De Carta Maior
Em
entrevista ao jornalista Rodrigo Manzano, do ‘Meio & Mensagem’ – maior
veículo especializado em comunicação no país –, a ministra-chefe da Secretaria
de Comunicação Social (Secom), Helena Chagas, defendeu a regulamentação da
mídia brasileira. “A Constituição prevê que a mídia seja regulamentada, esse debate
é inexorável e deve acompanhar a evolução tecnológica”, afirmou.
A
ministra admitiu as dificuldades em pautar esse debate porque ele “começou um
pouco enviesado, por conta do acirramento político, em um ano eleitoral”. Por
isso, ele teria se tornado “uma espécie de clichê, uma expressão maldita”, mas
é necessário “retirar o estigma” que cerca o tema.
“A
imprensa é livre, não há controle de conteúdo, a própria Constituição ¬proíbe
isso. Mas precisamos regular os meios de comunicação, até por uma necessidade
de acompanhar as mudanças que o tempo trouxe”, afirmou.
Como
lembra o ‘Meio & Mensagem’, o governo federal é o maior anunciante do
país, e investiu R$ 1,79 bilhão em publicidade em 2012, de acordo com os dados
do Instituto de Acompanhamento da Publicidade (IAP).
Os
números apontam que a tendência de diversificação dos meios que recebem verba,
iniciada ainda no governo Lula, permaneceu na gestão de Chagas. Jornais e
rádios regionais têm tido maior acesso aos recursos.
Entretanto,
a ministra segue pressionada por setores da mídia brasileira e partidos
políticos, sobretudo o PT, a ampliar a pulverização da verba publicitária
federal. A análise é que a concentração ainda é grande e favorece a manutenção
de oligopólios midiáticos.
A
ministra contou ter preparado um estudo sobre políticas de incentivo a pequenos
veículos ao redor do mundo para que se pense na possibilidade de que seja
adotado algo similar no Brasil.
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