Publicado no Blog do Noblat
Vem aí a sexta edição da “Cumbre de las Américas”, que reunirá em Cartagena de las Índias (Colômbia) 34 chefes de Estados (os membros da OEA) – incluindo Estados Unidos e sua velha recusa de aceitar a participação de Cuba.
Nos dias 14 e 15 lá estarão eles, tratando de um tema que é quase “maya” (ilusão), como diriam os hindus: “Conectando as Américas: sócios para a prosperidade”.
Drogas, segurança, educação, desastres naturais, intercâmbio em tecnologias e relações de mercado, entre outros temas, estarão na mesa. Não será surpresa muito grande se o fracasso das atuais políticas de combate às drogas e até, quem diria, possibilidades de algum tipo de legalização acabarem sendo o tema mais quente da reunião.
Por outro lado, é uma pena que não se veja, na programação, nada sobre a gestão de biomas que pertencem a vários países e são essenciais à preservação ambiental – o que para muitos já exige uma espécie de “diplomacia ecológica”.
Para jornalistas e não jornalistas interessados na agenda das Américas, recomendo excelente entrevista feita por Ricardo Corredor (diretor executivo da FNPI - Fundación Nuevo Periodismo, da Colômbia) com o repórter brasileiro Clovis Rossi (Folha de S. Paulo). Há muitos anos Clovis é o jornalista que mais se dedica a estas cumbres e à agenda da integração (ou não intregração) destes países. Ouça a entrevista com Clóvis Rossi (cerca de uma hora de duração).
Clovis navega por temas como a pobreza do jornalismo que apenas cobre o evento com os chefes de Estado mas não o processo de negociações que envolve técnicos de alto nível dos vários países e que é o que de fato importa; que é onde de verdade está o que deveria ser “notícia”.
Por estas e por outras, e antes que alguém saia atirando com o clichê “o Brasil não olha para a América Latina”, Clovis Rossi dispara: “Os latinos estão de costas para a região”. Ou seja, nós todos, latinos, não sabemos o que significa – cultural, política, ambiental e mesmo comercialmente – pertencer a esta região.
Parte disso por culpa nossa: é que, pelo menos no que diz respeito ao jornalismo, “soy loco por ti, América” é apenas poesia.
MAIS: Se você quer saber o que outros jornalistas pensam sobre o tema, acompanhe a série de três entrevistas que FNPI está colocando no ar. Basta navegar FNPI.
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