Na 6ª Assembleia da Aliança das Agências de Informação de Língua Portuguesa (ALP), que está a decorrer em Brasília, as agências estatais de notícias estudam formas de criar e financiar um portal conjunto, que reuniria parte dos conteúdos produzidos pelos oito países lusófonos que compõem a aliança.
O objetivo será ampliar o conhecimento mútuo da realidade dos países e a disseminação de notícias em língua portuguesa.
As agências públicas de menor porte e mais recentes - de Cabo Verde (Infopress), Guiné-Bissau (ANG), Moçambique (AIM), São Tomé e Príncipe (STP – Press) e do Timor Leste (Etna) -, defendem que a criação do portal comum precisa da coordenação das agências mais consolidadas - a brasileira Agência Brasil, a portuguesa Lusa e a angolana Angola Press (Angop).
"Temos de ser pragmáticos. Ou se faz o portal com a EBC [Empresa Brasil de Comunicação], a Angop e a Lusa, ou não se faz. As agências estão em estágios diferentes e não podemos exigir a mesma atuação das agências que estão em processo de criação e 'arrumando a casa'", disse o representante da Lusa, Afonso Camões. Na assembleia, sediada na EBC, avaliou-se a possibilidade de buscar patrocínio para viabilizar a página na internet.
O diretor-geral da agência de Moçambique, Gustavo Mavie, pediu empenho dos participantes para estabelecer metas para a concretização do projeto conjunto. "Não quero que essa seja mais uma reunião. Temos que definir prazos para implementação, execução e consolidação", defendeu Mavie. O diretor moçambicano também observou que as agências menores e mais recentes, como a que trabalha, precisarão da cooperação dos demais parceiros para formação e aperfeiçoamento profissional.
O diretor-presidente da EBC, Nelson Breve, destacou sobre os investimentos no âmbito da empresa brasileira como forma de democratizar o acesso à informação no país. "É dever do Estado informar e divulgar conteúdos plurais e democráticos, de forma que a população possa exercer a sua cidadania", disse Breve.
Para o secretário de Estado da Comunicação Social do Timor Leste, Nélio Isaac Sarmento, a cooperação entre as agências públicas de língua portuguesa é um instrumento para a redução das assimetrias políticas, econômicas e sociais. "A criação de uma agência é um passo essencial para a consolidação da democracia e do desenvolvimento que merecem ser conhecidos", informou Sarmento.
Na assembleia, que irá até terça-feira (26), a presidência da ALP, atualmente ocupada por Daniel Miguel Jorge, da Angola Press, passará a ser exercida pelo diretor-presidente da EBC, Nelson Breve. A ALP foi criada em Lisboa, em julho de 1996. Entre os objetivos estão a promoção do desenvolvimento das agências de informação nacionais e a formação profissional no campo jornalístico e tecnológico.