQUE RAQUEL DE QUEIROZ

ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DO BAIRRO ELLERY

Associação Comunitária do Bairro Monte Castelo

UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES- UBM

Agência de Informação Frei Tito para América Latina - Adital

ONG CATAVENTO COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO

Fábrica de Imagens - ações educativas em cidadania e gênero (Fortaleza CE)

Rede de Adolescentes e Jovens Comunicadores e Comunicadoras do Brasil

Sindicato dos Operadores de Turismo do Ceará

Rede de Jovens do Nordeste

Cia. de Teatro Arte Amiga

Cia Tesouro Nordestino

Pastoral da Juventude do Canindezinho – PJ

Grupo Vida e Arte

Centro Cultural de Arte Capoeira na veia

Associação Zumbi Capoeira

Grupo Pensar Lutar e Cia. de Teatro arte amiga

Tesouro Nordestino

Pastoral da juventude (canindezinho)

Coral Vida e Arte

Futsal Caça e Pesca

Centro Cultural de Arte Capoeira na veia

Associação Zumbi Capoeira (Pirambu)

Grupo Pensar Lutar e Vencer (Pastoral da Juventude Maraponga)

Grupo Tapa (Temos amor pela arte)

Espaço Solidário (ESSO)

Juventude Negra Kalunga

Terreiro Capoeira

Grêmio estudantil Juventude Ativa

Vidas e Vozes da Juventude

Juventude Atitude (CDI)

Cine Rua

Centro de Apoio a Vida

Grupo Aprendizes de Papel

Grupo Budega Chic

segunda-feira, 14 de junho de 2010

17 de junho: Dia Nacional de Luta pela volta do diploma.

Enviado por Valci Zuculoto

A Federação Nacional dos Jornalistas, Fenaj, convoca para esta quinta-feira, dia 17 de junho, um ato público para marcar um ano da decisão do STF contra a profissão de jornalista. A FENAJ e o a coordenação nacional da campanha do diploma orientam para que promovam ou se integrem a atividades de protesto no país inteiro.(Convido aqui à leitura do artigo Jornalistas do Brasil, uni-vos! , publicado no Observatório da Imprensa.)

A Fenaj pretende realizar um Dia Nacional de Luta pela volta do diploma para o exercício do jornalismo e pela defesa da regulamentação profissional. No Rio de Janeiro, haverá o Ato Nacional em frente à ABI e nos demais estados, os Sindicatos organizam atividades.

A Fenaj pede ainda o envio de mensagens aos senadores, pressionando para que apressem a votação da PEC. No dia 16 de junho haverá nova audiência pública na Comissão Especial da Câmara, com juristas e advogados

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Honduras: fatos que a nossa mídia ignora (Veja o vídeo)

Oscar David Montesinos, um menino de 10 anos, tornou-se um símbolo da resistência ao golpe que derrubou, há dois meses, o presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya.
Domingo, 25/9, num show que reuniu milhares de pessoas em Tegucigalpa, capital do país, Oscar fez um discurso que é de deixar qualquer um de queixo caído, não apenas pelo conteúdo como pela capacidade oratória e carisma.
Vê-se que não é um texto decorado e impressiona a articulação de sua fala. Ele bate duro no presidente golpista Roberto Micheletti: Micheletti que te vas, que te vas!
Nossa imprensa que prefere cobrir os gabientes, ignora fatos como este.
Confira abaixo o vídeo