sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Jornalista lança livro de poesias para enfrentar a intolerância

 

A poesia de Viviane Viana se afasta da semiótica fria, que fez com que o gênero se distanciasse do interesse dos leitores, para contar histórias de forma compreensível e atraente, com poemas fluidos e musicais. 

Em tempos marcados pela intolerância, chega ao mercado o livro de poesia Cada um sabe onde o poema aperta (Caravana Editorial), da escritora e jornalista Viviane Viana. Dividido em três partes – Traço, Laço e Estilhaço –, a autora constrói um percurso que começa com a apresentação de seu traçado poético, passa pela fase do envolvimento, em que abraça o leitor com seu lirismo, e o conduz aos “apertos” finais, conforme o título sugere.

A poesia de Viviane Viana se afasta da semiótica fria, que fez com que o gênero se distanciasse do interesse dos leitores, para contar histórias de forma compreensível e atraente, com poemas fluidos e musicais. Aliás, o livro ganhou contrato de publicação porque a autora foi selecionada numa chamada de poesia, espécie de concurso realizado por algumas editoras.

De acordo com a professora Ana Jurkiewicz, que assina a orelha da obra, “a autora é contundente na denúncia da miséria, da desumanização, dos preconceitos e é também delicada e divide com o leitor suas feridas, parte do subterrâneo de sua alma”.

O livro, que já está em pré-venda, será lançado no dia 19 de novembro, em Teresópolis, no Rio de Janeiro. Na semana seguinte, em 26/11, a autora fará uma performance na Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, que nesta edição retoma as ruas e praças da cidade.


Sobre a autora

A jornalista e poetisa Viviane (de Paula) Viana nasceu no Rio de Janeiro, em 1975. Morou em Madri, São Paulo, Brasília e Natal. Hoje, se divide entre a capital fluminense e a cidade serrana de Teresópolis. 

A produção literária impressina. Publicou o livro-box Tirando de Letra, voltado ao público infantojuvenil, e participou da antologia Travessia: literatura para atravessar o fascismo, também lançado neste ano. 

Como jornalista, atuou nas redações dos jornais O Dia, Folha de S. Paulo, Tribuna do Norte e agência de notícias EFE. 

Foi coordenadora da TV Escola e ghostwriter de dois presidentes da República.


Palinha para os leitores

Poema “bolacha da privação”, que está no livro.


Bolacha da privação


dois quilos de barro

uma colher de manteiga

sal a gosto


junte tudo

prense com as mãos

deixe secar ao sol


a receita não tem mistério

incompreensível é a miséria 


Uênio não conheceu o brigadeiro

Uênio não sobreviveu à primeira infância


2 comentários:

  1. Excelente dica, obrigado. Precisamos de poesias libertadoras, com senso de lirismo e com força.

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  2. 👍🏻👍🏻👏🏻👏🏻

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