Mário Fontenele na objetiva de Cláudio Alves |
O primeiro olhar do cidadão primordial
Mário Fontenele recebe, post mortem, o titulo de cidadão honorário de Brasilia.
Mário Fontenele recebe, post mortem, o titulo de cidadão honorário de Brasilia.
Foi sua lente que revelou a cidade quando nem
cidade existia.
A marca fundamental do entrecruzamento asas e eixos aberta na
pele viva do cerrado.
A partir dali o marco zero.
A partir dali o marco zero.
Ali, o enigmático X da cidade encruzilhada, a cidade
enigma das contradições nacionais, o proprio exu monumental (o q liga o céu à terra e dialoga o sagrado com o humano)...
Vai saber porque Mário fez X quando, talvez, se esperassem cruz ou "borboleta" (como a genialidade do Dr Lucio depois chamaria)...
Vai saber porque Mário fez X quando, talvez, se esperassem cruz ou "borboleta" (como a genialidade do Dr Lucio depois chamaria)...
O que se sabe é que SARAVÁ era o aviãozinho usado nas visões aéreas; o que se sabe é
que, mesmo, em um asilo (o repórter-fotográfico Ivaldo Cavalcante tem seus últimos registros), o Dr
lucio lhe reservou um comovente relato de cumplicidade em seu livro.
Eis o primeiro cidadão que fundava a cidade pelo olhar, esse testemunho operário candango que prova o quanto é arte uma cidade com tantos heróis anônimos e celebridades cultuadas, mas uma cidade só: a Brasília que será a Brasília que a gente quiser, que a gente fizer...
Mais que fotos, Fontenele foi o reporter da alma: devemos seguir essa trilha amorosa de uma paisagem afetiva construida com idéias e traços de gênios e que se fez poema concreto pelo suor candango e o olhar desse piauiense poeta da imagens.
Saravá ao que tem fonte até no nome
Eis o primeiro cidadão que fundava a cidade pelo olhar, esse testemunho operário candango que prova o quanto é arte uma cidade com tantos heróis anônimos e celebridades cultuadas, mas uma cidade só: a Brasília que será a Brasília que a gente quiser, que a gente fizer...
Mais que fotos, Fontenele foi o reporter da alma: devemos seguir essa trilha amorosa de uma paisagem afetiva construida com idéias e traços de gênios e que se fez poema concreto pelo suor candango e o olhar desse piauiense poeta da imagens.
Saravá ao que tem fonte até no nome
Câmara Legislativa homenageia, o pioneiro Mário Fontenelle com título póstumo de Cidadão Honorário de Brasília.
Por Gabriela Moll, da Agência Brasília
Autor de mais de 5 mil imagens da construção de Brasília,
Mário Fontenelle (1919–1986) pode ser o maior responsável pela memória
imagética da cidade. Fotógrafo oficial do governo Juscelino Kubitschek, são
dele fotos icônicas: o cruzamento dos eixos, o Marco Zero da construção de
Brasília e a imagem de JK e Lucio Costa no local onde se iniciaria o Eixo
Monumental.
“Foi difícil selecionarmos só algumas fotos, mas prezamos aquelas que mostram a sensibilidade do autor”, explica o gerente do Acervo Audiovisual do Arquivo Público do Distrito Federal e responsável pela mostra, Marcelo Durães. Desde 1980, o material de Mário Fontenelle compõe o Fundo Novacap do Arquivo Público do DF. “Brasília tem toda a sua construção registrada desde o início”, ressalta Durães. “Tudo isso graças à produção do fotógrafo e ao trabalho de preservação do Arquivo.”
Depoimentos“Foi difícil selecionarmos só algumas fotos, mas prezamos aquelas que mostram a sensibilidade do autor”, explica o gerente do Acervo Audiovisual do Arquivo Público do Distrito Federal e responsável pela mostra, Marcelo Durães. Desde 1980, o material de Mário Fontenelle compõe o Fundo Novacap do Arquivo Público do DF. “Brasília tem toda a sua construção registrada desde o início”, ressalta Durães. “Tudo isso graças à produção do fotógrafo e ao trabalho de preservação do Arquivo.”
Nesta terça-feira, às 19 horas, o piauiense de Parnaíba terá o trabalho reconhecido em solenidade na Câmara Legislativa, que lhe concederá o título póstumo de Cidadão Honorário de Brasília. No saguão, haverá mostra com 18 imagens emblemáticas feitas por Fontenelle, quatro painéis e uma reprodução de um laboratório de revelação fotográfica — com câmeras antigas, rolos de filme e outros materiais semelhantes aos usados na trajetória profissional de Fontenelle.
Na ocasião, será exibido o curta-metragem Mário
Fontenelle — A Oração Silenciosa, assinado pelo professor e cineasta
cearense Pedro Jorge de Castro. Com quase 30 minutos de duração, o documentário
traz a história do pioneiro por meio de depoimentos de outros fotógrafos e
ainda jornalistas, cientistas sociais e professores.
O diretor já formulava a ideia dez anos antes de começar a produção, iniciada em 2013. “Tive essa vontade desde que vi a quantidade de material e a qualidade da produção de Fontenelle”, acrescenta.
Na locação, Pedro Jorge passou dez dias na cidade natal do fotógrafo, filmou em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro e em Brasília, refazendo os passos do pioneiro até a morte dele, aos 67 anos, no Lar dos Velhinhos Maria Madalena, no Núcleo Bandeirante. “Fomos aonde ele estudou, na igreja em que foi batizado, vimos documentos antigos e o primeiro local em que ele trabalhou.”
Registros puristas:
O diretor já formulava a ideia dez anos antes de começar a produção, iniciada em 2013. “Tive essa vontade desde que vi a quantidade de material e a qualidade da produção de Fontenelle”, acrescenta.
Na locação, Pedro Jorge passou dez dias na cidade natal do fotógrafo, filmou em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro e em Brasília, refazendo os passos do pioneiro até a morte dele, aos 67 anos, no Lar dos Velhinhos Maria Madalena, no Núcleo Bandeirante. “Fomos aonde ele estudou, na igreja em que foi batizado, vimos documentos antigos e o primeiro local em que ele trabalhou.”
Registros puristas:
Antes de captar as imagens que mostram Brasília desde
o berço, Fontenelle era mecânico de pista em uma empresa de transportes aéreos.
Transferido para o Rio de Janeiro, foi promovido a operador de voo e conheceu
Juscelino Kubitschek. “Foi JK quem lhe deu a primeira câmera, uma Leica 35
milímetros”, conta o diretor. A partir daí, nasceu o fotógrafo autodidata que
se dedicou ao sonho da nova capital ao lado do presidente.
Cearense radicado em Brasília, Pedro Jorge de Castro, de 71 anos, é diretor do Instituto Animatógrafo de Comunicação, professor da Universidade de Brasília (UnB), cineasta e membro fundador da Associação dos Produtores e Realizadores de Filmes de Longa-Metragem de Brasília. Em 1977, venceu a categoria Melhor Curta do 10º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro com Brinquedo Popular do Nordeste.
Cearense radicado em Brasília, Pedro Jorge de Castro, de 71 anos, é diretor do Instituto Animatógrafo de Comunicação, professor da Universidade de Brasília (UnB), cineasta e membro fundador da Associação dos Produtores e Realizadores de Filmes de Longa-Metragem de Brasília. Em 1977, venceu a categoria Melhor Curta do 10º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro com Brinquedo Popular do Nordeste.
Homenagem a Mário Fontenelle e exibição do curta-metragem Mário Fontenelle – A Oração Silenciosa16 de junho (terça-feira)
Às 19 horas
“As fotos de Fontenelle são registros puristas da grande vontade de Juscelino, são materiais de devoção”, define o cineasta. Após o lançamento, o curta será exibido em Parnaíba (PI), na Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) e no Arquivo Público do Distrito Federal, em datas a serem definidas. “Há algo no filme que não dá para explicar ou contar: a emoção que ele transmite”, conclui.
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