Por Summer Harlow/DRA (do blog Jornalismo nas Américas)
Em discurso essa semana na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, o professor de jornalismo Michael Schudson, da Universidade de Columbia, apresentou três possíveis cenários para o futuro dos jornais, de acordo com o Herald Times Online.
Schudson visualiza as seguintes possibilidades:
* Reestruturação da indústria: a economia volta a crescer e a publicidade acompanha o movimento, gerando lucro para as publicações baseado no número de assinantes;
* Jornalismo em regime de corte de despesas: jornais reduzem o número de empregados e aproveitam recursos online como o Google para obter mais conteúdo de forma colaborativa;
* Economia mista: uma alternativa ao modelo tradicional de publicidade seria a busca de subsídios obtidos junto ao público interessado em jornalismo.
A questão importante por trás de tudo isso é como tornar o jornalismo um negócio sustentável.
Jan Schaffer, responsável pelo J-Lab, projeto ambientado na Universidade Americana, na cidade de Washington, publicou um artigo recente analisando os cinco anos do New Voices, um projeto financiado pela Fundação Knight que incentiva o surgimento de novos empreendimentos em jornalismo voltados para a produção de notícias comunitárias. O artigo aponta que um terço desses novos empreendimentos já haviam fechado as portas no período de análise.
“Há um descompasso entre a criação de uma demanda local por notícias e o seu desenvolvimento em um modelo de negócios sustentável”, escreve Schaffer. “A maioria dos projetos do New Voices está explorando um modelo misto para se manter, mas nenhum está conseguindo levantar o capital necessário para pagar salários e benefícios.”
Um novo estudo do instituto Scarborough Research talvez traga alguma esperança para a indústria de notícias, ao mostrar que as pessoas que usam leitores eletrônicos, como o Kindle, são um público "pronto para ler jornais", de acordo com o Editor & Publisher.
Usuários de e-reader estão 11% mais propensos a ler jornais regularmente se comparados aos adultos em geral e têm 48% a mais de chances de ter visitado um site de notícias no mês anterior à pesquisa, como explica o Editor & Publisher.
A preocupação com o futuro dos jornais transparece em episódios como o anúncio feito na última terça, 5 de outubro, pelo grupo Gannett, dono do jornal USA Today, prevendo a eliminação de 35 postos na redação, de acordo com a Associated Press (AP). Os cortes são parte da mudança de estratégia do grupo, que consiste em retirar ênfase da publicação impressa e focar atenção na produção de mais conteúdo para dispositivos móveis, diz a AP.
2 comentários:
|Adorei o texto!Parabens pelo blog!
Bjs
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