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terça-feira, 5 de julho de 2016

CUT difundirá programa nacional de rádio

Por Isaías Dalle, publicado anteriormente no portal da CUT

A Central Única dos Trabalhadores - CUT anuncia que fará parte de um programa diário nacional de rádio, matutino, que será retransmitido pelas rádios comunitárias e redes educativas de estados em que a orientação política está afinada com os ideais progressistas e, evidentemente, pelas mídias livres que quiserem aderir.
O programa entrará no ar ainda em julho, segundo anunciado na manhã desta quinta-feira, durante os debates do 9º ENACOM (Encontro Nacional de Comunicação da CUT). O esforço reúne sindicatos e parceiros, dentro do contexto de unificação dos movimentos sociais que se intensificou a partir de 13 de maio de 2015, quando foi realizada a primeira grande passeata contra o golpe que se prenunciava.
“Será uma espécie de barricada nossa. A ideia é que esse programa entre no ar o mais rapidamente possível. Quem sabe cheguemos a uma rede de TV”, disse o ex-ministro Gilberto Carvalho, que atuou nos governos Lula e no primeiro mandato de Dilma, um dos convidados do debate desta quinta.
“Isso terá um custo. Vocês serão chamados para participar”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas, dirigindo-se à platéia de assessores de comunicação e de secretários e secretárias de comunicação das CUTs estaduais. “Vamos precisar de nossos profissionais, de nossos jornalistas, dos sindicatos”, desafiou.
Pauta: derrotar o golpe
Em seguida, garantiu apoio da Central. “A CUT já é uma potência em comunicação. Rádios, TVs de verdade em várias regiões. Esse projeto de rádio anunciado é fantástico. Digo a todos que colocamos como prioritário os recursos da CUT para comunicação”.
Vagner demonstrou disposição para a luta contra o golpe, tarefa na qual a comunicação é e continuará sendo essencial, na opinião dele. “A batalha não está perdida. Nós temos de retirar o Temer. Dar continuidade ao que fizemos certo e corrigir nossos equívocos. Quero deixar claro que o centro de nossa política é retirar o Temer, barrar o golpe e apoiar eleições gerais e reforma política”, afirmou.Desta vez, vai, garante a CUT. Desafio é distribuir pelo Brasil
O presidente da CUT também aproveitou para lembrar o esforço para se construir o que existe como estrutura de comunicação da Central: "Nós temos a TVT, por exemplo, e muitos elogiam e dizem que é preciso ampliar, melhorar. Pô, dá uma forcinha aí. Apenas poucos sindicatos contribuem financeiramente"
As falas de Israel do Vale, presidente da Rede Minas e diretor executivo do FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação), e de Rita Freire, presidenta do Conselho da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), convergiram em mostrar a estrutura pública que já existe, e que pode, consequentemente, auxiliar nessa tarefa de fazer chegar as informações contra-hegemônicas para a maioria da população.
Ambos reconheceram que os governos Dilma e Lula poderiam ter sido mais ousados no enfrentamento à mídia tradicional. Mas deram maior tempo a expor o que se conquistou. A EBC, duramente atacada pelo governo golpista, na opinião deles, é um embrião importante de uma comunicação pública. E que menosprezar a qualidade ou o alcance da emissora é um equívoco.
“Titubiantemente, mas tentando avançar no acesso à banda larga e na criação da EBC. São avanços inegáveis, o que explica os ataques à EBC, algo que pode se tornar um dia um instrumento que dê voz ao cidadão”, comentou Israel.
Valorizar a defender a EBC
“A TV nasce como pública na maioria das democracias consolidadas. A BBC por três décadas foi a única TV na Inglaterra. E isso interfere muito na percepção do espectador. Quem sempre financiou a BBC foi o cidadão, não com verba de governo. Portanto, a comparação desqualificadora com a EBC é mais que um jogo de letrinhas”, completou.
“A criação da EBC foi um dos grandes feitos dos governos do PT, mas depois foi deixado um pouco ao léu. Mas é injusto chamá-la de TV Traço. A EBC tem oito rádios, TV Brasil, uma agência que abastece a mídia inteira, tanto a privada quanto a livre. E mais uma agência de rádio que abastece rádios comunitárias”, destacou Rita Freire.
Israel destacou outra oportunidade que a esquerda deve aproveitar, que são as tevês da cidadania, cuja regulamentação da TV digital permite que possam ser criadas por prefeituras, com conteúdo educacional, cultural e jornalístico.
Por fim, o ex-ministro Gilberto Carvalho definiu: “Gente, esse projeto de comunicação é uma tarefa que precisa da CUT. São vocês que vão dar movimento a isso”.
Roni Barbosa, secretário nacional de Comunicação da Central, confirma: “Vamos colocar a rede CUT a serviço da distribuição do conteúdo que será produzido por este programa hoje anunciado. A distribuição é um grande desafio”.

sábado, 25 de junho de 2016

O “boom” das rádios comunitárias no Maranhão

Publicado originalmente em Jornal Pequeno
No Maranhão existem atualmente 158 rádios comunitárias autorizadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). De forma geral, essas rádios atuam em municípios que não possuem cursos superiores ou técnicos em Radialismo e mesmo aquelas que se localizam em São Luís geralmente estão instaladas em bairros da periferia, cujo número de profissionais da Comunicação é baixo.
As rádios comunitárias são um dos três tipos de rádios cuja atuação é permitida m território nacional. Elas consistem espaços democráticos de comunicação para pequenas comunidades, levando a elas informação, cultura, lazer e entretenimento. No Brasil, hoje as rádios comunitárias já respondem por cerca de 45% do total de rádios do país.
Como parte das ações de extensão da Faculdade Estácio de São Luís, a instituição desenvolve o Projeto de Extensão Capacitação para Radialistas Comunitários, que tem como público-alvo quem atua nas áreas de produção, locução e apresentação de programas. O curso envolve 10 rádios comunitárias do estado e os participantes foram indicados por intermédio da Associação Brasileira das Rádios Comunitárias (Abraço-MA). O projeto é gratuito e tem duração de quatro meses, com carga horária de 30 horas. Após o término das aulas, a intenção é que uma nova turma seja formada.
“Através da capacitação, as localidades onde estão as emissoras tendem a receber uma programação mais condizente com suas necessidades, com técnicas radiofônicas mais apuradas”, afirma Paulo Pellegrini, professor responsável por ministrar as aulas do projeto.
A proposta da pauta é mostrar o ambiente de algumas das rádios comunitárias (Verdes Mares e Tropical – São José de Ribamar; Cultura – Maiobão; Araruna – Cohatrac; Rádio Bacanga – Itaqui-Bacanga), assim como a capacitação dos radialistas desse setor. As aulas do Projeto de Extensão da Estácio serão encerradas na manhã deste sábado (25), quando os alunos apresentarão materiais produzidos durante o curso.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Senado debate Canal da Cidadania e financiamento das rádios e TVs comunitárias

O jornalista Paulo Miranda, presidente da
Abcom, levou à CDH as preocupações do
setor com o financiamento dos canais comunitários.
Da Agência Senado

Fruto do processo de digitalização da TV no Brasil, o Canal da Cidadania poderá ser um passo importante na democratização da comunicação, com a construção de um sistema público plural que inclui TVs não-estatais. O assunto foi discutido na segunda-feira (23) pelos participantes de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), que debateu os desafios da comunicação pública e dos direitos humanos nas TVs abertas e por assinatura.
O governo prevê a implantação do Canal da Cidadania até 2019 nas cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes. Ele vai fazer uso da multiprogramação possibilitada pela TV digital. Serão quatro faixas de conteúdo: a primeira, para municípios; a segunda, para estados; e outras duas para associações comunitárias.
— O Canal da Cidadania é uma revolução. Agora as prefeituras e as comunidades locais vão poder falar na TV aberta. Essa sempre foi a nossa batalha — disse o superintendente-executivo de Relacionamento Institucional da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), André Barbosa.
Além do Canal a Cidadania, também serão criados os Canais do Poder Executivo, da Educação, e da Cultura.
Pola Ribeiro, da Secretaria do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura, disse que uma maior disseminação dos canais estatais e públicos vai ajudar a diversificar a informação recebida pela população.
— A comunicação privada tem papel importante, mas ela não pode sozinha dar conta da comunicação do país. Não temos que bater altos índices de audiências, mas de referência — disse.
Integrante da Coordenação Executiva do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Bia Barbosa espera que os novos canais incluam a participação de diversos setores da sociedade.
— Se a programação do Canal da Educação for uma programação desenhada e organizada integralmente pelo MEC, a gente está falando de mais um canal estatal e não público — apontou.
De acordo com o representante do Ministério das Comunicações, Otávio Pieranti, o decreto de criação dos canais já prevê mecanismos de participação social na programação. Até hoje, 378 municípios solicitaram a outorga do Canal da Cidadania. Desses, 25 já estão em fase de apresentação de projeto técnico. Após essa etapa, informou, o Ministério encaminhará os pedidos de outorga ao Congresso Nacional, que dará a palavra final.

Veja a reportagem sobre o debate dos desafios da comunicação pública e dos direitos humanos na TV




Financiamento

Outro assunto que mereceu atenção durante a audiência pública foi a sustentabilidade das rádios e TVs comunitárias. O presidente da Associação Brasileira de Canais Comunitários, Paulo Miranda, propôs que o financiamento das TVs estaduais, universitárias, comunitárias e de órgãos públicos deve seguir modelo semelhante ao adotado na lei que criou a EBC (Empresa Brasil de Comunicação). 
Além de recursos orçamentários da União, a EBC recebe verbas da publicidade institucional do governo, doações e recursos do Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações).
Outros representantes de rádios e TVs comunitárias sugeriram que o governo federal destine ao menos 10% da verba gasta com publicidade para veículos de comunicação pública e comunitária. Em 2014, a administração pública federal gastou R$ 2,32 bilhões em publicidade.
— Esse bolo é do nosso imposto, é do nosso recurso e nós temos direito de dizer para onde deve ir — disse Paulo Miranda.
Alessandro Godinho, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, pasta que é responsável pela destinação das verbas de publicidade estatal, afirmou que o governo amentou o número de veículos que recebem verbas nos últimos 10 anos. Segundo ele, a audiência é um critério importante, mas não o único considerado.

— O governo evoluiu de um patamar de cerca de 200 veículos programados para quase 4 mil veículos. Somos sabedores que temos um campo para avançar. O recurso é finito e não conseguimos atender às expectativas de todo mundo — assinalou Godinho.

domingo, 26 de julho de 2015

Brasil: autorizadas 934 novas rádio comunitárias e emissoras de TV educativas

O Ministério das Comunicações lançou um novo Plano Nacional de Outorgas (PNO) para emissoras comunitárias e educativas. Ao todo, 699 municípios vão ser contemplados com novas rádios comunitárias e outras 235 localidades serão beneficiadas com rádios e TVs educativas. Atualmente, as rádios comunitárias estão presentes em 3.781 municípios.
Outra novidade é que o processo para conseguir a autorização do Governo para abrir uma emissora educativa ou comunitária vai ficar mais simples.
O objetivo do plano é ampliar o serviço para 4.277 cidades, o que representa 77% dos municípios brasileiros. Quanto às rádios e TVs educativas, 235 cidades serão beneficiadas - 205 novas outorgas para rádios FM e 30 para TVs com fins exclusivamente educativos.

Demanda

Os critérios seguidos para a escolha dos municípios atendidos com rádios comunitárias foram os cadastros de demonstração de interesse enviados pelas entidades ao Ministério das Comunicações, a chamada demanda reprimida.
Já para as outorgas educativas foram levados em conta as demonstrações de interesse, a disponibilidade de canais de FM ou TV na cidade e a presença de instituições de ensino superior públicas.

Menos documentos

A intenção é desburocratizar o processo de concessões e aumentar o número de emissoras para garantir que a população tenha maior acesso à comunicação pública. O processo de autorização para uma nova rádio comunitária poderá cair de dois anos, em média, para seis meses. Pelas novas regras, o número de documentos que as entidades deverão apresentar diminuirá de 33 para sete. No caso das emissoras educativas, a relação de documentos cairá de 18 para 8.
"Para que se garanta a pluralidade, é preciso haver a máxima dispersão das emissoras. Isso dá a possibilidade de a sociedade se manifestar, falar e ser ouvida", afirmou o secretário de comunicação eletrônica do ministério, Emiliano José.

A escolha dos municípios foi feita com base na demanda reprimida, ou seja, nos pedidos de novas emissoras.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Prazo para autorizar novas rádios comunitárias pode cair para 6 meses

Estimativa leva em conta medidas para simplificar e reduzir burocracia; tempo médio atual é de dois anos


O processo de autorização para uma nova rádio comunitária poderá cair de dois anos, em média, para apenas seis meses. A estimativa foi feita nesta terça-feira, pelo Ministério das Comunicações, durante a instalação do Comitê de Assessoramento do GTDS (Grupo de Trabalho de Desburocratização dos Processos de Outorga e Pós-Outorga de Serviços de Radiodifusão).
O comitê vai dar contribuições ao Ministério das Comunicações para acelerar a concessão de outorgas de radiodifusão. O objetivo é adotar medidas para simplificar procedimentos e reduzir a burocracia na análise dos processos que tramitam no ministério. Atualmente, esse número é de 28 mil. O comitê conta com representantes de entidades ligadas ao setor de radiodifusão, além de Anatel, da Casa Civil, da Câmara e do Senado.
Na solenidade de instalação do comitê, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, ressaltou que "não faz sentido nós termos procedimentos que demoram quatro, cinco e, em alguns casos, 10 ou 12 anos. Temos de ter a agilidade própria de um momento tecnológico da humanidade que permite maior racionalidade nesse processo."
O objetivo do comitê é trabalhar em conjunto com as entidades que têm interesse no setor de radiodifusão e também com as instituições públicas por onde os processos tramitam, além do ministério. É o caso da Anatel, Casa Civil da Presidência da República e o Congresso Nacional.
O Comitê de Assessoramento faz sua primeira reunião com o GTDS na tarde de hoje, para apresentar sugestões e receber um balanço sobre as ações do Grupo de Trabalho do ministério, que foi instalado em março deste ano. Uma das primeiras propostas em estudo pelo grupo é a redução das exigências burocráticas no processo de autorização de uma emissora de rádio comunitária.
"Já há uma indicação de que haverá uma diminuição de rotinas, fluxos e processos", afirma Emiliano José, secretário de Comunicação Eletrônica do MiniCom. "No caso das rádios comunitárias, há uma indicação de que o número de documentos exigidos pode cair de 33 para 10 – mas isso pode até diminuir, a depender das sugestões do comitê", diz.
O GTDS, em interação com o comitê, terá como objetivos reduzir o tempo de tramitação dos processos, diminuir as exigências burocráticas, rever o fluxo dos processos e as competências compartilhadas. Além disso, prevê a revisão de portarias e instrumentos internos do MiniCom, além da alteração de decretos e leis. O grupo de trabalho deverá concluir suas atividades em novembro de 2015.
O ministro Ricardo Berzoini reforçou a necessidade do trabalho conjunto para agilizar a concessão de outorgas para serviços de radiodifusão e exemplificou: "De cada dez parlamentares ou entidades que eu recebo em audiência, oito são para tratar de tramitação ou informações sobre processos de radiodifusão."

O Comitê Técnico de Assessoramento ao Grupo de Trabalho de Desburocratização e Simplificação dos Processos de Outorga e Pós-Outorga de Serviços de Radiodifusão (GTDS), conta com representantes das seguintes entidades: Associação Brasileira de Canais Comunitários (Abccom); Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert); Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel): Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço): Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra): Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU): Associação Brasileira de Televisões e Rádios Legislativas (Astral): Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc Brasil): Câmara dos Deputados; Casa Civil da Presidência da República; Frente Nacional pela Valorização das TVs do Campo Público (Frenavatec); Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET) e Senado Federal.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Por conta da Copa, Anatel intensifica combate a rádios comunitárias

Por Bruno Marinoni, do Observatório do Direito à Comunicação


Na última segunda-feira, dia 24, por volta das 22 horas, manifestantes reocuparam o estúdio da Rádio Muda, voltando a colocá-la em operação. Na manhã do dia anterior, a emissora, que funciona na Universidade de Campinas (Unicamp) e transmite diariamente há cerca de três décadas, havia sido desmontada. A ação aconteceu poucos dias depois de a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) enviar informe a associações de rádios comunitárias comunicando que, em consequência da proximidade da Copa do Mundo, haveria o “reforço da fiscalização” em todo o Brasil e “autuação” no primeiro semestre de 2014.

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A carta recebida justifica o recrudescimento da repressão contra as rádios comunitárias e livres pela “proximidade da Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 e a necessidade de utilização intensa do espectro radioelétrico durante a realização de eventos de grande magnitude”. A ação segue assim uma série de medidas que têm intensificado a criminalização dos movimentos sociais e populares em nome da ordem e do bom andamento dos compromissos do governo com os mega-eventos, como a proposta de uma lei antiterrorismo, de um manual de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e a Lei Geral da Copa.

Segundo Pedro Martins, representante da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc) no Brasil, o plano da Anatel expõe ainda mais a política atual do governo e do Ministério da Comunicações de continuar protegendo a mídia corporativa em detrimento de ampliar a pluralidade e a diversidade de vozes no espectro. Ele diz acreditar que “a repressão à Rádio Muda esteja dentro deste plano, que expõe ainda mais a política atual do governo e do Ministério da Comunicações de continuar protegendo a mídia corporativa em detrimento de ampliar a pluralidade e a diversidade de vozes no espectro. E a Copa vem servindo como elemento para aumentar ainda mais a repressão, o que é bem preocupante”.

Um levantamento publicado em 2010 pela Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) indicou que 471 entidades na região de Campinas buscavam o reconhecimento do serviço de radiodifusão, sendo que 51% estavam com seus processos arquivados, 9% em andamento e 27 % aguardando aviso de habilitação. Desse total, apenas 63 entidades tinham seus pleitos autorizados. Hoje, quatro anos depois, esse número teria subido para 65, de acordo com informações do Movimento Nacional das Rádios Comunitárias (MNRC).

Os números demonstram que a prioridade para o setor tem sido dar peso nas autuações, em detrimento das autorizações. A forma como vêm atuando os agentes do Estado tem sido objeto de críticas pelos defensores das rádios comunitárias e livres. Jerry de Oliveira, representante do MNRC em São Paulo, declara que “o MNRC de São Paulo repudia esta ação contra a Rádio Muda, ainda mais sabendo por meio de documento informal que a operação aconteceria fora dos padrões determinados pelo código civil”. 

O documento ao qual Oliveira se refere seria a troca de e-mails entre agentes da Anatel, na qual recomendariam “atenção especial” à Rádio Muda por ser operada por estudantes da Unicamp que têm resistido às investidas dos agentes (a rádio já foi fechada seis vezes). Na mensagem, a recomendação é de que a ação seja feita em um feriado ou domingo pela manhã, como aconteceu no fim de semana anterior. O representante do MNRC afirma que a Anatel tem “medo da organização popular”.

A resistência dos estudantes da Unicamp, que reocuparam os estúdios da Rádio Muda na caixa d’água da universidade, continua. O MNRC diz estar preparado para resistir.

Abert consegue que justiça proiba publicidade oficial a rádios comunitárias

A pedido da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a justiça suspendeu a publicidade pública nas rádios comunitárias. A decisão é do juiz federal Paulo Ricardo de Souza Cruz, da 2ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, ao determinar ao ministério das Comunicações, em caráter liminar, a suspensão de dois itens da Portaria nº 197, que alteram normas estabelecidas para o Serviço de Radiodifusão Comunitária no país.


Os dispositivos suspensos são o que garantem o patrocínio das rádios comunitárias por meio de recursos públicos, o que é vedado pela Lei n. 9.612/98; e o que atribui canal exclusivo na faixa de frequência utilizada pelas rádios comunitárias, contrariando a Lei nº 9.612/98 e sua regulamentação, que preveem apenas a definição de canal único, mas sem exclusividade.
A ação que resultou na liminar foi proposta pela Abert em 21 de janeiro deste ano, depois de sucessivas reações da entidade e das associações estaduais junto ao Ministério das Comunicações. “Essa é mais uma vitória do nosso setor em defesa da legalidade na radiodifusão brasileira”, afirmou o presidente da Abert, Daniel Pimentel Slaviero, em nota divulgada com as emissoras de rádio.
Na ação, a Abert sustenta que há três inovações na Portaria nº 197 em conflito com a legislação, causando prejuízos aos seus associados e à coletividade. O primeiro diz respeito ao item 3.1.1, que permite o patrocínio de serviços por meio de recursos públicos, o que contraria o disposto no artigo 18 da lei 9.612/98, assim expresso: “As prestadoras do Serviço de Radiodifusão Comunitária poderão admitir patrocínio, sob a forma de apoio cultural, para os programas a serem transmitidos, desde que restritos aos estabelecimentos situados na área da comunidade atendida”.
“Da leitura da regra, observa-se que o patrocínio das rádios comunitárias deve ficar restrito aos estabelecimentos situados na área da comunidade atendida, o que, a meu ver, evidencia a impossibilidade de utilização de recursos públicos”, ressaltou o juiz Paulo Ricardo de Souza Cruz. Em sua decisão, ele explicou que a despeito de a Portaria 197 ter sido editada em julho de 2013, o risco de dano irreparável ou de difícil reparação em face da demora na prestação jurisdicional se mostra presente, “tendo em vista a possibilidade de, com a não suspensão dos itens, ser aplicado às rádios comunitárias o novo regramento em descompasso com a legislação de regência”.

domingo, 22 de setembro de 2013

STF abre precedente pela descriminalização de rádio comunitária sem autorização

Com base no Radiotube
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal - STF decidiu que J.S.J., acusado de transmissão de rádio clandestina, não responderá a processo criminal.
A posição adotada pelo STF pode criar jurisprudência na justiça brasleira, descriminalizando a exploração de freqüência radiofônica sem autorização governamental. Estima-se que mais de 30  mil emissoras de rádio de baixa potência operem de forma ilegal no Brasil.
A decisão foi tomada após atuação da Defensoria Pública da União (DPU) em favor do réu. J.S.J. operava uma pequena rádio no interior do Estado do Amazonas sem concessão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Ele foi denunciado pelo Ministério Público com base no Artigo 183 da Lei 9.472/97, que prevê pena de dois a quatro anos de prisão para quem desenvolver clandestinamente atividades de telecomunicação.
O caso percorreu várias instâncias do Poder Judiciário até chegar ao Supremo. De acordo com a Segunda Turma, J.S.J. não deveria responder processo em função do princípio da insignificância, por meio do qual a Justiça não pode ser acionada em casos de menor gravidade, onde não há grande risco para a sociedade.
O Radiotube entrevistou o  Defensor Público da União, Esdras Carvalho que falou sobre o assunto, Confira, abaixo.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Rádio comunitária pode se tornar provedora de internet

O Departamento da Banda Larga do Ministério das Comunicações (MiniCom) chamou representantes de organizações das telecomunicações e radiodifusão para propor que rádios comunitárias e públicas possam se tornar provedores de internet. Como entidades sem fins lucrativos, ambos os serviços de radiodifusão, público e comunitário, poderão dispor de conexões sem fio à Internet sob a licencia Serviço Limitado Privado (SLP).

De acordo com o MiniCom, o licenciamento para os serviços seria simples e rápido e poderia ser feito em qualquer município do país. Existem áreas, sobretudo rurais, que são classificadas como preferenciais como Norte e Nordeste do Brasil.

Segundo a Telebrás, poderão ser solicitadas licenças também em municípios onde já há oferta do serviço por entidades comerciais. O diretor comercial da Telebrás, Francisco Zioguer, acredita que as rádios poderão contribuir com maior alcance do serviço de banda larga se tiverem estrutura técnica e financeira suficiente. 

Entretanto, o custo da implementação do serviço varia de R$ 4 mil a R$ 16 mil, valor considerado alto pelas emissoras comunitárias que não tem fins lucrativos. Por isso, seria necessário um projeto por parte de algum órgão público que garanta esse passo inicial.

Para o representante nacional da Amarc Brasil, Arthur William, a possibilidade de oferecer o serviço em municípios com dificuldade de acesso à internet abre a possibilidade de reconhecimento do papel das rádios comunitárias no Brasil. No entanto, ele destaca que as comunitárias continuam sendo perseguidas dentro da sua principal atuação que é difusão de cultura e informação de suas comunidades. Ele também vê nessa proposta a possibilidade de criar alternativas para sustentabilidade das emissoras, já que , por exemplo, são proibidas de fazer publicidade.
Estiveram presentes a Telebrás, a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), a Associação de Rádios Públicas (ARPUB) e a Associação Mundial de Rádios Comunitárias do Brasil (Amarc Brasil).

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Bolívia: Conflito agrário gera destruição de rádio comunitária

Do Repórter sem Fronteiras


Colonizadores contrarios a la gestión municipal del alcalde de Caranavi, Teodosio Quispe Acarapi, tomaron el martes el edificio de la Federación Agraria Provincial de Colonizadores de Caranavi (Fapcca) y “arrasaron” con la radio “La Voz de las Mayorías” que forma parte de la Red de Pueblos Originarios (RPO) y quemaron los enceres del inmueble.
De acuerdo al reporte del periodista, Freddy Ibáñez, para este martes los afiliados de la Fapcca y los colonizadores contrarios al Alcalde de Caranavi convocaron a cabildos a objeto de fijar posiciones sobre sus demandas, y que al promediar las 11.30 se encontraron en una marcha que derivó en un enfrentamiento y el posterior asalto al edifício de la Fapcca.

Reporteros sin Fronteras reprueba la destrucción de la estación de radio AM 1.080 La Voz de las Mayorías, en Caranavi (a 160 kilómetros de La Paz), ocurrida el 21 de mayo de 2013. Esta radio comunitaria, que forma parte de la Red de Radios de los Pueblos Originarios, fue destruida por los enfrentamientos entre dos federaciones de colonizadores (campesinos migrantes del altiplano): la Federación Agraria Provincial de Colonizadores de Caranavi (FAPCA) y la Federación Agraria Especial de Colonizadores de Carrasco.

Manifestantes irrumpieron en la estación –cuyas oficinas se encuentran en las instalaciones de la FAPCA– reclamándole su parcialidad. El periodista Franz Eddy Loza tuvo que escapar tras ser amenazado de muerte; se refugió en la casa vecina. Los manifestantes destrozaron y desmantelaron el equipo del medio de comunicación. "De la radio no queda nada. Yo tengo algunos papeles como la Licencia de Funcionamiento, pero nada más", explicó Franz Eddy Loza a Reporteros sin Fronteras.
Durante los enfrentamientos, otros periodistas también fueron amenazados o agredidos por los manifestantes, como el camarógrafo Juan Carlos Mazarro de Radio Televisión Caranavi, a quien golpearon y le quitaron su cámara. Una treintena de personas resultó herida.
"En 2012 varias radios fueron blanco de atentados con dinamita, como la radio comunitaria Radioemisoras Bolivia 1.450 Khz AM, el 26 de junio. Los medios de comunicación deben dejar de pagar por la violencia generada por los conflictos sociales y políticos. Debe respetarse el trabajo y la integridad física de los profesionales de los medios de comunicación", declaró Reporteros sin Fronteras.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Aberta seleção para autorizar rádios comunitárias em 61 cidades


Entidades interessadas em ganhar outorga 
para operar emissora têm 60 dias para fazer a inscrição. Há ofertas em todas as Regiões.

O Ministério das Comunicações publicou nesta quarta-feira um aviso de habilitação para inscrição de entidades interessadas em executar o serviço de radiodifusão comunitária. O aviso vai autorizar rádios comunitárias em 61 municípios de vários estados do Brasil. As entidades têm o prazo de 60 dias para se inscrever.
Todas as cidades beneficiadas desta vez já contam com emissoras comunitárias ou têm processos em andamento no ministério, mas manifestaram interesse em ter novas rádios. Esses pedidos que chegam ao MiniCom entram no chamado Cadastro de Demonstração de Interesse (CDI), um mapeamento realizado para identificar onde há demanda por novas emissoras. Os municípios contemplados são do Amazonas (2), Bahia (6), Ceará (6), Espírito Santo (1), Maranhão (1), Minas Gerais (10), Mato Grosso do Sul (2), Mato Grosso (1), Pará (5), Paraíba (2), Pernambuco (3), Paraná (3), Rio de Janeiro (4), Rio Grande do Norte (1), Rio Grande do Sul (8), Santa Catarina (2) e São Paulo (4).
O processo de seleção das entidades deste aviso será conduzido pela sede do MiniCom, em Brasília, para onde deverão ser encaminhadas as inscrições e toda a documentação exigida. Este é o quarto aviso de habilitação para rádios comunitárias que o Ministério das Comunicações publica neste ano. Até o fim de 2013 serão mais nove avisos.

terça-feira, 5 de março de 2013

Seleção para novas rádios comunitárias em 75 municípios

O aviso de habilitação que autoriza a abertura de novas rádios comunitárias em 75 municípios brasileiros, que ainda não contam com nenhuma emissora desse tipo, foi publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira (4). As entidades interessadas em participar da seleção têm 60 dias para fazer a inscrição. Lançado pelo Ministério das Comunicações, o aviso irá beneficiar 26 municípios do Piauí, 13 da Paraíba, 11 de Goiás, oito do Tocantins, cinco de Alagoas, cinco do Rio Grande Norte, quatro da Bahia e três do Maranhão. O formulário de inscrição pode ser obtido tanto no site do Ministério das Comunicações quanto diretamente na Delegacia Regional do ministério, em São Paulo. O coordenador-geral de Radiodifusão Comunitária, Samir Nobre, informa que todo o processo de seleção deste aviso será conduzido pela Delegacia de São Paulo, para onde deverão ser encaminhadas as inscrições. Este é o terceiro aviso de habilitação para rádios comunitárias publicado este ano. Até o fim de 2013, serão mais dez avisos. As seleções serão destinadas tanto a municípios que ainda não possuem nenhuma emissora quanto àquelas cidades que já contam com uma rádio comunitária, mas que demonstraram interesse formalmente por novas outorgas.
O ano passado, 719 municípios foram contemplados e, neste ano, serão mais 706 cidades. A meta do ministério é dar condições para que todos os municípios brasileiros tenham pelo menos uma rádio comunitária funcionando até o fim do ano.
Acesse a lista dos municípios contemplados e a documentação necessária para participar do aviso de habilitação. 

Rádio Comunitária


As rádios comunitárias não podem ter fins lucrativos, nem vínculos com partidos políticos ou instituições religiosas. O Serviço de Radiodifusão Comunitária foi criado pela Lei 9.612, de 1998, regulamentada pelo Decreto 2.615 do mesmo ano. Trata-se de radiodifusão sonora, em freqüência modulada (FM), de baixa potência (25 Watts) e cobertura restrita a um raio de 1 km a partir da antena transmissora.
Podem explorar esse serviço somente associações e fundações comunitárias sem fins lucrativos, com sede nos locais da prestação do serviço. As estações de rádio comunitárias devem ter uma programação pluralista, sem qualquer tipo de censura, e devem ser abertas à expressão de todos os habitantes da região atendida.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Rádio Comunitária: MiniCom lança edital para 40 concessões no Nordeste


O Ministério das Comunicações publicou, na segunda-feira, 4/2, um novo aviso de habilitação para levar rádios comunitárias a municípios que ainda não têm nenhuma emissora desse tipo. A seleção abrange 40 localidades da Bahia (28), Maranhão (8), Pernambuco (3) e Rio Grande do Norte (1). Os interessados em montar uma rádio nesses municípios têm 60 dias para se inscrever.
Todo o processo de seleção será conduzido pela Delegacia Regional do MiniCom em São Paulo, para onde deverão ser encaminhadas as inscrições. Documentação encaminhada para a sede do ministério em Brasília ou para outra delegacia regional que não seja a de São Paulo não será recebida. As entidades interessadas em prestar o serviço devem ficar atentas, sob o risco de não serem habilitadas no aviso.
O formulário de inscrição pode ser obtido tanto no site do Ministério das Comunicações quanto diretamente na Delegacia Regional do MiniCom em São Paulo. O pagamento da taxa de cadastramento deverá ser feito em qualquer agência do Banco do Brasil. O aviso de habilitação explica o procedimento que deve ser adotado por clientes e também para quem não possui conta no Banco do Brasil.
Neste ano, o Ministério das Comunicações vai lançar mais 11 avisos de habilitação para rádios comunitárias. As seleções serão destinadas tanto a municípios que ainda não possuem nenhuma emissora quanto àquelas cidades que já contam com uma rádio comunitária, mas que demonstraram interesse formalmente por novas outorgas.
Em 2012, foram 719 municípios contemplados e neste ano serão mais 706 cidades. O objetivo do MiniCom é dar condições para que todos os municípios brasileiros tenham pelo menos uma rádio comunitária funcionando até o fim de 2013.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Aberta seleção para rádios comunitárias em 75 municípios



Desde o dia 17 de janeiro está aberto no Ministério das Comunicações o processo de habilitação a freqüências de rádios comunitárias. Mais 75 municípios brasileiros vão ser contemplados pela primeira vez com uma rádio comunitária. Os interessados em ganhar a autorização para operar uma emissora comunitária terão o prazo de 60 dias para se inscrever.

O aviso de habilitação abrange cidades da Região Norte (Acre, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins), Nordeste (Bahia e Pernambuco) e Centro-Oeste (Goiás). 

Toda a tramitação dos processos deste aviso de habilitação ficará sob a responsabilidade da delegacia regional do ministério em São Paulo, único local onde inscrições deverão ser feitas, via postal ou diretamente no protocolo da delegacia. 
Veja aqui a lista das cidades beneficiadas e os documentos exigidos.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Rádios comunitárias querem isenção de Ecad

Enviado pela Abraço


A seção brasileira da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc) e a organização Artigo19 encaminharam ação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) reivindicando a não cobrança de direitos autorais às emissoras comunitárias.

As entidades argumentam que o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), ao fazer cobranças a essas rádios da mesma forma como faz às comerciais, impõe “um tratamento flagrantemente discriminatório e restritivo”. Isso porque “o uso natural e despretensioso” de produções “para satisfação própria ou sem fins econômicos não vêm por violar direitos patrimoniais do autor”.

Arthur William, representante da Amarc Brasil, explica que, quando veiculam músicas nacionais e locais, as rádios comunitárias têm apenas a intenção de distribuir e promover cultura. Dessa maneira, destaca que essas emissoras não devem ser cobradas pelo Ecad, já que exposição pública das obras não tem objetivo de lucro.
Ele aponta também que a Lei 9612, que regula as rádios comunitárias no país, não estabelece formas viáveis de sustentabilidade financeira às emissoras. Pelo contrário, a norma é tão restritiva que acaba ferindo padrões internacionais de liberdade de expressão e informação.

Sem a possibilidade de realizar publicidades e diante da ausência de outras fontes de renda, a ação, encaminhada em dezembro ao STJ, destaca que as cobranças do Ecad são abusivas e contribuem para criminalização da radiodifusão comunitária.

Para exemplificar, Arthur compara o valor das faturas mensais relativas aos direitos autorais, que segundo ele chegam a 500 reais, ao valor do salário mínimo, hoje atualizado em 678 reais. Assim, aponta que as cobranças aumentam a desigualdade vivenciada pelas comunitárias, impedindo o exercício do direito humano à comunicação de comunicadores e suas comunidades.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Rádio Livre atua na reintegração de presos do Ceará

Da Agência da Boa Notícia 

Em experiência desde o ano passado, em unidades prisionais do Ceará, a Rádio Livre será inaugurada oficialmente na próxima quinta-feira (10), às 9h, na sede da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará (Rua Tenente Benévolo, 1055 – Meireles). O projeto usa um sistema de comunicação que envolve internet e radiadoras e visa colaborar no processo de reintegração das pessoas que cumprem penas nos presídios cearenses, bem como auxiliar os programas da Secretaria nas áreas de educação, saúde, cultura e direitos humanos. A solenidade de inauguração terá transmissão ao vivo para as unidades prisionais.


Na sede da Secretaria está localizado o estúdio profissional para a produção de programas próprios e transmissão de programações ao vivo para a rede de unidades assistidas. A Rádio Livre já funciona em cinco unidades penitenciárias da Região Metropolitana de Fortaleza: as Casas de Privação Provisória de Liberdade II, III e de Caucaia, na Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo (Pacatuba) e no Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa (IPF). Está prevista ampliação do projeto para a  CPPL IV e o Instituto Penal Professor Olavo Oliveira II.

Nas unidades, caixas de som instaladas em áreas de vivências e corredores transmitem a programação de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, para cerca de quatro mil presos. Os servidores da Secretaria também podem acompanhar a rádio por meio da intranet (rede interna de comunicação). Em algumas unidades, a radiadora também é disponibilizada à direção para apoio nas ações de disciplina, recados, participação dos familiares e avisos de atividades.

Segundo a secretária da Justiça e Cidadania, Mariana Lobo, "o projeto aposta na capacitação e reintegração social dos internos por meio da informação, educação e promoção dos direitos humanos, do combate a todos os tipos de discriminação e promovendo cultura de paz dentro do ambiente carcerário". (Com informações da Assessoria de imprensa da Sejus)

Mais informações: Rádio Livre – (fone: 85 3101 2507)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Câmara rejeita descriminalização de radiodifusão de baixa potência sem autorização


Do Telaviva news

O uso de drogas poderá vir a ser descriminalizado mas a exploração de rádios comunitárias está fora de cogitação. Com apoio de deputados do PT, PCdoB e parte dos parlamentares do PSB, a maioria dos deputados da Câmara votou pela retirada do artigo 8º da Medida Provisória das Parcerias Público-Privadas (PPPs), MP 575/2012, que dava nova redação ao artigo nº 70 do Código Brasileiro de Telecomunicações (lei 4.117). 
O objetivo da Emenda oriunda do Senado era de descriminalizar a operação de rádios e TVs clandestinas com potência inferior a 100 watts no País, além de reduzir a pena de detenção para o mínimo de seis meses e máximo de dois anos, sem agravantes. 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Brasil: até 2014 todos os municípios terão uma rádio comunitária

De Medioslatinos

En el marco del plan Nacional de Concesiones 2012-2013, el Ministerio de Comunicaciones de Brasil publicó un nuevo aviso de habilitación de radios comunitarias en 16 estados del país. La selección contempla 54 municipios que ya cuentan con el servicio, pero demostraron interés por nuevas emisoras. 
En total, fueron 13 avisos durante 2012 y se contemplaron 719 municipios. En 2013 se incluirán otras 13 selecciones que abarcarán 706 ciudades. De este modo, el Ministerio de Comunicaciones espera poder ofrecer las condiciones para que todos los municipios brasileños tengan por lo menos una radio comunitaria funcionando antes del término de 2013. 
"Tenemos presente la importancia del servicio, estamos trabajando en la universalización. Las radios comunitarias son un espacio esencial para dar voz a los ciudadanos que participan activamente, siempre buscando el bienestar de la comunidad", indicó Samir Nobre, coordinador general de Radiodifusión Comunitaria del Ministerio de Comunicaciones.

Información publicada en el sitio web de Mediatelecom. Para más detalles haga click aquí.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Uruguai: rádios são fechadas por fazer proselitismo religioso

De Medioslatinos

El gobierno de Uruguay ha anunciado mediante una resolución del Poder Ejecutivo la clausura de 74 radios comunitarias en todo el país. En total se dispuso el cierre de 74 emisoras; 20 de ellas hacían "proselitismo religioso", una de las tantas causales para ordenar la clausura de una radio comunitaria. Tal fue el caso de las emisoras "Iglesia Lámpara y Lumbrera", "Jesucristo es la única respuesta del Uruguay", "Alianza de Cristo", "Misión Cristiana Maratana", "Tabernáculo el Señor es mi pastor". 
También fueron clausuradas más de 50 radios con programación diversa o vinculadas a instituciones deportivas o sociales. Según informó el presidente del directorio de la Unidad Reguladora de Servicios de Comunicaciones, Gabriel Lombide, la decisión se tomó en base al informe del Consejo Honorario Asesor de Radiodifusión Comunitaria (Charc) tras conocerse los resultados del Censo Nacional de Radios Comunitarias. 
El informe concluyó que estas 74 emisoras no cumplieron con los requisitos previstos en la ley 18.232, que establece que los servicios de radiodifusión comunitaria "no podrán realizar proselitismo político-partidario o religioso, ni promover la discriminación de raza, etnia, género, orientación sexual, religión, edad o de cualquier otro tipo". La resolución de la Ursec también contiene un llamado para la adjudicación de 21 frecuencias, en los departamentos de Soriano, Paysandú, Tacuarembó, Rivera, Salto y Canelones.

Información publicada en el periódico uruguayo El País. Para más detalles haga click aquí.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Comunicação Pública e Comunicação Comunitária: algumas provocações

De Elaine Tavares, do Instituto de Estudos Latino-americanos - Adital

Podem-se separar esses dois conceitos de comunicação como sendo, o primeiro, uma comunicação feita com o controle da sociedade organizada, e o segundo, como a comunicação feita numa comunidade
específica. Mas, se fixarmos bem o olhar, vamos ver que é só uma divisão didática. Tanto uma como a outra precisa da organização comunitária. E aí é que a porca torce o rabo. Vivemos num país – e arrisco dizer – num continente, onde a participação é coisa que ainda precisa ser aprendida. Países colonizados, amordaçados, useiros e vezeiros de ditaduras militares, de governos conservadores e patriarcais. Somos uma gente muito pouco acostumada a ter espaço onde dizer a palavra. Por conta disso, estamos sempre sendo representados por pequenos grupos que, com o passar do tempo, se acham no direito de dizer o que gostamos e o que não gostamos. Democracia direta é coisa distante para nós.
Isso nos leva a questão principal que é a da comunidade. O que é isso? Como definir? O filósofo Enrique Dussel tem um conceito para comunidade que eu gosto muito. Ele diz que comunidade é o povo organizado, são as forças em ação num determinado lugar. Ora, isso nos coloca um problema, com o qual, nós, que trabalhamos com a tal da comunicação comunitária, temos de lidar todo o dia.
Vou falar da minha aldeia, para que vocês possam - se for bem sucedida – aceder ao universal. Temos uma rádio comunitária no bairro onde moro em Florianópolis, o Campeche. Ela foi criada pelo movimento organizado que se formou num momento em que a comunidade foi chamada a discutir um plano diretor. Foi um tempo rico. As pessoas se juntavam, debatiam, discutiam o bairro e, depois de muita reunião, formularam uma proposta. Foi a primeira comunidade de Florianópolis a fazer isso, nos anos 80. Mas, nesse processo, quem atuou não foi o bairro todo, eram alguns. Principalmente gente de esquerda, mas também gente nem tão de esquerda, mas que queria pensar o bairro e garantir uma vida boa. Esse movimento fez nascer um jornal impresso, o "Fala Campeche”, que passou a ser uma voz importante no bairro, dando notícias de todo o debate do plano diretor, assim como de todos os olhares que o construíram. Essa
caminhada desse povo organizada, mais tarde, acabou gestando a Rádio Comunitária Campeche.
A nossa rádio, portanto, é filha de um longo processo de organização da comunidade, de um conjunto de pessoas que, por vezes, nem está tão afinada na política, mas que se afina no desejo de coisas boas para o
bairro. É uma aliança tênue e frágil que temos de refazer a toda hora. Mas, ainda assim, temos conseguido manter a rádio viva desde 1994, com programas ao vivo desde 2004. Ali têm espaço todas as forças vivas que atuam no bairro, o que garante voz inclusive a algumas com as quais nem concordamos muito. Mas, isso é a democracia e a rádio está ali para o debate.
Isso significa que, tal qual na vida mesma, a luta de classe também se faz no âmbito da comunicação comunitária. É o nosso desafio diário. Todas as mazelas da sociedade se expressam naquele espaço. A
comunidade se vê retratada na rádio e ocupa o espaço. Então, temos de lidar o tempo todo com a contradição. De um lado, todos os pressupostos que garantem ser a nossa rádio um espaço democrático,
livre, formador de conhecimento, fomentadora dos debates e de outro, a sempre constante presença de forças que representam o contrário. Isso significa que a peleia pelas mentes e corações é diária. Assim que
fica claro o quanto esse vocábulo "comunidade” encerra de conflito, contradição e complexidade.

Comunitário e popular

Nesse sentido a comunicação comunitária se diferencia totalmente de outras propostas de comunicação popular que se fazem sem essa tensão. É o caso de outro projeto no qual tomo parte que é a Revista Pobres e Nojentas, uma revista de reportagem que busca mostrar aquilo que a mídia normal não mostra. Esse é um projeto unilateral, que existe a partir do desejo de cinco jornalistas e alguns parceiros eventuais.
Nós olhamos a cidade, as comunidades de periferia, os problemas, e decidimos a pauta.
Damos espaço para quem queremos e nos damos o direito de não dar voz a quem acreditamos que não mereça. É uma revista parcial, fincada na ideia de que aquele é um espaço dos que não têm ainda onde expressar sua voz. Ainda assim é um projeto de comunicação popular porque se faz na perspectiva do mundo popular e se distribui gratuitamente nas comunidades. Da mesma forma pode-se falar do blog "Palavras Insurgentes”, mantido por mim na rede mundial de computadores. Faço ali comunicação popular porque o mundo que retrato é o mundo popular. Mas, a edição, coordeno eu. Eu decido os temas, eu escrevo, faço minha análise, expresso minha opinião. E, ainda que seja um jornalismo feito "desde abajo”, ele depende só de mim.
Por isso que fazer comunicação comunitária é um desafio mais instigante. Porque nessa proposta estamos em grupo, fazendo coisas em perpétuo negociar. E isso não é coisa fácil. Porque fazer comunicação nas e para as comunidades é possível com uma só mão. Barbada, desde que tenhamos a convicção política e os meios de produção. Mas, fazer comunicação com as comunidades exige o descarte completo do ego, das
certezas, e da intolerância.
Dou um exemplo com o qual nos deparamos todos os dias na rádio comunitária. Nossa rádio nasceu com o firme propósito de formar conhecimento, fugir dos temas impostos pela indústria cultural, debater os problemas locais. Mas, como agir com o associado que quer ouvir na rádio a música que é sucesso nacional, ainda que alavancada pela indústria? Como propor à comunidade um gosto que é de um grupo em
particular? Essas são questões que estão sempre em pauta, discutidas à exaustão. Porque ser comunitária pressupõe estar em diálogo, e não servindo como correia de transmissão de um pensamento particular. É
claro que, nesse caso, o debate se faz ao vivo, com o ouvinte participando e tendo a chance de se contrapor.
Outro elemento da comunicação comunitária que é bem contraditório é a legalização. Hoje, em Santa Catarina temos mais de 100 rádios comunitárias legalizadas. E, conforme um trabalho de pesquisa da
jornalista Terezinha Silva, pouquíssimas desse grupo poderiam de fato ser chamadas de comunitárias. No mais das vezes são rádios religiosas ou comerciais mesmo, na maior cara dura. Algumas delas, inclusive,
extrapolando seu espaço de abrangência e adentrando no espaço da outra. Como é o caso de uma 98.3, exatamente a mesma frequência que a Rádio Campeche, que tem sede em São José e pode ser ouvida no
Campeche.
A legalização, ao mesmo tempo em que deu certa segurança para quem faz a comunicação, colocou a proposta numa camisa de força. São tantas as regras que boa parte da tesão que há em fazer comunicação comunitária se esvai. Muitas vezes, as propostas comunitárias tem uma dinâmica própria que acabam tendo de se enquadrar numa lei fria e isso afasta muita gente.
Outro elemento perturbador no mundo da comunicação comunitária é a febre dos gestores. Como o governo Lula inaugurou uma interessante lógica de financiamento de propostas populares – via os pontos de
cultura – muitas das pessoas que antes faziam comunicação como uma ação política na busca pela  transformação começaram a se transformar num monstro informe chamado "gestor cultural”. Isso gerou a criação exponencial de pequenas ONGs que vão se formando com duas ou três pessoas, e essas criaturas vão se fazendo gerentes de projeto, passando a administrar os recursos públicos como quem administra uma
empresa. A ponto de o objeto em si da coisa – que é fazer rádio, fazer teatro, fazer cultura – passar a ser apenas um adereço, um detalhe, quando não um atrapalho, ficando a ação principal enredada no "gerir o
projeto”. Penso que aqui reside um nó górdio, que precisa de muito debate.
De certa forma sou muito cética quanto esse chamado avanço da comunicação comunitária no Brasil. Porque há muito que avançar em termos estruturais para que a comunicação comunitária possa de fato cumprir seu papel com mais eficácia. Por enquanto eu penso que somos apenas resistência, e muito pouco eficaz às vezes. É uma coisa importante, mas precisa dar um salto de qualidade.
Durante os debates da Conferência Nacional de Comunicação, a gente tentou fazer a discussão num outro nível, mas não tivemos eco. Seguiu hegemônica a ideia capitaneada pelo Fórum Nacional de Democratização das Comunicações, que é a proposta de democratização. Ora, democratizar a  comunicação pressupõe melhorar o que aí está. E, penso que esse modelo não deve ser remendado. Ele é ruim. Precisa de um outro, novo. Claro, conspiro da proposta de Rosa de Luxemburgo de que é preciso fazer reforma e revolução, tudo junto ao mesmo tempo. E é por isso que não consigo trabalhar só com a  ideia de democratização.
Há que democratizar o que for possível nesse modelo, é certo. Mas, ao mesmo tempo temos de abrir cunhas para a construção de outro modelo. Soberania comunicacional. Ou seja, a comunicação de fato na mão do povo, com todas as idiossincrasias que isso pode provocar. Por isso a experiência comunitária é tão rica, porque ali já estamos exercitando esse fazer. A soberania popular pressupõe o embate permanente dentro da comunidade, a luta de classe, viva, também no campo comunicacional.

Formar redes e tomar o poder

A república bolivariana da Venezuela foi o primeiro país da América do Sul a pensar um novo modelo de comunicação. Durante anos o governo bolivariano conversou com as forças vivas do país e conseguiu, em
2009, constituir uma lei – chamada Lei Resorte (lei de responsabilidade social em radio e televisão) – que deu nova cara para o jeito de fazer comunicação. Aqui no Brasil segue olimpicamente ignorada. Pois a lei venezuelana dá condições concretas para que a comunicação comunitária se faça, e mais do que isso, garante espaço de difusão a tudo o que é produzido nas mais remotas regiões do país.
Emissoras privadas precisam ter até 70% de programação local, e foram criadas várias emissoras de rádio e TV estatais e públicas. Ou seja, houve uma mudança estrutural (revolução) e não apenas remendo (reforma). Ali, a democratização da comunicação não significa um pouquinho mais de negros, um pouquinho mais de índios, um pouquinho mais de homossexuais no rádio e na TV. Ali está em curso um processo de soberania comunicacional.

Mudança, transformação.

É fato que esse processo não se dá de maneira isolada. O país também vem atuando de outra forma no embate da colonização mental que sempre tomou contra de "nuestra América”. Assim que a soberania
comunicacional só pode ser possível no Brasil se houver outro Brasil também. Isso, por si só já nos demarca a titânica tarefa que temos.
Nesse sentido, nós, comunicadores comunitários e populares precisamos atuar para garantir mais eficácia no nosso fazer. Isso talvez só seja possível formando redes, potencializando nossos escritos e produções de vídeo e rádio. Em Santa Catarina estamos tentando. Criamos em 2010 a Rede Popular Catarinense de Comunicação que reúne rádios comunitárias, agências de informação, blogs, jornais eletrônicos e impressos. A ideia é que cada parceiro reproduza a informação do outro, fazendo com que um fato que seria  onhecido apenas no bairro ou na comunidade, possa se expandir para além de suas fronteiras. Nessa experiência vamos capengando e acertando. Por vezes alguns veículos ficam em dificuldade, não conseguem criar informação própria, mas a coisa vai indo. Um ajuda o outro, fazemos oficinas, cursos, encontros. Vamos caminhando, porque já compreendemos que sozinhos não temos eficácia, ficamos presos no gueto.
Mas, ainda assim, isso não é suficiente. Nossas redes são pequenas, regionalizadas. Como combater com esses poucos "soldados” a força de uma informação divulgada num Jornal Nacional, ou num Jornal da Record? Essas chegam a todo território nacional, em cada cantinho desse país, massivamente.
Então, nossa meta maior precisa ser aquela que o velho Brizola tanto insistiu: temos de tomar esses meios. Eles precisam estar nas mãos populares. E essa não é uma tarefa fácil. Mas, precisa estar no nosso horizonte. Nenhuma comunicação comunitária ou popular, por melhor que seja, pode prescindir desse alcance nacional, dessa penetração de massa. O espectro é público, é nosso e temos de tomá-lo. Como vamos fazer isso é o que temos de conspirar nesses encontros que fazemos pelos cantões do Brasil, sob pena de vivermos eternamente na resistência. Basta de resistir. É hora de avançar. A luta pela soberania comunicacional é a luta classista por outro Brasil. Isso significa que as pessoas que fazem a luta pela democratização das comunicações, ou pela expansão da comunicação comunitária popular precisam também fazer a luta geral, pela mudança e pela transformação radical. Caso isso não seja feito seguiremos dando remédio para o monstro... E isso, só interessa à classe dominante.

Conferência proferida em Curitiba no 1º Curso Estadual de Comunicação Popular do Paraná. 10 de maio de 2012