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Pelo critério do museu, apenas 34, das mais de 200 nações existentes no mundo, possuiriam liberdade integral de expressão.
Não precisa dizer que os Estados Unidos da América, onde o museu está localizado e onde é proibido mostrar fotos de cadáveres de soldados americanos mortos nas invasões patrocinadas pelo Tio Sam no Iraque e Paquistão, dentre outros, é considerado 100% livre.
Já o Brasil, está na categoria do “mais ou menos livre”. A mesma que foi atribuída a países como Serra Leoa, Namíbia, Bostwana, Mongólia e Libéria, dentre outras. Na América do Sul, o museu considera que só existe liberdade de expressão no Chile, Uruguai, Suriname e Guiana.
O Museu atribuiu ao Brasil a nota 44, numa escala de 100. Afirma que a imprensa sofre pressões políticas e censura e cita, como exemplo, a decisão judicial que em 2009 proibiu o jornal Estado de São Paulo em publicar matérias sobre uma investigação policial que envolvia a família Sarney.
Os critérios de classificação não são claramente informados pela instituição, mas ela considera negativo – pois esta é a postura norte-americana - os processos e ações na justiça contra os abusos da mídia. Um país onde jornalistas e meios de comunicação podem ser judicialmente processados ou onde a imprensa pode ser obrigada a pagar indenizações pelas conseqüências de seus erros é considerado não detentor de liberdade de expressão. Não sei como o museu sugere que o cidadão e a sociedade se defendam de abusos dos empresários da comunicação.
Nos referenciais estadunidenses, qualquer questionamento à mídia, mesmo que esta esteja errada, é considerado cerceamento da liberdade de expressão. Curiosamente, o museu não considera a existência de um monopólio dos meios de comunicação elemento que subjuga a liberdade de expressão. Pelo contrário, durante muito tempo o Brasil era taxado de não ter liberdade de imprensa pelo fato de exigir formação em Jornalismo para o exercício da profissão de Jornalista. Para os norte-americanos é mai livre aquele país em que o dono do jornal, da rádio ou da TV escolhe quem pode ser e quem não pode ser jornalista. A meritocracia do diploma é considerada cerceamento e o apadrinhamento ou mesmo o puxa-saquismo do chefe é considerado liberdade.
Para os americanos, na África, a liberdade de expressão só existe totalmente em quatro países: os lusófonos Cabo Verde e São Tomé e Príncipe e em Mali e Gana. Nem a África do Sul foi contemplada pela cor verde, que classifica o topo da classificação.
No Oriente Médio, Israel, que bombardeia os meios de comunicação da Palestina, também ganhou a cor verde da liberdade. E mesmo o Iraque e Afeganistão, países que há anos estão submetidos ao julgo norte-americano são considerados países livres. Porque será que os EUA não conseguiram fazer prevalecer a liberdade de imprensa pra lá de Bagdá?
Um comentário:
Os impérialistas dos EUA, tentam de todas as formas iludirem a natureza humana ao colocarem a verdade pelo avesso; quando apresenta-se como os paladinos da “Liberdade” e “Democracia”; inclusive, fazem uso desses princípios com cavilação obstinada de que são os únicos e reais “representantes” ou “defensores” desses ideais.
Pois nos EUA, a “liberdade de expressão e manifestação” e o exercício dos direitos de associação e reunião, incluindo a participação em organizações não-governamentais e sindicatos, permanecem até o momento - desde que - não fiquem afetando os interesses das elites dominantes e do capital; todavia, em qualquer momento quando as autoridades e os órgãos que representam os interesses das elites na organização política burguesa estadunidense; entenderem que os interesses dos poderosos e magnatas do capital monopolista estejam sendo prejudicados pelos atos públicos e coletivos de sentimentos e opiniões levadas a efeito pelos explorados, oprimidos, indigentes, destituídos e excluídos, então vem por parte da organização politica imperialista a repreensão e admoestação com violência e força bruta; e essas manifestações serão consideradas “ilegais” e “abusivas” e podem ser impedidas, perseguidas, dispersadas ou reprimidas pela polícia. Portanto, a burguesia quando se sente incomodada, recorre utilizando sempre a imperiosa máquina estatal para a repressão de seus adversários sociais.
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