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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Crowdfunding: TV Comunitária de Brasília pede apoio financeiro

Quem desejar ajudar, pode fazer doações ou mesmo agendar repasses mensais para a conta bancária do Canal Cidade Livre



Por Paulo Miranda


A TV Comunitária do Distrito Federal precisa de você. 
O Canal Cidade Livre é uma espaço para a democracia informativa. Veiculado pelo canal 12 da NET e disponível via Internet, trata-se de uma usina democrática de produção audiovisual local. 
Em 2018, foram mais de 400 programas transmitidos ao vivo, gravados e reprisados, em externas ou a partir de seu estúdio, localizado no Setor de Indústrias Gráficas.
Nesse ano eleitoral, foi uma das poucas emissoras de TV que se dedicaram a ouvir os candidatos à CLDF, ao GDF, à Câmara Federal e ao Senado, sem distinção de partidos, buscando disponibilizar informações para que os eleitores fizessem a boa escolha.
Tudo isso sem contar as veiculações de programas de produtores independentes, da produção audiovisual nacional da Ancine – Agência Nacional de Cinema e de programação de qualidade da TVT, LBV e TVComBr – a TV Comunitária Nacional veiculada para todo o Brasil por satélite.
Em 2018, foram mais de 400 programas transmitidos ao vivo,
gravados e reprisados, em externas  ou a partir de seu estúdio.

O canal não recebe verba publicitária oficial, nem do governo federal, nem do GDF. Ele se sustenta a partir de doações individuais e de instituições.
Esta grade horária de acesso público precisa continuar em 2019. Por isso, esta campanha de arrecadação financeira para dá suporte a uma emissora que resiste há 21 anos, desde 13 de agosto de 1997.
A TV Comunitária também promove a formação de videomakeres nas cidades do DF, priorizando jovens sem condições econômicas.

Colabore, participe e mantenha a TV Comunitária de portas abertas.

Quem desejar ajudar, pode fazer doações ou mesmo agendar repasses mensais para a conta bancária

Banco do Brasil
Agência 3380-4
C/C 111.363-1
CNPJ: 03.006.470/0001-50

Confira alguns dos conteúdos produzidos e veiculados pelo Canal Cidade Livre, a TV Comunitária de Brasília

  • Baú Musical (27), 
  • Brasil Nação (3), 
  • Brasília Notícias (37), 
  • Café na Política (15), 
  • Cenário Musical (2), 
  • Cidades & Condomínios (7), 
  • Conexão Cidadã (22), 
  • Contracorrente (51),
  • Espaço Sindical (7), 
  • Direito de Antena (33), 
  • Eleições 2018 (11 candidatos ao GDF),
  • Letras & Livros (15), 
  • A Rua tem seus Traços (24), 
  • Barba na Rua (5), 
  • Notícias da Cidade (3), 
  • Painel da Cidadania (8), 
  • Sons da Cidade (4), 
  • TV Sindsasc (22), 
  • TV Bancários (46), 
  • TV Sinpro (36) e 
  • TV Urbanitários (9).

sábado, 25 de junho de 2016

O “boom” das rádios comunitárias no Maranhão

Publicado originalmente em Jornal Pequeno
No Maranhão existem atualmente 158 rádios comunitárias autorizadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). De forma geral, essas rádios atuam em municípios que não possuem cursos superiores ou técnicos em Radialismo e mesmo aquelas que se localizam em São Luís geralmente estão instaladas em bairros da periferia, cujo número de profissionais da Comunicação é baixo.
As rádios comunitárias são um dos três tipos de rádios cuja atuação é permitida m território nacional. Elas consistem espaços democráticos de comunicação para pequenas comunidades, levando a elas informação, cultura, lazer e entretenimento. No Brasil, hoje as rádios comunitárias já respondem por cerca de 45% do total de rádios do país.
Como parte das ações de extensão da Faculdade Estácio de São Luís, a instituição desenvolve o Projeto de Extensão Capacitação para Radialistas Comunitários, que tem como público-alvo quem atua nas áreas de produção, locução e apresentação de programas. O curso envolve 10 rádios comunitárias do estado e os participantes foram indicados por intermédio da Associação Brasileira das Rádios Comunitárias (Abraço-MA). O projeto é gratuito e tem duração de quatro meses, com carga horária de 30 horas. Após o término das aulas, a intenção é que uma nova turma seja formada.
“Através da capacitação, as localidades onde estão as emissoras tendem a receber uma programação mais condizente com suas necessidades, com técnicas radiofônicas mais apuradas”, afirma Paulo Pellegrini, professor responsável por ministrar as aulas do projeto.
A proposta da pauta é mostrar o ambiente de algumas das rádios comunitárias (Verdes Mares e Tropical – São José de Ribamar; Cultura – Maiobão; Araruna – Cohatrac; Rádio Bacanga – Itaqui-Bacanga), assim como a capacitação dos radialistas desse setor. As aulas do Projeto de Extensão da Estácio serão encerradas na manhã deste sábado (25), quando os alunos apresentarão materiais produzidos durante o curso.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Senado debate Canal da Cidadania e financiamento das rádios e TVs comunitárias

O jornalista Paulo Miranda, presidente da
Abcom, levou à CDH as preocupações do
setor com o financiamento dos canais comunitários.
Da Agência Senado

Fruto do processo de digitalização da TV no Brasil, o Canal da Cidadania poderá ser um passo importante na democratização da comunicação, com a construção de um sistema público plural que inclui TVs não-estatais. O assunto foi discutido na segunda-feira (23) pelos participantes de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), que debateu os desafios da comunicação pública e dos direitos humanos nas TVs abertas e por assinatura.
O governo prevê a implantação do Canal da Cidadania até 2019 nas cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes. Ele vai fazer uso da multiprogramação possibilitada pela TV digital. Serão quatro faixas de conteúdo: a primeira, para municípios; a segunda, para estados; e outras duas para associações comunitárias.
— O Canal da Cidadania é uma revolução. Agora as prefeituras e as comunidades locais vão poder falar na TV aberta. Essa sempre foi a nossa batalha — disse o superintendente-executivo de Relacionamento Institucional da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), André Barbosa.
Além do Canal a Cidadania, também serão criados os Canais do Poder Executivo, da Educação, e da Cultura.
Pola Ribeiro, da Secretaria do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura, disse que uma maior disseminação dos canais estatais e públicos vai ajudar a diversificar a informação recebida pela população.
— A comunicação privada tem papel importante, mas ela não pode sozinha dar conta da comunicação do país. Não temos que bater altos índices de audiências, mas de referência — disse.
Integrante da Coordenação Executiva do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Bia Barbosa espera que os novos canais incluam a participação de diversos setores da sociedade.
— Se a programação do Canal da Educação for uma programação desenhada e organizada integralmente pelo MEC, a gente está falando de mais um canal estatal e não público — apontou.
De acordo com o representante do Ministério das Comunicações, Otávio Pieranti, o decreto de criação dos canais já prevê mecanismos de participação social na programação. Até hoje, 378 municípios solicitaram a outorga do Canal da Cidadania. Desses, 25 já estão em fase de apresentação de projeto técnico. Após essa etapa, informou, o Ministério encaminhará os pedidos de outorga ao Congresso Nacional, que dará a palavra final.

Veja a reportagem sobre o debate dos desafios da comunicação pública e dos direitos humanos na TV




Financiamento

Outro assunto que mereceu atenção durante a audiência pública foi a sustentabilidade das rádios e TVs comunitárias. O presidente da Associação Brasileira de Canais Comunitários, Paulo Miranda, propôs que o financiamento das TVs estaduais, universitárias, comunitárias e de órgãos públicos deve seguir modelo semelhante ao adotado na lei que criou a EBC (Empresa Brasil de Comunicação). 
Além de recursos orçamentários da União, a EBC recebe verbas da publicidade institucional do governo, doações e recursos do Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações).
Outros representantes de rádios e TVs comunitárias sugeriram que o governo federal destine ao menos 10% da verba gasta com publicidade para veículos de comunicação pública e comunitária. Em 2014, a administração pública federal gastou R$ 2,32 bilhões em publicidade.
— Esse bolo é do nosso imposto, é do nosso recurso e nós temos direito de dizer para onde deve ir — disse Paulo Miranda.
Alessandro Godinho, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, pasta que é responsável pela destinação das verbas de publicidade estatal, afirmou que o governo amentou o número de veículos que recebem verbas nos últimos 10 anos. Segundo ele, a audiência é um critério importante, mas não o único considerado.

— O governo evoluiu de um patamar de cerca de 200 veículos programados para quase 4 mil veículos. Somos sabedores que temos um campo para avançar. O recurso é finito e não conseguimos atender às expectativas de todo mundo — assinalou Godinho.

domingo, 15 de novembro de 2015

Brasília sedia Fórum Nacional dos Canais Comunitários de TV

O Fórum Abccom 2015 – TVs Públicas em Primeiro Lugar vai ser realizado nos dias 22, 23 e 24 de novembro de 2015, em Brasília com plenárias na sede da Abccom – Associação Brasileira de Canais Comunitários, a serem transmitidas ao vivo pela TV Comunitária (canal 12 na NET e na internet (www.tvcomunitariadf.com). O evento contará com a presença de lideranças de TVs Comunitárias filiadas à Abccom – Associação Brasileira de Canais Comunitários, bem como com a participação de parlamentares, estudantes, acadêmicos, ativistas midiáticos, e lideranças sindicais e populares vinculadas ao movimento de democratização da comunicação.
O Fórum visa reforçar as lutas pela democracia informativa no país por meio das TVs Comunitárias, Canal da Cidadania e TVs Universitárias, Legislativas, da Justiça e Educativas e Culturais, TV Comunitária por Satélite, Canais Saúde, Cultura e Educação, em gestação pelo governo federal. E agilizar o atendimento às principais reivindicações do setor.
Este ano, a novidade fica por conta da manifestação de lideranças em frente ao Palácio do Planalto, na terça-feira, dia 23, às 10h, para marcar a luta das TVs Comunitárias, e de momentos para audiências dos dirigentes dos canais comunitários com os ministros Edinho Silva (Secom - Presidência da República), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo da Presidência da República) e André Figueiredo (Ministério das Comunicações) e com o deputado Fábio Souza, presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação, Inovação e Informática da Câmara dos Deputados.
No Senado Federal, será realizada uma audiência pública sobre “Os desafios da Comunicação Pública e dos Direitos Humanos na TV aberta e por assinatura, na TV Digital no Canal da Cidadania, na banda larga e nas redes sociais” na Comissão de Direitos Humanos  com total cobertura da rede de comunicação da Casa; e ato de relançamento da Frente Parlamentar Mista de Defesa das TVs Comunitárias, cuja adesão passa de 120 parlamentares, no Café do 9º andar da Câmara dos Deputados, na terça, dia 24, às 8h.
Serviço
Fan page: Abccom TVs Comunitárias do Brasil
Facebook: Abccom TVs Comunitárias
Telefone: (61) 9982 - 7705

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Tv Comunitária de Brasília celebra 18 anos no ar

O Canal Cidade Livre,a TV Comunitária de Brasília comemora com shows ao vivo de várias bandas e manifestações artísticas os seus 18 anos de existência. A diretoria da TVCOMDF elaborou uma festa especial a ser realizada na quinta-feira, dia 13 de agosto, de 19h às 23h30. Haverá, ainda, o microfone aberto, em que os presentes poderão fazer suas declarações em prol da democratização dos meios de comunicação e do fortalecimento da comunicação comunitária do país. 
Na mesma data,  será comemorado o aniversário do Comandante Fidel Castro, líder revolucionário batalhador pela integração latino-americana, bandeira que a TVCOM também assumiu na prática ao realizar, há 10 anos , sem interrupção, a retransmissão do sinal da Telesur, sinal informativo da América Latina, construída a partir de esforços conscientes e estratégicos adotados por Hugo Chávez e o comandante da Revolução Cubana. 
História
A TV Comunitária de Brasília estreou em 13 de agosto de 1997, tendo por base legal a alínea “g”, do artigo 23, da Lei 8.977 de 6 de janeiro de 1995, mais conhecida como a Lei do Cabo, por conceder este direito somente nas empresas de TVs por Assinatura no Cabo, via fibra ótica. Em 2011, a lei do cabo foi substituída pela Lei 8.485 que, em seu artigo 32, inciso VIII, contempla o mesmo direito. Por ser um direito de acesso ao cabo, a TV Comunitária de Brasília ocupa o Canal 12 na NET – única empresa de tevê a cabo no Distrito Federal, com um público estimado em 1 milhão de pessoas. 
A TVCOMDF é um patrimônio dos cidadãos do Distrito Federal, possui uma diversa grade de programação, veiculada pelo canal 12 na NET e no site: www.tvcomunitariadf.com, e realiza diversos projetos que viabilizam o acesso à comunicação, como por exemplo, o projeto “TV EM MOVIMENTO: ESCOLA DE MÍDIA COMUNITÁRIA”, vencedor do 1º Prêmio Luiz Gushiken de Jornalismo Sindical (2014): com o 1º lugar na Categoria: Televisão e Vídeo, além de 1ª Lugar geral do prêmio, entre os mais de cem inscritos. O prêmio é uma iniciativa da CUT Brasília. 
A TVCOMDF também é Pontão de Cultura, desde 2009, e ao longe deste trabalho encontrou parceiros e apoios culturais para dar seguimento no projeto mais inovador do Distrito Federal na área de comunicação.
"São 18 anos de lua pela democratização da comunicação, com produções audiovisuais de qualidade, de espaço para as classes trabalhadoras e as minorias, projetos de acesso à comunicação, de cunho cultural e ambiental, e produção de conteúdo audiovisual de extrema qualidade e valor histórico. Vale destacar todos os nossos parceiros e apoiadores, que nestes anos uniram esforços em prol dessa luta" - afirma o jornalista Beto Almeida, um dos dirigentes do Canal Cidade Livre. 
"A comunicação pública, alternativa, comunitária, legislativa, universitária, educativa e cultural conquistam seu espaço e seus direitos. Uma nova política de comunicação é possível, com o trabalho realizados pelos governos (federal, estadual e municipal) e investimentos financeiros de instituições apoiadoras. Juntos e empenhados em viabilizar a efetividade do artigo 221 da Constituição, que prevê a regionalização da produção jornalística, artística, educativa e cultural no país. A TVCOMDF é protagonista nesse processo, participa desta luta e comunga com as reivindicações históricas que permitirão a Brasília e ao Brasil darem um salto de qualidade informativa ao seu povo" - destaca o jornalista Paulo Miranda, diretor da TVCOMDF.
Serviço:
TVCOMDF – TV COMUNITÁRIA DE BRASÍLIA – DF
SIG Qd. 3 Bl. 'B', Ed. Bernardo Monteverde 2, ao lado do restaurante Chão Nativo | Endereço

CEP 70610-430 | Brasília - DF

+55 61 8250 - 7170/ 3343 - 2713 ou 3344 - 4889 | Telefone

http://www.tvcomunitariadf.com/ |Site
Tvcomdf - O canal comunitário de Brasília | Facebook

tvcomdf@gmail.com | E-mail

@tvcomdf |
 Twitter

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Por conta da Copa, Anatel intensifica combate a rádios comunitárias

Por Bruno Marinoni, do Observatório do Direito à Comunicação


Na última segunda-feira, dia 24, por volta das 22 horas, manifestantes reocuparam o estúdio da Rádio Muda, voltando a colocá-la em operação. Na manhã do dia anterior, a emissora, que funciona na Universidade de Campinas (Unicamp) e transmite diariamente há cerca de três décadas, havia sido desmontada. A ação aconteceu poucos dias depois de a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) enviar informe a associações de rádios comunitárias comunicando que, em consequência da proximidade da Copa do Mundo, haveria o “reforço da fiscalização” em todo o Brasil e “autuação” no primeiro semestre de 2014.

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A carta recebida justifica o recrudescimento da repressão contra as rádios comunitárias e livres pela “proximidade da Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 e a necessidade de utilização intensa do espectro radioelétrico durante a realização de eventos de grande magnitude”. A ação segue assim uma série de medidas que têm intensificado a criminalização dos movimentos sociais e populares em nome da ordem e do bom andamento dos compromissos do governo com os mega-eventos, como a proposta de uma lei antiterrorismo, de um manual de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e a Lei Geral da Copa.

Segundo Pedro Martins, representante da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc) no Brasil, o plano da Anatel expõe ainda mais a política atual do governo e do Ministério da Comunicações de continuar protegendo a mídia corporativa em detrimento de ampliar a pluralidade e a diversidade de vozes no espectro. Ele diz acreditar que “a repressão à Rádio Muda esteja dentro deste plano, que expõe ainda mais a política atual do governo e do Ministério da Comunicações de continuar protegendo a mídia corporativa em detrimento de ampliar a pluralidade e a diversidade de vozes no espectro. E a Copa vem servindo como elemento para aumentar ainda mais a repressão, o que é bem preocupante”.

Um levantamento publicado em 2010 pela Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) indicou que 471 entidades na região de Campinas buscavam o reconhecimento do serviço de radiodifusão, sendo que 51% estavam com seus processos arquivados, 9% em andamento e 27 % aguardando aviso de habilitação. Desse total, apenas 63 entidades tinham seus pleitos autorizados. Hoje, quatro anos depois, esse número teria subido para 65, de acordo com informações do Movimento Nacional das Rádios Comunitárias (MNRC).

Os números demonstram que a prioridade para o setor tem sido dar peso nas autuações, em detrimento das autorizações. A forma como vêm atuando os agentes do Estado tem sido objeto de críticas pelos defensores das rádios comunitárias e livres. Jerry de Oliveira, representante do MNRC em São Paulo, declara que “o MNRC de São Paulo repudia esta ação contra a Rádio Muda, ainda mais sabendo por meio de documento informal que a operação aconteceria fora dos padrões determinados pelo código civil”. 

O documento ao qual Oliveira se refere seria a troca de e-mails entre agentes da Anatel, na qual recomendariam “atenção especial” à Rádio Muda por ser operada por estudantes da Unicamp que têm resistido às investidas dos agentes (a rádio já foi fechada seis vezes). Na mensagem, a recomendação é de que a ação seja feita em um feriado ou domingo pela manhã, como aconteceu no fim de semana anterior. O representante do MNRC afirma que a Anatel tem “medo da organização popular”.

A resistência dos estudantes da Unicamp, que reocuparam os estúdios da Rádio Muda na caixa d’água da universidade, continua. O MNRC diz estar preparado para resistir.

Abert consegue que justiça proiba publicidade oficial a rádios comunitárias

A pedido da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a justiça suspendeu a publicidade pública nas rádios comunitárias. A decisão é do juiz federal Paulo Ricardo de Souza Cruz, da 2ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, ao determinar ao ministério das Comunicações, em caráter liminar, a suspensão de dois itens da Portaria nº 197, que alteram normas estabelecidas para o Serviço de Radiodifusão Comunitária no país.


Os dispositivos suspensos são o que garantem o patrocínio das rádios comunitárias por meio de recursos públicos, o que é vedado pela Lei n. 9.612/98; e o que atribui canal exclusivo na faixa de frequência utilizada pelas rádios comunitárias, contrariando a Lei nº 9.612/98 e sua regulamentação, que preveem apenas a definição de canal único, mas sem exclusividade.
A ação que resultou na liminar foi proposta pela Abert em 21 de janeiro deste ano, depois de sucessivas reações da entidade e das associações estaduais junto ao Ministério das Comunicações. “Essa é mais uma vitória do nosso setor em defesa da legalidade na radiodifusão brasileira”, afirmou o presidente da Abert, Daniel Pimentel Slaviero, em nota divulgada com as emissoras de rádio.
Na ação, a Abert sustenta que há três inovações na Portaria nº 197 em conflito com a legislação, causando prejuízos aos seus associados e à coletividade. O primeiro diz respeito ao item 3.1.1, que permite o patrocínio de serviços por meio de recursos públicos, o que contraria o disposto no artigo 18 da lei 9.612/98, assim expresso: “As prestadoras do Serviço de Radiodifusão Comunitária poderão admitir patrocínio, sob a forma de apoio cultural, para os programas a serem transmitidos, desde que restritos aos estabelecimentos situados na área da comunidade atendida”.
“Da leitura da regra, observa-se que o patrocínio das rádios comunitárias deve ficar restrito aos estabelecimentos situados na área da comunidade atendida, o que, a meu ver, evidencia a impossibilidade de utilização de recursos públicos”, ressaltou o juiz Paulo Ricardo de Souza Cruz. Em sua decisão, ele explicou que a despeito de a Portaria 197 ter sido editada em julho de 2013, o risco de dano irreparável ou de difícil reparação em face da demora na prestação jurisdicional se mostra presente, “tendo em vista a possibilidade de, com a não suspensão dos itens, ser aplicado às rádios comunitárias o novo regramento em descompasso com a legislação de regência”.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Aberta seleção para autorizar rádios comunitárias em 61 cidades


Entidades interessadas em ganhar outorga 
para operar emissora têm 60 dias para fazer a inscrição. Há ofertas em todas as Regiões.

O Ministério das Comunicações publicou nesta quarta-feira um aviso de habilitação para inscrição de entidades interessadas em executar o serviço de radiodifusão comunitária. O aviso vai autorizar rádios comunitárias em 61 municípios de vários estados do Brasil. As entidades têm o prazo de 60 dias para se inscrever.
Todas as cidades beneficiadas desta vez já contam com emissoras comunitárias ou têm processos em andamento no ministério, mas manifestaram interesse em ter novas rádios. Esses pedidos que chegam ao MiniCom entram no chamado Cadastro de Demonstração de Interesse (CDI), um mapeamento realizado para identificar onde há demanda por novas emissoras. Os municípios contemplados são do Amazonas (2), Bahia (6), Ceará (6), Espírito Santo (1), Maranhão (1), Minas Gerais (10), Mato Grosso do Sul (2), Mato Grosso (1), Pará (5), Paraíba (2), Pernambuco (3), Paraná (3), Rio de Janeiro (4), Rio Grande do Norte (1), Rio Grande do Sul (8), Santa Catarina (2) e São Paulo (4).
O processo de seleção das entidades deste aviso será conduzido pela sede do MiniCom, em Brasília, para onde deverão ser encaminhadas as inscrições e toda a documentação exigida. Este é o quarto aviso de habilitação para rádios comunitárias que o Ministério das Comunicações publica neste ano. Até o fim de 2013 serão mais nove avisos.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Canais comunitários de TV pedem fontes de financiamento

Da Agência Senado


A criação de formas de financiamento para as TVs comunitárias ocupou a maior parte dos debates desta segunda-feira (26) na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Desde a promulgação da Lei do Cabo, em 1995, a criação de medidas para garantir recursos para os canais comunitários faz parte da pauta de reivindicações das associações e movimentos que atuam na área.
Uma das propostas é transformar uma parte do que é pago pelas operadoras de telefonia como taxa de fiscalização (Fistel) num fundo de apoio aos canais. A ideia foi apoiada por todos os representantes de veículos comunitários durante a audiência pública. Segundo representantes de associações e de TVs comunitárias, a maioria das emissoras tem a sobrevivência ameaçada por falta de recursos.
- Sentimos a necessidade de se definir como buscar recursos para que esses canais se mantenham – assinalou José Roberto Schiavinato, vice-presidente da Associação dos Canais Comunitários de São Paulo (Acesp).
As TVs públicas também defendem o repasse de recursos provenientes da Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública e de percentual de publicidade pública institucional do governo federal para as emissoras públicas.
Resistência
Em relação ao Fistel, o assessor de Relações Institucionais da Empresa Brasil de Comunicação, Ricardo Lima, defendeu a mobilização das TVs comunitárias para tentar reverter a posição das operadoras móveis contra o remanejamento de 10% do fundo para financiamento da radiodifusão pública.
Desde 2009, quando as operadoras tinham de começar a recolher cerca de R$ 200 milhões para financiar a EBC, o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil) vem depositando os recursos em juízo.
- Esse orçamento, quando liberado, vai tratar da TV pública, e as TVs comunitárias tem aí dentro o seu quinhão. Precisamos que as teles liberem o que é nosso, o que é da sociedade civil – disse o representante da EBC.
O coordenador-executivo da Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec), Gilberto Rios, concordou:
- Se conseguirmos resolver o problema do Fistel, se conseguimos resolver alguns entraves jurídicos existentes hoje no país, talvez possamos ter em 2013 um ano melhor para a comunicação pública, para que os conteúdos brasileiros possam ser vistos pela população - observou.
Pluralidade
Segundo Edivaldo Farias, presidente da Associação Brasileira de Canais Comunitários (Abccom), a democratização dos meios de comunicação passa pelo fortalecimento das TVs e rádios comunitárias. Ele assinalou que esses veículos, que não têm condições de enfrentar o poderio econômico de grupos empresariais estrangeiros, são fundamentais para garantir espaço à pluralidade de manifestações da sociedade.
- Somos nós que denunciamos as violações dos direitos humanos. Somos nós que não nos limitamos porque não estamos presos à audiência, não estamos presos ao poder econômico – disse Farias.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Comunicação Pública e Comunicação Comunitária: algumas provocações

De Elaine Tavares, do Instituto de Estudos Latino-americanos - Adital

Podem-se separar esses dois conceitos de comunicação como sendo, o primeiro, uma comunicação feita com o controle da sociedade organizada, e o segundo, como a comunicação feita numa comunidade
específica. Mas, se fixarmos bem o olhar, vamos ver que é só uma divisão didática. Tanto uma como a outra precisa da organização comunitária. E aí é que a porca torce o rabo. Vivemos num país – e arrisco dizer – num continente, onde a participação é coisa que ainda precisa ser aprendida. Países colonizados, amordaçados, useiros e vezeiros de ditaduras militares, de governos conservadores e patriarcais. Somos uma gente muito pouco acostumada a ter espaço onde dizer a palavra. Por conta disso, estamos sempre sendo representados por pequenos grupos que, com o passar do tempo, se acham no direito de dizer o que gostamos e o que não gostamos. Democracia direta é coisa distante para nós.
Isso nos leva a questão principal que é a da comunidade. O que é isso? Como definir? O filósofo Enrique Dussel tem um conceito para comunidade que eu gosto muito. Ele diz que comunidade é o povo organizado, são as forças em ação num determinado lugar. Ora, isso nos coloca um problema, com o qual, nós, que trabalhamos com a tal da comunicação comunitária, temos de lidar todo o dia.
Vou falar da minha aldeia, para que vocês possam - se for bem sucedida – aceder ao universal. Temos uma rádio comunitária no bairro onde moro em Florianópolis, o Campeche. Ela foi criada pelo movimento organizado que se formou num momento em que a comunidade foi chamada a discutir um plano diretor. Foi um tempo rico. As pessoas se juntavam, debatiam, discutiam o bairro e, depois de muita reunião, formularam uma proposta. Foi a primeira comunidade de Florianópolis a fazer isso, nos anos 80. Mas, nesse processo, quem atuou não foi o bairro todo, eram alguns. Principalmente gente de esquerda, mas também gente nem tão de esquerda, mas que queria pensar o bairro e garantir uma vida boa. Esse movimento fez nascer um jornal impresso, o "Fala Campeche”, que passou a ser uma voz importante no bairro, dando notícias de todo o debate do plano diretor, assim como de todos os olhares que o construíram. Essa
caminhada desse povo organizada, mais tarde, acabou gestando a Rádio Comunitária Campeche.
A nossa rádio, portanto, é filha de um longo processo de organização da comunidade, de um conjunto de pessoas que, por vezes, nem está tão afinada na política, mas que se afina no desejo de coisas boas para o
bairro. É uma aliança tênue e frágil que temos de refazer a toda hora. Mas, ainda assim, temos conseguido manter a rádio viva desde 1994, com programas ao vivo desde 2004. Ali têm espaço todas as forças vivas que atuam no bairro, o que garante voz inclusive a algumas com as quais nem concordamos muito. Mas, isso é a democracia e a rádio está ali para o debate.
Isso significa que, tal qual na vida mesma, a luta de classe também se faz no âmbito da comunicação comunitária. É o nosso desafio diário. Todas as mazelas da sociedade se expressam naquele espaço. A
comunidade se vê retratada na rádio e ocupa o espaço. Então, temos de lidar o tempo todo com a contradição. De um lado, todos os pressupostos que garantem ser a nossa rádio um espaço democrático,
livre, formador de conhecimento, fomentadora dos debates e de outro, a sempre constante presença de forças que representam o contrário. Isso significa que a peleia pelas mentes e corações é diária. Assim que
fica claro o quanto esse vocábulo "comunidade” encerra de conflito, contradição e complexidade.

Comunitário e popular

Nesse sentido a comunicação comunitária se diferencia totalmente de outras propostas de comunicação popular que se fazem sem essa tensão. É o caso de outro projeto no qual tomo parte que é a Revista Pobres e Nojentas, uma revista de reportagem que busca mostrar aquilo que a mídia normal não mostra. Esse é um projeto unilateral, que existe a partir do desejo de cinco jornalistas e alguns parceiros eventuais.
Nós olhamos a cidade, as comunidades de periferia, os problemas, e decidimos a pauta.
Damos espaço para quem queremos e nos damos o direito de não dar voz a quem acreditamos que não mereça. É uma revista parcial, fincada na ideia de que aquele é um espaço dos que não têm ainda onde expressar sua voz. Ainda assim é um projeto de comunicação popular porque se faz na perspectiva do mundo popular e se distribui gratuitamente nas comunidades. Da mesma forma pode-se falar do blog "Palavras Insurgentes”, mantido por mim na rede mundial de computadores. Faço ali comunicação popular porque o mundo que retrato é o mundo popular. Mas, a edição, coordeno eu. Eu decido os temas, eu escrevo, faço minha análise, expresso minha opinião. E, ainda que seja um jornalismo feito "desde abajo”, ele depende só de mim.
Por isso que fazer comunicação comunitária é um desafio mais instigante. Porque nessa proposta estamos em grupo, fazendo coisas em perpétuo negociar. E isso não é coisa fácil. Porque fazer comunicação nas e para as comunidades é possível com uma só mão. Barbada, desde que tenhamos a convicção política e os meios de produção. Mas, fazer comunicação com as comunidades exige o descarte completo do ego, das
certezas, e da intolerância.
Dou um exemplo com o qual nos deparamos todos os dias na rádio comunitária. Nossa rádio nasceu com o firme propósito de formar conhecimento, fugir dos temas impostos pela indústria cultural, debater os problemas locais. Mas, como agir com o associado que quer ouvir na rádio a música que é sucesso nacional, ainda que alavancada pela indústria? Como propor à comunidade um gosto que é de um grupo em
particular? Essas são questões que estão sempre em pauta, discutidas à exaustão. Porque ser comunitária pressupõe estar em diálogo, e não servindo como correia de transmissão de um pensamento particular. É
claro que, nesse caso, o debate se faz ao vivo, com o ouvinte participando e tendo a chance de se contrapor.
Outro elemento da comunicação comunitária que é bem contraditório é a legalização. Hoje, em Santa Catarina temos mais de 100 rádios comunitárias legalizadas. E, conforme um trabalho de pesquisa da
jornalista Terezinha Silva, pouquíssimas desse grupo poderiam de fato ser chamadas de comunitárias. No mais das vezes são rádios religiosas ou comerciais mesmo, na maior cara dura. Algumas delas, inclusive,
extrapolando seu espaço de abrangência e adentrando no espaço da outra. Como é o caso de uma 98.3, exatamente a mesma frequência que a Rádio Campeche, que tem sede em São José e pode ser ouvida no
Campeche.
A legalização, ao mesmo tempo em que deu certa segurança para quem faz a comunicação, colocou a proposta numa camisa de força. São tantas as regras que boa parte da tesão que há em fazer comunicação comunitária se esvai. Muitas vezes, as propostas comunitárias tem uma dinâmica própria que acabam tendo de se enquadrar numa lei fria e isso afasta muita gente.
Outro elemento perturbador no mundo da comunicação comunitária é a febre dos gestores. Como o governo Lula inaugurou uma interessante lógica de financiamento de propostas populares – via os pontos de
cultura – muitas das pessoas que antes faziam comunicação como uma ação política na busca pela  transformação começaram a se transformar num monstro informe chamado "gestor cultural”. Isso gerou a criação exponencial de pequenas ONGs que vão se formando com duas ou três pessoas, e essas criaturas vão se fazendo gerentes de projeto, passando a administrar os recursos públicos como quem administra uma
empresa. A ponto de o objeto em si da coisa – que é fazer rádio, fazer teatro, fazer cultura – passar a ser apenas um adereço, um detalhe, quando não um atrapalho, ficando a ação principal enredada no "gerir o
projeto”. Penso que aqui reside um nó górdio, que precisa de muito debate.
De certa forma sou muito cética quanto esse chamado avanço da comunicação comunitária no Brasil. Porque há muito que avançar em termos estruturais para que a comunicação comunitária possa de fato cumprir seu papel com mais eficácia. Por enquanto eu penso que somos apenas resistência, e muito pouco eficaz às vezes. É uma coisa importante, mas precisa dar um salto de qualidade.
Durante os debates da Conferência Nacional de Comunicação, a gente tentou fazer a discussão num outro nível, mas não tivemos eco. Seguiu hegemônica a ideia capitaneada pelo Fórum Nacional de Democratização das Comunicações, que é a proposta de democratização. Ora, democratizar a  comunicação pressupõe melhorar o que aí está. E, penso que esse modelo não deve ser remendado. Ele é ruim. Precisa de um outro, novo. Claro, conspiro da proposta de Rosa de Luxemburgo de que é preciso fazer reforma e revolução, tudo junto ao mesmo tempo. E é por isso que não consigo trabalhar só com a  ideia de democratização.
Há que democratizar o que for possível nesse modelo, é certo. Mas, ao mesmo tempo temos de abrir cunhas para a construção de outro modelo. Soberania comunicacional. Ou seja, a comunicação de fato na mão do povo, com todas as idiossincrasias que isso pode provocar. Por isso a experiência comunitária é tão rica, porque ali já estamos exercitando esse fazer. A soberania popular pressupõe o embate permanente dentro da comunidade, a luta de classe, viva, também no campo comunicacional.

Formar redes e tomar o poder

A república bolivariana da Venezuela foi o primeiro país da América do Sul a pensar um novo modelo de comunicação. Durante anos o governo bolivariano conversou com as forças vivas do país e conseguiu, em
2009, constituir uma lei – chamada Lei Resorte (lei de responsabilidade social em radio e televisão) – que deu nova cara para o jeito de fazer comunicação. Aqui no Brasil segue olimpicamente ignorada. Pois a lei venezuelana dá condições concretas para que a comunicação comunitária se faça, e mais do que isso, garante espaço de difusão a tudo o que é produzido nas mais remotas regiões do país.
Emissoras privadas precisam ter até 70% de programação local, e foram criadas várias emissoras de rádio e TV estatais e públicas. Ou seja, houve uma mudança estrutural (revolução) e não apenas remendo (reforma). Ali, a democratização da comunicação não significa um pouquinho mais de negros, um pouquinho mais de índios, um pouquinho mais de homossexuais no rádio e na TV. Ali está em curso um processo de soberania comunicacional.

Mudança, transformação.

É fato que esse processo não se dá de maneira isolada. O país também vem atuando de outra forma no embate da colonização mental que sempre tomou contra de "nuestra América”. Assim que a soberania
comunicacional só pode ser possível no Brasil se houver outro Brasil também. Isso, por si só já nos demarca a titânica tarefa que temos.
Nesse sentido, nós, comunicadores comunitários e populares precisamos atuar para garantir mais eficácia no nosso fazer. Isso talvez só seja possível formando redes, potencializando nossos escritos e produções de vídeo e rádio. Em Santa Catarina estamos tentando. Criamos em 2010 a Rede Popular Catarinense de Comunicação que reúne rádios comunitárias, agências de informação, blogs, jornais eletrônicos e impressos. A ideia é que cada parceiro reproduza a informação do outro, fazendo com que um fato que seria  onhecido apenas no bairro ou na comunidade, possa se expandir para além de suas fronteiras. Nessa experiência vamos capengando e acertando. Por vezes alguns veículos ficam em dificuldade, não conseguem criar informação própria, mas a coisa vai indo. Um ajuda o outro, fazemos oficinas, cursos, encontros. Vamos caminhando, porque já compreendemos que sozinhos não temos eficácia, ficamos presos no gueto.
Mas, ainda assim, isso não é suficiente. Nossas redes são pequenas, regionalizadas. Como combater com esses poucos "soldados” a força de uma informação divulgada num Jornal Nacional, ou num Jornal da Record? Essas chegam a todo território nacional, em cada cantinho desse país, massivamente.
Então, nossa meta maior precisa ser aquela que o velho Brizola tanto insistiu: temos de tomar esses meios. Eles precisam estar nas mãos populares. E essa não é uma tarefa fácil. Mas, precisa estar no nosso horizonte. Nenhuma comunicação comunitária ou popular, por melhor que seja, pode prescindir desse alcance nacional, dessa penetração de massa. O espectro é público, é nosso e temos de tomá-lo. Como vamos fazer isso é o que temos de conspirar nesses encontros que fazemos pelos cantões do Brasil, sob pena de vivermos eternamente na resistência. Basta de resistir. É hora de avançar. A luta pela soberania comunicacional é a luta classista por outro Brasil. Isso significa que as pessoas que fazem a luta pela democratização das comunicações, ou pela expansão da comunicação comunitária popular precisam também fazer a luta geral, pela mudança e pela transformação radical. Caso isso não seja feito seguiremos dando remédio para o monstro... E isso, só interessa à classe dominante.

Conferência proferida em Curitiba no 1º Curso Estadual de Comunicação Popular do Paraná. 10 de maio de 2012

sábado, 15 de setembro de 2012

SP: Amarc-Brasil realiza IV Seminário Regional sobre Legislação e Direito à Comunicação

SeminarioUmaNovaLeiRadComSudeste.jpgA Associação Mundial de Rádios Comunitárias – Amarc-Brasil irá realizar no dia 22/9, das 9h às 18h, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, o quarto evento do Ciclo de Seminários Regionais sobre Legislação e Direito à Comunicação da AMARC Brasil “Uma nova lei para as rádios comunitárias: marco regulatório e direito à comunicação”. 
O objetivo é refletir sobre a proposta das emissoras comunitárias para a nova Lei de Comunicação e também discutir as atuais políticas em comunicação referentes às rádios comunitárias brasileiras. Amarc-Brasil pretende que os seminários sejam espaços construção conjunta de um marco regulatório para o setor que efetive o direito humano à comunicação e à liberdade de expressão.
 
Este encontro faz parte de um Ciclo de Seminários, que tem percorrido as cinco regiões brasileiras, já tendo sido realizado em Fortaleza (CE), em Arroio do Sal (RS) e Altamira (PA). O quinto e último evento acontecerá em Brasília, no mês de novembro, quando as propostas dos seminários regionais serão apresentadas. 
 
Durante o evento, a  Amarc-Brasil  disponibilizará a versão em português da publicação “Princípios para garantir a diversidade e a pluralidade na radiodifusão e nos serviços de comunicação audiovisual”, elaborada em 2009 pela  Amarc-América Latina e Caribe. O livro é resultado de pesquisa comparada em legislação e acordos internacionais sobre direito à comunicação e pretende ser referência e mais uma ferramenta para a nova lei de comunicação brasileira.
 
A Associação Mundial de Rádios Comunitárias - Amarc é referência organizacional, política e comunicacional de um movimento internacional constituído em torno das rádios comunitárias, cidadãs e populares. A missão da  Amarc é promover a democracia na comunicação, especialmente no rádio, para favorecer a liberdade de expressão e contribuir para o desenvolvimento igualitário e sustentável dos nossos povos.
 
Serviço:
Uma nova lei para as rádios comunitárias: marco regulatório e direito à comunicação
22 de setembro, das 9h às 18h, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
Rua Rego Freitas, 530 – Sobreloja - Vila Buarque
 
 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

São Paulo: abertas inscrições para 48 rádios comunitárias

Do ministério das Comunicações
Pela primeira vez, 48 cidades do Estado de São Paulo vão ser beneficiadas com autorizações do Ministério das Comunicações para implantar rádios comunitárias. O aviso de habilitação para inscrição das entidades interessadas em concorrer à outorga foi publicado nesta quinta-feira, no Diário Oficial da União.

O prazo de inscrição é de 60 dias e vai até 22 de outubro. Os interessados em operar uma rádio comunitária deverão se inscrever via postal ou na própria Delegacia Regional do Ministério das Comunicações em São Paulo, que será responsável pela tramitação dos processos.

O aviso de habilitação que contempla cidades de São Paulo é o nono lançado pelo MiniCom em 2012. Neste mês de agosto, foi publicado outro aviso, destinado a municípios de 19 Estados que já contam com rádios comunitárias, mas haviam pedido novas autorizações ao ministério, através do chamado Cadastro de Demonstração de Interesse (CDI).

A publicação dos avisos faz parte do cronograma estabelecido pelo Plano Nacional de Outorgas de Radiodifusão Comunitária 2012-2013. A meta é contemplar, num primeiro momento, municípios que não têm nenhuma rádio comunitária funcionando. O objetivo é levar o serviço de radiodifusão comunitária a todo o Brasil até o fim de 2013, com pelo menos uma rádio comunitária funcionando em cada cidade.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Brasília: TV Comunitária Cidade Livre comemora 15 anos

Por Paulo Miranda*
            Brasília tem 52 anos e já tem uma TV Comunitária que está a comemorar 15 anos. Desde 13 de agosto de 1997, o canal comunitário do DF – canal 8 na NET e na web www.tvcomunitariadf.com.br – veicula as produções alternativas da cidade, oferece o acesso público e capacita jovens e adultos por meio do seu pontão de cultura TV em Movimento - Escola de Mídia Comunitária, em parceria com o Ministério da Cultura.
            Terceira a ser criada no país, depois dos canais de Porto Alegre e Rio de Janeiro, a emissora tem a cara do Brasil por receber vídeos de todos os cantos do país, e das Américas, ao fazer rede com a Telesur (www.telesur.net), uma tevê que traz um olhar libertador dos nossos povos para uma cidade sede de embaixadas e organismos internacionais.
            Para marcar o aniversário da emissora, a Câmara Legislativa, por meio do deputado distrital Joe Valle (PSB), realiza uma Sessão Solene, na segunda-feira, dia 13, a partir das 19h, com a cara da comunidade, com dança cigana de crianças com síndrome de down do grupo Namastér e shows do Liga Tripa, Márcio Bomfim e Rodrigo Vivar.
            “Ocupar o canal, produzir e transmitir” foi o lema principal desses primeiros 15 anos. Porém, para os próximos anos, a TV Comunitária sonha com o acesso ao modelo de tevê digital na onda aberta, sede própria e a criação de um Fundo Distrital de Desenvolvimento da TVCom e das Rádios Comunitárias.
            Em parceria com a Abccom – Associação Brasileira de Canais Comunitárias, a TVComDF apoia a luta da entidade junto à presidenta Dilma Rousseff, à ministra da Secom, Helena Chagas, e ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, pela criação de um Fundo Nacional de Desenvolvimento das Rádios e TVs Comunitárias, seguindo o modelo de financiamento existente no Canadá e nos Estados Unidos. A ideia é viabilizar a regionalização da comunicação e gerar emprego e renda.
*Paulo Miranda é jornalista e fundador da TV Comunitária de Brasília.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Uruguai regulariza 54 rádios comunitárias

De Medioslatinos

El gobierno uruguayo acaba de regularizar la situación legal de 54 radios comunitarias en distintos departamentos del país. De esta forma, finaliza el análisis de las 412 solicitudes de regularización presentadas en el censo habilitado por la Ley 18.232 de Radiodifusión Comunitaria. La ley 18.232 se aprobó en 2007 y al año siguiente, la Unidad Reguladora de Servicios de Comunicaciones (URSEC) lanzó un censo, al que se presentaron 412 emisoras a nivel nacional. 
Durante el año 2008 se regularizaron las primeras 38 emisoras. Con la aprobación de los pliegos de estas nuevas 54 radios, ya son 92 las radioemisoras que se ajustan a las características definidas en la normativa:, que exige que las emisoras contempladas bajo este régimen "sean de propiedad y gestión colectiva, que constituyan una herramienta de comunicación para la comunidad, que no persigan lucro, que estén orientadas a la promoción del desarrollo social y comunitario, que sean plurales y diversas, que no realicen proselitismo político partidario ni religioso y que no promueva discriminación de raza, etnia, género y orientación sexual".
En su momento, la Ley de Radiodifusión Comunitaria uruguaya fue reconocida por organismos internacionales de defensa y promoción de la libertad de expresión como una ley "modelo" para la región.

Información publicada en el sitio web de Radio World. Para más detalles haga click aquí.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Bolívia ganha 40 novas rádios comunitárias

De Medioslatinos


La ministra de Comunicación de Bolivia, Amanda Dávila, anunció la intención del gobierno de Evo Morales de instalar unas 40 nuevas radios comunitarias. El plazo fijado para concluir con el proyecto es de uno a dos años. "Tenemos que habilitar hasta fin de año por lo menos unas 40 radios más y estaría teniendo el país entre 60 a 80 radios comunitarias. 
Varias regionales de radio Patria Nueva, como también las regionales del canal con su propia producción, con su propio programa. Este es un proyecto que requiere todo el año y el próximo también" declaró la Ministra en una entrevista ante la emisora Bolivia TV. 
Otro objetivo destacado por la funcionaria para la gestión es la progresiva descentralización de medios de comunicación del Estado.

Información publicada en el sitio web del canal boliviano Eju TV. Para más detalles haga click aquí

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Nova lei para a radiodifusão comunitária em exame no governo

De Medioslatinos
 
El gobierno de Dilma Roussef estaría elaborando un nuevo marco regulatorio para la radiodifusión comunitaria en Brasil. La nueva normativa contemplaría varias de las reivindicaciones históricas del sector, señalaron representantes de la Asociación Mundial de Radios Comunitarias (AMARC-Brasil). Una de ellas, es el derecho a emitir publicidad de productos y servicios, siempre y cuando no se haga mención a los precios y los métodos de pago. 
Además de contribuir a la sustentabilidad de las estaciones comunitarias, esta medida contribuiría a fortalecer la economía local. Otra reivindicación histórica contemplada en la nueva norma sería la eliminación del límite de un radio de un kilómetro de cobertura, previsto por la legislación actualmente vigente. En lo que refiere a la criminalización de las radioemisoras y los comunicadores comunitarios, el Ministerio de Comunicaciones se comprometió a hacer llegar advertencias a los infractores antes de sancionarlos con multas. 
Sin embargo, en los casos de reincidencia, la acción de transmitir sin una licencia seguirá siendo considerada un delito. AMARC Brasil reclamó al gobierno asimismo la amnistía de los comunicadores criminalizados actualmente, denunció la represión a la que se ven expuestos por parte de la Policía Federal y la Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e instó al gobierno a agilizar los trámites burocráticos que enfrentan las emisoras para conseguir una autorización legal, que puede demorarse hasta diez años.

Información publicada en el sitio web de la Agencia Pulsar. . Para más detalles haga click aquí.       

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

TVs Comunitárias questionam no STF constitucionalidade da Lei do SeAC

Por Samuel Possebon, em Telaviva news

Um anova Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) chegou ao Supremo Tribunal Federal contra a Lei 12.485/2011, conhecida como Lei do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), que criou novas regras para o mercado de TV por assinatura. Dessa vez, a parte insatisfeita é a Associação Brasileira de Canais Comunitários (ABCCOM).
A ação (ADI 4703) foi protocolada no dia 15 de dezembro no dia seguinte já teve um despacho do ministro Ayres Britto, publicado nesta quarta, 21. O ministro disse enxergar "a relevância da matéria" e "seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica", recomendando posicionamento do STF sobre a ADI, em especial sobre o pedido de liminar, para suspender a eficácia do parágrafo 5 do artigo 32 da Lei, que proíbe a exploração comercial dos canais comunitários, salvo em caso de apoio cultural.
Ayres Britto adotou para a ação "procedimento abreviado" (estabelecido pela Lei nº 9.868/99) e pede que o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República se manifestem em cinco dias úteis.

A argumentação da ABCCOM começa relembrando os princípios dos artigos 220 e 221 da Constituição, que tratam, respectivamente, da liberdade de manifestação de pensamento, a criação, a expressão e a informação e das restrições à censura, e da preferência às finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas pelos meios de comunicação, bem como o estímulo à produção independente e a regionalização da produção cultural, artística e jornalística.

A ADI critica a omissão do Congresso Nacional por não ter regulamentado o artigo 221 da Constituição e afirma que a Lei 12.485, ao restringir a publicidade nos canais, contribui para materializar, "em parte, o oligopólio das comunicações, retrocedendo e desestabilizando as produções independentes regionais das TVs Comunitárias", segundo a inicial da associação.
A inicial diz que "ao impedir qualquer restrição à criação, à expressão e à informação sob qualquer forma ou veículo, (aqui se incluem as formas de patrocínio para manutenção básica apenas da sobrevivência dos canais comunitários, já que possuem compromissos a honrar: alugueres, luz, funcionários, encargos sociais, etc), da Lei 12.485/2011 fere o art. 220, incisos I e II e art. 221 da Constituição e interfere completamente nas atividades das TVs. Comunitárias, que prestam serviço público, sob condições especiais, essencialmente no âmbito de suas comunidades, muitas das quais nitidamente carentes, mas de intensa participação no meio em que vivem na busca do bem estar coletivo".
Para a ABCCOM, a publicidade ou propaganda por via desses canais de transmissão de massa constitui, hoje, o nervo central da atividade econômica (publicidade comercial) e da ação política (publicidade institucional dos órgãos públicos, propaganda eleitoral), e destaca o o fato de que esta mesma restrição não se aplicar às TVs educativas.
Assim, a ADI pede ao Supremo que "declare a omissão inconstitucional do Congresso Nacional em legislar sobre as matérias constantes do artigo 221 da Constituição Federal, bem como a suspensão liminar da eficácia do § 5º, do art. 32 da Lei nº 12.485, de 12 de setembro de
2011, dando ciência dessa decisão àquele órgão do Poder Legislativo. Pede ainda a concessão da liminar até o julgamento da ação e antes que a lei venha a ter efeitos práticos.