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domingo, 6 de março de 2016

Ceará opera única rádio do Brasil com conteúdo só para presidiários

Em funcionamento desde 2009, a Rádio Livre é transmitida em seis unidades e atinge mais de 6 mil pessoas diariamente
Hoje a equipe da rádio conta com um jornalista responsável e dois egressos. P(FOTO: 
Publicado originalmente na Tribuna do Ceará.
Liberdade é, segundo o dicionário, o estado de pessoa livre e isenta de restrição externa ou condição do ser que não vive em cativeiro. Para mais de 21 mil pessoas no Ceará, tal conceito não se aplica mais. Envolvidas em algum tipo de delito, essas pessoas foram destituídas de sua liberdade.
Longe do convívio social, muitos detentos perdem o contato com familiares e amigos. E foi justamente pensando em aproximar a população carcerária não apenas da família e amigos, mas, também, de conteúdos voltados para educação e cidadania, que a surgiu a Rádio Livre.
O projeto, idealizado pela Secretaria da Justiça, é o único no país a levar conteúdos como direito, educação, cultura, esporte, religião, psicologia, capacitação e entretenimento para quase 6 mil presos das Casas de Privação Provisória de Liberdade II, III, IV e de Caucaia, da Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo (Pacatuba) e do Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa (IPF).
“A rádio foi apadrinhada pela Secretaria da Justiça em 2009 e começou pela CPPL2. Naquela época só transmitia música religiosa ou clássica. Além disso, o familiar podia passar uma mensagem, ou o diretor poderia falar com os detentos, chamá-los para fazer algum procedimento, por exemplo. Em 2012 foi criado um estúdio profissional com mesa de som, todo equipado para transmitir uma programação e também para ampliar esse sinal para outras unidades”, explica Felipe Sampaio, jornalista responsável pela rádio.
Atualmente o projeto pioneiro conta com 18 programas funcionando de segunda a sexta, das 8 às 17 horas. Enviando simultaneamente o sinal via internet, a rádio atinge não apenas a população carcerária, que escuta a rádio por meio das  caixas de som instaladas em vivências e corredores das unidades penitenciárias, mas, também, os servidores que podem escutar a rádio via intranet (rede interna de comunicação).
Além de fonte de conteúdos importantes e meio de comunicação entre a direção das penitenciárias e os internos, a Rádio Livre também funciona como meio de comunicação entre os presos e suas famílias. “Funciona assim: vamos até o presídio e os internos entregam bilhetes com recados. Em um dia, em apenas uma vivência do presídio, recebemos em média 200 bilhetinhos com mensagens. Para você ter ideia, um único presídio tem, em média, seis vivências. Então são muitos recados, a gente às vezes não consegue dar conta”, aponta Felipe.
Como um serviço de tele mensagem, os três responsáveis pela rádio ligam para o familiar do detento e entregam o recado. Há, ainda, a possibilidade de o destinatário responder a mensagem, de forma que sua resposta é transmitida no ar, dentro da programação da rádio.
“Outro meio de comunicação usando a rádio é a caixa de recados que cada presídio tem na portaria. Nessas caixas o familiar deposita o recado, nós passamos recolhendo e depois lemos as mensagens para os detentos. Outro modo de se comunicar é o telefone da rádio, o nosso e-mail e, agora, o nosso whatsapp. Com essa nova ferramenta o familiar pode enviar uma mensagem toda pronta, gravada em áudio, inclusive, o que permite o detento escutar a voz do remetente”, destaca.
Restaurando vidas
A história do primeiro programa da Rádio Livre e do seu realizador ajuda a entender a trajetória do meio de comunicação. O pastor Nelson Massambani conta, com orgulho, que o programa Celebrando Restauração nasceu da iniciativa de um único membro da igreja onde ele é líder de ministério.
“A igreja Batista Central tinha naquela época um projeto chamado Pontes para a Liberdade e entre os muitos ponto de interesses do projeto estava justamente a rádio via web, que, naquele momento era a única coisa que poderíamos colocar em prática”, conta.
E foi assim que nasceu a muda que daria, algumas anos depois, origem à rádio apadrinhada pela Secretaria da Justiça. “O nosso programa foi o primeiro a ir ao ar e o único por muito tempo. Lembro que no começo a rádio funcionava em um estúdio pequenininho, lá no colégio Kerigma, no bairro São João do Tauape. Naquela época Rodrigo Moraes ia nas unidades carcerárias e deixava os computadores funcionando para então voltar para o colégio e gravar o programa”, relembra.
Mesmo sem nunca ter sido locutor ou ter tido qualquer contato com rádio anteriormente, o pastor encarou a responsabilidade de ser participante ativo do projeto. “E com o envolvimento da Secretaria que as portas se abriram de fato para a rádio. A Rádio Livre ganhou audiência e um status muito lindo. Tornou-se, de fato, uma política pública como imaginávamos”, exclama o religioso.
Hoje o pastor é envolvido não apenas com o programa Celebrando Restauração, no qual desenvolve o programa de 12 passos para a reabilitação da população carcerária, mas, também, na realização de mutirões e ações dentro dos presídios.
Os frutos do trabalho realizado podem se encontrados no discurso de Nelson e Felipe. Enquanto o religioso assiste egressos procurarem a igreja após cumprirem suas penas, o jornalista assiste presos encontrarem a paz e o carinho da família por meio das ondas do rádio.
“Em 2014 nós fizemos uma ação que eu nunca mais vou esquecer. Foi a ação Rádio Livre. Naquela época tinha um rapaz que estava preso na tranca, que geralmente é aplicada para aqueles detentos com mau comportamento. E a mãe desse rapaz mandava recado para ele pela rádio todos os dias. E no dia da ação nós decidimos fazer uma homenagem para ela. Realizamos o encontro desse preso com a mãe após 4 meses sem sequer ouvirem a voz um do outro”, conta.
O resultado veio poucos dias depois, conta Felipe. “Dias depois essa mãe ligou para a rádio e disse que o filho tinha saído da tranca, tinha melhorado o comportamento, que passou a ser reconhecido pelo nome lá dentro e não mais por interno. Além de ter transformado o modo como ele passou a tratar a mãe e os amigos. Esse é um dos exemplos que a gente confere todos os dias na Rádio Livre e que é muito gratificante”, encerra.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Documentário conta a história de personagens que mudaram a vida pela leitura

  • Uma moradora de rua que não sabe ler, mas que não arreda o pé da Biblioteca Parque Estadual do Rio de Janeiro. 
  • Um gari que se apaixonou pelos livros, virou escritor e hoje grava áudio livros para deficientes visuais. 
  • Uma menina pobre que se inspirou em um livro de literatura infantil para virar bailarina e hoje é professora de dança na comunidade carente onde cresceu.

O documentário Leitores sem Fim, produzido pela TV Câmara, com direção e roteiro do jornalista Beto Seabra, relata histórias de pessoas que tiveram a vida modificada pelo hábito da leitura. 
A partir da realidade de bibliotecas públicas localizadas em regiões de baixa renda no Rio de Janeiro, o documentário mostra o novo modelo que se pretende criar de espaços culturais, baseado na experiência exitosa das Bibliotecas Parque da Colômbia.
O documentário mostra também a situação da leitura no Brasil e o esforço de parlamentares para universalizar as bibliotecas escolares no país. Ao contar histórias de vida e o debate político sobre o tema da educação e da leitura, o vídeo aponta saídas para os problemas da violência urbana e da baixa escolaridade entre jovens.

Serviço:

Pré-estreia: 17 de fevereiro (quarta-feira) às 19h – no auditório da TV Câmara
Estreia: 19 de fevereiro (sexta-feira), às 21h30. Reprises: Sábado – 19 h e domingo – 19h
Ficha técnica:
Direção e Roteiro – Roberto Seabra
Duração: 37 minutos
Produção - João Gollo
Edição e Finalização – Guem Takenouchi
Direção de Fotografia - Kátia Coelho
Imagens – Flávio Estevam
Assistente de Câmera e Som Direto – Alessandro Palmier
Videografismo – Diego Cajueiro e Pedro Mafra
Pesquisa - João Gollo e Roberto Seabra
Trilha Sonora Original - Alberto Valério

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Evento analisa o Jornalismo e as pessoas com deficiência

Debate Aberto, promovido via web pelo Diversidade na Rua, conta com a presença do jornalista Luiz Alexandre Souza Ventura para falar mais sobre sua experiência sobre o tema.

Acontece via internet, no próximo dia 17 de setembro (quinta-feira), às 19h, no Diversidade na Rua, o debate virtual “O jornalismo e as pessoas com deficiência”. O jornalista Luiz Alexandre Souza Ventura, criador e responsável pelo blog do portal 'Estadão.com.br',  'Vencer Limites', sobre pessoas com deficiência, estará à disposição para discutir o tema e esclarecer dúvidas. 
Luiz Alexandre tem 44 anos e enfrenta desde criança a Síndrome de Charcot-Marie-Tooth. Começou a carreira em 1996 no jornal A Tribuna (Santos/SP). Foi editor do Estadão.com.br, trabalhou para as rádios Globo e CBN, Editora Abril e jornal Diário do Comércio, além de diversas agências de comunicação corporativa. Recentemente, ele contou sua trajetória de vida no Diversidade na Rua. 
"A chamada grande imprensa, no Brasil, não participa do debate sobre a situação da pessoa com deficiência no País. Não há exceção. Todos os grandes veículos de TV, rádio, internet, jornais e revistas tratam o tema com desinteresse. A falta de conhecimento sobre o universo da pessoa com deficiência cria desinformação, coloca todos os assuntos em uma perspectiva médica, além de resumir a acessibilidade a algo meramente arquitetônico", diz o jornalista.
"Este debate é uma oportunidade de ampliar o leque de informações. A proximidade dos Jogos Paralímpicos pode nos ajuda a retirar, ainda que por um breve período, o 'manto da invisibilidade' que cobre as pessoas com deficiência", finaliza Luiz Alexandre Souza Ventura. 
Por ser online e aberto ao público em geral, qualquer pessoa que tenha interesse em saber mais sobre o tema pode participar do Debate Aberto. O formato é como o de um fórum pela internet: as questões são lançadas pelos participantes e todas as respostas podem ser replicadas. Para interagir é preciso apenas fazer um cadastro rápido e simples no site http://www.diversidadenarua.cc/debate 

Serviço 

Debate Aberto Diversidade na Rua
Tema: O jornalismo e as pessoas com deficiência
Data: 17 de setembro (quinta-feira)

Horário: 19 horas

Para participar acesse: www.diversidadenarua.cc/debate