Pesquisa com gestores de Comunicação de empresas e órgãos públicos no País aponta que as plataformas de relacionamento na internet são o principal desafio para esses profissionais
Ocupar o twitter e o Facebook de maneira criativa e saber lidar com as lógicas horizontais dessas ferramentas são o maior desafio atual, segundo os próprios executivos da área da Comunicação ouvidos pela pesquisa Mapa da Comunicação Brasileira 2011. O estudo - desenvolvido pelo Instituto FSB Pesquisa - mostra o aumento de 900% de 2009 para 2011 no uso do Facebook no dia a dia das empresas estrangeiras com operação no Brasil e de mais de 700% no uso do twitter pela Comunicação de órgãos públicos, no mesmo período. Mas revela que, apesar da explosão na presença das organizações nas redes, essa entrada tem sido feita com cautela. Das empresas brasileiras, por exemplo, apenas 35% usam o Facebook. Isso porque os executivos da Comunicação acreditam que mais do que estar presente, é preciso saber como se posicionar nas redes sociais.
O Mapa da Comunicação Brasileira, lançado em São Paulo, nesta quarta-feira, 14 de setembro, é a mais abrangente pesquisa sobre Comunicação Organizacional do País. O estudo reúne dados e análises sobre a Comunicação no setor privado e no setor público no país, a partir de entrevistas em profundidade com 100 executivos de Comunicação dos principais órgãos públicos e maiores empresas brasileiras e estrangeiras com operação no País. A primeira edição do Mapa foi lançada em 2009.
Além de desafiadoras, as redes sociais rompem as lógicas da Comunicação Organizacional, apontam os gestores de Comunicação dos três públicos entrevistados. As ferramentas tornam órgãos públicos e empresas super expostos e aumentam os riscos de crises. Nos órgãos públicos, o gerenciamento de crises, a preparação e o planejamento para eventuais problemas de imagem, é a terceira atividade mais valorizada internamente nos órgãos públicos. Nas empresas brasileiras, a atividade passou da quinta atividade mais valorizada, em 2009, para ser a segunda, atualmente. Nas empresas estrangeiras no Brasil, o gerenciamento de crises cresceu 40 pontos percentuais de 2009 para 2011.
As redes sociais também deram nova importância aos eventos e feiras. Numa lógica onde o virtual ganha força, as empresas procuram na atividade promover novos pontos de encontro presenciais com seus consumidores. A atividade cresceu 27 pontos percentuais como prioridade para os executivos da Comunicação nas empresas brasileiras e 23, dentre as empresas estrangeiras com atuação no Brasil. “Corridas patrocinadas, cruzeiros temáticos, festas que misturam música, circo, cores convidam a experimentações e aquecem contatos”, ilustra Rachel Mello, diretora de pesquisa do Instituto FSB e uma das coordenadoras do estudo.
A Comunicação Interna também ganha força. Segundo 60% dos gestores da Comunicação das empresas brasileiras e 67% nas empresas estrangeiras, a Comunicação Interna teve seus recursos aumentados nos últimos dois anos. Nos órgãos públicos, de 2009 para 2011, atividade cresceu 24 pontos percentuais em valorização.
Apesar dos novos desafios, aponta o Mapa, a tradicional Assessoria de imprensa continua a ser a atividade mais presente e mais valorizada nos três grupos pesquisados. “O que os executivos nos contam é que as tarefas da Comunicação não se substituem, mas se sobrepõem”, explica Rodrigo Caetano, diretor de pesquisa do Instituto FSB e coordenador da pesquisa.
A íntegra da pesquisa está disponível gratuitamente no site: www.mapadacomunicacao.com.br.
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