Por Paulo Peixoto e Breno Costa, da Agência Folha, em Belo Horizonte
Serra e Aécio aumentam em 158% e 21%, respectivamente, verba de divulgação institucional em 2010 em comparação com 2006. SP prevê gasto de R$ 120 mi em publicidade, enquanto Minas destina R$ 40 mi; os tucanos são pré-candidatos do partido à Presidência.
Os governos tucanos de Minas Gerais e de São Paulo pretendem aumentar em 21% e 158%, respectivamente, os gastos com publicidade governamental no ano eleitoral de 2010, comparado com 2006. Naquele ano, quando José Serra se elegeu governador paulista, o Orçamento de São Paulo foi elaborado pelo seu antecessor, o tucano Geraldo Alckmin, que concorreu à Presidência. Aécio Neves era o governador de Minas e foi reeleito. Agora os dois são pré-candidatos do PSDB à Presidência.
A previsão de gastos para 2010, no caso do governo de São Paulo, ultrapassa a evolução real do Orçamento do Estado desde 2006. Nesse período de quatro anos, o valor total do Orçamento paulista cresceu 26,9%. Já a evolução do Orçamento de Minas foi de 25,1%. Considerando o valor dos Orçamentos de SP (R$ 125,5 bilhões) e de Minas (R$ 41,1 bilhões) para o próximo ano, a proporção dos gastos com publicidade previstos por Serra e Aécio é exatamente igual: 0,1%.
As comparações com 2006 feitas pela Folha contemplam os valores reais da propaganda institucional de cada governo, corrigidos pelo IGP-DI. Estão fora desse cálculo publicidade específica, como campanhas na área de saúde ou de segurança.
Serra prevê gastar no próximo ano R$ 119,9 milhões em publicidade institucional, enquanto Aécio prevê gastos de R$ 40,4 milhões, conforme as propostas orçamentárias que os governos enviaram no mês passado aos seus respectivos Legislativos estaduais. A lei estabelece como limite para gastos com publicidade em ano eleitoral a média da verba gasta nos três anos anteriores. O texto da legislação eleitoral (lei 9.504/1997) não deixa claro se o cálculo da média inclui apenas as despesas com publicidade institucional, ou todos os gastos na rubrica "comunicação social".
No caso de São Paulo, chama a atenção o fato de Serra ter elevado os valores da publicidade na sua gestão em comparação com os gastos orçados por Alckmin para o ano eleitoral de 2006 (R$ 46,5 milhões, valor também atualizado).
O peso da publicidade no Orçamento paulista mais do que dobrou em relação àquele ano e também em relação a 2007 -primeiro ano da gestão Serra, mas com Orçamento elaborado pelo governo antecessor.
Na disputa pela indicação do PSDB para a candidatura presidencial, fala-se nos bastidores sobre a possibilidade de haver uma chapa "puro-sangue" com Serra e Aécio. Ambos negam.
Aécio já anunciou que deixará o governo até o começo de abril, sendo ou não o escolhido para ser o candidato ao Planalto. Se o escolhido for Serra, ele deve tentar o Senado.
Serra disputa a reeleição somente se não for escolhido candidato a presidente.
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