O governo português decidiu rever o contrato que liga o Estado à agência noticiosa Lusa e que tecnicamente cessa a 31 de dezembro. A decisão foi comunicada pelo ministro Miguel Relvas. Atualmente, a Lusa recebe do Estado português um financiamento no valor de 12 milhões de euros líquidos. De acordo com a edição desta segunda-feira (9) do jornal "i", o presidente do Conselho de Administração da Lusa, Afonso Camões, confirmou a denúncia do contrato pelo governo. "Confirmo que o governo denunciou o contrato. Recebemos a carta na semana passada", disse Camões.
Segundo o jornal português, o governo quer mais cortes no financiamento estatal à agência de notícias. "Os números que circulam apontam para um corte de 15%, o equivalente a 2 milhões de euros – na prática, um valor que significa a perda de cerca de 75 salários médios por ano. Uma vez que 90% das despesas da agência são com o pessoal, o risco de um novo contrato com cortes drásticos nesta área é enorme", diz o "i".
O maior acionista da Lusa é o Estado, com 50,14%. Os maiores acionistas privados são a Controlinveste, proprietária do Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF com 23,36%. A seguir, vem a Impresa, dona do semanário Expresso e da estação de televisão SIC, com 22,35%. Os acionistas minoritários são a NP-Notícias de Portugal com 2,72%, o jornal diário Público com 1,38%, a estação de televisão estatal RTP com 0,03%, o jornal Primeiro de Janeiro com 0,01% e a Empresa do Diário do Minho com 0,01%.
Depois de ter aberto uma empresa sucursal no Brasil, nos anos 90, a agência portuguesa abandonou o projeto, após uma série de erros comerciais e editoriais, entre eles a imposição de critérios desajustados à realidade brasileira e a submissão a objetivos particulares.
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