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terça-feira, 5 de julho de 2016

CUT difundirá programa nacional de rádio

Por Isaías Dalle, publicado anteriormente no portal da CUT

A Central Única dos Trabalhadores - CUT anuncia que fará parte de um programa diário nacional de rádio, matutino, que será retransmitido pelas rádios comunitárias e redes educativas de estados em que a orientação política está afinada com os ideais progressistas e, evidentemente, pelas mídias livres que quiserem aderir.
O programa entrará no ar ainda em julho, segundo anunciado na manhã desta quinta-feira, durante os debates do 9º ENACOM (Encontro Nacional de Comunicação da CUT). O esforço reúne sindicatos e parceiros, dentro do contexto de unificação dos movimentos sociais que se intensificou a partir de 13 de maio de 2015, quando foi realizada a primeira grande passeata contra o golpe que se prenunciava.
“Será uma espécie de barricada nossa. A ideia é que esse programa entre no ar o mais rapidamente possível. Quem sabe cheguemos a uma rede de TV”, disse o ex-ministro Gilberto Carvalho, que atuou nos governos Lula e no primeiro mandato de Dilma, um dos convidados do debate desta quinta.
“Isso terá um custo. Vocês serão chamados para participar”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas, dirigindo-se à platéia de assessores de comunicação e de secretários e secretárias de comunicação das CUTs estaduais. “Vamos precisar de nossos profissionais, de nossos jornalistas, dos sindicatos”, desafiou.
Pauta: derrotar o golpe
Em seguida, garantiu apoio da Central. “A CUT já é uma potência em comunicação. Rádios, TVs de verdade em várias regiões. Esse projeto de rádio anunciado é fantástico. Digo a todos que colocamos como prioritário os recursos da CUT para comunicação”.
Vagner demonstrou disposição para a luta contra o golpe, tarefa na qual a comunicação é e continuará sendo essencial, na opinião dele. “A batalha não está perdida. Nós temos de retirar o Temer. Dar continuidade ao que fizemos certo e corrigir nossos equívocos. Quero deixar claro que o centro de nossa política é retirar o Temer, barrar o golpe e apoiar eleições gerais e reforma política”, afirmou.Desta vez, vai, garante a CUT. Desafio é distribuir pelo Brasil
O presidente da CUT também aproveitou para lembrar o esforço para se construir o que existe como estrutura de comunicação da Central: "Nós temos a TVT, por exemplo, e muitos elogiam e dizem que é preciso ampliar, melhorar. Pô, dá uma forcinha aí. Apenas poucos sindicatos contribuem financeiramente"
As falas de Israel do Vale, presidente da Rede Minas e diretor executivo do FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação), e de Rita Freire, presidenta do Conselho da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), convergiram em mostrar a estrutura pública que já existe, e que pode, consequentemente, auxiliar nessa tarefa de fazer chegar as informações contra-hegemônicas para a maioria da população.
Ambos reconheceram que os governos Dilma e Lula poderiam ter sido mais ousados no enfrentamento à mídia tradicional. Mas deram maior tempo a expor o que se conquistou. A EBC, duramente atacada pelo governo golpista, na opinião deles, é um embrião importante de uma comunicação pública. E que menosprezar a qualidade ou o alcance da emissora é um equívoco.
“Titubiantemente, mas tentando avançar no acesso à banda larga e na criação da EBC. São avanços inegáveis, o que explica os ataques à EBC, algo que pode se tornar um dia um instrumento que dê voz ao cidadão”, comentou Israel.
Valorizar a defender a EBC
“A TV nasce como pública na maioria das democracias consolidadas. A BBC por três décadas foi a única TV na Inglaterra. E isso interfere muito na percepção do espectador. Quem sempre financiou a BBC foi o cidadão, não com verba de governo. Portanto, a comparação desqualificadora com a EBC é mais que um jogo de letrinhas”, completou.
“A criação da EBC foi um dos grandes feitos dos governos do PT, mas depois foi deixado um pouco ao léu. Mas é injusto chamá-la de TV Traço. A EBC tem oito rádios, TV Brasil, uma agência que abastece a mídia inteira, tanto a privada quanto a livre. E mais uma agência de rádio que abastece rádios comunitárias”, destacou Rita Freire.
Israel destacou outra oportunidade que a esquerda deve aproveitar, que são as tevês da cidadania, cuja regulamentação da TV digital permite que possam ser criadas por prefeituras, com conteúdo educacional, cultural e jornalístico.
Por fim, o ex-ministro Gilberto Carvalho definiu: “Gente, esse projeto de comunicação é uma tarefa que precisa da CUT. São vocês que vão dar movimento a isso”.
Roni Barbosa, secretário nacional de Comunicação da Central, confirma: “Vamos colocar a rede CUT a serviço da distribuição do conteúdo que será produzido por este programa hoje anunciado. A distribuição é um grande desafio”.

sábado, 18 de julho de 2009

Diploma: CUT repudia fim do diploma de jornalista e faz alerta

Do portal O Jornalista

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) aprovou moção de repúdio à decisão do Supremo Tribunal Federal que extinguiu a obrigatoriedade da formação universitária para o acesso à profissão de jornalista, na tarde de ontem (17/07). A Central declarou sua adesão à "luta em defesa do diploma de jornalista para garantir os critérios de responsabilidade social dessa importante profissão". E alertou que a decisão do STF diz respeito a todos os trabalhadores.
A CUT argumenta que sua ação desregulamentadora ameaça outras categorias, leva à precarização das relações do trabalho e também atinge os movimentos sociais, já tão criminalizados pela mídia.
Para a Central, a decisão do STF, na verdade, "privatiza a liberdade de expressão e de informação no Brasil". A moção foi aprovada ao final do 5º Encontro Nacional de Comunicação (ENACOM) da CUT, que reuniu sindicalistas de todo o país em São Paulo, de quarta-feira, dia 15, até esta sexta, dia 17. Leia abaixo a íntegra da moção.
Moção de repúdio ao fim da exigência do diploma para o exercício do jornalismo
No último dia 17 de junho de 2009, o Brasil recebeu um duro golpe: a mais alta corte do País, o Supremo Tribunal Federal (STF), extinguiu a exigência do Diploma para o exercício da profissão de jornalista. Assim, quem decide agora quem será ou não jornalista são os patrões, que detêm o monopólio da comunicação. Agravando ainda mais a redução da influência dos profissionais sobre a linha editorial dos veículos e ameaçando a qualidade da informação que chega ao conjunto da sociedade.
Essa decisão diz respeito a todas as trabalhadoras e todos os trabalhadores brasileiros, pois se o jornalista hoje perdeu parte de sua regulamentação com a derrubada do inciso que exigia a formação específica (inciso quinto do artigo 4.º do Decreto-Lei 972/69) para o exercício profissional, abre-se um perigoso precedente para que outras profissões tenham suas regulamentações questionadas. O risco está também na possível precarização das relações capital-trabalho.
O cerceamento da liberdade de expressão está caracterizado no próprio voto do ministro Gilmar Mendes. Em seu arrazoado indica que, a partir de agora, "a autorregulamentação deve ser feita pelas empresas de comunicação". Desse modo, o STF privatiza a liberdade de expressão e de informação no Brasil.
Não podemos aceitar tal irregularidade e irresponsabilidade, uma vez que diuturnamente vemos esses mesmos meios de comunicação produzindo ataques e criminalizando os movimentos sociais e as organizações das trabalhadoras e dos trabalhadores.
Por meio dessa moção, representantes da Central Única dos Trabalhadores, reunidos em São Paulo para a realização do 5º Encontro Nacional de Comunicação (ENACOM), solidificam a luta por uma liberdade de expressão plena e de alcance de toda a sociedade. Não admitimos a troca da Universidade (instituição secular) pelos barões da mídia. Os critérios técnicos e éticos, apreendidos por estudantes de jornalismo e capazes de formar o profissional jornalista, não mais serão levados em consideração para a seleção de quem formulará a informação no Brasil.
Mas com a decisão do STF, corre-se o risco de tornar a sociedade ainda mais refém dos detentores dos meios de produção da informação. Informação essa que é um direito de todos. O conteúdo, hoje hegemônico, certamente será ainda mais manipulado.
Por isso, os delegados ao 5º ENACOM, ao defenderem uma mídia democrática e um novo marco regulatório da comunicação, repudiam a decisão do STF e reforçam a luta em defesa do diploma de jornalista para garantir os critérios de responsabilidade social dessa importante profissão, por meio de uma reinserção da formação específica para o exercício do jornalismo.

São Paulo, 17 de julho de 2009