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terça-feira, 22 de outubro de 2024

Jornalismo: Brasil, Israel e a pós-verdade


O Exército Brasileiro negociava a compra de 36 unidades de um tipo de
blindado voltado para a artilharia pesada,  de uma empresa israelense,
mas a negociação  foi suspensa após um impasse diplomático.
O momento de polarização política vivido pelo Brasil desde 2009 criou um novo movimento jornalístico: a pós-verdade. É uma atualização de um velho ditado corrente na imprensa que diz:

— Não deixe que a realidade fique entre você e uma grande manchete.



Por Pedro Paulo Rezende


Claro, era uma brincadeira, mas deixou de ser.

A pós-verdade e o excesso de criatividade viraram armas dos jornalistas de direita. A maioria deles, aliás, já abusava de fake news desde a campanha eleitoral de 2018. Por outro lado, os militantes de esquerda atuam nos fóruns de WhatsApp pedindo ações mais contundentes e completamente fora da realidade contra o Ocidente, como o corte de relações diplomáticas com Israel e os Estados Unidos.

Podemos analisar isto na campanha jornalística para tentar reverter a decisão do governo de congelar o processo de aquisição pelo Comando do Exército de 36 obuseiros de 155 mm autopropulsados sobre rodas (Programa VBCOAP 155 SR) — vencido pela empresa israelense ELBIT, que ofereceu o ATMOS em uma versão específica para o Brasil. O motivo para a decisão é que as relações entre Brasil e o Estado de Israel nunca estiveram em um patamar tão baixo.

Antes de tomar a decisão, o presidente da República, Luíz Inácio Lula da Silva, ouviu o ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, e o assessor especial de Assuntos Internacionais (e ex-ministro da Defesa), embaixador Celso Amorim. É preciso ressaltar que ambos fazem uma distinção entre o governo do Estado judeu, hoje nas mãos de Benjamin (Bibi) Netanyahu — um radical supremacista —, e o país. Por isto, as relações diplomáticas com Israel não foram cortadas.

O congelamento da licitação, decidido depois de várias ações hostis do governo de Israel, não chega a prejudicar o programa do Comando do Exército de forma irremediável. Os termos do contrato preveem o envio de duas unidades para testes nas condições brasileiras antes de se firmar o documento definitivo. Caso as relações não se normalizem ainda haveria a possibilidade de se contratar, em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o segundo colocado — o Zuzana, da empresa eslovaca Excalibur.

Este quadro inspirou um jornalista de direita (condenado por fake news) para lançar uma pós-verdade: as Forças Armadas nacionais irão retirar todos os equipamentos comprados de empresas israelenses de seus navios, viaturas e aviões para substituí-los por equipamentos chineses e russos, o que paralisaria Marinha, Exército e Aeronáutica. Ele se aproveitou de um fato real para, com criatividade, lançar uma fake news. O comandante do Exército, general de exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, irá visitar a República Popular da China onde poderá assinar acordos de cooperação entre os dois países.

Há uma grande distância entre os dois pontos, o que apenas demonstra o grau de loucura causado pela radicalização política do país.

Crise

Não faltaram artigos contrários ao presidente Luíz Inácio Lula da Silva quando ele denunciou, em fevereiro, o massacre da população civil em Gaza pelas Forças de Defesa de Israel. A declaração foi dura e comparou os bombardeios israelenses às ações de Hitler contra os judeus. Na época, os meios de comunicação nacionais classificaram a fala como um apoio velado ao terrorismo e ignoraram as contínuas declarações anteriores em que ele responsabilizou o Hamas pelas 1.280 mortes de civis no ataque cometido em território israelense no dia 8 de outubro de 2023.

Em resposta, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, impôs um constrangimento ao então embaixador brasileiro, Frederico Meyer. Em lugar de uma reprimenda fechada, como é comum na diplomacia, escolheu o Museu do Holocausto, em Jerusalém, como palco. O evento foi público, o que contraria as regras internacionais. O chanceler israelense ainda declarou o presidente Lula “persona non grata”.

A reação internacional mostrou quem estava certo. Na Organização das Nações Unidas (ONU), a maioria dos países se alinhou com a posição brasileira, que reconhece a existência da Autoridade Palestina como governo legítimo da Cisjordânia e de Gaza e considera as ações de Israel em Gaza como crime de guerra. O Tribunal Penal Internacional (TPI) condenou Bibi Netanyahu à prisão, junto com quase todo o gabinete de governo formado pela coalizão de direita israelense.

Militontos

Para a direita radical, os interesses de Brasil e Israel se confundem. Os radicais conservadores gostariam que o Ministério das Relações Exteriores endossasse in totum as ações do primeiro-ministro do Estado judeu, Bibi Netanyahu, que determinam a eliminação de civis por ataques aéreos indiscriminados. Para esta turma, o presidente Luíz Inácio Lula da Silva não poderia denunciar o genocídio de 50 mil palestinos (26 mil deles crianças) e deveria seguir cegamente as determinações de Telavive (não reconhecemos Jerusalém como capital).

É bom lembrar que boa parte dos militontos da direita brasileira é formada por religiosos neopentecostais que acreditam ser o Estado de Israel a concretização de profecias bíblicas que afirmam que o Terceiro Templo será reconstruído e servirá de palco para a nova vinda do Messias. A segunda parte do texto, que não é canônico (surgiu nos Estados Unidos ao final do século 19), mas é amplamente aceito pelas Assembleias de Deus, normalmente não é citada: o templo será destruído e a maioria dos judeus será exterminada em uma guerra onde a Cristandade vencerá e o restante da população hebraica se converterá a Cristo.

O grau de loucura dos militontos vai mais além e chega ao cúmulo de afirmar que o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin (conservador e ligado à Igreja Ortodoxa Russa) é um representante do comunismo internacional e que a República Popular da China quer colonizar o Brasil.

É preciso ressaltar que a “militôncia” de esquerda não fica muito atrás. Em um fórum de discussão no WhatsApp, um participante afirmou que a posição neutra do presidente Luís Inácio Lula da Silva sobre as eleições da Venezuela deveria resultar na retirada do Brasil do BRICS Plus, como se fosse possível expulsar do bloco um membro fundador. Outra bobagem comum é a teoria da conspiração de que o atual governo estaria prestes a assinar um acordo para integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e se afastaria da China, nosso maior mercado, e da Rússia.

Até a queda no banheiro do presidente Lula ganhou uma versão conspiratória: a de que ele fingiu o acidente para não participar diretamente da Cúpula de Kazan que reunirá os países do BRICS. É normal nestes casos que o paciente fique, no mínimo, 48 horas em observação. Além disto, o avião presidencial sofreu uma pane e se encontra em reparos na Cidade do México. O substituto fabricado pela Embraer possui uma autonomia inferior e exigiria mais escalas.

Em função dos dois grupos, criei uma versão atualizada de O samba do crioulo doido, de Stanislaw Ponte Preta: O funk do militonto mentalmente perturbado. Precisamos nos afastar destas visões para não perdermos a sanidade.

A verdade

Em qualquer país que se preze, a diplomacia está acima das autoridades militares. É preciso lembrar que foi o governo israelense que levantou a voz de maneira desproporcional e, além disto, em represália, dificultou a saída de cidadãos brasileiros de Gaza. Para o Itamaraty, fica difícil fazer negócios com um vendedor que dá caneladas por baixo da mesa.

Este histórico foi ignorado pelo Comando do Exército ao escolher o ATMOS proposto pela empresa israelense Elbit como vencedor da concorrência.

O ministro da Defesa, José Múcio, ignorou este ponto e saiu a campo para tentar reverter a decisão do presidente da República. Além disto, criticou o Itamaraty por impedir a venda de material excedente do Exército Brasileiro para a República Federal da Alemanha (que seria repassado para a Ucrânia, que está em guerra com a Federação Russa). Os diplomatas da Divisão de Produtos de Defesa (DIPROD) — junto com os técnicos da Secretaria de Produtos de Defesa (SEPROD) do Ministério da Defesa — impediram o negócio. Afinal de contas a neutralidade absoluta em conflitos é uma das bases da política externa nacional desde os tempos de José Maria Paranhos Jr., o Barão do Rio Branco.

O ministro José Múcio disse que a recusa era ideológica. Alegou que o negócio, que envolvia a venda de 60 mil projéteis antiaéreos de 35 mm ao preço de US$ 20 milhões, foi negado porque prejudicaria a compra de fertilizantes e diesel da Rússia. No entanto, ele se esqueceu de mencionar que o Itamaraty negou uma proposta de Moscou para recomprar as doze células de helicópteros Mil Mi-35 (de fabricação russa) encostados pela Força Aérea Brasileira, por US$ 25 milhões a unidade.

Hoje, a diplomacia israelense está sob o controle de colonos que ocupam ilegalmente terras atribuídas pela Organização das Nações Unidas (ONU) ao futuro Estado Palestino. Para sobreviver politicamente, Bibi Netanyahu (indiciado por corrupção) necessita ampliar conflitos, o que explica os ataques ao Irã, ao Líbano e à Síria. O primeiro-ministro israelense se apoia em uma base parlamentar formada por defensores do Grande Israel, que incluiria a limpeza étnica em Gaza e na Cisjordânia. É uma tragédia de grandes proporções e a posição do governo brasileiro se justifica e está acima da ideologia.

terça-feira, 27 de junho de 2023

Europa propõe espionar os jornalistas

 


A nova regulamentação foi proposta pela Comissão Europeia em setembro de 2022, com seu rascunho inicial indicando que os governos europeus poderiam instalar spyware nos dispositivos dos jornalistas para supostamente garantir a segurança nacional ou para investigar "crimes sérios", como terrorismo, tráfico de seres humanos e de armas, exploração de crianças, estupros e homicídios.

Publicado originalmente pelo portal Sputnik News

A Lei de Liberdade de Imprensa europeia prevê a instalação de spyware nos telefones dos jornalistas em nome da "segurança nacional".

A Sputnik se reuniu com alguns observadores internacionais para discutir como a disposição corresponde à liberdade e aos princípios básicos europeus.

"Não há um motivo legítimo para espionar os jornalistas", afirmou Lucy Komisar, uma jornalista investigativa de Nova York, à Sputnik. "Esta lei visa pessoas identificadas como jornalistas, não como espiões, terroristas ou criminosos. O jornalismo não é um crime, a menos que Julian Assange faça isso. O verdadeiro motivo é proteger os funcionários governamentais dos jornalistas que relatam suas políticas inadequadas, abusos e corrupção", enfatizou.

A nova regulamentação foi proposta pela Comissão Europeia em setembro de 2022, com seu rascunho inicial indicando que os governos europeus poderiam instalar spyware nos dispositivos dos jornalistas para supostamente garantir a segurança nacional ou para investigar "crimes sérios", como terrorismo, tráfico de seres humanos e de armas, exploração de crianças, estupros e homicídios.

Diante da situação, a Federação Europeia de Jornalistas, representando mais de 300 mil membros, denunciou a intenção europeia como um "golpe à liberdade de imprensa". "Desde o século XVIII, quando os jornais começaram a circular, o sigilo das fontes tem sido sacrossanto", afirmou à Sputnik o professor Ellis Cashmore, ao comentar as consequências que a nova regra poderia causar.

"Os jornalistas têm, por gerações, respeitado isso e se recusado resolutamente a revelar suas fontes. [...] É um princípio extremamente importante na imprensa", destacou.

Também insatisfeita com as medidas europeias, a imprensa britânica se manifestou, afirmando que a lei proposta não só vai infringir a liberdade de imprensa como também vai abalar ainda mais a confiança pública na grande mídia ocidental.

Por sua vez, Lucy Komisar voltou a enfatizar que a lei, proposta pelas autoridades, não visa proteger as nações europeias, mas sim elas próprias, com medidas típicas de governos repressivos, onde os jornalistas devem usar telefones indetectáveis, computadores sem Internet e ter encontros secretos com suas fontes. "A democracia é distorcida quando os cidadãos são privados de obterem as informações que precisam para realizarem escolhas informadas", alertou Komisar.

Em diversas ocasiões, os governos europeus demonstraram seus esforços em ocultar a verdade em seus respectivos países, prendendo jornalistas que tentam mostrar fatos reais, e não apenas histórias criadas para iludir o povo, e "bloqueando" informações que não satisfazem seus governos ou que possam comprometê-los.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Que jornalismo é esse?

Os canais all news, como a Globo News, BandNews e CNN Brasil, suspenderam suas programações rotineiras de domingo e passaram a transmitir em tempo real, com reportagens e análises, o que ocorria na Capital Federal. Este não foi, contudo, o comportamento dos canais abertos, que por serem gratuitos, possuem uma audiência muito maior. 


Por Chico Sant’Anna*

Nos ensinam os bons manuais de Jornalismo, que notícia boa é aquela que traz um fato inusitado, de grande interesse na sociedade e que chega rápido aos cidadãos consumidores de informação – preferencialmente em tempo real. Também é sabido que o que potencializa os meios de comunicação é a amplitude da audiência. Quanto maior, melhor, pois isso gera prestigio e retorno publicitário. Entretanto, a maioria dos canais de televisão aberta do país ignorou o que acontecia na tarde de 8 de janeiro de 2023, quando uma turba de terrorista decidiu ocupar e depredar as sedes dos Três Poderes na Capital da República.

Jornais, revistas, agências de notícias nacionais e estrangeiras, portais informativos, prontamente enviaram seus profissionais para o front da notícia. Vários deles, em especial foto e cine jornalistas, foram alvo de agressões físicas perpetradas pelos terroristas. Os canais all news, como a Globo News, BandNews e CNN Brasil, suspenderam suas programações rotineiras de domingo e passaram a transmitir em tempo real, com reportagens e análises, o que ocorria na Capital Federal. 

Este não foi, contudo, o comportamento dos canais abertos, que por serem gratuitos, possuem uma audiência muito maior. Deixar de noticiar em tempo real sobre esse delicado tema é uma ação de desinformação. Milhões de brasileiros que não possuiam tv paga ficaram sem saber o que se passava em Brasília.

Portanto, levar a informação sobre aquele fato inusitado, de interesse de todos os cidadãos brasileiros, mais do que cumprir com a missão social do Jornalismo, era fazer jus às concessões que tais grupos econômicos receberam da sociedade.

Importantes emissoras privadas de canal aberto ignoraram em suas programações o ato terrorista que se desenrolava na Praça dos 3 Poderes. 

Canais abertos

Às 17 horas, quando o quebra-quebra terrorista já se desenrolava há pelo menos umas duas horas. As redes sociais estavam plenas de vídeos de autoria dos próprios terroristas e também das forças de segurança. Esse material foi usado por alguns meios de comunicação como forma de superar a impossibilidade de ter equipes no palco dos acontecimentos. Na telinha, a TV Bandeirantes exibia Mastechef, no SBT, o programa no ar era o da Eliana; e a Record difundia Hora do Faro. Mesmo a TV Globo, em seu canal aberto, demorou a priorizar esse conteúdo. Somente às 17h19 a emissora deixou de veicular o Domingão do Luciano Huck e decidiu transmitir simultaneamente o conteúdo de sua coirmã Globo News. Buscamos saber os motivos de tal comportamento editorial com os responsáveis sobre o comando dos departamentos de Jornalismo de cada uma dessas emissoras. Indagamos se foi uma opção editorial, compromissos publicitários ou dificuldades técnico-operacionais, mas reinou o silêncio como resposta.

Emissoras do Senado e da Justiça não alteraram suas programações de fim de semana. TV Brasil manteve a programação, mas inseriu boletins informativos.

Canais públicos

As três casas de Poder invadida por terroristas são detentoras de canais próprios de rádio e TV: TV Brasil, TVs Senado e Câmara, TV Justiça. Não tivemos a oportunidade de avaliar a programação da TV Câmara, mas no Senado e na Justiça é como se nada estivesse acontecendo lá fora. Numa Irônica coincidência, a TV Senado exibia o programa Que Brasil é esse? Na tela, não era nenhuma reportagem ou análise dos fatos que se desenrolavam. No lugar de comentários dos parlamentares, ação que poderia ser enviada por celulares, era exibida uma entrevista com Fafá de Belém. A ironia involuntária também se fez presente na programação da TV Justiça: estava no ar uma entrevista com o Procurador Geral da República, Augusto Aras, no programa "Interesse Público".

Apenas a TV Brasil, canal público da Empresa Brasileira de Comunicação – EBC, alterou o conteúdo pré-programado para o fim de semana. As alterações se deram por meio da inserção de flashes (boletins informativos). Não houve uma interrupção total, como o ocorrido na TV Globo. Entre 16 e 18 horas, a TV Brasil veiculava o filme Insônia. Mais uma ironia do destino.

Os canais públicos foram igualmente procurados. O departamento de Jornalismo da TV Brasil informou que está elaborando um relatório completo sobre a programação veiculada. Não explicou ainda a opção editorial adotada. A secretaria de Comunicação do Supremo Tribunal Federal não retornou nossos questionamentos sobre o comportamento editorial da TV Justiça. Já a diretora da secretaria de Comunicação do Senado, Érica Ceolin, informou que chegou a mobilizar equipes de jornalistas para cobrirem em tempo real o que ocorria no Senado Federal, mas que ao chegarem na sede do Senado, a polícia legislativa da Casa, por questões de segurança, não autorizou que os profissionais entrassem para pegar os equipamentos. Até mesmo o supervisor técnico de plantão teve que se retirar. O Senado possui um amplo sistema de câmeras, algumas robôs, instaladas nas salas de Comissões, e outras de segurança, internas e externas – inclusive uma no topo do Anexo 1 – que poderiam ser operadas à distância e ter suas imagens transmitidas. Entretanto, segundo Erica Ceolin, não foi possível, sequer adentrar as instalações da emissora que fica no subsolo do Anexo 2 e a opção foi informar a sociedade pelo site da Agência Senado de Notícias.

Questionamentos

Os canais de televisão são concessões públicas. O concessionário privado tem a obrigação de bem informar a sociedade. A não transmissão em tempo real dos acontecimentos terroristas na Esplanada dos Ministérios, obriga-nos ao questionamento semelhante ao que é feito sobre a ação das forças de segurança do governo do Distrito Federal. Houve incompetência ou foi conivência? Por que as emissoras detentoras de tecnologia de ponta, helicópteros, drones, antenas de micro-ondas, câmeras instaladas em motos, ignoraram o ocorrido, talvez o fato mais importante do país desde a redemocratização? A pandemia da Covid mostrou que até mesmo com celulares é possível prover uma cobertura dos fatos.

Para a coordenadora do sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF, Juliana Nunes, os episódios desse domingo evidenciaram a importância de se fortalecer a comunicação pública e governamental, bem como legislativa e judiciária. “Tudo para que a população seja devidamente informada e o patrimônio público, protegido. A sociedade brasileira precisa ter a correta dimensão dos crimes cometidos neste domingo” – complementa.

A história nos mostra que em vários momentos politicamente importantes do Brasil, as emissoras de televisão em transmissão aberta pecaram. Maior exemplo foi a campanha das Diretas Já e a reedição dos debates presidenciais entre Collor de Melo e Luís Inácio Lula da Silva. Algumas emissoras fizeram o mea culpa. Esperamos que o comportamento editorial adotado por diversos canais no fim de semana de 8 de janeiro não seja uma retomada do mau jornalismo. 

*Jornalista, documentarista, Doutor em Ciências da Informação e Comunicação, pela Universidade de Rennes 1, na França. Pesquisador associado ao Núcleo de Mídia e Política – Nemp, da Universidade de Brasília.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Concurso Microbolsas Judiciário vai distribuir cinco bolsas para as melhores pautas

A Agência Pública convoca repórteres independentes para investigar o sistema judiciário. As inscrições para o 6º Concurso de Microbolsas da Agência Pública estão abertas até o dia 29/2 para repórteres independentes de todo o Brasil. Eles devem propor pauta sobre o Poder Judiciário. As cinco pautas vencedoras ganham 5 mil reais, cada uma, para custear a execução da reportagem .
Entre os três poderes da República, o Judiciário é o que conta com menos coberturas investigativas e aprofundadas feitas pela imprensa brasileira. É nesse contexto que a Agência Pública de Jornalismo Investigativo lança seu sexto concurso de microbolsas para reportagens e convoca jornalistas independentes de todo o Brasil a pensarem em pautas sobre o sistema Judiciário.
Em 2014, os custos do Poder Judiciário foram de um total de R$ 68,4 bilhões, o equivalente a R$ 337 por brasileiro. Mesmo assim, começou o ano de 2014 com 70,8 milhões de processos pendentes, número que cresce todos os anos desde 2009, segundo o relatório Justiça em Números 2015, do Conselho Nacional de Justiça. E a morosidade é apenas um dos problemas recorrentes.
Com apoio do Instituto Betty e Jacob Lafer, o concurso vai distribuir bolsas no valor de R$ 5 mil para as cinco melhores propostas de pauta sobre o Poder Judiciário. As inscrições vão até o dia 29 de fevereiro e devem ser feitas pelo formulário disponibilizado junto com o regulamento do concurso no site da Pública. As pautas vencedoras serão selecionadas e receberão orientação e mentoria das diretoras da Agência Pública, Marina Amaral e Natalia Viana.
“Como nos outros poderes, o Judiciário precisa ser monitorado e cobrado pelos cidadãos para ter um bom funcionamento. É também esse o papel do jornalismo de interesse público: expor os problemas que acossam o nosso Judiciário, como por exemplo a parcialidade, a corrupção e a morosidade que contribuem para a ausência de uma Justiça efetiva e igualitária”, dia Natalia Viana. Serão aceitas pautas que tenham como objetivo investigar o sistema judiciário brasileiro em qualquer de suas esferas. A Agência Pública incentiva jornalistas de todo o Brasil a participar.
Para fazer a inscrição, o repórter deve apresentar uma pré-apuração da pauta, plano de trabalho e plano de orçamento. Os critérios para a escolha dos vencedores são consistência na pré-apuração, experiência e capacidade do repórter de realizar matérias de forma independente, segurança e viabilidade da investigação e ineditismo e relevância da pauta.
Microbolsas
Desde 2011 a Agência Pública promove concursos de microbolsas para repórteres independentes. O projeto tem como objetivo fomentar o jornalismo independente e investigativo no país, apoiando repórteres que nem sempre encontram espaço nas redações para reportagens aprofundadas. Ao todo, as cinco edições anteriores distribuíram 89 mil reais em microbolsas e financiaram 20 reportagens.
Três investigações realizadas através do projeto foram premiadas: “Severinas”, minidocumentário de Eliza Capai foi finalista do Prêmio Gabriel Garcia Marques 2014; “Cadeias Indígenas na Ditadura”, reportagem de André Campos, foi finalista do Prêmio Iberoamericano de Periodismo 2014; e “Jovens negros na mira de grupos de Extermínio na Bahia”, de Lena Azevedo) recebeu uma menção honrosa no Prêmio Abdias do Nascimento 2013. Em 2015, reportagens ganhadoras de microbolsas foram publicadas pelos jornais Zero Hora (RS) e O Povo (CE).

Sobre a Agência Pública: 
A Agência Pública aposta em um modelo de jornalismo sem fins lucrativos para manter a independência. Fundada em 2011, funciona como uma agência de notícias que publica reportagens investigativas e distribui conteúdo para mais de 60 republicadores. Todo o conteúdo pode ser livremente reproduzido sob a licença Creative Commons. Tem como missão produzir reportagens de fôlego pautadas pelo interesse público – visando ao fortalecimento do direito à informação, à qualificação do debate democrático e à promoção dos direitos humanos. Além das campanhas de crowdfunding, a Agência Pública conta com financiamento de instituições de peso e renome internacional, como a Fundação Ford e a OAK Foundation. http://apublica.org/
SERVIÇO:
Inscrições: de 20/01 a 29/02
As inscrições devem ser feitas através do formulário: http://goo.gl/forms/lVNd14se2H
Informações e dúvidas: (11) 3661-3887
Divulgação do resultado: 07/03

Regulamento no site: http://goo.gl/blrm8D

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Comunicação em situação de risco reúne jornalistas e cientistas em Brasília

Seminário sobre Comunicação em situação de risco será realizado no dia 5 de novembro, no auditório da Fiocruz Brasília

Por Nathállia Gameiro, da Ascom Fiocruz
Ebola, Chikungunya, Dengue..., qual é o papel e a responsabilidade da mídia nos casos de epidemias? Os jornalistas estão treinados para cobrir casos de saúde pública? Qual é a qualidade das informações divulgadas pela mídia e pela autoridade sanitária em relação aos temas? Quais são as estratégias e dificuldades de cobertura e difusão de informações? Estes são alguns questionamentos que nortearão os debates da 4ª edição do Seminário As Relações da Saúde Pública com a Imprensa,que acontece em Brasília.
Com o surgimento de novos casos, doenças como dengue, chikungunya, zika e ebola estão sempre em pauta na mídia. Com o objetivo de discutir o papel e a responsabilidade da mídia, a Fiocruz Brasília promove a 4ª edição do Seminário As Relações da Saúde Pública com a Imprensa, com o tema central “Comunicação em situação de risco”, que será realizado no dia 5 de novembro. Por meio da iniciativa, pretende-se reunir profissionais da imprensa e da saúde, além da academia e estudantes, para analisar e discutir estratégias de comunicação e aspectos dessas doenças que causam impacto no país, além de comoção internacional.
“Esta é uma oportunidade única de tentar fazer diferente e construir em conjunto, colocar a grande mídia, os comunicadores da área da saúde e pesquisadores e gestores para discutir seu papel e suas responsabilidades em temas que impactam a saúde da população”, ressaltou a coordenadora da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília e uma das organizadoras do evento, Ana Carolina de Oliveira.
A cada dois anos, a Fiocruz Brasília promove seminários temáticos de Comunicação em Saúde para debater temas de relevância para a saúde pública. Em versões anteriores, abordou a cobertura da imprensa quanto à Febre Amarela, H1N1 e O SUS na mídia.
A programação deste ano conta com duas mesas de debate, que discutirão os temas “Ebola: o papel e a responsabilidade da mídia” e “Chikungunya, Dengue e Zika: epidemias anunciadas?”, com a participação de pesquisadores da Fiocruz e da Universidade de Brasília, jornalistas do Correio Braziliense, Observatório da Imprensa, Ministério da Saúde, Estado de S. Paulo e Viomundo
O evento, gratuito, é voltado para profissionais das áreas da saúde, imprensa, acadêmicos, estudantes e demais interessados no assunto. As inscrições estão abertas e podem ser feitas aqui. O encontro terá início às 10h, no auditório externo da Fiocruz Brasília.
Serviço
Seminário Temático As Relações da Saúde Pública com a Imprensa – Comunicação em situação de risco
Local: Auditório Externo Fiocruz Brasília – Avenida L3 Norte, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Gleba A, SC 4 (atrás do HUB)
Data: 05 de novembro de 2015
Horário: 10h às 16h30
Informações: (61) 3329-4508 / 4581 – Assessoria de Comunicação | ascombrasilia@fiocruz.br

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Já está aberto o credenciamento de jornalistas para cobertura da Fan Fest Brasília

Foi aberto nesta segunda-feira, 9/6, o credenciamento para veículos interessados na cobertura da Fan Fest em Brasília, cidade que sediará sete jogos daCopa do Mundo da FIFA Brasil 2014.
O evento, que acontece de 12 de junho a 13 de julho, em Taguatinga, contará com transmissões das partidas e shows com atrações locais e nacionais. A iniciativa tem o objetivo de
 democratizar a comemoração esportiva e reforçar a cultura do país aos brasilienses e visitantes.
Profissionais da imprensa terão à disposição espaço estruturado e apoio qualificado para desenvolverem suas atividades no período. 
Para participar, os interessados devem se credenciar por intermédio de solicitação enviado ao endereço eletrônico brasiliafanfest.imprensa@gmail.com, intitulado “Credenciamento Fan Fest Brasília”, juntamente com o nome do veículo e a função do jornalista. 
Os profissionais de outras cidades brasileiras e estrangeiros devem indicar ainda a data de vinda e período de permanência em Brasília.
As orientações sobre a cobertura jornalística, retirada de credencial e acesso ao Taguaparque serão informadas no ato de confirmação do credenciamento.

Sobre a Fan Fest – O Fan Fest faz parte da programação oficial do Mundial em todas as cidades-sede. Em Brasília, o local escolhido para receber a Fan Fest Brasília é o Taguaparque, palco tradicional para eventos com grande concentração de público e que possui localização estratégica, já que concentra mais da metade da população do Distrito Federal. 
Ao todo, a Fan Fest Brasília contará com 49 apresentações, com shows de artistas consagrados no cenário musical brasileiro, além de atividades interativas com o público, como concurso de embaixadinhas e de batedores de pênaltis, e veiculação nos telões de matérias especiais sobre a história das Copas.
A programação diária vai das 11h às 21h30 – se estendendo quando houver jogos noturnos. A agenda prevê transmissão de jogos e shows em todos os dias de partidas do Mundial, independentemente de serem em Brasília. 
As apresentações serão diárias, com exceção dos dias 27/6 e 2, 3, 6, 7, 10 e 11 de julho, datas em que não haverá jogos em nenhuma das 12 cidades-sede do Mundial. 

Mais detalhes:
Coordenadoria de Comunicação para a Copa
Governo do Distrito Federal

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Depois de pressão de sindicatos, EBC compra equipamentos de proteção

Desde junho, manifestações
acontecem em todo o País.
V
ários profissionais de
imprensa já ficaram feridos.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Do SJP-DF
A pressão dos sindicatos dos jornalistas e dos radialistas do DF, SP e RJ, além da Comissão de Empregados, em relação à segurança dos profissionais da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) nas coberturas da Copa e das manifestações começa a surtir efeito. A direção da empresa anunciou na última sexta-feira, 30/5, a compra de 28 kits de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) que serão utilizados pelos jornalistas durante o evento.
Com o aumento das agressões contra jornalistas durante as coberturas de protestos, as entidades redobraram seus esforços para cobrar a segurança adequada por parte da EBC. A utilização dos equipamentos de proteção está prevista na 53º cláusula do Acordo Coletivo de Trabalho da EBC (confira aqui). As organizações de representação dos trabalhadores também começaram a articular uma campanha para que os empregados não realizassem as coberturas se não houvesse fornecimento de EPIs.
"Desde a primeira reunião de acompanhamento da implantação do Acordo Coletivo, o Sindicato dos Jornalistas do DF, juntamente com outras entidades, vem cobrando o fornecimento desses equipamentos. As equipes estavam sendo mandadas à rua sem nenhuma proteção. Denunciamos isso também junto ao Conselho Curador e a  pressão conseguiu garantir essa condição fundamental à cobertura da copa. Também não sabemos se os kits comprados são suficientes para todas as equipes", afirma o coordenador-geral do SJP-DF, Jonas Valente. 
Outras medidas
O Sindicato dos Jornalistas do DF também viabilizou a participação de jornalistas da EBC no curso da International News Safety Institute (INSI ) – entidade britânica mundialmente reconhecida por sua atuação no treinamento de jornalistas que trabalham em ambientes hostis e com riscos à sua integridade física (veja mais aqui).
Outras medidas exigidas junto à EBC e outras empresas de comunicação pelos sindicatos são: a presença de auxiliares em todas as equipes de TVs e o direito do profissional se retirar caso identifique que a situação tornou-se perigosa. Esse direito está garantido no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da EBC. "Não é por ter proteção que o profissional deve se arriscar no exercício do trabalho. Temos cobrado das chefias que respeitem este direito e orientamos os jornalistas da EBC a fazer uso dele se identificarem que determinada situação traz ameaça à sua integridade física", diz Soane Guerreiro, diretora do SJP-DF.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Força Nacional treina jornalistas para atuar com segurança em distúrbios

Nos dias 28 e 29 de março, o Ministério da Justiça realizará o curso Cobertura Jornalística em Ações de Segurança Pública. A capacitação é destinada aos profissionais de imprensa de todo Brasil e irá tratar de procedimentos seguros em coberturas jornalísticas que envolvam riscos físicos, a exemplo de grandes manifestações populares. O curso será em esquema de imersão, na Base da Força Nacional de Segurança Pública (FSNP), localizada na cidade do Gama, no Distrito Federal. Para se inscrever é preciso preencher o formulário até o dia 24 de março.
O objetivo é promover a troca de informações entre profissionais de comunicação e de segurança pública sobre aspectos inerentes às atividades operacionais de ambos, de modo a assegurar o direito à informação e o livre exercício do jornalismo dentro de condições de segurança. O entendimento dos profissionais da imprensa acerca do trabalho policial poderá contribuir para uma avaliação crítica mais precisa, em benefício do cidadão, da mesma forma que a experiência poderá colaborar para a construção de novos procedimentos policiais, em prol do direito à informação e de manifestação da população. 
No curso, os profissionais da imprensa terão a oportunidade de conhecer como a Força Nacional se prepara e atua no contexto dos movimentos sociais, como são constituídos os Pelotões de Choque, suas competências nos conflitos urbanos e rurais, bem como o gerenciamento de crise e a negociação em ocorrências de alto risco.  
Os jornalistas também vão conhecer a legislação, as normas de direitos humanos, modo de utilização do uso diferenciado da força e os equipamentos de proteção individual e as condutas de auto proteção.  
Após os ensinamentos em sala de aula, os alunos terão aulas práticas, com simulações de manifestações e ações de socorro de urgência. Todo o curso será ministrado por policias graduados da Força Nacional, com apoio da Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Justiça. As vagas são limitadas. 
Os interessados deverão apresentar atestado médico, autorização do órgão de imprensa ao qual está vinculado e demais documentos solicitados. As despesas de deslocamento para Brasília, alimentação e hospedagem correrão por conta do solicitante, exceto nos dias do curso, quando deverão permanecer e pernoitar na Base da Força Nacional.
Mais informações poderão ser obtidas pelo e-mail imprensa@mj.gov.br ou pelos telefones (61) 2025-3135/3315.

Confira a programação:
Curso ‘Cobertura jornalística para ações em Segurança Pública’
28 e 29 de março

Locais:
- Auditório Tancredo Neves, Ministério da Justiça, Brasília (DF) – abertura

- Base da Força Nacional, Gama (DF) - aulas

Sexta-feira 28/3
8h - Credenciamento
9h - Abertura do Curso
9h30 – Aula inaugural - A atuação da Força Nacional
10h15 – Deslocamento para a Base da Força Nacional no Gama
11h - Legislação da Atividade Policial
12h – Almoço
14h - Gerenciamento de Crise
15h - Controle de Distúrbios Civis
17h - Equipamentos e armamentos utilizados
19h - Pernoite em unidade de treinamento da Força Nacional

Sábado 29/3
8h – Café da Manhã

8h30 - Comportamento Seguro e uso de equipamentos de proteção
9h - Atividades Práticas
13h – Almoço
15h - Atividades Práticas
20h – Encerramento e retorno ao Ministério da Justiça

sábado, 13 de abril de 2013

Eleições da Venezuela terão transmissão da TV Cidade Livre de Brasília


A TV Cidade Livre de Brasília, canal 8 da NET (só no DF), estará retransmitindo a cobertura da Telesur das eleições da Venezuela, neste domingo, 16 de abril 2013, o máximo de tempo possível, cumprindo com sua defesa de uma integração informativo-cultural.
Estamos convictos que a eleição Venezuelana é uma comprovação de intensa participação popular, uma democracia que conta com o voto popular consciente e a organização popular em forma de partidos, organizações popualres, Comunas Populares, sindicatos, onde o voto náo é obrigatório e o país já náo tem mais analfabetos, conforme reconhece a UNESCO.
A continuidade do processo da Revolução Bolivariana, por meio da eleição de Nicolás Maduro, será uma expressão do aprofundamento das transformações sociais ali, cumprindo o legado de Hugo Chávez, com desdobramentos positivos para toda a América Latina, seja através do fortalecimento da Unasul, da Celac, do Mercosul, como também da consolidação do Banco do Sul, da Petrosul, da Telesur e todos os demais mecanismos de integração e cooperação solidários, aos quais nos associamos.
A Revoluçao Bolivariana, suas conquistas sociais, seu processo de industrialização, seus acordos de cooperação com o Brasil e demais países, sua reivindicação do socialismo do século XXI, indicam o amadurecimento de um processo de mudanças populares em toda América Latina, e apontam para caminhos de superação e ruptura com a ideologia neoliberal. Tudo isto faz como seja muito importante que militantes, pensadores, membros do governo, gestores, jornalistas e público em geral, acompanhem este processo democrático de transformações. Além disso, é muito importante apoiar tomada de medidas para que a Telesur possa ter mais visibilidade no Brasil, como já possui em diversos países latino-americanos e até nos EUA.
Assim, convocamos a todos que acompanhem a transmissão da TV Cidade Livre sobre a Eleição na Venezuela porque ali, neste momento, está sendo jogada uma grande batalha para a continuidade e aprofundamento das transformações sociais populares em toda a América Latina

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Câmara dos Deputados abre inquérito por agressão a repórter



EBC divulgou nota em que repudia a agressão sofrida na quarta-feira pela repórter Pollyane Marques, após após reunião da Comissão de Direitos Humanos da Câmara em que foi proibida a entrada de manifestantes contrários à permanência do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência do colegiado; do lado de fora do plenário da comissão, ao lado de outros jornalistas, a repórter tentava fazer perguntas para o deputado quando foi empurrada e atingida por uma cotovelada no rosto
Por Ivan Richard, edição: Beto Coura, da Agência Brasil
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) divulgou hoje (4) nota em que repudia a agressão sofrida ontem (3) pela repórter do Radiojornalismo da EBC Pollyane Marques, após reunião da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. A pedido da empresa, a Câmara abriu inquérito para apurar responsabilidades.
"A EBC repudia a agressão sofrida pela jornalista que estava em cumprimento de seu trabalho e manifesta preocupação com o ocorrido, pois fatos como esse deterioram a imagem democrática do Parlamento brasileiro", diz trecho da nota.
O incidente ocorreu logo após o término da reunião em que foi proibida a entrada de manifestantes contrários à permanência do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência do colegiado. Do lado de fora do plenário da comissão, ao lado de outros jornalistas, a repórter tentava fazer perguntas para o deputado quando foi empurrada e atingida por uma cotovelada no rosto.
"Perguntei se era democrático fugir da imprensa. Quando perguntei pela segunda vez, senti um empurrão mais forte. Estava muito próxima do deputado Marco Feliciano. Perguntei se era democrático os seguranças baterem na imprensa e, em seguida, senti a cotovelada", contou Pollyane Marques.
Acompanhada por representantes da EBC, ela prestou queixa na Polícia Legislativa da Câmara e fez exame de corpo de delito na Polícia Civil do Distrito Federal. Ela teve ferimentos na boca e nos joelhos. A jornalista disse que não conseguiu identificar o autor da agressão.
"Tinha assessores do [deputado] Feliciano e seguranças da Câmara, mas não posso precisar quem foi. O joelho sangrando não dói. O que dói mais é atitude. A resposta à minha pergunta se era democrático bater na imprensa foi uma cotovelada na cara. Posso não saber quem foi, mas receber uma cotovelada depois de perguntar isso, tenho a certeza que foi [uma ação] deliberada", disse Pollyane.
A direção da EBC solicitou audiência com o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e apuração rigorosa do caso. "A gente quer repudiar a agressão feita em um ambiente da Câmara por causa de um pergunta. Isso não é correto e queremos também fazer um alerta à instituição. Queremos saber o que aconteceu", disse o diretor-geral da EBC, Eduardo Castro.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Rafa Bastos, ex-CQC, lança Manual de Reportagem para TV

O Supremo Tribunal Federal - STF considerou inconstitucional a exigência da formação acadêmica em Jornalismo como requisito para o exercício da profissão de jornalista.
Mas então, como aprender as práticas, as rotinas do setor? Se no texto escrito já fica difícil  pior é quando a atividade jornalística envolve tecnologias e linguagens mais sofisticadas, como são os casos da web-imprensa, do rádio e da televisão.
Para acabar com este problema, pelo menos na TV, o jornalista Rafa Bastos, ex-CQC, criou um manual de reportagem perfeito. Confira e veja como é prático.


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

[Veja a vídeo-entrevista] Um olhar sul-americano sobre a guerra da Líbia

Enviado por Leite Filho, publicado anteriormente no blog Café com Polítca.


Rolando Segura é o repórter da Telesur que esteve  na Líbia durante seis meses reportando a guerra que terminou com o assassinato e esqurtejamento do  presidente Muamar Kadafi. Ele deu essa entrevista ao Café na Política, a convite de Beto Almeida, dirigente da Telesur, em Brasília, e da qual também participaram FC Leite Filho e Rosilene Correa, do Sindicato de Professores de Brasília e colaboradora da TV Cidade Livre, Canal 8 da NET (só DF). Antes ver o vídeo, leia alguns pontos do que ele disse:
“Recordo que me diziam nas redes sociais (da internet, que chegavam lá sem problemas): Olha, agora que você está aí com os principais canais emeios de informação do mundo, veja se aprende então a fazer  jornalismo. , quando fiz o balanço do que me cercava, eu concluí: se isto é o jornalismo, se isto que estão contando a maior parte dos jornalistas, sinceramente, eu não mais seria jornalista. Era a maneira em que se ocultava e se falseava a realidade”.
“Por exemplo, poderíamos chegar a um lugar, como nos aconteceu muitas vezes, onde sem dúvida não havia a mais mínima dúvida de queera um edifício bombardeado, um edifício civil. Que chegávamos, quando estavam tirando os cadáveres sob os escombros…um erédio de edifícios civis, com os vizinhos, com as pessoas chorando retirando seus parentes, seus amigos, e,no outro dia, quando víamos as imagens, saíam as imagens do edifício de frente. Não saía as imagens do edifício, onde o míssil fez a cratera e de onde estavam saindo os cadáveres. (As imagens) Saíam do edifício da frente que, claro, estava estragado, mas onde era a onda expansiva, não era a destruição da bomba. Ou seja, o mundo não viu o horror dessa guerra. Isso não saiu no El País, na Al Jazeera, na BBC. Isso não foi mostrado.
“Existem inclusive denúncias de que as equipes de jornalistas que estavam lá trabalhando não eram realmente jornalistas, pela maneira como se comportavam. Por exemplo,  antenas que se via uma antena via satélite transmitindo para OTAN. Evidentemente, dentre os jornalistas, havia a denúncia de que havia pessoas que não eram realmente profissionais da informação.
Veja abaixo a vídeo-entrevista

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Bolsa para jornalista que escreve sobre migração

De Medioslatinos

La Fundación Ford y la Fundación Franco-Americana anunciaron el lanzamiento de una Beca de Periodismo sobre Inmigración. La beca cubrirá un período de 4 a 6 meses y podrán aplicar periodistas experimentados de cualquier nacionalidad que tengan interés en cuestiones relacionadas a la inmigración y la integración. 
El jurado dará prioridad a proyectos relacionados con historias relevantes, que no han recibido suficiente atención pública y que pueden contribuir al debate público sobre la inmigración. 
El monto de la beca será de hasta 10.000 dólares. La fecha límite para presentarse a la convocatoria es el 30 de noviembre de 2012. Para más información, sugerimos visitar la siguiente página web: http://equality.frenchamerican.org/page/fellowships
   
Información publicada en el sitio web de la Fundación Franco Americana. Para más detalles haga click aquí.