Do Blog de Notícias Jornalismo nas Américas
A Embaixada do Brasil em Honduras está no centro das atenções desde que resolveu dar abrigo a Manuel Zelaya. O Exército hondurenho e blocos de concreto a cercam desde o dia 22 de setembro. O governo interino chegou a proibir a entrada de cidadãos brasileiros, entre eles parentes de funcionários e jornalistas.
Há cinco dias, no entanto, lá está o repórter Fabiano Maisonnave, da Folha de S. Paulo. Diante da oportunidade de contar com privilegiada proximidade o dia-a-dia do “hóspede mais ilustre” da diplomacia brasileira em Honduras, ele criou o blog Da Embaixada.
Na sede da diplomacia do Brasil, o repórter divide um colchão de ar com um colega. Para tomar banho, é preciso um “pouco de paciência” por causa de uma insistente fila, descreve o jornalista no post de estreia. Nada como água fria para alcamar os ânimos de uma casa que, apesar de ampla, como conta Maisonnave, não é suficiente para abrigar tanta gente.
“Impossível não comparar com uma prisão terceiro-mundista: aqui é superlotado, o acesso a itens básicos é limitado, há “celas” de luxo e outras em que se dorme no piso, se formaram grupos, tem problema de furto, a vigilância é 24h, os celulares de dentro duelam com os bloqueadores de celular fora, e o cigarro virou moeda de troca.”
Maisonnave está na companhia de outros oito profissionais da notícia: três da Telesur, um cinegrafista da Associated Press, um fotógrafo da AFP e outro da Reuters, um jornalista americano do site Democracy Now e um repórter da Rádio Globo hondurenda, tirada do ar na segunda-feira.
Bem no “quarto ao lado”, está Zelaya. “Ele realmente acredita, e faz muitos acreditarem, que o prédio pode ser invadido a qualquer momento ou que corre ser morto por um franco-atirador. Leva a sério em qualquer suspeita que lhe contam, como o de que estão construindo um túnel ou o de que está sendo atacado por raios de microondas”.
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