Já há alguns anos, um consórcio entre as TVs Senado, Câmara, Justiça, a extinta Radiobrás e o Itamaraty mantinha em operação um canal satelital voltado aos países da América Latina. O objetivo da idéia era de aproximar cultural e socialmente os diversos países da Região. Com conteúdos em espanhol e em português, o Canal Brasil Integración não falava só do Brasil para os países vizinhos. Ele também se valia de conteúdos dos países hispanofônicos. Era uma verdadeira integração midiática.
De certa forma, o Brasil Integración fazia um contra-ponto à Telesur proposta venezuelana que conta com a participação da Argentina, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba e Nicarágua. A Telesur, contudo, se mostrou bem mais musculosa, com uma capilaridade bem mais ampla do que a iniciativa do Brasil, que embora tenha uma parceria com a emissora proposta por Chávez, nunca concordou em ser um dos sócios matenedores.
O Brasil Integración já está com os dias contados, deve deixar de operar até março e em seu lugal deve surgir o Canal Brasil Internacional, com uma proposta bem diferente. A meta, agora, é chegar aos quase quatro milhões de brasileiros que vivem no exterior. Em vez de falar de Brasil para estrangeiros, o canal vai falar de Brasil para brasileiros no exterior e, em português.
As operadoras de canais satelitais que já distribuíam o Brasil Integración já estão sendo avisadas do fim da proposta editorial e sobre a novidade. A TV Brasil ganha, assim, o seu braço internacional ainda em 2010. Os primeiros passos para esta iniciativa já estão sendo dados e uma das providências do governo é pesquisar juntos aos brasileiros que vivem no exterior as preferências de cada comunidade em relação à programação da emissora.
A emissora internacional já está sendo montada e deverá ser lançada primeiro na África, Europa e Estados Unidos, para em seguida chegar aos aparelhos no Oriente Médio, Ásia e América do Sul, através de antenas satelitais (DTH), Cable TV e IPTV. “A escolha por esta região está relacionada à questão da disponibilidade de satélite”, disse Tereza Cruvinel, presidente da TV Brasil, que pretende ajustar a programação de acordo com os hábitos dos brasileiros no exterior e com conteúdos mais direcionados para o público-alvo.
Por isso, na pesquisa, a direção da TV Brasil pergunta, por exemplo, sobre os programas que os brasileiros no exterior gostariam de assistir e os horários que normalmente as famílias estão diante da televisão. As sugestões podem ser enviadas através do site da emissora - .
A ideia é que a TV Brasil seja disponibilizada através de canais a cabo ou por assinatura. Para o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a emissora ajudará a criar um contato permanente e direto entre o governo e os brasileiros pelo mundo. “Este diálogo será mais aberto, favorecendo a divulgação dos serviços e ações consulares, campanhas do governo de âmbito eleitoral ou mesmo oferecendo na área da educação, alguns cursos a distância “, disse o ministro.
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