Caros leitores e leitoras.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Câmara Municipal de São José dos Campos seleciona três jornalistas

Já foi lançado o edital do concurso da Câmara Municipal de São José dos Campos – SP que selecionará três jornalistas para os cargos de Analista Legislativo – Jornalista (Assessoria de Imprensa) e Analista Legislativo – Jornalista (TV).
Um profissional irá atuar na assessoria de Imprensa da casa legislativa e dois outros no canal legislativo municipal. A jornada de trabalho é de 40 horas semanais e o salário é de R$ 3.900,00, além de auxílio alimentação, vale-transporte e reembolso parcial de plano de saúde.
As inscrições vão até o dia 14 de fevereiro, no site da Fundação Vunesp. A realização das provas está prevista para 30 de março.
Mais, informações, clique aqui.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Opinião: O enigma da comunicação do governo

Por Bepe Damasco, publicado anteriormente em Pátria Latina.


No último post, prometi voltar a um assunto que certamente tira o sono de todos os militantes da nobre causa da democratização dos meios de comunicação do Brasil. Manifestei naquele artigo minha estranheza com o descompasso entre a coragem revelada pela presidenta Dilma para enfrentar Tio Sam na questão da bisbilhotagem e a inação diante de uma grave ameaça à democracia brasileira: a concentração absurda de todas as plataformas de mídia nas mãos de nove famílias. Até o insuspeito escritor peruano Mário Vargas Llosa, conhecido por suas posições de direita, disse na semana passada que qualquer regime que mereça ser chamado de democrático não pode conviver com tamanha concentração midiática.
Não. Não pretendo aqui repetir os argumentos exaustivamente expostos neste espaço acerca da necessidade de um novo marco regulatório para a radiodifusão brasileira como condição fundamental para a consolidação da nossa trôpega democracia. Prefiro enveredar aqui por outra linha de raciocínio.
Vamos, então, admitir que a presidenta Dilma tenha feito as contas e concluído ser impossível aprovar uma Ley de Medios num Congresso Nacional muito permeável às pressões e ameaças do PIG. Levemos também em conta que Dilma, pautada pelas pesquisas qualitativas, as tais qualis, que lhes são apresentadas pelo marqueteiro João Santana dia sim, outro também, não enxergue ambiente favorável na conjuntura para encampar esta batalha.
Vá lá ainda que para a cúpula do governo o que vale é ganhar eleição. Para isso, como nos últimos três pleitos presidenciais, bastam os 45 dias de propaganda gratuita no rádio e na TV, quando finalmente o governo do PT consegue mostrar suas realizações em horário nobre, quebrando o monopólio partidarizado do PIG.
Mesmo discordando dessa abordagem pragmática ao extremo por vê-la com um tiro no pé, digamos que a presidenta e os responsáveis pela comunicação do Planalto estejam certos e todo o movimento pela democratização da mídia peque pelo voluntarismo e por um entendimento precário da correlação de forças na esfera política e na sociedade brasileira.
Mesmo assim, por que diabos nem ações comezinhas, de fácil execução, e que não dependem de nenhuma alteração na legislação, são implementadas pelo governo? Custava o Blog do Planalto, por exemplo, desmentir com números e análises o terrorismo econômico cotidiano dos jornalões, das revistas e da Globo ? A não ser por falta de vontade política, como entender que a presidenta e seus principais ministros não sejam assertivos e contundentes, inclusive dando nome aos bois, nas críticas às manipulações diárias do noticiário do PIG ?
Como há muito abandonou os princípios mais elementares do jornalismo, a mídia tucana dá mole, como dizem os jovens, mas o governo deixa passar batido. O gráfico escandaloso sobre a evolução da inflação que a Globonews levou ao ar foi uma oportunidade de ouro desperdiçada. Pela aritmética burra e partidarizada da emissora dos Marinho, 5,91 é maior que 6,5. Ou seja, bola quicando debaixo de uma baliza sem goleiro e o governo tira o time de campo e se omite.
O que tem a ver o medo do governo de regular a mídia - caminho seguido aliás pela quase totalidade dos países democráticos do mundo- com a inaceitável política de distribuição de sua milionária verba publicitária ? Enquanto não cria topete para fazer o Cristina Kirchner fez, por que continuar premiando o massacre diário que sofre com uma montanha de dinheiro? Por que não usar parte considerável da dinheirama que irriga os cofres da Globo, Veja, Estadão e Folha para incentivar as emissoras regionais de rádio e TV, a imprensa popular e progressista?
Até quando o governo vai continuar pagando para apanhar ? Se depender da ministra da Secretaria de Comunicações, Helena Chagas, la dolce vita dos Marinho, Frias, Mesquita e Civita está longe de acabar. Ela não se cansa de dizer que os parâmetros pelos quais os governo se guia para distribuir suas verbas publicitárias são exclusivamente técnicos. Mais audiência, mais dinheiro; mais leitores, mais dinheiro.
É inaceitável que o governo de um partido do campo popular, democrático e de esquerda adote esse tipo de política. Ainda mais quando não tem no horizonte, como é o caso, nenhum projeto que leve à desconcentração dessas verbas, com o consequente fortalecimento de uma imprensa não monopolista e que expresse o conjunto das visões de uma sociedade complexa como a nossa.

Novos livros franceses analisam a Comunicação Social e a Política

Dois livros que falam de perto a quem gosta, trabalha e pesquisa a Comunicação Social e a Política acabam de ser lançados na França. 
São eles: "Communication et marketing de l’homme politique", ( em tradução livre, Comunicação e Marketing do Homem Político), de Philippe J. Maarek, ex-presidente do Comité de Recherches en Communication Politique de l'Association Internationale de Science Politique (AISP/IPSA). 
Trata-se da quarta edição da obra, toda atualizada e lançada pela editora LexisNexis.
O livro tem a ambição de mostrar como as campanhas eleitorais são vistas por aqueles que moram no interior da França. Em um de seus capítulos, ele se dedica a analisar as eleições municipais francesas.
Com 545 páginas, na França, o livro custa EU$ 32,00. Mais detalhes, em francês, sobre a obra, clique aqui.
O outro livro é "Les mondes de la communication publique. Légitimation et fabrique symbolique du politique", (em tradução livre,  Os mundos da Comunicação Pública. Legimização e fabricação do simbolismo do político). A obra, editada pela Editora da Universitaires de Rennes, é organizada por tres pesquisadores de ponta, Aldrin, Nicolas Hubé, Caroline Ollivier-Yaniv, 
Jean-Michel Utard, todos associados ao Crape - Centre de Recherche sur l'action politique en Europe (Centro de pesquisa sobre a ação política na Europa).

Segundo informe da editora, o livro busca compreender a ação de legitimizar as ações políticas pelo olhar da Comunicação Pública. São feitas análises das práticas discursivas e semióticas dos atores sociais. 
Com 180 páginas, na França, o livro custa EU$ 18,00. Mais informações, em francês, sobre este livro, clique aqui.

Concurso: Secretaria de Cultura do DF seleciona Jornalistas e Radialistas

A secretaria de Cultura do Distrito Federal lançou na sexta-feira (24/1), edital de concurso público para o preenchimento de 100 vagas de nível médio e superior, além de formação de cadastro reserva.
Deste total de vagas, cinco são destinadas a selecionar profissionais de Comunicação, que serão contratados na função de analista de atividades culturais/Comunicacional Social. Para o campo do Jornalismo, são três vagas, mais cadastro de reserva. Para Radialista, duas vagas e formação de cadastro de reserva
Embora o edital não especifique, muito provavelmente, os aprovados irão trabahar na Rádio Cultura FM (100,9). A remuneração inicial é de R$ 5.999,99.

Jornalismo
Os candidatos às vagas de Jornalistas deverão possuir graduação em Jornalismo e serem detentores de registro profissional de Jornalista, expedido pelo Ministério do Trabalho.
Os selecionados terão como função planejar, coordenar, supervisionar, avaliar e executar atividades relacionadas à cobertura dos eventos e das reuniões, quando o órgão for parte e manifestar sobre os tópicos referentes à área de comunicação social; participar de programas de desenvolvimento que envolvam conteúdos relativos à área de atuação ou neles atuar; executar outras atividades de interesse da Especialidade

Radialismo

Os candidatos às vagas de Radialistas deverão possuir graduação em qualquer área da Comunicação Social e serem detentores de registro profissional de Radialista, expedido pelo Ministério do Trabalho.
Os selecionados terão como função planejar, coordenar, supervisionar, avaliar e executar atividades referentes a programas de radiodifusão e mídias digitais de qualquer gênero; participar de programas de desenvolvimento que envolvam conteúdos relativos à área 
de atuação ou neles atuar; executar outras atividades de interesse da especialidade. 

As inscrições deverão ser feitas exclusivamente via internet no endereço eletrônico http://www.iades.com.br no período entre os dias 10 de fevereiro e 12 de março de 2014, até às 22 horas. 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Jurista e deputado do PT defendem fim das transmissões ao vivo de julgamentos do STF pela TV Justiça

Por Chico Sant'Anna
O jurista Dalmde Abreu Dallari, professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e ilustre referência para o ensino e exercício do Direito no Brasil, publicou no Observatório da Imprensa um artigo bastante preocupante e ameaçador para aqueles que defendem a transparência das ações das instituições públicas do Brasil.
Com o título de “Publicidade, vedetismo e deslumbramento”, ele condena as transmissões ao vivo, pela TV Justiça, das sessões de julgamento do Supremo Tribunal Federal. No artigo, Dalari apoia o projeto-de-lei nº 7.004, proposto no ano passado pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP). O petista vai mais além do que a posição de Dalari. Ele quer vedar as transmissões ao vivo dos julgamentos do STF, bem como as transmissões de sessões gravadas daquelacorte e dos demais tribunais superiores. O deputado não permite nem gravações editadas,
Se a posição deles já estivessem em vigência, a sociedade brasileira não poderia ter assistido e acompanhando os votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal referentes ao julgamento da constitucionalidade da lei da Ficha Limpa, da autorização de pesquisas em células tronco e muito menos o julgamento do Mensalão.
Na prática, tanto o juristas quanto o parlamentar petista defendem uma espécie de lei da mordaça aos tribunais superiores e algo que poderíamos chamar de lei do tampão nos ouvidos e de venda nos olhos para a sociedade.
A postura dos dois, condena uma ferramenta de construção de cidadania que proporciona maior aproximação entre o cidadão e os poderes constituídos, ao assegurar transparência nas ações dos magistrados. Em tempos de rede social, o que o jurista defende é uma espécie de segredo de justiça a todas as ações do Poder Judiciário. A Justiça no Brasil sempre foi uma instância fechada, hermética, sem janelas ao cidadão. A implantação da TV Justiça, assim como foi a criação das TVs Senado e Câmara, foi um esforço de consolidação do processo democrático.
Na França, onde não existe TV Justiça, instituições corporativas ligadas ao mundo da Justiça e do Direito tentaram coibir, em 2005, a transmissão de uma CPI que investigava irregularidades no mundo judicial. Rotulavam as transmissões da CPI de “licnhamento midiático”.
Como pesquisador acadêmico, tive a oportunidade de escrever, sobre este caso,o artigo Visibilidade e espetacularização nos canais parlamentares Um olhar sobre as transmissões de CPIs no Brasil e na França. 
Se a censura às transmissões ao vivo se concretizar, como defendem Dalmo Dalari e Vicente Cândido, o Brasil estará vivenciando um grande retrocesso democrático e derepercussões inimagináveis.
Iniciativa desta grandeza pode levar o Legislativo a fazer o mesmo, deixando de transmitir votações deprojetos-de-lei, sessões de CPI e até mesmo de Conselhos de Ética das duas casas do Congresso e das diversas Assembléias Estaduais e Câmaras Municipais que possuem mídias legislativas, neste páis.
Estaráimaos, assim, retornando a uma realidade sombria de distanciamento entre a sociedade e os poderes constituídos, situação que o Brasil de hoje, que vai as ruas lutar pelos seus direitos, não aceitaria.

Leia abaixo o artigo do jurista Dalmo Dalari. 

STF NA TV

Publicidade, vedetismo e deslumbramento

Por Dalmo de Abreu Dallari, publicado originalmente, em 21/01/2013 na edição 782, do Observatório da Imprensa

A experiência que já se tem da transmissão ao vivo – ou, segundo a gíria dos meios de comunicação, da transmissão em tempo real – das sessões do Supremo Tribunal Federal deixa mais do que evidente que essa prática deve ser imediatamente eliminada, em benefício da prestação jurisdicional equilibrada, racional, sóbria, inspirada nos princípios jurídicos fundamentais e na busca da Justiça, sem a interferência nefasta de atrativos e desvios emocionais, ou de pressões de qualquer espécie, fatores que prejudicam ou anulam a independência, a serenidade e a imparcialidade do julgador.
A par disso, a suspensão da transmissão direta das sessões contribuirá para a preservação da autoridade do Supremo Tribunal Federal, livrando-o da louvação primária aos rompantes e destemperos emocionais e verbais de alguns ministros. A recreação proporcionada pela transmissão ao vivo das sessões do Supremo Tribunal equipara o acompanhamento das ações da Corte Suprema às manifestações de entusiasmo ou desagrado características das reações do grande público às exibições dos programas de televisão que buscam o envolvimento emocional dos telespectadores e a captação de consumidores para determinados produtos, recorrendo ao pitoresco ou à promoção de competições entre pessoas ou segmentos sociais sem maior preparo intelectual para a avaliação racional e crítica de disputas de qualquer natureza.
Como tem sido observado por estudiosos e conhecedores do Judiciário, o Brasil é o único país do mundo em que as sessões do Tribunal Superior são transmitidas ao vivo, proporcionando recreação aos que as assistem, pessoas que, na quase totalidade, não têm conhecimentos jurídicos e são incapazes de compreender e avaliar os argumentos dos julgadores e o real sentido das divergências que muitas vezes se manifestam durante o julgamento e que, em inúmeros casos, já descambaram para ofensas grosseiras e trocas de acusações absolutamente desrespeitosas entre os ministros do Supremo Tribunal Federal.
Diálogo áspero
A prática dessas transmissões teve início com a aprovação pelo Congresso Nacional da Lei nº 10.461, de 17 de maio de 2002, que introduziu um dispositivo na Lei n° 8.977, de 6 de janeiro de 1995, que dispõe sobre o serviço da TV a cabo. Foi, então, acrescentada uma inovação, que passou a ser o inciso “h” do artigo 23, estabelecendo que haverá “um canal reservado ao Supremo Tribunal Federal, para divulgação dos atos do Poder Judiciário e dos Serviços essenciais à Justiça”.
A utilização desse veículo de comunicação ganhou enorme ênfase, com absoluto desvirtuamento da idéia de serviço, quando assumiu a presidência do Supremo Tribunal o ministro Gilmar Mendes, que dirigiu a Suprema Corte de 2008 a 2010. Basta assinalar que no orçamento do STF para o ano de 2010 foram destinados 59 milhões de reais a “Comunicações Sociais”, quantia essa equivalente a 11% do orçamento total da Suprema Corte. Essa dotação superou em quase cinco vezes o orçamento anual do Tribunal Superior Eleitoral – e isso num ano eleitoral no Brasil, em que houve eleições de âmbito nacional.
Tem início, então, uma fase verdadeiramente degradante para a imagem da mais alta Corte do país, com o mais deslavado exibicionismo de alguns ministros e a transmissão, ao vivo de trocas de ofensas e de acusações grosseiras entre membros do Supremo Tribunal. Assim, em abril de 2010 ocorreu um diálogo extremamente áspero entre os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. No debate transmitido para todo o Brasil, este acusou Gilmar Mendes de ser um deslumbrado, um praticante do vedetismo, dizendo, textualmente: “Vossa Excelência está diariamente na mídia, dirigindo palavras ofensivas aos demais ministros e destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro”.
Dois anos depois, coube ao ministro Joaquim Barbosa presidir o Supremo Tribunal Federal e o que se tem observado, desde então, é que o vedetismo e o deslumbramento pelo prestígio entre os telespectadores, descaminhos que antes ele condenara, continuaram a marcar o desempenho do ocupante da direção da Suprema Corte e a ser a tônica na utilização do canal de televisão reservado ao Supremo Tribunal.

Linguagem elevada
Por tudo isso é merecedor do mais veemente apoio o Projeto de Lei nº 7.004, de 2013, proposto pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP). De acordo com esse projeto, o referido inciso “h” do artigo 23 da Lei nº 8.977 passará a ter a seguinte redação: “Um canal reservado ao Supremo Tribunal Federal para a divulgação dos atos do Poder Judiciário e dos seus trabalhos, sem transmissão ao vivo e sem edição de imagens sonoras das suas sessões e dos demais Tribunais Superiores”.
O projeto poderia ser mais veemente, dispondo textualmente: “Vedada a transmissão ao vivo”, mas esse é um pormenor. O que é de fundamental importância é a eliminação das degradantes e desmoralizadoras transmissões ao vivo das sessões do Supremo Tribunal Federal, restaurando-se na mais alta Corte brasileira uma atitude de sobriedade, de respeito recíproco entre seus integrantes, sem os desníveis estimulados pelo exibicionismo. E isso não trará o mínimo prejuízo para a prática da publicidade inerente ao Estado Democrático de Direito, que deverá ser ética, em linguagem elevada e respeitosa, transmitindo o essencial das decisões e dos argumentos dos ministros, inclusive das divergências, a fim de que prevaleçam os interesses da Justiça.
***
Dalmo de Abreu Dallari é jurista, professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo

Belém sediará congresso de pesquisadores em Comunicação

Enviado pela profª. Maria Ataide Malcher


Já está no ar o portal do 23º Encontro Anual da COMPÓS, que ocorrerá em Belém do Pará, entre os dias 27 e 30 de maio de 2014. Para acessá-lo, clique aqui.  
No portal, há informações sobre o seminário internacional, inscrições, prazos para submissão de trabalhos e dicas de turismo para aproveitar os encantos de Belém do Pará. Confira também as informações sobre hotelaria oficial do evento e suas tarifas promocionais para os participantes da 23ª COMPÓS.
Criada em 16 de junho de 1991, em Belo Horizonte (Minas Gerais), a Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (COMPÓS) é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, que atua principalmente no fortalecimento e qualificação das Pós-Graduações em Comunicação no país, estimulando o desenvolvimento teórico-científico e tecnológico na área da Comunicação.
Neste ano. o 23º congresso da  Compós 2014 acontece na cidade das Mangueiras, com organização sob responsabilidadedo Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia (PPGCOM) da Universidade Federal do Pará (UFPA). 

Uruguai: Mujica pretende disciplinar propaganda de bebida e criar uma nova lei de comunicação

Até o final de seu mandato, governo Mujica quer limitar publicidade de bebidas e aprovar a nova Lei de Meios.

Com base na Opera Mundi*
Depois de atrair a atenção da opinião pública mundial em 2013 com a legalização da maconha, o governo do Uruguai pretende dar continuidade à sua agenda de reformas sobre temas polêmicos. As duas principais prioridades da coalizão de José Mujica neste ano são a regulação da mídia e da venda de bebidas alcoólicas.
Entre as propostas da Frente Ampla estão o aumento do controle sobre a publicidade de venda de álcool. 
“O Uruguai precisa de regulação porque o álcool é a droga lícita que mais causa acidentes. Seus vendedores querem nos convencer de que é uma bebida refrescante e está associada a mulheres lindas”, argumentou o senador Ernesto Agazzi.
A regulação da mídia e das bebidas alcoólicas contam com forte repúdio da oposição. No entanto, o governo Mujica dispõe de número suficiente de parlamentares para impulsionar tais medidas.
Ainda em 2014, no mês de outubro, o Uruguai viverá as eleições que definirão o sucessor de Mujica. O favorito no pleito é justamente o antecessor do atual presidente, Tabaré Vázquez, também da Frente Ampla.
De acordo com alguns parlamentares e especialistas, o fato de ser um ano eleitoral pode dificultar a aprovação de todos esses projetos, mas a coalizão governista espera conseguir agilizar ao menos a regulação da mídia e das bebidas.

(*) com El País

Argentina: Grupo midiático Clarín cede à Lei de Meios

Buenos Aires, (Prensa Latina) O consórcio mediático Grupo Clarín, que durante quatro anos obstaculizou a aplicação antimonópolio da Lei de Meios, finalmente, aceitou se submeter às suas determinações segundo o que foi regulamentado pela Administração Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual (Afsca).
O serviço Infonews e o jornal Tempo Argentino divulgam hoje que o monopólio de meios se comprometeu a incluir na grade de sua televisão à cabo (Cablevisión) os canais e sinais que recusou durante o longo período no qual não cumpriu com a Lei de Meios.
Assim afirmou o titular da Afsca, Martín Sabbatella, que detalhou que o Grupo Clarín aceitou incluir no serviço de Cablevisión os canais CN23, 360, Telesur e os sinais Paka Paka e Incaa TV antes do final deste mês em seu sinal digital e antes de 15 de fevereiro no seu sinal analógico.
Sabbatella confirmou que o consórcio apresentou à Afsca uma nota na qual afirma que modificará a grade para cumprir o estipulado pela lei, avalizada pela Corte Suprema de Justiça no último mês de novembro após quatro anos de uma disputa judicial promovida pelo Clarín.
"Esperamos que o conteúdo dessa carta seja especificado, e a partir daí seguiremos analisando o plano de adequação dessa multiempresa, porque uma companhia não pode eleger que parte de uma lei cumpre e qual não; deve ser um cumprimento integral", ressaltou o funcionário público.
Para acatar o regulamento, a Cablevisión deverá também mover o canal de notícias TN e em seu lugar, entre o Telefé e o Treze, os dois de maior audiência, instalar a Televisão Pública.
Desta maneira, o Clarín deverá incorporar os sinais que tinha decidido excluir de seu serviço, assinalou o diretor de Afsca também em declarações ao Canal CN23.
O Grupo Clarín negou-se durante quatro anos, desde a promulgação da Lei de Meios, em dezembro de 2009, a acatar a iniciativa, em especial seus parágrafos destinados a romper com o monopólio mediático por parte de consórcios ou grupos empresariais no setor das comunicações.
Essa companhia controla jornais, revistas, suplementos semanais, editorais, serviços de internet e transportadora; é proprietária de emissoras radiais e televisivas, e domina através do Cablevisión o serviço por cabo de canais televisivos, tanto de canais argentinos como estrangeiros que são transmitidos no país.
Além disso, controla a empresa Papel Prensa, a única indústria da Argentina que produz papel para jornais e revistas. Seus gerentes e proprietários encaram um processo legal por apropriação ilícita desta durante a última ditadura cívico-militar (1976-1983).
Outras empresas no setor das comunicações e nos meios audiovisuais, nacionais e estrangeiras, também estão sob análise da Afsca.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Vaga para estágio de Jornalismo, em São Paulo

O mandato do vereador Toninho Vespoli (PSOL) na Câmara Municipal de São Paulo, está selecionando estudante de Jornalismo para ocupar uma vaga aberta para estágio de Jornalismo. 
Requisitos:
Ser estudante a partir do segundo ano
Gostar de política e questões urbanas
Ter simpatia pelas ideias da esquerda
O trabalho
Local: Câmara Municipal de São Paulo - Centro
6 horas diárias (das 10 às 17h incluindo uma hora de almoço)
Vale Transporte
Vale Refeição (cerca de R$ 600)
Bolsa: R$ 1.050,00
Atividades
Tarefas de assessoria de imprensa
Cobertura de eventos
Redação de textos para o site e para informativos impressos e eletrônicos
Acompanhamento de redes sociais
Produção de vídeos curtos
  
Envio do currículo, até 3 de fevereiro para imprensa.t.vespoli@gmail. com

domingo, 19 de janeiro de 2014

Venezuela: mídia alternativa elabora Plano Nacional de Comunicação Popular

Representantes de 473 medios impresos, audiovisuales y digitales alternativos de toda Venezuela comenzaron la creación del Plan Nacional de la Comunicación Alternativa y Comunitaria 2014-2019, esto durante el II Encuentro Nacional que se realiza en el Centro de Formación Simón  Bolívar de Los Teques (Estado Miranda, al sur de Caracas).
En el evento participan 543 voceros de medios alternativos y comunitarios, distribuidos en 18 mesas de trabajo que serán el escenario de un debate que se extenderá hasta hoy  domingo 19.
El evento fue inaugurado por abrió Reinaldo Escorcia, director general de Medios Alternativos y Comunitarios del Ministerio del Poder Popular para la Comunicación y la Información (Mippci). 
Además, disertaron Tom Ayala, periodista de la  Agencia Venezolana de Noticias (AVN), José Suárez, gerente general de servicios universales de la Comisión Nacional de Telecomunicaciones (Conatel), y Rolando Corao, comisionado del Mippci para la Comunicación Popular.La cita dobló la asistencia de la primera reunión realizada, entre el 12 y 15 de diciembre pasado, una convocatoria del Ministerio de Comunicación para crear un nuevo orden comunicativo, mandato expreso del  Plan de la Patria 2013–2019 en el que los medios alternativos dan dirección y concreción al plan de la comunicación popular.
Los participantes acordaron cuatro temas a discutir en estas jornadas: Formación, producción de contenidos, proyectos socioproductivos y uso responsable de la comunicación y del espectro radioeléctrico.
Entre las propuestas sobre la formación está la creación de la Escuela  Nacional de Formación de la Comunicación Popular para el Desarrollo de la  Educomunicación, así como el reconocimiento académico a través de un título universitario que avale los saberes  de los comunicadores populares.
La discusión de la producción de contenido se orienta a visibilizar los procesos y vivencias de las comunidades, crear programas educativos y otros dirigidos a impulsar la articulación del  Poder Popular con los comunicadores, además de generar contenidos con elementos que  desmonten las lógicas de dominación y alienación.

En el área socioproductiva, los voceros consideran fundamental la aprobación de la Ley de Comunicación  Popular que  norme  y dé factibilidad a la presentación  y ejecución de sus iniciativas. 

También destacaron la necesidad de fortalecer el carácter asociativo de los medios para hacerlos más eficientes .

“Las propuestas de sostenibilidad van más allá de los recursos económicos que se puedan percibir, pues deben incluir la seguridad social de los comunicadores. Es deseable lograr la mayor y más eficaz articulación interinstitucional y comunicacional de los entes y empresas del Estado con los medios alternativos y comunitarios”, explicó Ayala.

En cuanto al uso responsable de la comunicación, el espectro radioeléctrico es considerado un recurso limitado y de dominio público, su uso concierne y compromete los intereses del pueblo que en definitiva es el depositario intransferible de la soberanía, por ende, los medios plantearon la revisión de las concesiones y abrir espacio para los medios comunitarios digitalizando el espacio radiofónico.

Al Ministerio de Comunicación le corresponde abrir el debate y brindar acompañamiento político-técnico, con miras al cumplimiento de lo establecido en el Plan de la Patria en cuanto a garantizar el derecho del pueblo a estar informado veraz y oportunamente y al libre ejercicio de la información y comunicación.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

EBC demite todos os estagiários que atuam em Brasília

Por Renato Souza

Todos os estagiários que atuam em Brasília para a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), operadora da TV Brasil, Rádio Nacional e Agência Brasil de Notícias, dentre outros meios de comunicação, foram demitidos nesta terça-feira (14/1).
Os estagiários demitidos atuavam em distintas árease setores da empresa, tais como o de tecnologia da informação (TI) e Jornalismo. O número exato de estudantes dispensados não é conhecido, nem é sabido se o rompimento do contrato afetará outras praças. Em Brasília, a EBC possui centenas de estagiarios na sede central da empresa, localizada no Setor Comercial Sul.

Pelo telefone

Alguns estagiários afirmaram que a notícia foi repassada a eles por telefone durante a tarde, do dia 14. Segundo informações de fontes ligadas à direção da empresa, o contrato da EBC com o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), que terceirizava os estagiários, chegou ao fim e por uma falha de gestão não foi renovado. Sem amparo legal para manter as contratações, a empresa teria sido obrigada a demitir todos os estagiários. A bolsa estágio desse mês foi paga com atraso para os aprendizes.
A EBC não se posicionou publicamente sobre o ocorrido,mas há uma expectativa que em duas semanas as questões contratuais tenham sido sanadas e que os estagiários possam retornar ao trablho. A EBC, que recentemente passou por uma greve de duração jamais vista na história da empresa, tem grande parte de sua produção noticiosa dependente da atuação destes estudantes, que suprem a falat de mão de obra jornalística e de radialistas.


TV Brasil retira cargos de funcionários que participaram de greve da EBC


Do Portal Imprensa
Após encerrar a greve de funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), jornalistas concursados que exerciam cargo de chefia na TV Brasil, em São Paulo (SP), foram comunicados pela direção de jornalismo que foram desligados de seus cargos.
O ato ocorreu na última quarta-feira (18/12) e as atividades foram repassadas a outros concursados por exigência do Ministério do Planejamento, que ordena que 70% dos cargos de chefia das estatais sejam ocupados por aprovados em concurso público.
Em nota, divulgada na última quinta (19/12), a Comissão de Empregados e os sindicatos dos jornalistas e radialistas do Distrito Federal (DF), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) classificaram a medida como uma retaliação aos jornalistas que participaram da greve.
As entidades criticaram a atitude da diretoria da empresa pública, que fere a legislação ao apresentar conduta anti-social. A prática é proibida pelo artigo 8º da Constituição Federal e pela Convenção nº 98 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificada pelo Brasil por força do Decreto Legislativo nº 49/52.
“Nos causa grande estranheza a retirada dos FCs, uma vez que, pouco antes da greve os gerentes haviam admitido que os coordenadores atuais estavam executando um trabalho bem satisfatório. Ambos tiraram notas superiores a 9,0 na última avaliação de desempenho”, diz a nota.
A greve por reivindicações no Acordo Coletivo ocorreu de 7 a 22 de novembro em Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) e foi a maior na história da empresa, com participação de jornalistas, radialistas e outros profissionais. Depois de negociações, o Acordo Coletivo foi assinado.
A comissão e o sindicato encerram a nota lamentando a medida e reiterando a posição das entidades em apoio aos trabalhadores. “Não sabemos se, depois desses descalabros, os fantasmas natalinos irão assombrar a Diretoria e as Gerências da EBC, mas tenham a certeza de que nós os trabalhadores unidos estaremos mobilizados para impedir e denunciar todos os ataques que porventura venham a acontecer, em qualquer época do ano”.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

E-livro sobre Radiojornalismo, gratis na internet

Já está disponível gratuitamente na internet o e-livro O ensino do Radiojornalismo - experiências luso-brasileiras. A obra e de autoria do professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo - Eca-USP, Luciano Victor Barros Maluly, docente da ECA-USP.
O livro é resultado de seu trabalho de pós-doutorado e elabora um estudo sobre a Rádio USP, no Brasil, e a Rádio da Universidade do Minho, em Portugal, e lança pistas para a reflexão sobre o trabalho do comunicador.
Para acessar a versão eletrônica do livro, clique aqui. Quem preferir  a versão impressa, também gratuita, terá que se dirigir ao Departamento de Jornalismo e Editoração da Eca-USP, que fica na Av. Professor Lúcio Martins Rodrigues, 443 – Cidade Universitária, São Paulo.
Mais informações, pelo telefo (11) 3091-4117 ou na página http://www.eca.usp.br/cje/

Para conhecer outras obras disponiveis na rede, leia também:


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

TV paga chega a 17,9 milhões de assinantes em novembro, mas segue desacelerando

Da Pay-TV News

O mercado brasileiro de TV por assinatura fechou novembro de 2013 com 19,921 milhões de assinantes, segundo dados da Anatel. A taxa anualizada de crescimento é de 12,2%, seguindo a tendência de desaceleração registrada ao longo de todo o ano de 2013.
Em números absolutos, o crescimento nos 12 meses acumulados em novembro foi de 1,954 milhão de novos assinantes, abaixo do patamar de 2 milhões que vinha se mantendo há mais de dois anos.
A Net foi a operadora que mais cresceu em novembro, com 70,1 mil novos clientes. Em seguida, veio a Claro TV, com 45,6 mil, acompanhada de perto pela Sky, com 42,9 mil. A Oi continua perdendo base, num processo iniciado em setembro. Em novembro, a operadora perdeu mais 8,7 mil assinantes. Já a GVT cresceu 30,9 mil, e a Telefônica/Vivo cresceu 15 mil.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Opinião - Jornalista econômico: militante do mercado financeiro?

Viúva do grande José Saramago, Pilar Del Rio
 vê o jornalismo atual totalmente
 deturpado em sua essência objetiva,
 manipulado pelo dinheiro, inviável
para tornar o jornalista como ser realizado
plenamente na profissão, dada a
 impossibilidade de exercitar a liberdade.
 Um ser cindido,  parcial, portanto, esquizofrênico.
Por César Fonseca, publicado originalmente no blog Independência Sul-americana

FALÊNCIA TOTAL DA PROFISSÃO.
Tem razão Pilar Del Rio, jornalista, tradutora e presidente da Fundação José Sarmago, de Lisboa, ao destacar, em entrevista ao Correio Braziliense, que os jornalistas se transformaram em militantes das empresas em que trabalham.
Defendem seus interesses, os interesses nos quais estão engajados, não nos dos seus leitores. Perfeito.
No Brasil, as empresas de mídia viraram propagandistas dos especuladores, comprando, acriticamente, a sua causa, deixando de ligar para o interesse público. Os jornalistas engajaram nessa campanha a serviço do capital especulativo que se empenha na tarefa de destruir qualquer orientação econômica que tenha por fim o interesse nacionalista.
O jogo do poder midiático, totalmente, voltado para divulgação dos produtos mentirosos fabricados pelos especuladores.
A manipulação é evidente, estendendo-se para as empresas classificadoras de crédito do país, para tentar sua desclassificação mediante argumentos invertidos em relação à causa dos problemas econômicos. Fogem os jornalistas da fonte geradora de déficit, de dívida e de inflação, no momento atual da crise mundial, que é a política monetária expansionista americana e as incertezas que ela produz, nas economias emergentes, dependentes, historicamente, de poupança externa, favorecendo, ainda mais, o movimento especulativo. Enfim, não cumpre o jornalismo investigativo a sua verdadeira função, porque os jornalistas não estão a serviço do exercício da liberdade da profissão, mas do interesse do mercado financeiro especulador.
Prepararam o campo, vociferando os argumentos dos especuladores, para que, na próxima quarta feira, o BC, envolvido pelos banqueiros, puxe para cima mais uma vez a taxa de juro, já em patamar elevadíssimo, para combater a inflação, quando nas economias desenvolvidas, o juro está na casa dos zero ou negativo, para tentar salvar o capitalismo. Viraram militante dessa causa. Alienaram-se de si mesmos. Lamentável.
Viúva do grande José Saramago (ela não gosta de ser tratada assim), Pilar Del Rio vê o jornalismo atual totalmente deturpado em sua essência objetiva, manipulado pelo dinheiro, inviável para tornar o jornalista como ser realizado plenamente na profissão, dada a impossibilidade de exercitar a liberdade. Um ser cindido, parcial, portanto, esquizofrênico.
Esse papo de que o jornalismo, pelo menos o que se pratica na grande mídia brasileira, representa os dois lados da notícia é conversa fiada. Veja a cobertura jornalística da economia, do mercado financeiro, já na primeira semana de 2014. Tudo parcial.
Os jornalistas, em geral, salvo honrosas exceções, compram, a preço super-faturado, as versões dos especuladores, para explicarem aos leitores o aumento ou a redução da inflação, o comportamento da dívida pública governamental, as oscilações do câmbio, dos investimentos etc e tal.
Sabendo que na economia monetária os fatos, invariavelmente, são determinados pelas expectativas que interessam ao capital, essencialmente, especulativo, os/as repórteres de economia, no Brasil, jamais colocam em questão aquilo que passou a orientar a produção dos fatos econômicos no Brasil – ou seja, as pesquisas e análises feitas pelo próprio mercado financeiro.

Militante especulador
Semanalmente, 100 analistas, i.e., especuladores, exclusivamente, do mercado financeiro, são consultados pelo Banco Central, para falarem e especularem sobre as expectativas quanto ao comportamento dos preços, da taxa de juro, do câmbio, dos investimentos etc. Primeira pergunta óbvia: por que apenas os analistas ligados aos banqueiros são ouvidos? É um escândalo descarado, minha gente.
Na primeira semana do novo ano, a Pesquisa Focus, essa que escuta, apenas, os especuladores, apurou que o mercado prevê queda do PIB para 1,95% em 2014. 2013 havia terminado com os consultados pela Focus estimando crescimento de 2%, inclusive, prevendo um ano melhor do que o anterior.
Qual seria o resultado de uma consulta feita junto a 100 empresários, os homens da produção, os que lidam com o que mais lhes interessa, isto é, o mercado consumidor? E mais, que diriam, se consultados, 100 consumidores de diversas faixas de renda, quanto as suas expectativas para o ano que se inicia?
São, apenas, os especuladores os agentes fundamentais do processo econômico ou são os que manipulam este a seu favor? Não seria mais lógico consultar os agentes da produção e do consumo, os, realmente, ligados à economia real, e não os que, visceralmente, são produtores da economia virtual, conduzida por profissionais que estabelecem modelos matemáticos para determinar ficcionalmente o desenrolar dos fatos em seu benefício, é claro?
Não teriam que pegar a opinião dos três agentes, dar a eles peso relativo, fundamentalmente, diferenciado, quanto a sua importância, para o desenvolvimento econômico, dividir por três, de modo a apurar uma média aproximada o mais possível da realidade?
O que fazem os jornalistas?
Não fazem, simplesmente, jornalismo, não cuidam de dar cumprimento à promessa que fizeram, para pegar o canudo nas universidades. Não escutam os dois lados, engolem a verdade do mercado financeiro. São, desse modo, como bem disse Pilar Del Rio, puros militantes do mercado financeiro.
Transformaram-se em terroristas guerrilheiros a serviço dos especuladores, para multiplicarem os ganhos destes, impondo ao povo tremendos prejuízos, quanto mais se alienam do espírito crítico, que deve ser a matéria prima do jornalista.
Se há, tão somente, uma “verdade” disponível, veiculada pelo jornalismo acrítico, aquela que interessa aos 100 especuladores consultados semanalmente pelo BC de Tombini, é claro que, por indução manipuladora, os demais agentes da economia se comportarão de acordo com as expectativas arranjadas pelos profissionais da especulação por meio dos seus modelos matemáticos abstratos.
Se a Focus diz que o PIB vai cair de 2%, 2,5% (como chegam a estimar outros analistas mais isentos) para 1,95%, os investidores, evidentemente, ajustarão as suas estimativas a essas expectativas. O empresário vai ficar com medo de investir, o consumidor, de consumir, e assim por diante. Em face da previsão de que tudo vai cair, o empreendedor, temeroso de que sua taxa de lucro desabará, puxará para cima os preços, para manter constante sua lucratividade etc.
Esse é, principalmente, o jogo que favorece os monopólios e os oligopólios.
Os preços subindo, por sua vez, precisam do corretivo dos juros para não fazer explodirem as tensões inflacionárias, dizem os especuladores, como se não fosse a subida do juro a responsável pela alta dos preços. PIB baixo e inflação alta chamam a atenção das agências classificadoras de risco, que passam a prever, com segurança, cortes nas notas da economia brasileira, levantando a possibilidade de os juros subirem mais ainda etc.
Não há, no noticiário econômico, nenhuma avaliação crítica desse movimento, que obedece à lógica dos interesses da acumulação do capital especulativo, no processo de financeirização da economia, que marca, essencialmente, a face do capitalismo atual em todo o mundo, rendido pela especulação. Os especuladores não merecem o olhar crítico do poder midiático.
Por exemplo, na primeira semana do ano, os grandes bancos, sabendo que o dólar será o alvo essencial da especulação, em 2014, em decorrência da ansiedade que domina a política monetária conduzida pelo Banco Central dos Estados Unidos, criaram um novo instrumento para bombar, ainda mais, a especulação com a moeda americana.
Trata-se do Certificado de Operações Estruturadas (COE), capital arregimentado pelos especuladores na formação de fundo de ativos, cujo montante não recolherá depósito compulsório junto ao BC, como se faz com a massa de depósitos nos bancos.
Quem se beneficiará com isso?
Claro, a oligarquia financeira, que vai faturar com o movimento especulativo feito em cima do dólar por eles mesmos, os especuladores.
Qual o efeito disso na produção e no consumo, na economia real, por força da manipulação da economia virtual?
Nenhum questionamento ocorreu na grande mídia, no momento do lançamento dessa denominada NOTA ESTRUTURADA, que, imediatamente, levantou milhões e milhões de reais para especular com a moeda americana.
Qual a relação desse movimento especulativo na formação dos preços?
Não se investiga, jornalisticamente, isso. Ele influencia decisivamente ou não no processo inflacionário? Aumenta ou não a dívida pública? Bombeia ou não o déficit público?
É mais do que evidente que essa NOTA ESTRUTURADA faz parte do chamado SISTEMA DA DÍVIDA, responsável por elevar o endividamento público sem que haja nenhuma contrapartida em termos de empréstimo que seja destinado à produção, ao consumo, capaz de gerar, no movimento da economia real, aumento de arrecadação, com a qual são impulsionados os investimentos.
É pura especulação, geração de riqueza fictícia a partir do próprio dinheiro, sem nenhum aumento das forças produtivas.
O negócio dos especuladores é esse aí, minha gente.
A dívida está, há muito tempo, na economia monetária, sendo produzida, somente, pelo movimento especulativo, e não mais pelo movimento da produção real, da qual faz parte como instrumento necessário e, até, positivo.
Hoje, a dívida, no embalo da especulação, somente, bombeia o endividamento governamental que eleva o risco que puxa o juro que eleva o déficit que aumenta a inflação etc, etc, etc.
Não seria mais do que necessário, nesse ambiente especulativo, que fosse feita uma AUDITORIA SOBERANA dessa dívida, conforme determina a própria Constituição brasileira, no artigo 26 das Disposições Constitucionais Transitórias, para que a sociedade seja devidamente informada sobre o que é legal e ilegal na sua composição, a fim de adotar posição crítica sobre esse processo especulativo, danoso para o presente e o futuro do País?
Mas, o que se vê é, justamente, o contrário.
São, segundo o poder midiático, controlado pelos banqueiros, os gastos do governo, expressos no ORÇAMENTO NÃO FINANCEIRO da União, os culpados pelo aumento do déficit público, e não as despesas relacionadas ao ORÇAMENTO FINANCEIRO.
O primeiro diz respeito aos interesses da sociedade em matéria de educação, saúde, segurança, transporte, infraestrutura etc. Estas despesas são sistematicamente contingenciadas, para que sobre sempre mais para servir à dívida. Já as verbas públicas alocadas no ORÇAMENTO FINANCEIRO, que se ligam aos interesses dos especuladores e agiotas, não podem sofrer nenhum tipo de contingenciamento.
A primazia total da política econômica está determinada a partir da própria Constituição, em cláusula pétrea, conforme determina o artigo 166, parágrafo terceiro, item II, letra b.
Da Bancocracia Agiota
Dois pesos e duas medidas.
Onde está o jornalismo independente que não investiga essa questão fundamental para o povo brasileiro? Tem que cortar obrigatoriamente gastos públicos cujos resultados sejam traduzidos em investimentos que retornam em forma de impostos, como são as destinações dos empréstimos realizados pelos bancos públicos, nos programas do PAC, duramente atacados pelos banqueiros privados, mas não devem sofrer nenhum constrangimento as despesas para servir aos especuladores, que não dão nenhum retorno social.
Nessa linha, a economia nacional, em 2014, do ponto de vista do mercado financeiro, especulativo, será um fracasso, mas e do ponto de vista da sociedade, das forças produtivas, que convivem com a mais baixa taxa de desemprego da história brasileira, como será o ano?
Como as pesquisas ouvem somente um lado e a mídia se pauta por esse lado, exclusivamente, o jeito é esperar pela voz do povo nas urnas em outubro.
Poderá ou não pintar surpresas?

Quem está nervosinho com essa eventual surpresa, os manipuladores ou os manipulados? Até outubro, os militantes do mercado financeiro estarão fazendo o seu serviço sujo, o anti-jornalismo, que interessa aos manipuladores, inconformados com uma orientação nacionalista para a economia, que tente, de alguma forma, mudar o status quo gerado pela bancocracia tupiniquim.