Em tempos marcados pela intolerância, chega ao mercado o
livro de poesia Cada um sabe onde o poema aperta (Caravana Editorial),
da escritora e jornalista Viviane Viana. Dividido em três partes – Traço, Laço
e Estilhaço –, a autora constrói um percurso que começa com a apresentação de
seu traçado poético, passa pela fase do envolvimento, em que abraça o leitor
com seu lirismo, e o conduz aos “apertos” finais, conforme o título sugere.
A poesia de Viviane Viana se afasta da semiótica fria, que
fez com que o gênero se distanciasse do interesse dos leitores, para contar
histórias de forma compreensível e atraente, com poemas fluidos e musicais.
Aliás, o livro ganhou contrato de publicação porque a autora foi selecionada
numa chamada de poesia, espécie de concurso realizado por algumas editoras.
De acordo com a professora Ana Jurkiewicz, que assina a orelha da
obra, “a autora é contundente na denúncia da miséria, da desumanização, dos
preconceitos e é também delicada e divide com o leitor suas feridas, parte do
subterrâneo de sua alma”.
O livro, que já está em pré-venda, será lançado no dia 19 de
novembro, em Teresópolis, no Rio de Janeiro. Na semana seguinte, em 26/11, a
autora fará uma performance na Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip,
que nesta edição retoma as ruas e praças da cidade.
Sobre a autora
A jornalista e poetisa Viviane (de Paula) Viana nasceu no Rio de Janeiro, em 1975. Morou em Madri, São Paulo, Brasília e Natal. Hoje, se divide entre a capital fluminense e a cidade serrana de Teresópolis.
A produção literária impressina. Publicou o livro-box Tirando de Letra, voltado ao público infantojuvenil, e participou da antologia Travessia: literatura para atravessar o fascismo, também lançado neste ano.
Como jornalista, atuou nas redações dos jornais O Dia, Folha de S. Paulo, Tribuna do Norte e agência de notícias EFE.
Foi coordenadora da TV Escola e ghostwriter de dois
presidentes da República.
Palinha para os leitores
Poema “bolacha da privação”, que está no livro.
Bolacha da privação
dois quilos de barro
uma colher de manteiga
sal a gosto
junte tudo
prense com as mãos
deixe secar ao sol
a receita não tem mistério
incompreensível é a miséria
Uênio não conheceu o brigadeiro
Uênio não sobreviveu à primeira infância
2 comentários:
Excelente dica, obrigado. Precisamos de poesias libertadoras, com senso de lirismo e com força.
👍🏻👍🏻👏🏻👏🏻
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