Por Robert Galbraith, do M&M Online, em 25/09/2009
Três filmes criados pela Matisse entram no ar neste domingo, 27, para buscar informações sobre 140 vitimas da ditadura
O governo federal lança neste domingo, 27, a campanha Memórias Reveladas, um investimento de R$ 3,5 milhões. A proposta é mobilizar a sociedade a buscar informações sobre 140 desaparecidos políticos, entre 1964 e 1985, cujos corpos até hoje não foram encontrados. A ação busca sensibilizar pessoas e organizações a doarem documentos relativos à política brasileira durante os governos militares. Esse material será encaminhado a um arquivo nacional, que abrigará todo o acervo.
Segundo Ottoni Fernandes Junior, secretário executivo da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da Republica, a campanha permitirá o resgate de informações importantes sobre esse período. Muito possivelmente ajudará na localização dos corpos desses militantes mortos pela ditadura.
A campanha tem três filmes, com versões de 1 minuto e 30 segundos, criados pela Matisse e dirigidos por Cao Hamburger, Helvecio Raton e João Batista de Andrade. Há também quatro anúncios impressos que trazem a assinatura "Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça". O plano de mídia inclui peças de internet e cartazes que servirão de apoio à mobilização.
No site "Memórias Reveladas" serão disponibilizadas informações sobre o projeto, que foi lançado em 13 de maio. Nele será disponibilizado um filme de 5 minutos exibindo imagens sobre os 140 desaparecidos políticos.As peças para jornal serão veiculadas exclusivamente na região do Araguaia (Tocantins), onde se acredita que a maioria das vitimas tenha encontrado o fim. Questionado sobre uma eventual reação dos militares contra a campanha, Ottoni explica que não existe uma pretensão revanchista. "Só queremos encontrar vestígios destas vítimas e saber exatamente o que aconteceu com elas".
Os filmes contêm depoimentos de familiares de alguns desaparecidos políticos (Rubens Paiva, Fernando Santa Cruz, Dinaelza Santana Coqueiro e Vandick Coqueiro). Uma das pessoas que marca presença na campanha é o escritor Marcelo Rubens Paiva. Por se tratar de um tema sensível e abordar a morte de brasileiros que lutaram contra a ditadura e da dor daqueles que não tiveram direito de enterrar seus corpos, optou-se por um olhar autoral na realização dos filmes.
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