Na sexta-feira (17), a apresentadora de tevê Hala Misrati, famosa por sua defesa do ex-presidente Muammar Kadafi, foi assassinada numa prisão da Líbia. Segundo relatos, a jornalista de 31 anos foi vítima de torturas e de estupros. O governo fantoche da Líbia, bancado pelos EUA e Europa, confirmou a morte, mas não deu detalhes sobre a tragédia.
O assassinato ocorreu no mesmo dia das “comemorações” do primeiro aniversário da vitória das milícias “rebeldes”, armadas pelas nações imperialistas e auxiliadas pelos mísseis da Otan. Neste um ano, os mercenários têm promovido inúmeros atos de crueldade contra os simpatizantes de Kadafi. Cerca de 8 mil pessoas vegetam nas prisões e sofrem torturas constantes, segundo relatos da própria ONU, da Anistia Internacional e da ONG Médicos Sem Fronteira.
Hala Misrati, símbolo da resistência
Hala Misrati é um dos símbolos da resistência à agressão imperialista no país. Em agosto passado, quando as milícias “rebeldes” já combatiam em Trípoli, a apresentadora de televisão protestou ao vivo diante das câmeras. De revólver em punho, ela afirmou que “com esta arma morrerei ou matarei”. Ela garantiu que não aceitaria entregar a emissora para o controle dos mercenários e concluiu: “Protegerei meus companheiros e nos converteremos em mártires”.
Com a derrubada e o assassinado de Kadafi, ela foi presa e exibida como um “troféu” pelos mercenários. Sua última aparição diante das câmeras se deu em 30 de dezembro passado. Ela apareceu em silêncio, segurando uma folha com a data da gravação, e com o rosto cheio de hematomas. O boato que circulou no país é que tinham cortado sua língua. Depois disso, mais ninguém soube do paradeiro de Misrati.
O silêncio da mídia mercenária
O tirânico Conselho Nacional de Transição (CNT), que já acertou os detalhes da entrega do petróleo para as nações imperialista, evita se pronunciar sobre os atentados aos direitos humanos na Líbia. Além de não garantir julgamento justo aos presos políticos, ele incentiva as crueldades patrocinadas pelas milícias. Segundo a Anistia Internacional, a violência está totalmente “fora do controle” neste sofrido país – alvo da cobiça dos EUA e da Europa.
A mídia hegemônica também é cúmplice desta barbárie. Ela difundiu a imagem de que os “rebeldes” promoveriam a “democracia ocidental” e os direitos humanos na Líbia – e, infelizmente, muita gente se iludiu com essa propaganda mentirosa, sendo pautada pela imprensa. Atacaram Kadafi não pelos seus erros, que foram muitos, mas sim para defender os interesses das potências capitalistas.
Agora, a mesma mídia evita dar destaque às torturas e assassinados patrocinados pela “sua” milícia de mercenários. Cadê as matérias sensacionalistas da TV Globo sobre a Líbia? Cadê os “calunistas” de plantão da mídia colonizada? Cadê a gritaria em defesa dos direitos humanos das associações patronais?
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