Por André Barroca, publicado originalmente em Carta Maior
No primeiro ano do governo Dilma Rousseff, a capilarização da publicidade federal paga com verba da Presidência da República vai aumentar, atingindo mais veículos de comunicação do que no fim da gestão Lula. O ritmo de crescimento da regionalização da publicidade deve ser, no entanto, o menor dos últimos quatro anos.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência tem hoje 8.327 veículos cadastrados a receber dinheiro em troca de propaganda federal, 233 (cerca de 3%) a mais do que em dezembro de 2010. Quase a metade (4.085) são rádios, mídia predileta de Dilma para dar entrevistas. Depois aparecem jornais (2362), portais da internet (674), revistas (671) e TVs (484).
Para elevar a quantidade de mídias nas quais investe em publicidade, a Secretaria precisou reduzir, este ano, de 18 mil para 15 mil, a população mínima que um município precisa ter, para ser alvo de propaganda estatal. E o piso vai baixar de novo - para 10 mil. Hoje, os 8 mil veículos atendidos estão espalhados por 2,8 mil cidades. “Estamos diversificando e desconcentrando a publicidade cada vez mais”, disse a ministra-chefe da Secretaria, Helena Chagas, na terça-feira (8), durante audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados.
A ministra foi chamada para debater a publicidade federal e defendeu a política herdada da gestão Lula. Classificou-a de “democratizadora” e disse que a população tem o direito de saber o que o governo faz, inclusive para poder cobrar. Afirmou ainda que a escolha dos veículos segue critérios “técnicos”, conforme audiência ou tiragem, e não “políticos”.
Mantida por Dilma e Helena, a política de regionalização avançou sobretudo no segundo mandato do ex-presidente Lula, sob o comando do antecessor da ministra, Franklin Martins. Do fim de 2006 – Franklin tornara-se ministro no início de 2007 – até 2010, a lista de veículos contemplados com publicidade estatal ganhou 3,6 mil participantes, média de 900 a mais por ano. Mas a velocidade também foi decrescendo ano a ano (foi de 15%, 33% e 54% nos três últimos anos, respectivamente).
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