Assembleia dos trabalhadores em greve das quatro praças da Empresa Brasiliera de Comunicação (Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e São Luís), realizada no dia 11/11, rejeitou a proposta colocada pela direção
da empresa em mesa de negociação realizada na segunda-feira (9). A diretoria
ofereceu 3,5% de aumento salarial e em todas as cláusulas econômicas do Acordo
Coletivo de Trabalho para este ano e para o ano de 2016. A greve teve início na terça-feira, 10/1.
A EBC é a holding que administra a TV Brasil, Rádio Nacional, Agência Brasil, dentre outras mídias, além de ser responsável pela edição da primeira meia hora do programa radiofônico, A Voz do Brasil.
A EBC é a holding que administra a TV Brasil, Rádio Nacional, Agência Brasil, dentre outras mídias, além de ser responsável pela edição da primeira meia hora do programa radiofônico, A Voz do Brasil.
Os servidores da EBC querem que
seus salários sejam corrigidos de acordo com oIPCA, que é o Índice que mede os preços ao consumidor em
todo país. Além de um chamado aumento linear dos salários, no qual os
trabalhadores passariam a receber R$ 450 a mais mensalmente. Os tíquetes
alimentação e refeição também são objeto de reivindicação. Os grevistas querem
que esse benefício tenha o aumento de 4,25%
Em greve, os empregados das quatro
praças da EBC (Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e São Luís) voltaram a se
reunir em assembleia nessa quinta-feira, 12/11. O movimento ganhou grande
adesão, com entre 900 e mil trabalhadores cruzando os braços, quase 50% dos
empregados da casa sem cargo de chefia ou função. Os empregados aprovaram a
continuidade da greve, a manutenção das propostas para as cláusulas econômicas
e a cobrança que a empresa negocie as cláusulas sociais.
Os trabalhadores também aprovaram a
cobrança para que a empresa não cometa ilegalidades durante a greve na
substituição de profissionais e que tire dos créditos os nomes daqueles
trabalhadores que pararam. Uma carta à presidenta Dilma também foi encaminhada
na assembleia.
A direção da Empresa Brasil de
Comunicação enviou ofício afirmando que só voltará a negociar caso os
trabalhadores interrompam a greve. Ela entrou com pedido de dissídio coletivo
junto ao Tribunal Superior do Trabalho. No entanto, só listou algumas cláusulas
econômicas e mais duas de seu interesse (banco de horas e ponto eletrônico). Os
trabalhadores rejeitaram a tentativa de fim da greve e reafirmaram que mesmo
para uma conciliação no Tribunal é fundamental que as partes dialoguem sobre as
cláusulas sociais.
Psol
A bancada parlamentar do Psol na Câmara dos Deputados se solidarizou ao movimento dos trabalhadores da estatal de comunicação. Por meio do seu líder, deputado Chico Alencar, o PSOL manifestou todo o seu apoio a esta luta e considera justas as reivindicações do movimento. Os trabalhadores não podem pagar pela política de ajuste fiscal para os “de baixo”, adotada pelo governo Dilma e que beneficia o capital financeiro, em detrimento de salários dignos e melhores condições de trabalho. A proposta apresentada pela direção da empresa não repõe as perdas da inflação acumulada no último ano, e segue a linha da política oficial de arrocho que o PSOL rejeita.
A bancada parlamentar do Psol na Câmara dos Deputados se solidarizou ao movimento dos trabalhadores da estatal de comunicação. Por meio do seu líder, deputado Chico Alencar, o PSOL manifestou todo o seu apoio a esta luta e considera justas as reivindicações do movimento. Os trabalhadores não podem pagar pela política de ajuste fiscal para os “de baixo”, adotada pelo governo Dilma e que beneficia o capital financeiro, em detrimento de salários dignos e melhores condições de trabalho. A proposta apresentada pela direção da empresa não repõe as perdas da inflação acumulada no último ano, e segue a linha da política oficial de arrocho que o PSOL rejeita.
Os grevistas fizeram
uma passeata na Esplanada e um ato em frente ao Ministério do Planejamento.
Eles cobraram uma reunião com o Departamento de Governança das Empresas
Estatais (Dest), órgão ao qual a EBC está vinculada na parte das relações
trabalhistas. Nas falas, os trabalhadores questionaram, por exemplo, por que o
Ministério do Planejamento autorizou que a Companhia Nacional de Abastecimento,
Conab, oferecesse 8,5% e para a EBC somente 3,5%.
Ministério Público
Às 18h, as entidades representativas,
entre elas o Sindicato dos Jornalistas do DF, se reuniram com o gabinete do
Procurador-Geral do Trabalho. Na reunião, elas solicitaram que o órgão
acompanhe a negociação e denunciaram abusos por parte da empresa como assédio
moral, substituição de profissionais e designação de profissionais para
ocuparem cargos sem registro profissional ou em desacordo com a legislação.
Entre as irregularidades está também o uso de estagiários para substituir o
trabalho de profissionais. As entidades também solicitaram auxílio do
Ministério Público do Trabalho para uma eventual situação de compensação dos
dias parados, já que na greve de 2013 houve muitos casos de abuso. O
chefe-de-gabinete do Procurador-Geral explicou que no caso do acompanhamento,
como há dissídio em andamento haverá a designação de um procurador. Quanto às
denúncias, informou que elas devem ser analisadas pela Procuradoria-Geral do
Trabalho da 10a Região. Os representantes dos trabalhadores solicitaram
agilidade no encaminhamento do processo.
Adesão
Segundo relatos dos trabalhadores,
há setores com 100% dos empregados do quadro parados. Parte dos profissionais
se manteve trabalhando com receio de perda de coordenação ou de gratificações.
Outra parte não aderiu por motivos diversos. A greve comprometeu diversos
serviços da empresa. Telejornais reduzidos, com menos materiais e mais
dependentes das emissoras parceiras, rádio com programação musical muito maior
e noticiários sem ir ao ar, Agência Brasil com menos matérias.
Nova assembleia
Uma nova assembleia ficou marcada
para segunda-feira, 16/11, às 12h30. Caso o TST responda os pedidos de dissídio
que foram realizados pela empresa os empregados poderão voltar a se reunir
amanhã. Reajuste de 3,5%
O movimento paredista foi
deflagrado na última terça-feira, 10/11. A empresa ofereceu reajuste de 3,5%
por ano em um acordo de dois anos. Mantido o patamar inflacionário, isso
significaria uma perda de cerca de 13% em dois anos nos salários dos
trabalhadores. A oferta foi feita sob a justificativa da crise econômica no
país. No entanto, os trabalhadores denunciam vários privilégios dado aos
gestores e diretores da empresa. Eles lutam por isonomia dentro do quadro de
empregados e pressionam para que neste momento de crise a empresa faça cortes
em cargos comissionados, nos salários da chefia e em outros benefícios dados
aos cargos de direção como: vaga privativa na garagem paga pela empresa,
auxílio moradia e diárias recebidas pela direção com valor muito superior aos
que são pagos aos empregados.
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