O 1º Encontro Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Enjira) abriu, na manhã de quarta-feira (2) a programação do 36º Congresso Nacional dos Jornalistas, que acontece até o próximo domingo, no Centro de Convenções de Maceió, reunindo cerca de 500 profissionais de todo o Brasil.
Com foco na construção da igualdade racial na mídia e o papel dos jornalistas nesse processo, o encontro trouxe a tona questões como a visibilidade da cultura e das demandas relacionadas à população negra, além da troca de experiência sobre a abertura de espaços para o jornalismo especializado nas questões de gênero, como o Portal Áfricas e cadernos especiais na mídia impressa.
O encontro contou com a participação de profissionais do mais alto gabarito na mídia étnica nacional, a exemplo de Cleidiana Ramos, repórter especial do jornal A Tarde (BA), especializada em questões de identidade e religiosidade afro-brasileira; o jornalista Washington Andrade, diretor-geral do Portal Áfricas; e Rosane Borges, doutora em Ciências da Comunicação, coordenadora do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra.
Eles discorreram sobre questões como o tabu de falar no racismo na imprensa brasileira; das relações diferenciadas da informação com o público negro; da importância de fomentar o debate sobre etnia e raça na mídia brasileira, entre outros assuntos.
Na opinião de Rosane Borges, falar de racismo no Brasil é como olhar diretamente para o sol, pois é algo que cega imediatamente as pessoas. “É algo muito presente e que nos negamos a encarar. O que precisamos é trabalhar para promover a igualdade social e a mídia possui um papel fundamental nisso”, disse ela.
O evento contou com a participação de integrantes das Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojiras) de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Alagoas, Paraíba e Bahia, além do Núcleo de Jornalistas Afrobrasileiros do Rio Grande do Sul, que agregam profissionais engajados na discussão da temática, além de representantes dos demais sindicatos da categoria em outros Estados do Brasil.
Na avaliação do presidente da FENAJ, Celso Schröder, foi uma grande honra ter o ENJIRA abrindo o Congresso Nacional dos Jornalistas. “Isto era uma coisa que nós devíamos ao jornalismo brasileiro. Este é um assunto que deve ser extremamente debatido em todas as redações pelo Brasil afora”, afirmou.
Valdice Gomes, presidenta do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal) e coordenadora da Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira) da FENAJ, falou da grande emoção em ver o primeiro Enjira acontecer Alagoas. “Não é de hoje que lutamos por isso, pois sabemos do quanto é fundamental implementar ações voltadas à igualdade racial em todas as esferas da comunicação social”, disse ela.
O Congresso dos Jornalistas é um evento promovido pela FENAJ, este ano realizado pelo Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, com patrocínio do Governo de Alagoas, Prefeitura de Maceió, Sebrae, Petrobras, Federação da Indústria do Estado de Alagoas e Governo Federal, por meio da Caixa Econômica Federal, Ministério do Esporte e Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).
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