As diferenças existentes entre as duas gerações tecnológicas da WEB, a 1.0 e 2,0, são muitas, mas podem ser destacadas pelo fato da geração mais moderna ser mais aberta à participação dos usuários enquanto produtores e provedores de conteúdos. O usuário deixa a função de mero consumidor para assumir também o papel de criador.[1] Os utilizadores se mostram cada vez mais presentes e cada vez mais produtores de conteúdos. Desta forma, pode se dizer que a web 2.0 se apresenta como um movimento que traz um novo conceito para a rede mundial de computadores. Este novo conceito tem como base a noção de que quanto mais simples a programação, melhor, valorização do conteúdo colaborativo e da inteligência coletiva: o conteúdo deve ser produzido e consumido por qualquer um, de forma.[2]
Os recursos técnicos do modelo 2.0 permitem maior interatividade e se notabilizam pelo fato de, embora mais evoluídos em termos de especialização, estar cada vez mais acessível ao público em geral de forma quase instantânea.[3] Daí a noção de haver uma maior democratização na Web 2.10 do que na sua antecessora, 1.0.
O modelo anterior se notabilizou por posicionar o usuário como consumidor, fato que permitiu um desenvolvimento de serviços comercias, como o bancário e o comercio eletrônico. As redes de os negócios viram na internet a possibilidade de expandir seus negócios, de trocar informação de forma rápida, econômica e ágil.[4]
Isto não significa dizer que o comércio eletrônico esteja perdendo seu espaço, pelo contrário. De acordo com a revista eletrônica e-bit, o faturamento nominal do ano de 2008 cresceu 30%, em relação ao ano anterior, chegando às cifras de R$ 8,2 bilhões em negócios. Nos Estados Unidos, as estatísticas apontam para um faturamento, no mesmo período, de U$ 136 bilhões. Esses valores são ainda mais relevantes se considerada a crise financeira que abateu o mundo no final do ano que passou.[5]
A exemplo das duas gerações de web, o comércio eletrônico também vivenciou suas fases. No início, 1996 a 1999, o foco institucional recaiu sobre os serviços. Nesta fase a preocupação era de estar presente na web sem se preocupar com os motivos. No triênio de 1997 a 2000, as empresas começaram a perceber que a internet se tornava uma ferramenta útil para pesquisa de qualquer tipo. E mais, que poderiam levar a disponibilizar informações internas a todos os funcionários uma rede menor, a chamada intranet. Em seguida, 1998 a 2003, as empresas começam a investir em Extranets, que disponibilizam informações a usuários cadastrados, seguindo o mesmo padrão das intranets, mas agora podendo acessá-las de qualquer lugar, tendo somente um usuário e senha para isso. Somente no início deste novo século é que o e-comércio ganha mais investimento pelas empresas.[6]
Junto à noção de democratização proposta pela web.2.0 verifica-se um concreto crescimento da penetração da Internet. Entre 2000 e 2008 o crescimento foi de 336%, chegando a 23% da população mundial, cerca de 1,6 bilhão de pessoas que usam a internet em suas casas ou no trabalho, não considerados ai os cibercafé, lan house e semelhantes. A China é a líder com 180 milhões de internautas. No Brasil, um entre cada três brasileiros tem acesso a internet, totalizando 67,5 milhões de pessoas.[7] Mais gente operando e sistemas e programas mais amigáveis propiciam uma riqueza de diversidade de produtos que se notabilizam pela produção do usuário,como são os casos dos produtos Wikipédia, Youtube, Orkut e assemelhados e pela diversificação e crescimento das redes sociais. Desta forma,pode-se sintetizar que a web 2.0 é tanto uma plataforma que permite o uso e a construção de tecnologias inovadoras e um espalo onde o usuário ganha a condição de alvo principal.[8]
Notas:
[1] Cf KRISHNAMURTHY, Balachander, Key differences between web 1.0 and web 2.0. Disponível em http://www.uic.edu/htbin/cgiwrap/bin/ojs/index.php/fm/article/view/2125/1972
[2] Cf. O Legado da Web 1.0 e as Perspectivas da Web 2.0. Disponível em http://espig.blogspot.com/2007/10/web-20-mdulo-2-o-legado-da-web-10-e-as.html
[3] Cf. Web 2.0, disponível em http://eduspaces.net/scarr/files/6472/14565/Web+2.0.doc
[4] Cf. O Legado da Web 1.0. op cit.
[5] Cf. Comércio na internet fatura R$ 8,2 bi em 2008, Jornal Correio do Brasil, disponível em 12/2/2009 17:18:24 in: http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=149706
[6] Cf. Comércio na Internet. Disponível em http://imasters.uol.com.br/artigo/8196/ecommerce/comercio_na_internet/
[7] Cf. The Internet Big Picture - World Internet Users and Population Stats. Internet usage statistics, disponível em http://www.internetworldstats.com/stats10.htm#spanish
[8] Cf KRISHNAMURTHY, op. cit.
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