Da assessoria de imprensa do Partido Socialismo e Liberdade - PSOL
Jornalistas alagoanos ocupam desde a manhã desta terça-feira a frente da TV Pajuçara, do senador João Tenório (PSDB), para tentar sensibilizar o empresário e a direção da empresa a concederem reajuste salarial à categoria. Amanhã, eles estarão montando acampamento em frente ao jornal e à TV Gazeta, de propriedade do senador Fernando Collor de Mello (PTB).
Os jornalistas reivindicam a reposição das perdas inflacionárias dos últimos doze meses (cerca de 5%) e um aumento real também de 5%. Em reunião realizada ontem na Superintendência Regional do Trabalho, as empresas de Collor e João Tenório negaram até mesmo a reposição da inflação.
Segundo o Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal), a postura das empresas é “inexplicável” e um convite à “radicalização da campanha salarial”. A entidade afirma que as empresas de Collor e Tenório foram as que mais lucraram no ano passado, aumentando inclusive seus parques industriais. “Elas concentram mais de 80% das verbas publicitárias, sendo a maior parte do governo estadual e da Prefeitura de Maceió”, disse a presidente do Sindicato, Valdice Gomes da Silva.
Concorrentes da Pajuçara e da Gazeta costumam reclamar do privilégio dado pelo governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), às duas empresas de comunicação. Téo Vilela, como é mais conhecido no Estado, tem relação de parentesco com João Tenório, que é casado com sua irmã, Fernanda Vilela, secretária estadual da Fazenda.
De acordo com o Sindjornal, repor a inflação aos salários dos jornalistas representará cerca de R$ 100,00 para cada profissional. No caso da TV Gazeta, calcula a entidade, o impacto na folha representa menos de R$ 7 mil, incluindo os encargos sociais. “Isto é bem menos do que ganha um diretor do segundo escalão. Não dá para entender o porquê de tanta mesquinhez”, lamenta o tesoureiro do Sindicato, Carlos Roberto Pereira.
Para o dirigente sindical, a postura das empresas de Collor e de João Tenório nesta campanha salarial dos jornalistas faz lembrar os dez anos do ex-presidente e do PSDB no governo federal, “quando houve um brutal achatamento nos salários dos servidores públicos”.
“Não queremos voltar a essa época e vamos alertar o povo de Alagoas para isto”, acrescentou. Além de acamparem em frente às empresas de Collor e João Tenório, os jornalistas programam manifestações em frente a empresa O Jornal, do usineiro e ex-deputado federal João Lyra (PTB), em frente à Assembléia Legislativa, que mantém uma TV terceirizada sem concurso público e licitação, e em frente à TV Pajuçara, do ex-vice-governador Geraldo Sampaio (PDT).
Outra manifestação será realizada sexta-feira na orla marítima de Maceió, durante as atividades do Dia do Trabalhador. Os jornalistas também voltam a realizar assembléia no dia 4 para discutir e deliberar sobre indicativo de greve e definir novas formas de mobilização. Depois de acamparem na porta das empresas, eles pensam em acampar na porta dos donos dos veículos de comunicação.
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