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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

UNESCO defende criação da Univ. Corporativa do Sistema de Coualificação de empresas de comunicação pública brasileiras

Enviado pela Unesco

A qualificação profissional como ferramenta de fortalecimento da radiodifusão pública é tema da publicação “Um levantamento inicial de necessidades e oportunidades de qualificação e capacitação profissional na Fundação Padre Anchieta e na Empresa Brasil de Comunicação” que a UNESCO lança dentro da série “Debates CI”.
A publicação, organizada pelo setor de Comunicação e Informação (CI) da UNESCO no Brasil, se insere nas preocupações internacionais da Organização quanto ao desenvolvimento de sistemas de mídia nos quais uma radiodifusão pública robusta, de qualidade e independente de governos e partidos deve desempenhar um papel-chave.

As estratégias de qualificação dos profissionais que, cotidianamente, fazem a radiodifusão pública ocupam (ou deveriam ocupar) lugar de destaque no fortalecimento desse tipo de mídia, conclui o estudo. Uma das alternativas levantadas para dar maior sustentabilidade, eficiência e eficácia à qualificação dos profissionais do setor seria a eventual criação de uma Universidade Corporativa do Sistema de Comunicação Pública no Brasil, a exemplo do BBC College of Journalism.

Produzido pelo consultor João Marcelo Borges entre fevereiro e junho de 2009, o estudo traz os resultados de um levantamento das demandas e necessidades de qualificação e capacitação profissional de duas organizações públicas de rádio e TV do Brasil: a Fundação Padre Anchieta, vinculada ao governo do Estado de São Paulo e responsável pela Rádio e TV Cultura, e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), ligada ao governo federal e responsável pela TV Brasil.

De um modo geral, as necessidades mapeadas pela pesquisa podem ser agrupadas em quatro grandes blocos: 1. Saber o que são e como se fazem rádio e TV públicas; 2. enfrentar desafios técnicos e operacionais da digitalização; 3. promover a gestão pública de empresas de comunicação e 4. desenvolver negócios e geração de receitas (este último bloco mais restrito à TV Cultura).

Os resultados do estudo sugerem que, para além de áreas específicas de capacitação, as duas organizações precisam se fortalecer para enfrentar desafios institucionais e organizacionais mais amplos como, por exemplo, a dificuldade para executar as atividades em função da caducidade da legislação administrativa e das práticas dela decorrentes.

Os dirigentes das duas organizações também entendem que programas de qualificação ou iniciativas de capacitação precisam estar inseridos em políticas mais amplas de gestão de pessoas, e que o momento de transição para a TV digital requer esforço concentrado no domínio da própria tecnologia. Eles concordam ainda que a formação dos profissionais de comunicação é muito deficiente no Brasil, o que provoca a necessidade de requalificação que, na opinião deles, deve ser feita usando-se estratégias diversas e paralelas, tais como iniciativas in-house, parcerias com instituições formadoras e programas-escola.

A série “Debates CI” se soma a um conjunto de estudos que a UNESCO vem publicando sobre o tema do desenvolvimento da mídia.

Link da publicação:
http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001895/189599POR.pdf

Outros números da série:
A blogosfera policial no Brasil: do tiro ao Twitter
http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001852/185252por.pdf

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