Do portal Portugal Digital
Lisboa - Incomodado com as perguntas de jornalistas da revista Sábado que o entrevistavam na Assembleia da República, em Lisboa, o vice-presidente do grupo parlamentar do Partido Socialista, Ricardo Reis, furtou os gravadores e fugiu do Parlamento. O asunto foi tornado público nesta quarta-feira (5) e o parlamentar leu uma declaração onde confirma o ocorrido.
O parlamentar, contra o qual foi apresentada queixa à Polícia, procurou justificar o furto dos gravadores dos jornalistas Fernando Esteves e Maria Henrique Espada, dizendo que agiu "irreflectidamente" e que teria sido submetido a "violência psicológica" durante a entrevista.
Os jornalistas da Sábado questionavam o parlamentar sobre o seu envolvimento em alguns escândalos nos Açores, onde tem a sua base eleitoral, entre eles uma onda de boatos que o associavam a um processo de pedifilia e um escândalo financeiro.
Irritado com as perguntas, que qualificou, hoje, de "inquisitórias e persecutórias", o deputado Ricardo Reis levantou-se e meteu nos bolsos das calças os dois gravadores dos jornalistas.
"Porque a pressão exercida sobre mim constituiu uma violência psicológica insuportável, porque não vislumbrei outra alternativa para preservar o meu nome, exerci acção directa e, irreflectidamente, tomei posse de dois equipamentos de gravação digital, os quais hoje estão apensos à providência cautelar que corre termos no Tribunal Cível de Lisboa", disse Ricardo Rodrigues em declarações a jornalistas na Assembleia da República.
"Procurei assim afirmar e fazer valer os meus direitos, uma vez que nunca tendo sido acusado nem julgado por nenhum tribunal, não aceitarei ser agora julgado por jornalistas deste tipo, que felizmente, são excepção na sua classe profissional", disse. O parlamentar recusou responder a perguntas dos jornalistas.
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