Baseado no M&M Online
Quase 2 milhões de indígenas, de 23 diferentes povos, já passaram pelo portal Índios On-Line em seis anos (clique aqui para acessar). Um dos gestores do portal, Alex Pankararu, diz que a intenção, este ano, é desenvolver e colocar em funcionamento a rádio web para atingir um número ainda maior de indígenas.
"É um sonho antigo já, colocar a rádio dentro do portal para atingir uma parte do nosso público que são os indígenas mais velhos, que têm dificuldade de ler. Isso já melhorou com os vídeos mas o rádio tem mais abrangência ainda", diz o gestor, originário do povo Pankararu (tribo de Pernambuco).
O portal, ou rede social, nasceu em 2004, com a idéia original de interligar sete povos indígenas - Kiri, Tupinambá, Pataxó-Hãhãhãe e Tumbalalá (todos da Bahia), os Xucuru-Kariri e Kariri-Xocó (de Alagoas) e os Pankararu (de Pernambuco). Mas a rede extrapolou os objetivos iniciais e, a partir do ano passado, passou a ter o suporte do Ministério da Cultura (MinC) por meio do programa "Pontos de Cultura Viva".
Atualmente, os gestores da rede, como o próprio Alex, são voluntários (são cerca de 80 gestores, dos 23 diferentes povos) e trabalham para alimentar o portal e fazer a mediação dos comentários e das postagens.Mais recentemente, o portal associou-se ao projeto "Celulares Indígenas", realizado pela ONG Thydewá, e, em parceria com o MinC e o instituto Oi Futuro, para fazer postagens de vídeos no portal. "Com os vídeos, feitos com celulares e câmeras digitais, viramos cineastas dos povos que visitamos. Isso ajuda a aumentar ainda mais o portal e a auto-estima das pessoas", diz Alex.
O gestor Alex define-se como um curioso em relação à informática. Viveu em São Paulo por alguns anos e trabalhou com máquinas IBM "sem sistema operacional", recorda. Ao voltar para sua aldeia, tomou conhecimento do incipiente portal Índios On-Line e foi convidado a mostrar aos demais indígenas como usar tanto os equipamentos quanto o próprio portal. E foi assim que passou a gestor da rede.
Com a perspectiva de colocar no ar a rádio web, Alex, contudo, lembra que há problemas estruturais, ainda maiores do que eventuais falhas de conexão com a internet. Em muitas aldeias, a falta de energia elétrica é um problema sério o suficiente, por exemplo, para impedir que o Gesac (Governo Eletrônico - Serviço de Atendimento ao Cidadão) monte telecentros.
"A energia não roda", diz. Em outros locais, a energia é capaz de mover apenas notebooks que têm baixo consumo de eletricidade.
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