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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Israel fecha emissora de rádio pacifista com argumento de que era ilegal

Do Ópera Mundi

Israel determinou o fechamento de uma emissora de rádio favorável à paz entre israelenses e palestinos com o argumento de que realizava transmissões de forma ilegal, informou a imprensa local.

Trata-se da rádio "Kol Hashalom" (Tudo pela Paz, em hebraico), que funcionou nos últimos sete anos em Jerusalém Oriental com uma equipe de radiodifusão na cidade cisjordaniana de Ramala e licença para essa atividade do Ministério de Comunicações palestino.

A polícia e o Ministério de Comunicações de Israel cortaram as transmissões da estação no sábado (19/11) com o argumento de que se tratava de uma rádio pirata, informou a imprensa local.

Por outro lado, os responsáveis da emissora argumentam que seus escritórios estão localizados em território palestino, sua atividade responde à legislação palestina e que, portanto, o Ministério de Comunicações de Israel não tem poder para realizar o fechamento.

Segundo seus responsáveis, a decisão foi politicamente motivada e faz parte de uma campanha mais ampla realizada por setores radicais do governo israelense contra a democracia e a liberdade de imprensa.

A emissora foi estabelecida por pacifistas israelenses em cooperação com palestinos, com a tentativa de substituir a lendária "The Voice of Peace" (A Voz da Paz), do ativista Abie Nathan.

De acordo com os operadores, em todos os anos de difusão nunca lhes foi solicitado que adquirissem uma licença israelense.

O primeiro contato nesse sentido foi recebido em 4 de novembro, quando foram orientados a deixar de transmitir com o argumento de que a atividade era realizada de maneira ilegal, acusações que a emissora negou antes de solicitar tempo para responder às autoridades israelenses.

Mossi Raz, o diretor israelense da emissora, disse neste domingo (20) à rádio pública de seu país que a estação, que opera desde 2004, irá aos tribunais em Israel com o fim de poder voltar a transmitir, argumentando que o Ministério de Comunicações nunca havia questionado a legalidade de seu trabalho.

"Certamente há um ataque que não só é contra nós. Se alguém chegou à conclusão de que isto é ilegal, após sete anos há outras maneiras de demonstrá-lo", afirmou Raz ao jornal Haaretz.

O deputado do partido conservador Likud Dany Danon disse que o Ministério de Comunicações fechou a emissora a seu pedido após alegar que a mesma "instigava" as pessoas contra Israel.

Apesar do ministério ter insistido na ilegalidade da difusão, Danon manifestou neste sábado à noite que o fechamento da emissora aconteceu de maneira "justa".

"Seus conteúdos inaceitáveis e o fato de que era pirata fez com que a Polícia de Israel fechasse a estação", afirmou.

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