O presidente da União de Jornalistas da Síria, Eilias Marad, afirmou que o atual conflito sírio expõe o caráter nefasto de certa imprensa autoproclamada livre e objetiva, mas que estimula o terrorismo e propaga informações falsas.
A verdadeira missão dos jornalistas é transmitir a realidade dos acontecimentos de maneira imparcial, assim como trabalhar publicamente e não na clandestinidade ou de forma ilegal, afirmou em entrevista à Prensa Latina.
Neste sentido, criticou a entrada ilegal no país de cerca de 500 jornalistas nos últimos dois anos, algo que não é permitido em nenhum lugar do mundo, nem nos Estados Unidos nem na Europa; mas quando se trata da Síria é mostrado como algo normal ou nem é mostrado, comentou.
Sobre o papel de meios de comunicação internacionais, Marad explicou que muitos se tornaram veículos para transmitir ordens aos grupos armados que pretendem derrocar o governo, mediante apelos à desobediência civil e para cometer ataques e atos de terrorismo.
Um exemplo recente temos com os canais Al Arabiya (Arábia Saudita) e Al Jazzera (Catar), dois dos mais hostis com nosso país, os quais anunciaram alguns dias atrás a explosão de um carro-bomba no bairro damasceno de Al Qaboun, disse.
No entanto, a detonação ocorreu cerca de 10 minutos depois, o que demonstra a existência de um plano que conta com a cumplicidade dos meios, detalhou.
Indicou que em outra ocasião, anunciaram a explosão de três carros-bombas dos quais só dois detonaram, pois o terceiro tinha sido interceptado pelas autoridades.
Tenho transitado por praças onde se alega a presença de grandes manifestações contra o governo e não há absolutamente nada; só uma hora depois, pelo menos, é que começam a chegar alguns seguidores, obedecendo a ordem dada pelas emissoras de televisão, agregou.
Apontou que inclusive, transmitem informações detalhadas de unidades militares ou lugares sensíveis com o objetivo de apontá-los como alvos para futuros ataques.
A propagação de informações falsas ou tergiversadas é uma das características desta crise, atiçada por meios que abandonaram a ética profissional e jornalistas que venderam sua consciência ao melhor pagador, sublinhou.
Criticou que organizações internacionais, como Repórteres Sem Fronteiras, descrevam esta nação do Levante como um lugar onde os jornalistas carecem de direitos e são encarcerados, algo totalmente incorreto, rebateu.
Ao menos 40 profissionais de nossos meios foram sequestrados e assassinados por grupos mercenários, e, no entanto, até o momento nem a entidade citada acima nem nenhuma outra fizeram uma só denúncia a respeito, contrastou.
Também não pronunciaram-se sobre a destruição de jornais, centros de rádio e de televisão no território nacional, os quais têm sido saqueados, como o canal sírio de notícias que meses atrás foi objeto de um atentado que o destruiu quase por completo, exemplificou.
Sobre as funções da União de Jornalistas da Síria, seu presidente detalhou que é uma organização de afiliação voluntária, encarregada da formação, preparação, superação e defesa dos profissionais da imprensa.
Ponderou os benefícios da Lei de Meios de Comunicação que ampliou suas missões, abriu as portas à coexistência de meios públicos e privados e garante que nenhum jornalista pode ser preso por expressar sua opinião, exercida de forma ética e sobre a base do código profissional.
O jornalista afirmou que a maioria dos jornalistas apoiam o governo e o presidente Bashar Al Assad, assim com a política de diálogo para acabar com o conflito que sacode o país.
Neste sentido, conclamamos nossos membros a que escrevam sobre as características do Programa Político, a fim de esclarecer muitos aspectos e estimular o debate na opinião pública, assinalou.
Os estabelecimentos informativos e os jornalistas temos o dever de chamar ao diálogo a todos os grupos sírios, com o fim de devolver a paz à nação, concluiu.
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