Caros leitores e leitoras.
Mostrando postagens com marcador Meios de Comunicação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Meios de Comunicação. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 25 de junho de 2019

Contra "coronéis", jornalistas de Alagoas entram em greve por melhores salários


As empresas de comunicação se negaram a repor a inflação nos salários dos seus empregados e ainda decidiram reduzir em 40% o piso salarial da categoria, que em Alagoas significa teto salarial.





Os jornalistas de Alagoas entraram em greve, nesta terça-feira, 25/6, motivados pelo desrespeito dos empresários da Comunicação para com os seus trabalhadores. 


Em resposta à pauta de reivindicação dos jornalistas, que pleiteavam a correção salarial com base na inflação dos últimos doze meses, todos os veículos de Alagoas propuseram a redução dos salários de seus jornalistas em R$1.400,00. Em relação ao piso salarial a proposta é reduzi-lo dos atuais R$ 3.565,27 para R$ 2.150,00.
Além disso, o patronato formado, em grande parte, por representantes das tradicionais oligarquias de Alagoas, propôs que o novo acordo salarial contemplasse os seguintes pontos:

  • acabar com o pagamento de hora extra.
  • acabar com gratificações extras de exercício de atividade de produtor
  • acabar com gratificações extras de exercício de atividade de editor
  • estabelecer o tele-trabalho ou Home Office
  • autorização para tirar a negociação com sindicato e passar a negociar diretamente com os empregados.

   

É forte a adesão dos jornalistas que atuam nas empresas de comunicação do grupo Organização Arnom de Mello, Rádio e TV Gazeta, do senador Fernando Collor de Mello (PROS/AL); do Sistema de Comunicação Pajuçara (TV Pajuçara e TNH1) de propriedade do ex-governador, Guilherme Palmeira, do ex-vice-governador, José Thomaz Nonô e do industrial Emerson Tenório; e na TV Ponta Verde, do grupo Hap Vida. Segundo o Sindicato dos Jornalistas, mais de 90% dos jornalistas aderiram ao movimento.
No último domingo, a presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT/AL), desembargadora Anne Inojosa, indeferiu liminar requerida pela TV Ponta Verde para manter em funcionamento as atividades na empresa durante a greve. 
Para colocar no ar o Bom Dia Brasil, a TV Gazeta, afiliada da Rede Globo reprisou matérias e teve que gravar o programa na noite de segunda-feira. 

Hastag

Os jornalistas criaram então a hastag #QuemPagaFazAoVivo, que já é um dos temas mais comentados nacionalmente no Twitter, juntamente com a hastag #ReduçãoSalarialNão.

Exatamente na data base do acordo salarial dos jornalistas as empresas se negaram a repor a inflação nos salários dos seus empregados e ainda decidiram reduzir em 40% o piso salarial da categoria, que em Alagoas significa teto salarial.

Jornalistas votam pela greve contra
a redução do piso da categoria. Foto: Jon Lins
Em assembleia realizada no início da noite de 24/6, os jornalistas definiram estratégias de mobilização que incluem piquetes em frente às sedes das emissoras de televisão na capital e no interior do estado. A assembleia contou com a presença da presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Maria José Braga, que chegou a Maceió para reforçar a luta dos jornalistas alagoanos. 
A paralisação acontece após uma série de tentativas do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal) para composição de um acordo com as empresas propositoras da redução.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Os bilionários da mídia brasileira

Por Altamiro Borges, publicado originalmente em Pátria Latina.

Barões da mídia - que seguem demitindo milhares de profissionais, precarizando as condições de trabalho e pagando péssimos salários - estão na lista dos mais ricos do mundo da Revista Forbes.

A revista Forbes-Brasil divulgou na sexta-feira (28/9) a lista dos bilionários brasileiros de 2015. Uma verdadeira aberração num país com tanta disparidade social. O novo ranking conta com 160 ricaços. Juntos, eles somam um patrimônio de R$ 806,66 bilhões - o equivalente a quase 15% do PIB do país.
Segundo o site da Veja, que adora paparicar os endinheirados, "a linha de frente dos brasileiros mais ricos foi novamente dominada pelo trio composto por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, que praticamente duplicaram suas fortunas desde o ano passado - em boa parte, na carona da alta do dólar, já que a gorda fatia de seus investimentos está fora do país".
A revista do esgoto realça ainda que "entre os paulistas que aparecem nas primeiras vinte colocações da lista estão Eduardo Saverin, do Facebook, em oitavo, Abilio Diniz, que recentemente comprou uma rede de padarias com Jorge Lemann, em décimo, Walter Faria, dono da cervejaria Petrópolis, em décimo primeiro, e José Luís Cutrale, do ramo de frutas em décimo quinto".
Ela evita, porém, dar destaque à fortuna acumulada pelos barões da mídia - que seguem demitindo milhares de profissionais, precarizando as condições de trabalho e pagando péssimos salários. Talvez tema atiçar a consciência crítica da categoria - na qual ainda existem muitos jornalistas que chamam o patrão de companheiro.
Já o site Meio&Mensagem, especializado no setor, botou o dedo na ferida. Segundo matéria postada nesta segunda-feira (31), os barões da mídia seguem acumulando fortunas - apesar do discurso cínico sobre a crise econômica. "O setor de mídia brasileiro é o oitavo mais representativo em um ranking de 13 setores liderado por indústria, bancos e alimentos, divulgado anualmente pela revista Forbes".
"No setor de comunicação são oito empresários de quatro companhias distintas. Na quinta posição geral está a família Marinho, das Organizações Globo, representada por João Roberto Marinho, José Roberto Marinho e Roberto Irineu Marinho que, individualmente, possuem R$ 23,8 bilhões. Da família Marinho para o próximo da lista a diferença é considerável: Edir Macedo, da Record, está na 74º posição com patrimônio de R$ 3,02 bilhões seguido pela família Civita, do Grupo Abril, e de Sílvio Santos, do SBT".
Veja os representantes da mídia entre os bilionários brasileiros:
João Roberto Marinho - Patrimônio: R$ 23,80 bilhões
José Roberto Marinho - Patrimônio: R$ 23,80 bilhões
Roberto Irineu Marinho - Patrimônio: R$ 23,80 bilhões
Empresa: Organizações Globo - 5º posição no ranking geral do Brasil
***
Edir Macedo - Patrimônio: R$ 3,02 bilhões
Empresa: Rede Record - 74º posição no ranking geral do Brasil
***
Giancarlo Civita - Patrimônio: R$ 2,18 bilhões
Roberta Anamaria Civita - Patrimônio: R$ 2,18 bilhões
Victor Civita Neto - Patrimônio: R$ 2,18 bilhões
Empresa: Grupo Abril - 88º posição no ranking geral do Brasil
***
Silvio Santos - Patrimônio: R$ 2,01 bilhões

Empresa: SBT - 100º posição no ranking geral do Brasil
***
Confira também os dez primeiros colocados da lista da revista Forbes:
1º) Jorge Paulo Lemann - R$ 83,70 bilhões
2º) Joseph Safra - R$ 52,90 bilhões
3º) Marcel Herrmann Telles - R$ 42,26 bilhões
4º) Carlos Alberto Sicupira - R$ 36,93 bilhões
5º) João Roberto Marinho - R$ 23,80 bilhões
6º) José Roberto Marinho - R$ 23,80 bilhões
7º) Roberto Irineu Marinho - R$ 23,80 bilhões
8º) Eduardo Saverin R$ 17,53 bilhões
9º) Marcelo Odebrecht e família - R$ 13,10 bilhões
10º) Abilio dos Santos Diniz - R$ 12,83 bilhões

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Foto-protesto, de TT Catalão: a fatura da mídia



A mídia mediocridade

só faz média quando mede
fato com faturamento.



Campanha pela volta
de jornalistas aos jornais



(diplomados em caráter,
se não é pedir demais)

domingo, 12 de janeiro de 2014

Brasil: Internet supera o rádio e se torna segunda maior fonte de informação

Publicado originalmente no Paraiba.com

A Internet já passou o rádio e se consolidou como o segundo meio mais consultado pelos brasileiros atrás de informação - perdendo apenas para a TV aberta. Esta é a conclusão da "Pesquisa Brasileira de Mídia 2013", um amplo trabalho do Ibope Inteligência contratado pela secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) para balizar sua estratégia de comunicação.
Houve entrevistas nos 27 estados nacionais, com um total de 18.312 entrevistados em 848 municípios, com uma margem de erro de um ponto. A ponderação dos entrevistados foi por sexo, grupos de idade, instrução e atividade.
Cada entrevistado poderia indicar até três meios de comunicação preferidos. em uma lista que incluía TV aberta, Internet, rádio, jornal impresso, revista impressa.
A primeira questão foi sobre o meio de comunicação mais usado. Pela ordem de preferência as respostas foram:
1. TV aberta, com 78% de primeira opção, 13% de segunda e 2% de terceira.
2. Internet, com 12% de primeira opção, 17% de segunda e 9% de terceira.
3. Rádio, com 8% de primeira opção, 32% de segunda e 6% de terceira.
4. Jornal impresso, com 1% de primeira opção, 5% de segunda e 7% de terceira.
5. Revista impressa, com 1% de segunda opção e 2% de terceira opção.

A segunda questão foi sobre o meio de comunicação mais usado para se informar sobre o Brasil. A única mudança relevante é no item rádio, onde 6% dos ouvidos apresentam como primeira opção de informação e 22% como segunda. A diferença de 32% para 22% como segunda opção provavelmentte se deve aos que usam o rádio como entretenimento apenas.
No caso das revistas, o percentual dos que a usam para se informar cai para zero porcento como primeira e segunda opção; e para 1% como terceira opção.
Faixas etárias
Por faixa etária, os dados surpreendem. Na faixa de 16 a 25 anos, depois da TV aberta, há um franco predomínio da internet. 25% das pessoas consultadas a consideram como primeira opção de uso, contra 4% do rádio e zero porcento de jornais impressos e revistas.
Até a faixa de 55 anos, a Internet supera o rádio e até a faixa dos 65 anos supera os jornais impressos. É superada levemente pelos jornais impressos na faixa de mais de 65 anos - mas apenas 2% dos leitores dessa idade privilegiam os jornais.
Embora preponderante em todas as faixas de idade, é significativo o fato de que enquanto 85% do público com mais de 65 anos trata a televisão como primeira opção, para a faixa dos 16 aos 25 anos esse percentual cai para 70%.
Renda
No recorte por renda, a Internet cresce expressivamente nas faixas de maior renda. Para a faixa até um salário mínimo, a primeira opção é a TV aberta, com 83%; a segunda é o rádio, com 10%; a terceira, a internet, com 5%; jornais e revistas impressos tem menos de 1%. Quando se salta para o outro extremo, de renda superior a 5 SM, a TV cai para 65%, a internet sobe para 25%, o rádio cai para 6%, jornais impressos para 3% e revista impressa continua abaixo de 1%.
Na frequência de uso, a internet também supera o rádio. 65% dos que preferem a TV assistem todos os dias da semana, contra  19% do rádio, 25% da Internet, 5% dos que lêem jornal e 1% dos que lêem revista. Na média de uso por dia, a Internet é campeão. A Internet é usada 3:48 horas por dia no final de semana, 3:44 horas durante a semana, contra 3:27 da TV no final de semana e 3:25 durante a semana.

terça-feira, 2 de julho de 2013

'Mídia Ninja’ cresce com as manifestações e se contrapõe aos meios tradicionais, afirmam professores da UFMG

Da agência de notícias da UFMG

No cenário configurado pelas manifestações políticas que se espalharam pelo Brasil ao longo das últimas semanas, as redes sociais e outras mídias colaborativas têm sido fundamentais na tarefa de assegurar ao público outro tipo de acesso às informações sobre os protestos. Isso porque a transmissão feita pelos veículos tradicionais, detentores da maior audiência, é superficial e carregada de interesses.
Essa é a opinião compartilhada pelos professores da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG Carlos D’Andrea e Joana Ziller, que participaram de debate sobre o tema na semana passada, na Fafich.
“Na cobertura tradicional, o processo produtivo é massivo, pois há a necessidade de estar sempre no ar, ainda que não haja nada de interessante ou enriquecedor a ser divulgado. Além disso, as rotinas são frágeis e as coberturas ruins. Na maioria dos sites convencionais, inexiste a revisão do conteúdo; o editor só vê o texto quando já foi para a rede”, argumenta D’Andrea.
Para Joana Ziller, os meios tradicionais camuflam uma opinião moralista. “A TV mostra um embate entre polícia e manifestantes, quando na verdade se trata de um massacre imposto pelas autoridades. Recria-se uma paisagem na qual as manifestações são criadouros de vândalos. Fala-se de demanda difusa ou mesmo de luta sem causas, em vez de retratar a multiplicidade de reivindicações”, exemplifica.
A professora também observa que as ações pacíficas perdem foco para as violentas na mídia convencional, embora as últimas sejam absolutamente minoritárias. “Não convém à grande mídia divulgar quando tudo corre bem”, reflete.
Nas palavras de D’Andrea, nessa "batalha comunicacional", a superexposição da violência tem o intuito de deslegitimar os protestos. “Muitas vozes políticas que influenciam os meios de comunicação aproveitam-se do cenário de conflitos e fazem com que as impressões sobre o movimento caminhem para uma direção oposta, conforme seus interesses”, argumenta.

Liberdade de expressão absoluta

Além dos dois professores, o debate contou com a participação de representantes dessa mídia que constitui um movimento conhecido pela sigla Ninja – Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação.
A PósTV é uma das principais experiências protagonizadas pela mídia Ninja. Trata-se de um projeto de emissora livre, criado em São Paulo, que utiliza a tecnologia do streaming (transmissão de vídeo pela internet) para fazer frente à mídia tradicional.
“Ao contrário das TVs comerciais, a PósTV baseia-se na liberdade de expressão absoluta, já que não temos anunciantes nem padrinhos”, explica o jornalista Rafael Vilela, presente ao debate.
A emissora promove debates em estúdio e nas ruas. “Como estamos na internet e sempre ao vivo, a interatividade contribui para o sucesso da iniciativa. Os telespectadores mandam comentários e perguntas e, às vezes, participam do papo via skype”, descreve.
Telespectadora da emissora alternativa, Joana Ziller relata episódios que acompanhou durante a cobertura das manifestações em Belo Horizonte no dia 26 de junho. “A PósTV mostrou quando um membro da Guarda Municipal adentrou o galpão de uma empresa invadida por manifestantes. Por recomendação de um elemento desse grupo, o guarda foi poupado de qualquer violência. Em outro momento, os radicais interromperam o ataque a um pequeno comércio, atendendo à súplica da proprietária. Isso a mídia tradicional não mostra, porque interessa a ela apenas estabelecer a ‘dicotomia emburrecedora’ entre vândalos e não vândalos”, analisa.

Sucesso instantâneo

Mais de 90 mil usuários do Facebook recebem atualizações da comunidade virtual BHnas Ruas . Trata-se de cobertura interativa das manifestações que ocorrem na capital mineira organizada por estudantes de Comunicação Social e outros colaboradores. Para o aluno de jornalismo da UFMG Gustavo Magalhães, o "Caçamba", um dos criadores da página, a rápida popularização do veículo foi surpreendente.
“Criamos um meio somente para reunir as informações que circulavam entre os estudantes. Mas a ideia se propagou de maneira tão vultosa que ficou até difícil administrar”, comenta ele. O perfil foi criado em 16 de junho e no dia seguinte seus idealizadores já estavam nas ruas cobrindo a segunda manifestação de rua da atual leva de protestos em Belo Horizonte.
Segundo "Caçamba", o grupo de internautas que dinamiza o BH nas Ruas conta com muito mais colaboradores do que os veículos tradicionais entre os que acompanham a situação pela rede e os que vão atrás das notícias in loco, no seio das manifestações. “Durante os protestos, chegou a 400 o número de colaboradores que nos enviaram informações, dicas e fotos de todas as partes da cidade”, descreve.
Embora a linguagem e identidade visual da página guardem semelhanças com veículos consolidados – a ponto de a BH nas Ruas já ter sido cogitada como um "braço" da Rede Globo –, "Caçamba" conta que a experiência ainda é incipiente e sem estrutura. “Certa vez, fiquei fora do ar porque a bateria do equipamento esgotou. O público ficou preocupado, temeroso de que algo havia me acontecido”, relata.

“Caçamba” admite que a ficha ainda não caiu. “Somos um simulacro dos meios tradicionais, sem experiência e know-how suficientes. Confesso que estou tentando entender esse fenômeno”, afirma o estudante.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Opinião: Na América Latina, monopólios midiáticos substituem partidos de direita


Em entrevista reproduzida no jornal Brasil de Fato, o cientista político argentino, Atilio Boron,  afirma que, em praticamente todos os países da região, os conglomerados midiáticos converteram-se em "operadores políticos”


Por Fernando Arellano Ortíz, do Cronicon.net. Tradução: Adital

O cientista político argentino Atilio A. Boron Foto: Ramiro Furquim/Sul21
"Não há erro: os meios de comunicação simplesmente são grandes conglomerados empresariais que têm interesses econômicos e políticos. Na América Latina, os monopólios midiáticos têm um poder fenomenal que vêm cumprindo na função de substituir os partidos políticos de direita que caíram em descrédito e que não têm capacidade de chamar a atenção nem a vontade dos setores conservadores da sociedade”. Assim o politólogo e cientista social argentino Atilio Boron caracteriza a denominada canalha midiática.
Nesse sentido, explica, "cumpre-se o que muito bem profetizou Gramsci há quase um século, quando disse que diante da ausência de organizações da direita política, os meios de comunicação, os grandes diários, assumem a representação de seus interesses; e isso está acontecendo na América Latina”. Em praticamente todos os países da região, os conglomerados midiáticos converteram-se em "operadores políticos”. 
A Crise do Capitalismo e o triunfo de Chávez
Boron, que dispensa apresentação por ser um importante referente da teoria política e das ciências sociais em Iberoamérica, foi um dos expositores principais do VI Encontro Internacional de Economia Política e Direitos Humanos, organizado pela Universidad Popular Madres de la Plaza de Mayo, que aconteceu em Buenos Aires, entre os dias 4 e 6 de outubro.
Tópicos como a crise estrutural do capitalismo, o fenômeno da manipulação dos monopólios midiáticos e o que significa para a América Latina o triunfo de Hugo Chávez foram tratados com profundidade por esse destacado politólogo, sociólogo e investigador social, doutorado em Ciências políticas pela Universidade de Harvard e, atualmente, diretor do Programa Latino-americano de Educação a Distância em Ciências Sociais do Centro Cultural da Cooperação Floreal Gorini, na capital argentina.
Para aprofundar sobre alguns desses temas, o Observatorio Sociopolítico Latinoamericano (www.cronicon.net) teve a oportunidade de entrevistá-lo no final de sua participação em dito fórum acadêmico internacional. 
Rumo a um projeto pós-capitalista
No desenvolvimento de sua exposição no encontro da Universidad Popular de Madres de la Plaza de Mayo, Boron analisou o contexto da crise capitalista.
"Hoje em dia é impossível referir-se à crise e à saída da mesma sem falar do petróleo, da água e das questões meio ambientais. Essa é uma crise estrutural e não produto de uma má administração dos bancos das hipotecas subprime”.
Recordou que, recentemente, foram apresentadas propostas por parte dos Prêmios Nobel de Economia para tornar mais suave a débâcle capitalista. Uma, a esboçada por Paul Krugman, que propõe revitalizar o gasto público. O problema é que os Estados Unidos estão quebrados e o nível de endividamento das famílias nos Estados Unidos equivale a 150% dos ingressos anuais. "Krugman propõe dar crédito ao Estado para que estimule a economia. Porém, os Estados Unidos não têm dinheiro porque decidiram salvar os bancos”.
A outra proposta é de Amartya Sem, que analisa a situação do capitalismo como uma crise de confiança e é muito difícil restabelecê-la entre os poupadores e os banqueiros devido aos antecedentes desses últimos. Por isso, essas não deixam de ser "pseudo explicações que não levam à questão de fundo. Não explicam porque caem os índices do PIB e sobem as bolsas. Ambos índices estariam desvinculados e as bolsas crescem porque os governos injetaram moeda ao sistema financeiro”.
A crise capitalista serviu para acumular riqueza em poucas mãos, uma vez que "o que os democratas capitalistas fizeram no mundo desenvolvido foi salvar os banqueiros, não os endividados, ou seja, as vítimas”.
Exemplificou com as seguintes cifras: enquanto o ingresso médio de uma família nos Estados Unidos é de 50.000 dólares ao ano, o daqueles de origem latina é de 37.000 e o de uma família negra é de 32.000, o diretor executivo do Bank of America, resgatado, cobrou um salário de 29 milhões de dólares.
Então, é evidente que cada vez mais há uma tendência mais regressiva de acumular riqueza em poucas mãos. Em trinta anos, o ingresso dos assalariados foi incrementado em 18% e o dos mais ricos cresceu 238%.
"No capitalismo desenvolvido houve uma mutação e os governos democráticos transformaram-se em plutocracias, governos ricos”. Porém, além disso, "o capitalismo se baseia na apropriação seletiva dos recursos”.
Por isso, citando o economista egípcio Samir Amin, Boron afirma sem medo que "não há saída dentro do capitalismo”.
Como alternativa, Boron sustenta que "hoje, pode-se pensar em um salto para o modelo pós-capitalista. Há algo que pode ser feito até que apareçam os sujeitos sociais que darão o ‘tiro de misericórdia’ no capitalismo. O que se pode fazer é desmercantilizar tudo o que o capitalismo mercantilizou: a saúde, a economia, a educação. Assim, estaremos em condições de ver o amanhecer de um mundo mais justo e mais humano”.
A reeleição na Venezuela
Sobre a matriz de opinião que os monopólios midiáticos da direita têm tentado impor no sentido de que a reeleição do presidente Chávez é um sintoma de que ele quer se perpetuar no poder, a análise de Boron foi contundente:
"Há um grau de hipocrisia enorme nesse tema, porque os mesmos que se preocupam com o fato de Chávez estar por 20 anos no governo, aplaudiam fervorosamente a Helmut Kohl, que permaneceu no poder por 18 anos, na Alemanha; ou Felipe González, por 14 anos, na Espanha; ou Margaret Thatcher, por 12 anos, na Inglaterra”.
"Há um argumento racista que diz que somos uma raça de corruptos e imbecis; que não podemos deixar que as pessoas mantenham-se muito tempo no poder; ou há uma conveniência política, que é o que acontece ao tentarem limar as perspectivas de poder de líderes políticos que não são de seu agrado. Agora, se Chávez instaurasse uma dinastia onde seu filho e seu neto herdassem o poder, eu estaria em desacordo. Porém, o que Chávez faz é dizer ao povo que eleja; e, em âmbito nacional, por um período de 13 anos, convocou o povo venezuelano para 15 eleições, das quais ganhou 14 e perdeu uma por menos de um ponto; e, rapidamente, reconheceu sua derrota. Então, não está dito em nenhum lugar serio da teoria democrática que tem que haver alternância de lideranças, na medida que essa liderança seja ratificada em eleições limpas e pela soberania popular”.

Confira a entrevista:

A canalha midiática assume a representação de interesses da direita

Hoje, no debate da teoria política, fala-se de "pós-democracia”, para significar o esgotamento dos partidos políticos, a irrupção dos movimentos sociais e a incidência dos meios de comunicação na opinião pública. Que alcance você dá a esse novo conceito?
Eu analiso como uma expressão da capitulação do pensamento burguês que, em uma determinada fase do desenvolvimento histórico do capitalismo, fundamentalmente a partir do final da I Guerra Mundial, apropriou-se de uma bandeira -que era a da democracia- e a assumiu. De alguma maneira, alguns setores da esquerda consentiram nisso. Por quê? Bom, porque estávamos um pouco na defensiva e, além disso, o capitalismo havia feito uma série de mudanças muito importantes. Por isso, a ideia de democracia ficou como se fosse uma ideia própria da tradição liberal burguesa, apesar de que nunca houve um pensador dessa corrente política que fizesse uma apologia do regime democrático. Estudavam sobre isso, possivelmente, a partir de Thorbecke ou de John Stuart Mill; porém, nunca propunham um regime democrático; isso vem da tradição socialista e marxista. No entanto, apropriaram-se dessa ideia; passaram todo o século XX atualizando-a. Agora, dadas as novas contradições do capitalismo e ao fato de que as grandes empresas assumiram a concepção democrática, a corromperam e a desvirtuaram até o ponto de torná-la irreconhecível, perceberam que não tem sentido continuar falando de democracia. Então, utilizam o discurso resignado que diz que o melhor da vida democrática já passou; um pouco a análise de Colin Crouch: o que resta agora é o aborrecimento, a resignação, o domínio a cargo das grandes transnacionais; os mercados sequestraram a democracia e, portanto, temos que nos acostumar a viver em um mundo pós-democrático. Nós, como socialistas, e, mais, como marxistas jamais podemos aceitar essa ideia. Creio que a democracia é a culminação de um projeto socialista, da socialização da riqueza, da cultura e do poder. Porém, para o pensamento burguês, a democracia é uma conveniência ocasional que durou uns 80 ou 90 anos; depois, decidiram livrar-se dela.

Mesmo em uma situação anômala mundial e levando-se em conta que a propriedade dos grandes meios de comunicação está concentrada em uns poucos monopólios do grande capital, como você analisa o fenômeno da canalha midiática na América Latina? Parece que, paulatinamente, vão perdendo a credibilidade...?
O que bem qualificas como canalha midiática tem um poder fenomenal, que vem substituindo os partidos políticos da direita que caíram no descrédito e que não têm capacidade de prender a atenção nem a vontade dos setores conservadores da sociedade. Nesse sentido, cumpre-se o que, Gramsci muito bem profetizou há quase um século, quando disse que diante da ausência de organizações da direita política, os meios de comunicação, os grandes diários, assumem a representação de seus interesses e isso está acontecendo na América Latina. Em alguns países, a direita conserva certa capacidade de expressão orgânica, creio que é o caso da Colômbia; porém, na Argentina, não, porque nesse país não existem dois partidos, como o Liberal e o Conservador colombianos; e o mesmo acontece no Uruguai e no Brasil. O caso colombiano revela a sobrevivência de organizações clássicas do século XIX da direita que se mantiveram incólumes ao longo de 150 anos. É parte do anacronismo da vida política colombiana que se expressa através de duas formações políticas decimonônicas [do século XIX], quando a sociedade colombiana está muito mais evoluída. É uma sociedade que tem uma capacidade de expressão através de diferentes organizações, mobilizações e iniciativas populares que não encontram eco no caráter absolutamente arcaico do sistema de partidos legais na Colômbia.

Com essa descrição que encaixa perfeitamente na realidade política colombiana, o que poderíamos falar, então, de seus meios de comunicação...
Os meios de comunicação naqueles países em que os partidos desapareceram ou debilitaram-se são o substituto funcional dos setores de direita.
O que significa para a América Latina o triunfo do presidente venezuelano Hugo Chávez?
Significa continuar em uma senda que se iniciou há 13 anos, um caminho que, progressivamente, ocasionado algumas derrotas muito significativas ao imperialismo norte-americano na região, entre elas, a mais importante, a derrota do projeto da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), que era a atualização da Doutrina Monroe para o século XXI e isso foi varrido basicamente pela enorme capacidade de Chávez de formar uma coalizão com presidentes que, não sendo propriamente de esquerda, eram sensíveis a um projeto progressista, como poderia ser o caso de Lula, no Brasil e de Néstor Kirchner, na Argentina. Ou seja, de alguma maneira, Chávez foi o marechal de campo na batalha contra o imperialismo; é um homem que tem a visão geopolítica estratégica continental que ninguém mais tem na América do Sul. O outro que tem essa mesma visão é Fidel Castro; porém, ele já não é chefe de Estado, apesar de que eu sempre digo que o líder cubano é o grande estrategista da luta pela segunda e definitiva independência, enquanto que Hugo Chávez é o que leva as grandes ideias aos campos de batalha, e, com isso, avançamos muito. Inclusive, agora, com a entrada da Venezuela ao Mercosul, conseguiu-se criar uma espécie de blindagem contra tentativas de golpe de Estado. Caso a Venezuela permanecesse isolada, considerado um Estado paria, teria sido presa muito mais fácil da direita desse país e do império norte-americano. Agora, não será tão fácil.
Você vê algumas nuvens cinzentas no horizonte do processo revolucionário da Venezuela?
Creio que sim, porque a direita é muito poderosa na América Latina e tem capacidade de enganar as pessoas. E os grandes meios de comunicação têm a capacidade de manipular, enganar, deformar a opinião pública; vemos isso muito claramente na Colômbia. Boa parte dos colombianos compraram o bilhete da Segurança Democrática com uma ingenuidade, como aqui na Argentina compramos o bilhete de ganhar a Guerra das Malvinas. Portanto, temos que levar em consideração que, sim, existem nuvens no horizonte porque o imperialismo não ficará de braços cruzados e tentará fazer algo como, por exemplo, impulsionar uma tentativa de sublevação popular, tentar desestabilizar o governo de Chávez e derrubá-lo.



segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Mercado publicitário brasileiro deve crescer 10% em 2013

De O Jornalista


Estudo publicado pelo jornal Propaganda&Marketing prevê que apesar da fragilidade da economia global, o investimento publicitário em 13 mercados mundiais crescerá 4% em 2013, de acordo com o estudo periódico do Warc que o jornal revela. No Brasil, o crescimento previsto é de 9,8% - dado que não considera a inflação do período, prevista pelo Consumer Prices Index em 5,4%. 
Segundo a pesquisa, todas as mídias no país apresentarão crescimento: internet 20,5% e TV 10,3%. O Brasil, ao lado da Índia e Rússia é um dos poucos países onde o estudo aponta que o investimento publicitário em jornais crescerá.
O estudo denominado "Consensus Ad Forecast" da Warc, empresa dedicada a medir o pulso do mercado publicitário, aponta um cenário promissor para os proprietários de veículos de comunicação no Brasil. Segundo a previsão, o crescimento do segmento rádio deve ser de 6% no faturamento, enquanto de jornais 5% e de revistas 3,9%.
A pesquisa prevê ainda que o crescimento da publicidade no Brasil será o terceiro mais alto depois da Rússia (12,3%) e China (10,9%).

O Paraíso dos Veículos de Comunicação

Nas projeções feitas para 2014, os números são ainda mais favoráveis e as previsões mais otimistas para os veículos brasileiros. Devido aos grandes eventos esportivos que o país deve receber, o crescimento previsto é da ordem de 12,1% - o mais alto de todos os mercados pesquisados. Em segundo lugar aparece a Índia, em terceiro a China e em quarto a Rússia.
Se por uma lado as projeções de faturamento publicitário são todas positivas, por outro nem tanto. Os sindicatos dos trabalhadores em veículos de comunicação no Brasil têm enfrentado duras negociações para conseguir repor perdas inflacionárias e garantir alguns avanços trabalhistas.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Publicidade cresce 10% no primeiro semestre de 2012


Os investimentos publicitários cresceram 10% no primeiro semestre de 2012, em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo R$ 43,8 bilhões. Os dados são do Monitor Evolution. O mercado publicitário continua crescendo, ainda que não no mesmo ritmo do ano anterior.
 
Nos meios de comunicação, a TV lidera, sendo responsável por 55% do total, que corresponde a R$ 24 bilhões – uma variação de 13% em relação ao mesmo período de 2011. O rádio e a internet apresentaram maior crescimento percentual, 25% e 18%, respectivamente. Na análise por praças, a cidade de São Paulo é destaque, com 28% desses investimentos, porém os mercados que mais cresceram percentualmente foram Fortaleza e Manaus (24% e 16%, respectivamente), impulsionados principalmente pelos investimentos do comércio, como concessionárias e lojas de departamento.

Os jornais abocanharam uma fatia superior a R$ 8 bilhões. A TV por assinatura - que por ser paga deveria ter menos anúncio - já aparece em terceiro lugar no ranking de receita publicitária com R$ 3,4 bilhões, acima dos R$ 3,2 bilhões das revistas.
A Internet já deixou para trás as emissoras de rádio. A primeira captou R$ 2,65 bilhões, contra R$ 1,9 bi do rádio.
 
Anunciantes
 
No ranking de anunciantes, a Casas Bahia e a Unilever continuam nos primeiros lugares, porém agora com uma diferença menor entre as duas. No 1º semestre de 2011, a diferença era de R$ 420 milhões. Com o crescimento de 21% da Unilever, a diferença agora é de R$ 220 milhões.
 
“A última vez em que a Unilever foi primeira no ranking de anunciantes foi em 2002. Desde então, Casas Bahia ocupa a liderança em volume de investimento publicitário e essa foi a menor diferença registrada no período”, comenta Rita Romero, diretora executiva de negócios do Monitor America Latina.
 
A Caixa passou da 7ª para a 3ª posição, com um crescimento de 68% no volume de investimento. A Petrobrás, que não figurava entre os 30 maiores no ano passado, ocupa a 13ª posição e o Banco do Brasil foi da 23ª para a 21ª posição no ranking.
 
Agências
 
Dentre as agências, as três primeiras posições continuam ocupadas pela YR, Almap BBDO e Ogilvy & Mather Brasil. A Wmccann, que ocupava o 6º lugar no ranking no ano anterior, passa para a 4ª posição, após acréscimo de 32% no volume de investimento. A JWT permanece na quinta posição no ranking. As 50 maiores agências do mercado brasileiro movimentam 62% da verba publicitária nacional.
 
Setores e categorias
 
Entre os setores, Comércio e Varejo continua líder em volume, porém Serviços ao Consumidor, que ocupava a 3ª posição no ranking, está agora em 2º lugar, com um crescimento de 16%. O setor de Higiene Pessoal e Beleza, com um crescimento de 13%, passa a ocupar o 3º lugar. Mercado Financeiro e Seguros permanece estável, na 5ª posição. Já entre as categorias, as lojas de departamento estão em primeiro lugar, com R$ 3,1 bilhões, apesar da variação de apenas 4%.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Google é o terceiro maior conglomerado midiático do mundo

De Medioslatinos


Con alrededor de 33.000 empleados y ganancias estimadas en 7.400 millones de Euros, Google se ha convertido en el tercer grupo de medios más grande del mundo en términos de facturación. Así lo sostienen los especialistas del instituto alemán IFM, en base al ranking de grupos multimedios que realizan anualmente. Según los especialistas, 
Google puede ser considerado un grupo de medios en tanto generan un 96 % de sus ingresos mediante publicidad, negocian derechos para la transmisión de deportes y cierran contratos con productores, estudios y estrellas de Hollywood para su portal de videos Youtube. 
Por este motivo, el director del centro de estudios, Lutz Hachmeister califica a a Google como un "nuevo tipo de conglomerado de medios y tecnología". El primer lugar en el ranking de la organización lo ocupa el grupo ComcastNBCU, con una ganancia superior a los 40.000 millones de euros. Le sigue la empresa Walt Disney, con ingresos por casi 30.000 euros. En cuarto lugar se encuentra la empresa News Corp, de Rupert Murdoch, con casi 25.000 millones de euros, seguido por Viacom CBS, con una facturación de casi 21.000 millones de Euros. Time Warner, que fue líder del mercado entre 1995 y 2008, ha sido desplazada al sexto lugar, con un ingreso estimado en 20.820 millones de euros.

Información publicada en el sitio web del IFM www.mediadb.eu. Para más detalles haga click aquí

domingo, 2 de outubro de 2011

Instituição dos EUA diz que no Brasil não há liberdade de expressão

Um mapa no Newsmuseum de Washington, nos Estados Unidos, ousa classificar os países do mundo segundo o grau da liberdade de expressão neles existente. Verde representa liberdade total, amarelo, parcial e vermelho, nenhuma liberdade. Confira na foto.
Pelo critério do museu, apenas 34, das mais de 200 nações existentes no mundo, possuiriam liberdade integral de expressão.
Não precisa dizer que os Estados Unidos da América, onde o museu está localizado e onde é proibido mostrar fotos de cadáveres de soldados americanos mortos nas invasões patrocinadas pelo Tio Sam no Iraque e Paquistão, dentre outros, é considerado 100% livre.
Já o Brasil, está na categoria do “mais ou menos livre”. A mesma que foi atribuída a países como Serra Leoa, Namíbia, Bostwana, Mongólia e Libéria, dentre outras. Na América do Sul, o museu considera que só existe liberdade de expressão no Chile, Uruguai, Suriname e Guiana.
O Museu atribuiu ao Brasil a nota 44, numa escala de 100. Afirma que a imprensa sofre pressões políticas e censura e cita, como exemplo, a decisão judicial que em 2009 proibiu o jornal Estado de São Paulo em publicar matérias sobre uma investigação policial que envolvia a família Sarney.
Os critérios de classificação não são claramente informados pela instituição, mas ela considera negativo – pois esta é a postura norte-americana - os processos e ações na justiça contra os abusos da mídia. Um país onde jornalistas e meios de comunicação podem ser judicialmente processados ou onde a imprensa pode ser obrigada a pagar indenizações pelas conseqüências de seus erros é considerado não detentor de liberdade de expressão. Não sei como o museu sugere que o cidadão e a sociedade se defendam de abusos dos empresários da comunicação.
Nos referenciais estadunidenses, qualquer questionamento à mídia, mesmo que esta esteja errada, é considerado cerceamento da liberdade de expressão. Curiosamente, o museu não considera a existência de um monopólio dos meios de comunicação elemento que subjuga a liberdade de expressão. Pelo contrário, durante muito tempo o Brasil era taxado de não ter liberdade de imprensa pelo fato de exigir formação em Jornalismo para o exercício da profissão de Jornalista. Para os norte-americanos é mai livre aquele país em que o dono do jornal, da rádio ou da TV escolhe quem pode ser e quem não pode ser jornalista. A meritocracia do diploma é considerada cerceamento e o apadrinhamento ou mesmo o puxa-saquismo do chefe é considerado liberdade.

Para os americanos, na África, a liberdade de expressão só existe totalmente em quatro países: os lusófonos Cabo Verde e São Tomé e Príncipe e em Mali e Gana. Nem a África do Sul foi contemplada pela cor verde, que classifica o topo da classificação.
No Oriente Médio, Israel, que bombardeia os meios de comunicação da Palestina, também ganhou a cor verde da liberdade. E mesmo o Iraque e Afeganistão, países que há anos estão submetidos ao julgo norte-americano são considerados países livres. Porque será que os EUA não conseguiram fazer prevalecer a liberdade de imprensa pra lá de Bagdá?

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Livro: sai a 2ª edição de Pluralismo, Concentração e Regulação dos Media

Editada em Portugal, acaba de sair a 2ª edição da obra Pluralismo, Concentração e Regulação dos Media, coordenada por Paulo Faustino. O autor tem divulgado alguns dos seus trabalhos no Brasil, em várias iniciativas de grande sucesso.

Com o advento da nova geração de media, as palavras de ordem são interactividade, diferenciação do produto, aproveitamento de nichos de mercado, fragmentação de audiências, informação ubíqua, cultura do gratuito e publicidade dirigida. Na sua maioria, estas realidades são completamente novas em relação aos mercados dos meios ditos tradicionais e, inevitavelmente, este processo de mudança acelerada tem sido acompanhado por incertezas muito acentuadas quanto à configuração da futura geração de mercados de media e às consequências destas mutações.

Face à necessidade de difundir pontos de vista diversificados na sociedade, a promoção do pluralismo de ideias por parte dos media torna-se condição sine qua non de um adequado funcionamento das sociedades democráticas. Dadas as relações estreitas entre concentração e pluralismo de ideias, a tendência para a concentração crescente tem sido encarada como um indicador de evolução desfavorável em matéria de pluralismo.

Este livro apresenta uma reflexão, à luz de possíveis cenários futuros, acerca da actividade empresarial dos media, analisando e relacionando entre si os impactos das novas tecnologias ao nível das dinâmicas do mercado dos media: desafios de gestão, tendências de negócio e pluralismo de informação.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Bolívia reduzirá a 29% participação de capital estrangeiro na mídia

De Medioslatinos


El porcentaje de inversión extranjera en medios de comunicación bolivianos se reducirá del actual 49% a un 29%. Así lo establece el nuevo proyecto de Ley de Telecomunicaciones y Tecnologías de la Información y Comunicación que discutirá la semana entrante la Asamblea Legislativa de aquel país. Esta normativa tendrá un impacto directo sobre el escenario mediático boliviano, que ya viene modificandose desde a asunción de Evo Morales a la Presidencia en 2006.

Hasta hace unos años, el grupo español Prisa tenía presencia accionaria en el diario La Razón y ATB. En 2009, Prisa decidió vender sus participaciones en esos medios. Otro medio con capitales extranjeros es la red PAT (Periodistas Asociados Televisión).

En 2007 el empresario libanés Abdala Daher compró el 60 % del paquete accionario de la red televisiva, informó el diario El Deber en marzo de ese año. Todavía se desconocen los detalles del procedimiento para la desinversión de los capitales externos bajo el nuevo marco normativo.


Información publicada en el periódico boliviano Cambio. Para más detalles haga click aquí.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Governo vai propor agência reguladora única para as comunicações

Da Agência Câmara

O governo deve propor a criação de uma agência reguladora única para a área de comunicações. A previsão consta do projeto de marco regulatório do setor, que está sendo elaborado pelo Ministério das Comunicações, conforme adiantou o ministro Paulo Bernardo. Ele participou na Câmara, nesta quinta-feira, de reunião com integrantes da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular.

Paulo Bernardo explicou que a agência reguladora deve ser criada a partir da reformulação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e cuidaria de outras formas de comunicação. “[A nova agência] Não vai ser mais de 'telecomunicações', vai ser de 'comunicações'. Provavelmente teremos de mudar o nome da Anatel”, disse. Segundo ele, serão criadas novas atribuições e incorporados novos técnicos.

Concorrência
Paulo Bernardo adiantou outra novidade no projeto de marco regulatório: dar poder ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para avaliar concentração de poder nas concessões de rádio e televisão.

“Delegaríamos por lei atribuições ao Cade para avaliar casos de concentração de poder econômico neste setor. O Cade olharia se há abusos, extrapolações do que é razoável”, afirmou. Segundo o ministro, essa medida é coerente com o que ocorre em outros segmentos da economia.

Para Paulo Bernardo, é preciso adequar a legislação, já que as regras em vigor foram feitas entre as décadas de 1960 e 1990, muito antes das tecnologias atuais, como a internet. Por isso, o projeto do governo vai propor alterações na Lei Geral das Telecomunicações (LGT – Lei 9.472/97).

“A LGT já vai completar 14 anos. Mudou muita coisa, e a expectativa é de que mudará mais rapidamente ainda. Além disso, há cada vez mais convergência entre telecomunicações, comunicações e radiodifusão. Acho que é importante fazer adequações”, disse.

Discussão difícil
A coordenadora geral da frente parlamentar, deputada Luiza Erundina (PSB-SP), defendeu a urgência na criação de novas leis na área de comunicação. Ela afirmou acreditar que a discussão no Congresso será difícil, “por envolver interesses particulares dos parlamentares”.

Mas, segundo Erundina, “com a pressão da sociedade” será possível elaborar um marco regulatório moderno, “que possa subsidiar uma política de comunicação ao nível da importância e do protagonismo que o Brasil tem hoje no mundo”.

Paulo Bernardo disse que não há previsão para a conclusão do novo marco regulatório das comunicações. O Governo Lula chegou a anunciar uma proposta de regulação, mas não a enviou ao Parlamento. Segundo o ministro, como o assunto é polêmico e sensível, todas as propostas passarão pela aprovação direta da presidente Dilma Rousseff antes de serem enviadas ao Congresso.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Bolívia: Nova lei antiracismo pode punir veículos de comunicação

Do blog Jornalismo nas Américas

O governo boliviano concluiu a regulamentação da Lei de Luta Contra o Racismo e Toda Forma de Discriminação, e o documento deve ser promulgado por um decreto do presidente Evo Morales no dia 8 de janeiro, noticiou o jornal Los Tiempos.

Segundo o diário, o texto prevê a suspensão, por até 360 dias, das atividades do meio de comunicação que defender ideias racistas, além de multa e pagamento de indenização determinada judicialmente. As penas não incluem o fechamento de veículos, aponta o jornal La Razón.

Os meios de comunicação não serão penalizados por difundir expressões de terceiras pessoas, ou quando estiverem simplesmente cumprindo sua função de informar ao mencionar um episódio envolvendo racismo, explica El Tiempo. Embora isso afaste a principal preocupação levantada pelos jornalistas quanto à norma, a imprensa local informou que entidades como a Associação de Jornalistas de La Paz e a Confederação de Trabalhadores da Imprensa da Bolívia continuam criticando a Lei Antirracismo e seu regulamento.

O novo texto também prevê que os meios de comunicação devem promover ações de prevenção e educação contra o racismo, por um período mínimo de 20 minutos por mês para TVs, 40 minutos para rádios, uma página ao mês para jornais e revistas, e um “espaço” nos sites no mesmo período de tempo.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Receita publicitária cresce + de 20% no Brasil

Os meios de comunicação do Brasil não tem o que reclamar, nem desculpas para não remunerar melhor seus jornalistas, radialistas e gráficos. Nos primeiros dez meses do ano, a mídia nacional arrecadou R$ 21,1 bilhões, de acordo com os últimos números do Projeto Inter-Meios. O faturamento publicitário dos veículos cresceu 20,6% entre janeiro e outubro de 2010, em relação ao mesmo período do ano passado. E tudo tende a ser ainda maior com as estatísticas de novembro e dezembro. Papai Noel, como todos sabem, é um ótimo cliente publicitário. A internet já é o quarto veículo em volume de arrecadação, desbancando o rádio.


A TV aberta mantém a maior fatia do bolo (63,2%), tendo faturado R$ 13,4 bilhões até outubro, valor 25,7% superior a 2009. O maior índice de crescimento é o da internet (28,8%), que abocanhou R$ 933,7 milhões no período e já tem 4,4% do total das verbas publicitárias. A TV por assinatura também se saiu bem, com faturamento 26% maior que o do ano passado, chegando a R$ 804 milhões e share de 3,8%.

Cinema, revistas e rádio tiveram bom desempenho, embora menor que a média geral do mercado. A publicidade em tela grande cresceu 14,3% (faturamento de R$ 72,6 milhões entre janeiro e outubro de 2010); em revistas, 15,8% (R$ 1,5 bilhão); e no dial, 11,8% (R$ 879 milhões).

A mídia exterior, em seu conjunto, faturou R$ 615 milhões, ou 15,6% mais que em 2009. Os jornais patinaram mais uma vez, com meros 5,3% de crescimento (R$ 2,7 bilhões). O único meio que registrou queda foi guias e listas (-10,1%), que faturou R$ 272,1 milhões no período.


Campeões de Receita Publicitária

1º TV Aberta - R$ 13,4 bilhões

2º Jornais - R$ 2,7 bilhões

3º Revistas - R$ 1,5 bilhão

4º Internet - R$ 933,7 milhões

5º Rádio - R$ 879 milhões

6º TV Paga - R$ 804 milhões

7º Out-doors - R$ 615 milhões

8º Listas telefônicas - R$ 272,1 milhões

9º Cinema - R$ 72,6 milhões

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Linha editorial: Bolívia aprova lei antirracismo apesar da forte pressão da mídia

Por Carlos A. Quiroga, da Reuters

O Senado boliviano, dominado pelo governo, aprovou nesta sexta-feira uma lei antirracismo duramente criticada pela oposição conservadora, empresários e organizações de jornalistas, por autorizar o fechamento de veículos de comunicação que divulguem mensagens discriminatórias.

O presidente Evo Morales, que é indígena e considerou a lei como um passo para a "descolonização", promulgou a lei horas depois, em meio a greves de fome e outros protestos de jornalistas do país todo.

"São mais de 500 anos de racismo, com 185 anos de vida estatal, 184 anos de Estado colonial e um ano de Estado plurinacional, finalmente aprovamos uma lei para lutar contra o racismo e a discriminação", disse Morales, que definiu a lei como "histórica" e "democrática".

Após a promulgação, e sem se darem por derrotados, cerca de 60 jornalistas suspenderam a greve de fome e anunciaram que levarão seu protesto a entidades internacionais, pois consideram que a lei viola vários convênios e é um atentado à liberdade de expressão.

Essa lei soma-se a outras leis estruturais aprovadas durante o ano, num acelerado processo de aplicação de uma nova Constituição de linha indigenista e socialista que garantiu em dezembro de 2009 a reeleição de Morales e a formação da primeira Assembleia Legislativa Plurinacional em vez do antigo Congresso Nacional.

A sanção da lei foi anunciada pelo presidente do Senado, René Martínez, enquanto do lado de fora da Assembleia Nacional centenas de ativistas de movimentos sociais e seguidores do presidente Morales faziam vigília em defesa do projeto e contra as greves de fome declaradas por grupos de jornalistas.

"Depois de 13 horas de debate, o plenário da Câmara de Senadores, por mais de dois terços, sancionou, na madrugada de sexta-feira, a Lei 737 contra o racismo e toda forma de discriminação", disse em um comunicado a assessoria de imprensa do Senado.

Martínez "assegurou que o acalorado debate entre maioria e minoria mostra que a liberdade de expressão está plenamente garantida", acrescentou o comunicado oficial.

Um dos artigos da lei autoriza a suspensão da licença de meios de comunicação que divulguem mensagens racistas. Um outro anula, apenas para este tema, um antigo foro penal que protege os jornalistas.

O comunicado do Senado disse que o texto foi aprovado "sem o apoio da opositora Convergência Nacional (CN) por considerar que os artigos 16 e 23 dessa lei vão contra o direito da informação, da liberdade de imprensa e a livre expressão."

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Emissoras devem ganhar R$ 851 milhões com o horário eleitoral

Além da grande desigualdade de tempo entre pequenos e grandes partidos )na França por exemplo todos os partidos têm tempo igual nos meios de comunicação), o horário eleitoral deve render grande compensações financeiras às emissoras de televisão. Embora elas sejam detentoras de concessões públiccas e não paguem nada por este privilégio, elas estão cobrando do governo compensações pelo que elas chamam de perdas de receita. Desta forma, o que é gratuito é o acesso de candidatos, partidos e coligações aos meios de comunicação. A veiculação do horário eleitoral, porém, não é gratuita. Em 2010, segundo o pesquisador Venício Lima, as empresas de comunicação devem ganhar mais de 851 milhões em compensação fiscal.

Leia aqui a análise feita por Venício Lima para a Carta Maior

terça-feira, 25 de maio de 2010

Brasil: faturamento publicitário cresce 25% no 1º trimestre

Por Eliane Pereira, do M&M Online

O mercado publicitário cresceu 25,1% no primeiro trimestre de 2010, em comparação ao mesmo período do ano passado (sem descontar a inflação). Fechados os números do Projeto Inter-Meios, o faturamento dos veículos com venda de espaço publicitário chegou a R$ 5,447 bilhões, contra R$ 4,354 bilhões dos três primeiros meses do ano passado - quando os principais efeitos da crise econômica ainda não haviam se manifestado, pelo menos para a mídia.

O destaque do período é a TV aberta, que registrou o segundo maior índice de crescimento entre os meios pesquisados (31,9%), perdendo para a internet. O faturamento conjunto das emissoras alcançou a marca dos R$ 3,43 bilhões (ante R$ 2,6 bilhões do primeiro trimestre de 2009), elevando a participação da TV aberta a inéditos 63% do total do bolo publicitário.

A internet, cujo faturamento subiu nada menos do que 37,6%, chegou a R$ 234,8 milhões (foram R$ 170,7 milhões em 2009). Com isso, sua fatia agora é de 4,3% do total das verbas publicitárias, praticamente a mesma do rádio e à frente da TV por assinatura (3,3%) e da mídia exterior (3,2%).

A TV paga, aliás, registrou o terceiro melhor desempenho (31,3%), tendo faturado R$ 180 milhões. O rádio também se saiu bem, reafirmando o bom momento pelo qual passa, com faturamento 21,2% superior ao dos meses de janeiro, fevereiro e março do ano passado, o que em dinheiro vivo dá R$ 237,6 milhões. O crescimento da mídia exterior foi bem parecido (20,7%), com faturamento de R$ 177 milhões - sendo a maior fatia a do outdoor (R$ 99,3 milhões) e o maior crescimento o do digital out-of-home (74,8%).

Entre os meios impressos, jornais e revistas conseguiram performance positiva, embora abaixo da média geral do mercado. O faturamento das revistas com vendas de anúncios foi de R$ 334,8 milhões (18,4% superior) e o dos jornais, R$ 767,4 milhões (5,1% acima do mesmo período de 2009). Na contramão, guias e listas recuaram 3%, faturando R$ 71,3 milhões, e o cinema computou 7,2% a menos (R$ 15,1 milhões).

sábado, 16 de janeiro de 2010

Meios de comunicação do Haiti começam a se restabelecer lentamente

Por Dean Graber, do blog de notícias Jornalismo nas Américas.

A maioria das matérias sobre os meios de comunicação no Haiti desta semana se concentrou nas tentativas da imprensa estrangeira de entrar no devastado país. (Veja, por exemplo, Imprensa luta para transmitir um desastre, do New York Times). Uma história do jornal mexicano El Financiero, entretanto, destaca o desafio dos meios de comunicação haitianos de se restabelecer.

O jornal Le Nouvelliste criou um sítio no Facebook, onde reproduziu uma mensagem sobre 63 pessoas soterradas em um mercado. As rádios Kiskeya e Metropole reapareceram na internet, mas vários outros meios de comunicação impressos e eletrônicos continuam sem operar, acrescenta a matéria do El Financiero. A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, por suas siglas em espanhol) elogiou os meios de comunicação do país e os seus comunicadores que "se dedicam, com sacrifício, às tarefas de informar e servir ao seu povo".

Carlos Lauria, do Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ), falou com o repórter haitiano Joseph Guyler Delva, fundador do SOS Journalistes, cujas instalações foram destruídas pelo terremoto. A família de Delva sobreviveu ao desastre. Segundo ele, a maioria dos jornalistas do Haiti está, neste momento, envolvida em questões pessoais. O CPJ avalia as necessidades dos jornalistas haitianos e começa a reunir fundos para ajudá-los, acrescenta o diretor-executivo do CPJ, Joel Simon. Veja como ajudar os jornalistas no Haiti (em inglês).

Os escritórios da AlterPresse também foram destruídos, e ainda que tenham conseguido atualizar o site web, a infraestrutura de comunicação é precária. A RÁdio Metropole informou que ainda não é possivel precisar a magnitude do dano às telecomunicações do país.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Crise: receita publicitária cresce apenas 0,67% em 2009

Por Eliane Pereira, do M&M Online

Com exceção da internet, veículos permaneceram estáveis nos primeiros oito meses do ano passado

O faturamento publicitário dos veículos de comunicação permaneceu praticamente estável nos oito primeiros meses de 2009 em relação ao mesmo período de 2008, registrando discreto crescimento nominal de 0,67%. Fechados os números do Projeto Inter-Meios até outubro, o mercado faturou R$ 17,54 bilhões, contra os R$ 17,42 bilhões anteriores. O destaque foi a internet, que cresceu 21,5%, faturando R$ 724,7 milhões com publicidade no período e ampliando sua participação no total do bolo para 4,1%. Em sentido inverso, a TV por assinatura caiu 0,6% (chegando a R$ 637,7 milhões), e sua fatia é agora de 3,6%.
O faturamento da TV aberta (R$ 10,6 bilhões) cresceu 4,2% no período, colaborando para o alavancamento da média geral - o meio responde por 60,6% das verbas investidas em mídia. Também tiveram desempenho positivo mídia exterior (11,1%, com R$ 523,3 milhões) e rádio (7,2%, com R$ 786 milhões).
A mídia impressa ficou no vermelho, com jornais caindo 10,7% (faturamento de R$ 2,5 bilhões); revistas, 10% (R$ 1,3 bilhão); e guias e listas, 22,2% (R$ 302,8 milhões). Com faturamento de R$ 63,6 milhões, o cinema também caiu (9,4%).
Os resultados completos estão no site do Projeto Inter-Meios (clique aqui para acessar ).
A informação é da coluna Em Pauta, publicada na edição 1391 de Meio & Mensagem, que circula com data de 11 de Janeiro de 2010.