Da Agência Brasil
Enviados para o Egito para a cobertura da crise política no país, o repórter Corban Costa, da Rádio Nacional, e o repórter cinematográfico Gilvan Rocha, da TV Brasil, foram detidos, vendados e tiveram passaportes e equipamentos apreendidos, descreveu a Agência Brasil.
O episódio é mais um episódio de violência contra jornalistas no país. A Casa Branca lamentou hoje a detenção de profissionais de imprensa, a ONG Repórteres Sem Fronteiras também condenou o governo do Egito e jornalistas de outros veículos, como do Estado de S.Paulo, relataram comportamento abusivo no Cairo.
Desde ontem (2) à noite até esta manhã, Corban e Gilvan ficaram sem água, presos em uma sala sem janelas e com apenas duas cadeiras e uma mesa, em uma delegacia do Cairo. Corban, que volta amanhã (4) com Gilvan para o Brasil, deu seu depoimento à Agência Brasil.
- É uma sensação horrível. Não se sabe o que vai acontecer. Em um primeiro momento, achei que seríamos fuzilados porque nos colocaram de frente para um paredão, mas, graças a Deus, isso não aconteceu.
- Tivemos que confiar no que ele [o policial] dizia e assinar o documento.
No caminho da delegacia para o aeroporto do Cairo, Corban disse ter observado a tensão nas ruas e a movimentação intensa de manifestantes e veículos militares nos principais locais da cidade.
Segundo ele, todos os automóveis são parados em fiscalizações policiais e os documentos dos passageiros, revistados. Os estrangeiros são obrigados a prestar esclarecimentos. De acordo com o repórter, o taxista sugeriu que ele omitisse a informação de que era jornalista.
Há dez dias, o Egito vive momentos de tensão em decorrência de onda de protestos contra a permanência de Hosni Mubarak na Presidência do país. A situação se agravou ontem, depois que manifestantes pró e contra o governo se enfrentaram nas ruas das principais cidades egípcias.
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