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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Marketing digital cresce e atrai estrangeiros

Do DCI

O crescimento da internet no Brasil e a expansão das agências digitais nacionais estão atraindo grupos internacionais de publicidade, como WPP, Acxiom e Publicis, que acabam de anunciar aquisições e abertura de agências no País. O segmento, que reúne cerca de duas mil empresas, espera crescer 30% em comparação ao ano passado, ante a previsão de alta de 12% do mercado publicitário. Em 2009, o segmento movimentou R$ 950 milhões e atingiu 4,3% do bolo publicitário. "Entre janeiro e fevereiro, o meio já cresceu 34% em relação ao mesmo período do ano passado", afirma Ari Meneghini, diretor do Interactive Advertising Bureau (IAB), entidade que representa a mídia interativa no Brasil.
As agências Mídia Digital e I-Cherry, compradas pelo WPP, esperam crescer 40% e buscam concorrência por novas contas. No ano passado, as receitas das duas agências somaram US$ 5,3 milhões, com ativos brutos de US$ 1,5 milhão. As duas companhias foram fundadas em 1995, em Curitiba e São Paulo, e atuam, respectivamente, em marketing interativo e pesquisas digitais. O WPP não revela o investimento feito nas aquisições, mas reforça sua posição em avançar no segmento e em regiões emergentes. "Este é o tipo de negociação que se encaixa perfeitamente nos objetivos de expansão de nosso portfólio digital e aumenta nosso desejo de assegurar que sejamos uma empresa dominante neste importante mercado em ascensão, que é o Brasil", disse Ann Newman, vice-presidente executiva para América Latina da WPP.
Os investimentos em marketing digital e em operações na América Latina, Ásia, Europa Oriental, Oriente Médio e África estão entre as estratégias do grupo britânico WPP para crescer em 2010. O presidente do grupo, Martin Sorrel, anunciou que este ano investirá 100 milhões de libras esterlinas (US$ 152,9 milhões) em aquisições, especialmente no setor digital. No primeiro trimestre, o grupo registrou crescimento de 9% na receita de marketing digital, enquanto a receita total teve queda de 2%, para 2,1 bilhões de libras esterlinas.
O empresário Guilherme Gomide, presidente da agência Mídia Digital, afirma ter sido sondado por outros grupos globais de propaganda do porte do WPP e também por fundos de investimento. "A proposta do grupo britânico interessou mais pela sinergia entre os nossos clientes e os do grupo e por oferecer uma perspectiva de longo prazo, que dará impulso à nossa operação", afirmou o empresário.
A sinergia diz respeito ao atendimento das contas de HSBC e Johnson & Johnson pela Mídia Digital, anunciantes que também são clientes de outras agências do grupo WPP no Brasil, como a JWT, por exemplo. "Já tínhamos uma projeção para América Latina, que se acentua com a parceria, de compra de mídia e criação de campanhas com foco em Argentina, México, Uruguai e Chile para as contas de HSBC e BuscaPé", detalha o executivo.
A agência vinha crescendo a taxas superiores aos 20% do mercado digital e foi impulsionada durante a crise, que levou os anunciantes a investirem mais na internet que em outros meios, para reduzir custos. "Crescemos 89% entre 2007 e 2008, e mais de 30%, de 2008 para 2009, durante a crise", comentou.

Internacionalização

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