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sábado, 8 de novembro de 2014

Em crise financeira, Folha de São Paulo se vale do tradicional passaralho


Com base no texto de José Seabra, editado originalmente em naredecomjoseseabra.com.br

Folha de São Paulo, em crise, demitiu cerca de 25 profissionais e cortou as cabeças dos colunistas Eliane Cantanhêde e Fernando Rodrigues

A Folha de São Paulo, da família Frias, está mal das pernas. Em crise financeira, decidiu conter gastos. E cortou a cabeça de dois ícones do jornalismo brasileiro. Eliane Cantanhêde e Fernando Rodrigues não escrevem mais as colunas mais que semanais da página 2. Além deles, após 20 anos, o fotógrafo Joel Silva também foi demitido. 
Quem sai perdendo são os leitores da Folha. Catanha assinava sua coluna às terças, quintas, sextas e aos domingos. Fernando às quartas e aos sábados. 
Em seu blog no UOL, Rodrigues não abriu os motivos para a sua saída, informando apenas ter encerrado sua “colaboração” após 27 anos no matutino.
A debandada começou quando, na reta final da eleição, estrela Xico Sá foi proibido de escrever em sua própria coluna que votaria em Dilma Rousseff.
Posicionamentos políticos individuais, economia de custos e mão pesada de Otavinho Frias, diretor da empresa, se somam para emperrar rotativas. A Diretoria de Redação procurou justificar as demissões sob o argumento de que a receita publicitária caiu muito, em função da crise econômica que o País vive.
Além de Eliane Cantanhêde, Joel Silva e Fernando Rodrigues, ao menos outros 13 profissionais de redação foram dispensados.Entre os demitidos estão os repórteres Flávia Marreiro, ex-correspondente do jornal em Caracas, Eduardo Ohata, de “Esportes”; Ana Krepp, de “Cotidiano”; Lívia Scatena, de “Gastronomia”; Euclides Santos Mendes, Editor do “Painel do Leitor”; Samy Charanek, pauteiro de “Cotidiano”; Gislaine Gutierre, “Ilustrada”; e Thiago Guimarães, coordenador adjunto da Agência Folha. Para anunciar a demissão, a direção do jornal disse aos funcionários que os cortes foram realizados por motivações econômicas.
“O jornal realiza no final deste ano desligamentos pontuais, além de um corte nas despesas de custeio, a fim de ajustar o seu orçamento ao mau desempenho das receitas publicitárias, fruto da estagnação prolongada da economia brasileira”, alegou a Folha.
Cantanhede, que estava no jornal da família Frias desde 1997, sequer escreveu seu texto de despedida na Folha. Para falar sobre o assunto, a jornalista publicou no Twitter uma mensagem. “Amigos, aviso geral: amanhã eu não escrevo mais a coluna na Folha. Foi bom enquanto durou”.
Já Fernando Rodrigues, informou sobre sua saída por meio de um post em sua página no Facebook. Lembrou os 27 anos de dedicação ao jornal que diz ter o rabo preso com o leitor. Mas continua no Uol, do mesmo grupo Frias.
A Folha de S.Paulo ainda é um grande jornal. Foi minha escola por muitos anos. Coletti, Falcão, Botelho, Rui, Leleco, Amália, Marizete, Aylê, Emerson, Helival… Coleguinhas, chefes e chefiados, que passaram por lá, a exemplo de Catanha e Fernando. O leitor pode migrar. E o jornal, sentir o baque.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Jornalistas de Brasília são os mais premiados no Centro-Oeste

Do Jornalistas & Cia


Os profissionais de imprensa que atuam na Capital Federal monopolizam as 17 primeiras posições dos jornalistas mais premiados da Região Centro-Oeste. Em termos individuais, o repórter Fernando Rodrigues possui o maior número de prêmios. Em termos de veículos, o Correio Braziliense é o que mais reúne profissionais laureados.


Jornalista com maior número
de prêmios no Centro-Oeste
 atua para jornal do Sudeste.
A publicação Jornalistas & Cia está levantandoRanking dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros, em termos nacionais e regionais. Os dados aurados em relação ao Centro-Oeste apontam quase que um monopólio para os veículos impressos - jornais e revistas. Não há nenhum profissional de rádio dentre os 17 mais laureados e apenas um de televisão, e de uma TV pública, a TV Câmara.
Os profissionais de imprensa que atuam na Capital Federal monopolizam as 17 primeiras posições dos jornalistas mais premiados da Região Centro-Oeste. Em termos individuais, o repórter Fernando Rodrigues possui o maior número de prêmios. Em termos de veículos, o Correio Braziliense é o que mais reúne profissionais laureados.
Desde que se fixou em Brasília, na sucursal da Folha de São Paulo, em 1996, o jornalista Fernando Rodrigues vem amealhando inúmeros prêmios, resultado de seu trabalho obstinado em cobrir de forma meticulosa e documentada as entranhas do poder público.
Só de Esso são quatro: em 1997 o Esso de Jornalismo, e em 2002, 2003 e 2006 os de Melhor Contribuição à Imprensa. Ganhou ainda um Líbero Badaró em 2002, um CNH de Jornalismo em 1999, um Comunique-se (Repórter de Mídia impressa) em 2007 e seis Folha de Jornalismo em 1993 (dois), 1995, 1997, 1999 e 2010.
O segundo profissional com o maior número de prêmios obtidos na Região é Vicente Paulo Nunes Filho, do Correio Braziliense, especializado em cobrir economia. Ele encabeça uma relação de onze profissionais do CB, que despontam como os mais laureados no Centro-Oeste.
Curiosamente, portanto, o líder do Ranking Jornalistas & Cia dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros
de Todos os Tempos da Região Centro-Oeste, com 482,5 pontos, é um profissional vinculado a um veículo do Sudeste. Entre os 15 mais, na oitava colocação, com 130 pontos, está outro repórter da Folha de S.Paulo, Leandro Colon, que tem entre suas conquistas o Esso de Jornalismo em equipe em 2012.
Vicentes Nunes encabeça uma relação
de onze jornalistas do Correio Braziliense
considerados os mais premiados
na Região Centro-Oeste.
O segundo do ranking na Região Centro-Oeste é Vicente Paulo Nunes Filho, ou simplesmente Vicente Nunes, que alcançou 247,5 pontos e tem grande parte de sua carreira dedicada ao Correio Braziliense. Vicente tem em sua galeria um Esso de informação Econômica, três Embratel (todos de Economia), três CNH e um AMB.
O terceiro colocado, Fernando de Castro Lopes, também do Correio Braziliense, tem 225 pontos, todos eles por conquistas no Vladimir Herzog, respectivamente nos anos de 2007, 2008, 2010, 2011 e 2012.
Dividem a quarta colocação, com 175 pontos,  Luciano Pires e Ricardo Alan, ambos igualmente do Correio Braziliense. A principal curiosidade dessa dupla é que todos os seis prêmios que conquistaram na carreira foram integrando a mesma equipe, caso, por exemplo, do Esso de informação Econômica de 2009, com o trabalho O Brasil que emergirá da crise. Os outros foram os CNH de Jornalismo em 2003 e 2010 e os Embratel de Economia, em 2008, 2009 e 2011.
A sexta colocada,  Ana Beatriz Magno da Silva, que também atuou por vários anos no Correio Braziliense, hoje dedica à área de Comunicação da Universidade de Brasília.
A seguir a relação dos mais vitoriosos profissionais de todos os tempos do Centro-Oeste:


POSIÇÃO   NOME                                               VEÍCULO                             PONTUAÇÃO

  1. FERNANDO RODRIGUES                       Folha de S.Paulo                           482,5
  2. VICENTE PAULO NUNES FILHO         Correio Braziliense                          247,5
  3. FERNANDO DE CASTRO LOPES         Correio Braziliense                          225,0
  4. LUCIANO PIRES                                    Correio Braziliense                           175,0
  5. RICARDO ALLAN                                  Correio Braziliense                           175,0
  6. ANA BEATRIZ MAGNO DA SILVA      Correio Braziliense                           167,5
  7. CONCEIÇÃO FREITAS                          Correio Braziliense                           145,0
  8. LEANDRO COLON                                Folha de S.Paulo/Estadão                 130,0
  9. EDNA SIMÃO – Valor                             Econômico/Estadão                          127,5
  10. ANA DUBEUX                                        Correio Braziliense                            125,0
  11. ANTÔNIO VITAL                                   TV Câmara                                       125,0
  12. VANIA CRISTIANO                               Correio Braziliense                            120,0
  13. CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA               IstoÉ                                             115,0
  14. JORGE OLIVEIRA                                   Jornal de Brasília                               100,0
  15. LUCIANA NAVARRO                           Correio Braziliense                               97,5
  16. LUIS TAJES                                            Correio Braziliense                                97,5
  17. MARIANA FLORES                               Correio Braziliense                                97,5


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Folha, Band, IG e Diário do Grande ABC demitem jornalistas


Por Anderson Scardoelli e Jacqueline Patrocinio, do Comunique-se*

Nos dois últimos dias, quatro veículos de comunicação diminuiriam seus quadros de funcionários. Com a decisão das diretorias de Folha de S. Paulo, TV Bandeirantes, Portal IG e Diário do Grande ABC, jornalistas foram dispensados. Editores, repórteres, colunistas e produtores fazem parte da lista de corte das empresas de comunicação – além de profissionais que não têm ligação com o jornalismo.
A sexta-feira, 6, começou com a confirmação de que ao menos cinco jornalistas foram dispensados da Folha, jornal que desde o final do mês passado cobra pelo conteúdo produzido na versão online e que, de acordo com o editor executivo Sérgio Dávila, vai investir na melhoria da qualidade do noticiário. Claudio Ângelo e Lucio Vaz (repórteres da sucursal de Brasília), Carolina Vilanova (repórter de ‘Mundo’) e Lucia Valentim (repórter do caderno ‘Ilustrada’) deixaram a equipe. Ex-correspondente nos Estados Unidos e ex-secretário de redação, Vaguinaldo Marinheiro também deixou a publicação.
Na Band, as demissões aconteceram na quinta-feira, 5. A emissora dispensou 21 profissionais de sua equipe no Rio de Janeiro e deixou de produzir o ‘RJ Acontece’. A direção do canal afirmou, por meio da equipe de comunicação, que "houve ajuste no efetivo". O veículo citou, entretanto, que as dispensas ocorreram "frente às mais de 120 contratações realizadas nos últimos meses".
Sob o comando do grupo português Ongoing desde abril deste ano, o IG deve passar por reformulação na estrutura responsável pelo conteúdo. O primeiro passo já está sendo dado e atinge colunistas, blogueiros e profissionais que mantêm páginas independentes atreladas ao portal. Conforme o Comunique-se teve acesso, a direção do site enviou cartas para informar a decisão de não continuar com as parcerias. O veículo define o comunicado como “notificação – aviso prévio de rescisão contratual”.
O Diário do Grande ABC, impresso que circula em setes municípios da região metropolitana de São Paulo, também promoveu dispensas no decorrer das últimas semanas. O primeiro a sair foi o editor da seção ‘Setecidades’, Wilson Moço. Nesta sexta, duas repórteres, um ilustrador e um contratado da equipe de arte deixaram o jornal.
Além das demissões nesses quatro veículos, o Jornal da Tarde dispensou cerca de 20 profissionais no início da semana. De acordo com o Meio e Mensagem, o diário pertencente ao Grupo Estado pode deixar de circular aos domingos.
*Com colaboração de Tathiana Marchi, gerente de Marketing e Pesquisa do Grupo Comunique-se.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Mídia: E se fosse a Carta Capital na TV Brasil?

Por Eduardo Guimarães, no Pátria Latina:

Na mesma semana em que a Folha de São Paulo repercutiu em suas páginas, em tom de denúncia, um contrato de publicidade por prazo determinado celebrado entre um banco controlado pelo governo federal e um dos blogs políticos mais conhecidos do Brasil, o jornal foi premiado pelo governo de São Paulo com um programa no horário mais nobre da TV brasileira, o das noites de domingo, e bem na emissora pública paulista, a TV Cultura.
Entre as poucas reações que se viu a negócio da natureza do que foi firmado entre a emissora pública paulista e uma empresa de comunicação privada que há anos vem sendo acusada de tomar partido do PSDB paulista e do governo de São Paulo ao praticamente não cobrir a gestão do Estado nos últimos quase vinte anos, sobressaiu a do jornalista e proprietário da revista CartaCapital, Mino Carta, em artigo do qual reproduzo trechos.

*****

– (…) Sou informado a respeito do nascimento de uma TV Folha. Triunfa nas páginas 2 e 3 da Folha de S.Paulo a certidão do evento, a prometer uma nova opção para as noites de domingo na tevê (…)

– (…) A tevê pública paulista acaba de oferecer espaço não somente à Folha, mas também a Estadão, Valor e Veja. (…) Só o jornal da família Frias aproveitou a oportunidade (…)

– (…) Tucanagens similares já foram cometidas em diversas oportunidades nos últimos anos, uma delas em 2010, o ano eleitoral que viu José Serra candidato à Presidência da República. Ainda governador, antes da desincompatibilização, Serra fechou ricos contratos de assinatura dos jornalões (…) Do volumoso pacote não constava obviamente CartaCapital, assim como somos excluídos do recente convite da Cultura (…)

– (…) Volta e meia, CartaCapital é apontada como revista chapa-branca, simplesmente porque apoiou a candidatura de Lula e Dilma Rousseff à Presidência da República. (…) Há quem se abale até a contar os anúncios governistas nas páginas de Carta Capital, e esqueça de computar aqueles saídos nas demais publicações (…)

– (…) Fomos boicotados durante os dois mandatos de Fernando Henrique e nem sempre contamos com o trato isonômico dos adversários que tomaram seu lugar. (…) E nem por isso arrefecemos no alerta perene do espírito crítico. (…) Quanto ao Partido dos Trabalhadores, jamais fugimos da constatação de que no poder portou-se como os demais. (…)

– (…) No mais, desta vez dirijo minha pergunta aos leitores em lugar dos meus botões: qual é a mídia chapa-branca?

*****

Então surgem os questionamentos que não estão sendo feitos, ainda que o jornal, como diz Mino Carta, tenha se “abalado” a dar explicações que não lhe foram pedidas até agora por aqueles que deveriam zelar pela preservação do interesse público sobre ativos estatais como é a emissora pública de São Paulo, que, por ser “fundacional” (como bem observa um leitor), está sob fiscalização do Ministério Público Estadual de São Paulo.

Apesar da falta de ímpeto do MPE-SP, a ombudsman do Jornal Folha de São Paulo, neste domingo, oferece explicações. E em tom crítico. Reproduzo, abaixo, coluna de Suzana Singer de 18 de março de 2012

*****

Folha ‘descobre’ vida inteligente na TV

Suzana Singer

Jornal precisa segurar o impulso de autopromoção e ser transparente ao tratar do seu programa na Cultura

Sem nenhuma modéstia, a campanha publicitária do “TV Folha”, que invadiu até as sagradas páginas de opinião do jornal, decretou: o telespectador finalmente terá algo para ver nas noites de domingo.

Ainda é cedo para dizer se a promessa foi cumprida ou se cabe procurar o Procon. Uma estreia é pouco até para avaliar um restaurante.

Mas o que já ficou claro é que o “TV Folha” tenta se diferenciar dos outros telejornais: não tem âncora alinhavando as reportagens, os colunistas aparecem “descontraídos”, a edição busca uma linguagem de documentário e o tom é de crítica -sobrou até para o Chico Buarque.

O primeiro programa começou com um assunto velho, a ação policial na cracolândia, que aconteceu há dois meses, mas serviu de recado aos que acreditam que a Folha, ao usar um espaço da TV Cultura, engatou um namoro com o governo do Estado. A tese da reportagem era que a operação, ineficaz no combate ao problema dos viciados em drogas, visava às eleições.

Louvável, a independência editorial não é suficiente para encerrar a discussão sobre a validade dessa parceria, em que uma empresa privada explora espaço de uma emissora pública.

O jornal não explicou direito as bases desse acordo. Trata-se de uma permuta: em troca dos 30 minutos na televisão, a Folha cede páginas de anúncios para a Cultura. As despesas do “TV Folha” são do jornal, mas são compensadas pela receita publicitária. “A TV Cultura tem como ganhos um programa jornalístico de qualidade a custo zero, além de espaço de divulgação na Folha”, diz a assessoria de imprensa da emissora.

Não houve concorrência, mas a Folha não foi a única convidada. “Não cabe licitação, porque todos os grandes jornais de São Paulo foram chamados em condições de igualdade”, diz a Cultura. Segundo a emissora, o programa do “Estado de S. Paulo” deve estrear no segundo semestre, o “Valor” ainda não apresentou uma proposta e a revista “Veja” desistiu.

A Secretaria de Redação diz que considera válida a terceirização de espaço em emissora pública, desde que seja um recurso para “melhorar e diversificar a programação”.

A audiência da estreia mostrou que “melhorar” a televisão não é fácil. Mesmo com tanta propaganda, o programa obteve 1 ponto no Ibope, um aumento de 0,3 em relação ao da semana anterior (cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande São Paulo).

O modesto crescimento e a “boa receptividade do público” foram alardeados numa série de pseudorreportagens autopromocionais, que chamavam de “pesquisas Datafolha” sondagens feitas com um número pífio de participantes. Só um texto crítico foi publicado, sob a vinheta “não gostei”, na “Ilustrada”.

“Está exagerado, querem nos convencer de que o programa foi um sucesso. Mas isso tem que ser feito com conteúdo, não com essa espécie de merchandising”, reclamou o leitor Robinson Alves, 28, curador.

O jornal, que noticia com destaque cada perda de audiência da Rede Globo, será submetido agora a um teste de transparência. Para mostrar respeito pela inteligência do leitor, como prometeu na campanha publicitária do “TV Folha”, precisará ser duro com a sua nova criação, que já nasceu petulante, desdenhando a concorrência.

*****

Assisti ao programa e ao fim do post ofereço ao leitor a sua íntegra em vídeo (em três partes). Minha opinião: foi bem feito, isento, como deveria ser. Estaria tudo bem, caso fosse prática da própria Folha e da grande imprensa em geral tratar com olhos de ver, e sem ilações maldosas, uma parceria entre o poder público e o jornalismo privado? Nesse caso, penso que não.

Busque-se na Folha o que diz sobre a TV Brasil, as suposições acusatórias que esse jornal e os outros veículos contemplados pela extrema generosidade do governo paulista sempre fizeram em relação à emissora pública do governo federal – inclusive quanto à audiência, como diz a ombudsman ao lembrar a audiência pífia que teve o primeiro TV Folha – e, por fim, verifique-se se a TV Brasil, alguma vez, foi menos crítica com o governo federal ou se foi mais crítica do que deveria com os governos controlados pela oposição. Garanto que não se encontrará uma só diferença.

Pelo contrário: a TV Brasil é criticada com freqüência, por setores da militância petista, por não ser usada no jogo político em prol do governo federal.

É por isso que sempre digo que acho corretíssimo que emissoras públicas não sirvam, de maneira alguma, de instrumentos políticos, pois hoje quem controla um desses veículos é o partido que você apóia, mas, amanhã, pode ser controlada por aquele ao qual você se opõe, sendo, portanto, a medida ideal aquela em que uma emissora pública, nesse âmbito, seja usada para fazer apenas jornalismo. E não qualquer jornalismo, mas um jornalismo exemplar.

Prova disso foi a disposição da TV Brasil, recentemente, de pedir desculpas públicas por matéria sobre a invasão do bairro Pinheirinho que repercutira informações veiculadas primeiro pelo UOL, do Grupo Folha, de que havia denúncias de mortos naquela operação policial, informação que ainda não foi confirmada.

Detalhe: a TV Brasil fez isso mesmo após o presidente da EBC, Nelson Breve, ter sido alvo da fúria de um blogueiro da Veja ligado ao PSDB, que partiu para cima dele acusando-o de atuar em prol do governo a que serve.

É óbvio, portanto, que a Folha não faria diferente logo no programa de estréia. Tal seria se o primeiro uso do presentaço que ganhou do governo de São Paulo fosse para agraciá-lo ou até para não lhe fazer alguma crítica. A isenção do primeiro TV Folha foi uma espécie de “vacina” contra questionamentos que sobreviriam.

E assim foi por uma razão muito simples, da qual o texto da ombudsman dá pistas: a concessão do horário nobilíssimo para a Folha foi um péssimo negócio para a TV Cultura. Segundo Suzana Singer, o presentão decorreu de “Uma permuta: em troca dos 30 minutos na televisão, a Folha cede páginas de anúncios para a Cultura”.

Que negócio da China, hein! Dá a entender que o jornalão, que tem (bem) menos de 300 mil assinantes (incluídos, aí, aqueles que recebem o jornal em casa sem pedir e de graça), fará publicidade para um tipo de meio de comunicação que certamente tem muito mais de 300 mil domicílios de audiência.

Ou alguém acha que uma TV como a Cultura, que tem décadas de visibilidade, precisa que um jornal diga que ela existe? Existirá um só paulista que não conhece a TV Cultura? Quanto custa tanto tempo de publicidade no horário mais nobre da TV Brasileira e quanto custarão os anúncios “gratuitos” da emissora no jornal?

Aliás, a programação da emissora já consta de cada edição da Folha, que é muito bem paga por isso pelo governo de São Paulo, que também lhe compra milhares e milhares de exemplares do jornal impresso.

Esse horário extenso que a TV Cultura concedeu a jornais e a uma revista que dificilmente fazem críticas ao governo que controla essa emissora pública enquanto se dedicam a fuzilar os adversários desse mesmo governo custa muito mais do que anúncios em papel-jornal, mas quem deveria notar isso não deu um pio.

Se a contratação pela TV Brasil de um jornalista renomado – e ex-membro do conselho editorial da Folha – como Luis Nassif foi alvo de fuzilaria da Folha, apesar de os valores envolvidos na contratação serem muito mais explicáveis do que a doação do mais nobre horário da televisão brasileira ao jornal, que diria esse jornal se a emissora do governo federal fizesse semelhante acordo com a Carta Capital e, ainda, sem a mesma licitação que ele criticou por não ter existido na contratação daquele jornalista?

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Passaralho: Folha de São Paulo demite 10% da redação


Cerca de 40 jornalistas foram demitidos da Folha de São Paulo desde a quinta-feira (10), o que representa o `enxugamento' de 10% da redação do jornal. Além das saídas das dezenas de profissionais, o diário também decidiu acabar com o caderno Folhateen, voltado para o público jovem, que passa a ser uma página da Ilustrada.
Redatores, repórteres e editores foram demitidos jornalistas dos cadernos de "Classificados", "Poder" e "Cotidiano". Profissionais com mais de 20 anos de empresa também fazem parte da equipe que foi desligada do jornal nesta semana.
Na Agência Folha, a mudança foi o fechamento da sucursal de Cuiabá (MT).
De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJ-SP), as demissões da Folha não têm justificativas, pois de acordo com a entidade, o faturamento do Grupo Folha, empresa que controla a Folha de São Paulo e o jornal Agora, tem aumentando nos últimos meses.
Em nota divulgada no site oficial do sindicato, o presidente José Augusto Camargo acusa o jornal de não levar a democracia a sério.
"A recusa de negociar as demissões com o Sindicato demonstra o total desrespeito com a entidade e com os jornalistas. No caso da Folha, tal atitude é uma contradição a tão divulgada `democracia' defendida pelo jornal, que na prática é apenas uma estratégia de marketing".
Procurada pela reportagem do Comunique-se para explicar os motivos das demissões, a direção da Folha de São Paulo não pronunciou até o fechamento desta matéria.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

STJ nega pedido da Folha contra Secretaria de Comunicação

Por Marco Aurélio Weissheimer, na Carta Maior

O ministro Arnaldo Esteves Lima, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou pedido de liminar, impetrado pelo grupo Folha da Manhã S/A (Folha de São Paulo) e pelo jornalista Fernando Rodrigues contra a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). A Folha queria que o STJ determinasse à Secom a liberação de dados “relativos à distribuição de verbas publicitárias entre órgãos federais, conforme a categoria de publicidade, o tipo de mídia, o veículo de comunicação e a agência de publicidade”. O grupo empresarial alegou ser “inquestionável o interesse público e jornalístico nas informações solicitadas”.

A Secom informou ao ministro relator que prestou as informações requeridas dentro dos limites de suas atribuições e que a divulgação das informações requeridas pela Folha comprometeria a estratégia de negociação com a mídia. Segundo a legislação atual, o Poder Público contrata, por meio de licitação, apenas as agências de propaganda, não mantendo vínculo com os veículos de comunicação. O ministro Arnaldo Esteves Lima considerou que não foram demonstrados os requisitos necessários à concessão da medida liminar - periculum in mora e o fumus boni iuris (“fumaça do bom direito”) – negando o pedido da Folha.

Na resposta encaminhada ao STJ, a Secom argumentou que o pedido da Folha “pretende levar a secretaria a contrariar expressa disposição legal, porquanto a lei determina que as informações sobre valores sejam divulgadas pelos totais de cada meio de divulgação e não por veículos”. A obtenção desses dados, prosseguiu a secretaria, “pode redundar em benefício próprio para a empresa impetrante, ou seja, a despeito da alegada defesa do interesse público, os impetrantes tem ciência de que, independentemente da motivação do pleito, a empresa pode beneficiar-se desses dados que, embora imprecisos, expõem condições de preço de seus concorrentes”.

A liberdade de manifestação da comunicação, observou ainda a Secom, “jamais foi restrita aos impetrantes haja vista a quantidade de matéria publicada no veículo da empresa impetrante, sobre o tema publicidade, ao longo dos anos”. Além disso, “não há periculum in mora e urgência nas informações, até porque o jornalista impetrante (Fernando Rodrigues) não teria ficado silente por tanto tempo, uma vez que desde 2004 tinha essa pretensão, mas não buscou mecanismo para satisfazê-la”. “Os impetrantes não tiveram o trabalho de tentar demonstrar na inicial interesse ou legítima curiosidade pública de conhecer os valores pagos a veículos de divulgação, discriminando por órgão ou entidade do Poder Executivo Federal nos últimos 11 anos”, afirmou ainda à secretaria.

A Folha não entrou com nenhuma medida judicial desta natureza para obter os mesmos dados da Secretaria de Comunicação do Estado de São Paulo, onde tem sua sede.

terça-feira, 22 de março de 2011

Folha de S.Paulo registra jornalistas como assessores administrativos

Por Izabela Vasconcelos, do Comunique-se

A Folha de S.Paulo registrou dois jornalistas como assessores administrativos. A informação foi confirmada pelo vice-presidente do Comitê de Imprensa do Senado, o jornalista Fábio Marçal, que também é membro do Conselho de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal.

O Comunique-se teve acesso aos documentos que comprovam a irregularidade na contratação dos jornalistas. Nos dados, o jornal alega que o registro como assessor administrativo é uma norma da empresa. “Eu não sei se eles fazem isso pra fugir do sindicato ou pra burlar a legislação, é um absurdo”, contestou Marçal.

O jornalista enfatiza que apenas os dois casos se tornaram conhecidos, mas acredita que outros profissionais já tenham passado pela mesma situação.

Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, Lincoln Macário Maia, a situação é absurda. “É um absurdo. É uma demostração de que veículos como a Folha são muito apressados em denunciar irregularidades, mas não prestam atenção no que acontece debaixo do seu nariz”, afirmou.

Maia lembrou do caso de outra empresa, que segundo ele, também já cometeu a mesma irregularidade. “A Bloomberg também tenta disfarçar suas contratações de jornalistas. Essas ‘inovações’, formas toscas disfarçadas de sofisticação, precarizam a profissão”, declarou. A Bloomberg não se pronunciou contra a acusação.

Deputado critica contratações
Há uma semana, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), autor da PEC que pede a volta da exigência do diploma de jornalismo para atuar na profissão, foi informado da irregularidade na Folha, e protestou. Segundo ele, que também é jornalista, irregularidades já eram cometidas em muitos veículos, mas tendem a aumentar. “É uma sinalização clara de que o fim do diploma levará à precarização da profissão”, afirmou.

Procurada pela reportagem, a Folha ainda não se manifestou sobre o caso.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Folha perde leitores e já não é o jornal mais lido do país

Do M&M Online

Ainda faltam alguns poucos dados relativos a dezembro para que o Instituto Verificador de Circulação (IVC) feche o seu balanço com o desempenho dos jornais brasileiros em 2010. Apesar disso, o resultado final deve ficar próximo de uma leve alta de 1,5% na circulação total, considerando os títulos auditados em 2010 e na maior parte de 2009.

Nos números já finalizados, a principal novidade é a perda de liderança da Folha de S. Paulo, que era o jornal de maior circulação no país desde 1986. Embora já tivesse perdido a liderança em alguns meses, em 2010 isto ocorreu pela primeira vez no consolidado de um ano. O topo do ranking do ano passado foi do Super Notícia, título popular de Belo Horizonte. Enquanto a Folha manteve estabilidade, na casa dos 294 mil exemplares por edição, o Super Notícia cresceu 2%, atingindo média de 295 mil.

Entre os dez títulos líderes, a maior alta foi de O Estado de S. Paulo, que avançou 11%, chegando a 236 mil exemplares por edição. As maiores quedas foram do Lance, que encolheu 24%, ficando próximo de 95 mil, e do carioca Meia Hora, que viu sua circulação diminuir 15%, atingindo 158 mil exemplares por edição.

Os 10 jornais de maior circulação no Brasil em 2010 e suas respectivas médias por edição foram:
1º Super Notícia: 295.701
2º Folha de S. Paulo: 294.498
3º O Globo: 262.435
4º Extra: 238.236
5º O Estado de S. Paulo: 236.369
6º Zero Hora: 184.663
7º Meia Hora: 157.654
8º Correio do Povo: 157.409
9º Diário Gaúcho: 150.744
10º Lance: 94.683

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Folha oferece a Portugal Telecom R$ 320 milhões por fatia na UOL

Do Portugal Digital

A Folhapar (dona da "Folha de São Paulo") está em negociações com a empresa telefônica portuguesa Portugal Telecom (PT) para comprar dela a participação de cerca de 29% no portal UOL. De acordo com a edição do "Diário Económico", a PT recebeu da Folhapar uma oferta de R$ 320 milhões (cerca de 140 milhões de euros) para vender a sua posição.

O grupo que controla a "Folha de São Paulo" detém 54,87% do capital do UOL e, enquanto parceiro da PT, tem direito de opção de compra sobre a sua participação. Mas, segundo o jornal português, as duas partes ainda não chegaram a acordo.

A família Frias, da Folhapar, pretende prosseguir a estratégia de criação de um grande ‘player' brasileiro na área dos conteúdos de Internet, com a ambição de crescer noutros mercados da América Latina, refere a mesma fonte.

O grupo Folhapar, porém, não é o único interessado nesta participação. Outros ‘players' brasileiros e estrangeiros terão também manifestado interesse junto da PT, segundo o "Diário Económico".

A eventual venda da participação no UOL poderá marcar a terceira venda de activos da PT no Brasil. Consumada que está a alienação da posição de 50% na Brasilcel, pela qual estava presente na Vivo, a PT tem em curso o processo de venda da empresa de "contact centers" Dedic, que vinha como complemento do negócio feito com a Telefónica para a Vivo.

A saída da Vivo está a ter impacto positivo não só para os accionistas da PT, mas também para os seus trabalhadores. A edição de hoje do "Jornal de Negócios" dá conta de que a PT decidiu premiar também os seus trabalhadores pelo negócio da venda da Vivo, que rendeu à empresa 7,5 mil milhões de euros. Até ao final do ano pagará mais 1.200 euros a cada trabalhador, como remuneração extraordinária.

O anúncio foi feito por Zeinal Bava, presidente da Portugal Telecom, no jantar de Natal da empresa, na sexta-feira. O prémio é para os trabalhadores, não incluindo a administração. E esta remuneração suplementar não impede a atribuição dos prémios anuais que habitualmente a PT garante por via da avaliação de desempenho, diz ainda o "Jornal de Negócios".

Opinião: A Folha de São Paulo se prestigiaria desistindo das ações judiciais contra um blog satírico independente

Enviado pelo Repórteres sem Fronteiras

Um mês após seu lançamento, o blog independente Falha de São Paulo, que parodia o maior diário do Brasil A Folha de São Paulo, enfrenta um processo aberto pelo diário por “uso indevido de marca”, devido à semelhança entre os dois nomes e ao logotipo do blog.

Não satisfeito depois de ter conseguido o encerramento do site, o jornal iniciou um novo processo contra seus autores e reclama agora uma indenização financeira por danos morais. No entanto, parece pouco provável que o mais importante diário do país possa efetivamente ser lesado por um blog independente.

O blog, gerido por Lino e Mário Ito Bocchini, troçava sobretudo da insistência com que o jornal atacava Dilma Rousseff, candidata vitoriosa da última eleição presidencial e chefe de Estado a partir de 1 de Janeiro de 2011. Como lembram os dois irmãos no seu site: “A internet teve peso inédito na campanha eleitoral, que terminou com a vitória da candidata de Lula (Dilma Rousseff). A atuação de centenas de blogs foi especialmente importante porque, em sua maioria, eles apoiaram a candidata de esquerda (Dilma Rousseff) e, por outro lado, praticamente toda a mídia convencional (rádio, TVs, jornais e revistas) defendeu fortemente o candidato de oposição, José Serra.”
A família Frias, proprietário do jornal, dispõe de meios para pagar as despesas do processo. O mesmo não sucede com os irmãos Bocchini (um é jornalista e o outro designer), que se encontram, devido à ação judicial, em graves dificuldades financeiras. Eles não têm possibilidades de se defenderem eficazmente desse processo, totalmente ignorado pela mídia tradicional, controlada por um punhado de famílias influentes.
Essas ações, que procuram asfixiar financeiramente um meio de comunicação, ilustram uma nova forma de censura. O desfecho desse caso poderia constituir um precedente perigoso em matéria de direito à caricatura, parte integrante da liberdade de expressão e de opinião. É por esse motivo que solicitamos à direção de A Folha de São Paulo que renuncie a esse combate desigual e que desista do processo contra o blog dos irmãos Bocchini. Esse gesto contribuiria para a reputação do diário, que mostraria assim seu apego à livre circulação das ideias, opiniões e críticas, garantidas pela Constituição Federal de 1988. A mídia deve aceitar estar exposta à crítica pública como qualquer outro poder ou instituição.
Os dois irmãos já criaram um site alternativo: http://desculpeanossafalha.com.br/. Várias personalidades, entre as quais o ex Ministro da Cultura Gilberto Gil, gravaram mensagens de vídeo em que condenam a censura e o processo aberto pela Folha.

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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Folha procura redator para editoria Mundo

O jornal Folha de São Paulo procura redator colaborador interessado em trabalhar no caderno Mundo por dois meses

Candidatos devem ter:

boa cultura geral
bom acompanhamento do noticiário internacional
experiência em fechamento em jornal diário ou revista informativa
inglês fluente
conhecimentos de espanhol
domínio da língua portuguesa
Conhecimentos de outros idiomas e do Manual de Redação da Folha são habilitações desejáveis.

O processo de seleção inclui testes de conhecimentos gerais, conhecimentos específicos, português e regras de padronização estabelecidas pelo manual, além de entrevista.

Envie um currículo sucinto (com formação escolar, domínio de idiomas, cursos de especialização e experiência profissional) e dois exemplos de seu trabalho até 10/9, para treina@uol.com.br. Escreva no campo "Assunto" a sigla C-1.125

ATENÇÃO: mande currículo e texto no corpo da mensagem; links e arquivos anexados não serão considerados

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Emprego: SP: Folha contrata Redator de Ilustrada

A Folha de S. Paulo procurar redator colaborador para cobrir férias no caderno Ilustrada até o final de setembro. Experiência em fechamento e conhecimento do Novo Manual de Redação da Folha são habilitações desejáveis.

O processo de seleção inclui testes de conhecimentos gerais, conhecimentos específicos, português e regras de padronização estabelecidas pelo manual, além de entrevista.

Envie um currículo sintetizado em uma página (com formação escolar, domínio de idiomas, cursos de especialização e experiência profissional) e dois exemplos de textos seus sobre assuntos relacionados às áreas especificadas acima, até 28/08, para treina@uol.com.br. Escreva no campo “Assunto” a sigla C-1.122

Candidatos devem ter:

•boa formação cultural
•familiaridade com os temas do caderno _em especial música pop, cinema e literatura.
•domínio da língua inglesa
•conhecimentos de língua espanhola
•domínio da língua portuguesa
Aviso do contratante: mande currículo e texto no corpo da mensagem; links e arquivos anexados não serão considerados.

sábado, 17 de abril de 2010

Opinião: Os jornalões e os interesses de fora

Por Argemiro Ferreira, em Carta Maior

A aliança dos jornalões não é só com os tucanos. É também contra o país: no debate nuclear, como em outros, o governo Lula defende nossos interesses e a mídia fica com os de fora. Nas primeiras páginas da “Folha”, Estadão e “O Globo” a foto de ministro brasileiro presenteando o vilão Ahmadinejad com a camisa da seleção encantou os editorialistas. Como desprezam os interesses nacionais, eles festejam as leis extraterritoriais criadas nos EUA para intimidar e punir países que divergem de suas posições.
O primeira reação de muitos leitores que viram as manchetes idênticas, dia 14, na “Folha de S.Paulo” e no Estadão (a primeira página de “O Globo”, mesmo sem a manchete, coincidiu no enfoque e na foto) foi recordar a peça de propaganda do tucano Geraldo Alckmin na campanha eleitoral de 2006 - o pacote de dinheiro nas primeiras páginas, exposto de norte a sul do Brasil.
Daquela vez o truque sujo adiou a decisão do eleitorado para o 2˚ turno - no qual Alckmin acabaria com menos votos do que no 1˚. Agora a “coincidência” funciona como alerta para truques futuros. Mas a aliança dos jornalões não é só com os tucanos. É também contra o país: no debate nuclear, como em outros, o governo Lula defende nossos interesses e a mídia fica com os de fora.
Jornalões, revistonas e penduricalhos (Rede Globo à frente) apoiam-se no estereótipo iraniano fabricado por eles próprios. O presidente Ahmadinejad é baixo, magrelo e feio. Não está em questão a aparência dele e nem o holocausto - que reconheceu ter ocorrido, mesmo lembrando que os mortos na II Guerra foram 60 milhões e não apenas os 6 milhões de judeus.
O expediente de produzir o vilão e a partir dele demonizar um país inteiro para invadi-lo e tomar-lhe o petróleo - como foi em 1953 no próprio Irã (de Mossadegh) e em 2003 no Iraque (de Saddam) - começa com difamação e sanções. Armas de destruição em massa foram o pretexto dos EUA para invadir o Iraque. Armas que sequer existiam, como não existe a bomba-A do Irã.
Ao invés de sanções a política externa do Brasil prefere o apelo sensato à negociação. Afinal, o Iraque foi arrasado pelas bombas dos EUA e viu um milhão de civis (segundo estimativas) serem mortos. E lá as sanções, que puniram mais as crianças do que o governo, foram o capítulo inicial. Hoje a acusação dos EUA é que o Irã pode vir a ter uma bomba - em cinco anos. Seria situação menos ameaçadora do que o arsenal nuclear de 100 bombas que o estado de Israel já tem, sem nunca ter assinado o TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear). A exemplo dos israelenses, Índia e Paquistão negaram-se a aderir ao TNP e já têm armas nucleares - não tantas como Israel, mas prontas para serem usadas numa guerra entre os dois.
E onde entra o Brasil nesse quadro? Assinou e cumpre o TNP, não tenta desenvolver a bomba (mesmo tendo condições para isso), proclama em sua Constituição que não o fará e ainda assinou pactos (um bilateral, com a Argentina; e outro regional, com a América Latina) nesse sentido. Mas sofre cobrança dos EUA, que descumprem o TNP e se arvoram em xerife nuclear.
O TNP não lhe confere tal autoridade. Ao contrário: manda os detentores de armas atômicas reduzirem os arsenais até sua eliminação completa. Os acordos EUA-Rússia só aposentam armas obsoletas, logo substituídas pelas modernas, sofisticadas e portáteis, que tornam mais provável o uso. (Até hoje um único país usou a bomba-A - duas, em Hiroshima e Nagasaki, contra populações civis e não instalações militares).

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quarta-feira, 10 de março de 2010

Opinião: Repórteres no pelourinho

Por Leandro Fortes, no Observatório da Imprensa, enviado por Sandra Martins

A direção da Folha de S.Paulo, simplesmente, autorizou a um elemento estranho à redação (mas não aos diretores), o sociólogo Demétrio Magnoli, a chamar de "delinquentes" dois repórteres do jornal, autores de matéria sobre a singular visão do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) da miscigenação racial no Brasil. Vocês, não sei, mas eu nunca vi isso na minha vida, nesses 24 anos de profissão. Nunca. Por tabela, também o colunista Elio Gaspari, que desceu a lenha no malfadado discurso racista de Demóstenes Torres, acabou no balaio da delinquência jornalística montado por Magnoli.

Das duas uma: ou a Folha dá direito de resposta aos repórteres insultados (Laura Capriglione e Lucas Ferraz), como, imagino, deve prever o seu completíssimo Manual de Redação, ou encerra as atividades. Isso porque Magnoli, embora frequente os saraus do Instituto Millenium, não entende absolutamente nada de jornalismo e confundiu reportagem com opinião.

A matéria de Laura e Lucas nada tem de ideológica, nem muito menos é resultado de "jornalismo engajado" (contra o DEM, na Folha??). A impressão que se tem é que houve falha nos filtros internos da Redação e deixaram passar, por descuido ou negligência, uma matéria cujas conseqüências aí estão: o senador Torres, sujeito oculto da farsa do grampo montada em consórcio entre a Veja e o STF, virou, também, o símbolo de um revisionismo histórico grotesco, no qual se estabelece como consensual o estupro de mulheres negras nas senzalas da Colônia e do Império do Brasil.

Rumos finais
A reação interna à repercussão de uma matéria elaborada por dois repórteres da sucursal de Brasília, terceirizada por Demétrio Magnoli, é emblemática (e covarde), mas não diz respeito somente à Folha de S.Paulo. O artigo "Jornalismo delinquente" [ver íntegra abaixo], publicado na edição de terça-feira (9/3), na seção "Tendências/Debates" da pág. 3 do jornal, nada tem a ver com políticas de pluralidade de opiniões, mas com intimidação pura e simples voltada para o enquadramento de repórteres e editores – e não só da Folha – para os tempos de guerra que se aproximam.

A recusa de Aécio Neves em ser vice de José Serra deverá jogar o DEM, outra vez, no vácuo dos tucanos, a reviver a dobradinha iniciada entre Fernando Henrique Cardoso e o PFL, de triste lembrança. O imenso mal estar causado pela fala de Demóstenes Torres na tribuna do Senado Federal, resultado do trabalho rotineiro de dois repórteres, acabou interpretado como inaceitável fogo amigo. Capaz, inclusive, agora, de a dupla de jornalistas correr perigo de empregabilidade, para usar um termo caro à equipe econômica tucana dos tempos de FHC.

Demétrio Magnoli, impunemente, chama a reportagem da Folha de S.Paulo de "panfleto disfarçado de reportagem", afirmação que jamais faria, e muito menos a publicaria, sem autorização da direção do jornal, precedida de uma avaliação editorial e política bastante criteriosa. O fato de se ter permitido a Magnoli, um dos arautos da tese conceitualmente criminosa de que não há racismo no Brasil, insultar dois repórteres e o principal colunista da Folha, em espaço próprio dentro de uma edição do jornal, deixa a todos – jornalistas e leitores – perplexos com os rumos finais da velha mídia e de seu inexorável suicídio editorial em nome de uma vingança ideológica, ora baseada em doutrina, ora em puro estado de ódio racial e de classe.

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domingo, 25 de outubro de 2009

Opinião - Folha de São Paulo: A ditadura do ombudsman

O artigo é de Urariano Mota, em Carta Maior

A Folha de São Paulo foi o primeiro jornal brasileiro a ter algo semelhante, o seu próprio ombudsman, que deveria ser um profissional dedicado a receber, investigar e encaminhar as queixas dos leitores, além de realizar a crítica interna do jornal. O ombudsman da Folha pode até receber e encaminhar as queixas dos leitores. Mas poderia ser substituído por uma caixa online, que a cada reclamação respondesse automático: caro senhor, muito obrigado, senhor, atenciosamente.

Recife (PE) - Qualquer pesquisa na internet informará que ombudsman é uma palavra sueca que significa representante do cidadão. E que a Folha de São Paulo foi o primeiro jornal brasileiro a ter algo semelhante, o seu próprio ombudsman, que deveria ser um profissional dedicado a receber, investigar e encaminhar as queixas dos leitores; realizar a crítica interna do jornal e, uma vez por semana, aos domingos, etc. etc. Vamos ao ponto e ao fato, agora. Em 29 de julho de 2009, lancei o livro “Soledad no Recife” em São Paulo. O livro narra os últimos dias de Soledad Barrett, a militante socialista que teve a infinita infelicidade de ser mulher do Cabo Anselmo, pois grávida foi entregue por ele ao assassino Fleury. Que a executou sob torturas, a ela e a mais cinco militantes, em 1973. Isso é histórico. O livro, uma recriação literária em cima de pessoas, depoimentos e papéis, expõe o caráter da traição de Anselmo, em um momento que não poderia ser mais inconveniente para ele.

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