Artistas brasilienses lançam testemunhos em fotografia
e cinema sobre transformações na sociedade contemporânea
Os testemunhos de dois artistas brasilienses sobre
fenômenos contemporâneos emergentes como a sociedade em rede e a ocupação não
convencional de espaços públicos é tema de uma programação dupla na Livraria Cultura do Casa Park, em Brasília, na segunda-feira, 4 de novembro.
O fotógrafo Paulo Laboissiere traz a exposição
Occupy Wall Street, enquanto o
cineasta Mário Salimon faz a primeira apresentação pública de seu novo longa
metragem Hierarquia: conversas depois do
fim de um mundo. O coquetel de abertura da exposição acontecerá logo após a
exibição do filme, que começa às 18h30.
A mostra permanece aberta até o dia 30
de novembro.
Veja aqui um trailer do documentário.
O filme pode ser comprado ou alugado em www.hierarquia.org .
O filme pode ser comprado ou alugado em www.hierarquia.org .
A Livraria
Cultura fica no Shopping Casa Parque, EPIA.
Tanto a exposição fotográfica como o filme retratam um
momento em que as sociedades expressam inconformância, ora difusa, ora bem
articulada, com o estado atual das coisas. Temas como escassez artificial,
redes sociais mais distribuídas que centralizadas, autonomia do sujeito e
contestação do uso regular dos espaços públicos são tratados na obra dos dois
artistas.
Occupy Wall Street
é uma série de fotos de Paulo Laboissiere, feitas em diversas incursões pela
ocupação do Zuccotti Park, ao lado de seu trabalho. O movimento, que começou em
2011 em Manhattan, acabou se espalhando rapidamente para cidades como Los
Angeles, San Francisco, Chicago, Boston e até mesmo Frankfurt. A abordagem de
Paulo Laboissiere é aquela de um observador impessoal. Sua câmera é quase inconspícua e suas técnicas são de
mínima intervenção no espaço fotografado. “Para cada geração
existem eventos que sempre definem
e moldam um período da história. Eu sabia que
OWS ia ser um desses”, diz ele.
Hierarquia e
sociedade em rede - Hierarquia –
conversas depois do fim de um mundo é um documentário em longa metragem produzido por Mário Salimon e
que envereda pelas ideias do filósofo Augusto de Franco e do “emaranhado” de
pessoas com que ele convive. Neste filme de cerca de hora e meia, discutem-se
temas oportunos e quentes como escolarização, democracia, redes, autocracia e,
é claro, o papel da hierarquia no tecido da sociedade. A ideia central
discutida no filme é a existência de um padrão de organização – a hierarquia –
que, mais do que imposto pela força, é assimilado naturalmente pelas pessoas ao
longo de um processo de 8 mil dias de bitolação nos meios familiar, escolar,
militar, político e laboral. Esse padrão reforçaria um modelo de comando e
obediência em que a autocracia se firmaria como modo operante. Não haveria
espaço verdadeiro para a democracia nesse contexto. A mudança traria sempre
novos autocratas e não mais distribuição de poder.
Laboissiere e Salimon são amigos desde os anos 80, quando
compartilharam o entusiasmo com a cena musical da capital e o gosto comum por
rock progressivo e sintetizadores. Ainda que tenham seguido caminhos
profissionais distintos, continuam unidos pelas artes, compondo e gravando no
duo Wave Playground e colaborando mutuamente nos projetos de cinema e
fotografia que desenvolvem. Durante longas caminhadas e conversas, em Nova
Iorque e Brasília, os dois conceberam e planejaram diversas incursões pelo
mundo das artes, das quais são parte os produtos que serão exibidos no dia 4.
Fontes externas
www.mariosalimon.com
www.hierarquia.org
http://blogs.mariosalimon.com/jorn/musica/wave-playground/
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