Envolto em dívidas e sob suspeita de sonegação de impostos em elevados valores, o grupo RBS, afiliado da Rede Globo e que monopoliza as comunicações no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, vende seu braço catarinense. Negócio ultrapassaria a casa de R$ 1 bi.
O grupo RBS, de propriedade da família Sirotsky, anunciou na
segunda, 7/2, a venda de suas operações de rádio, TV e jornal em Santa
Catarina, onde operava há 37 anos. O comprador é o Grupo NC, dos empresários
Lírio Parisotto e Carlos Sanchez. Outros investidores também entraram no
negócio. As seis emissoras no Estado são afiliadas da Rede Globo de TV.
A RBS, praticamente, detém o monopólio absoluto da
informação no Estado. Desde 23 de agosto de 2006, todos os diários com mais de
10 mil exemplares de tiragem impressos em Santa Catarina são da RBS. Mas o
domínio absoluto não representou avanço de audiência. O jornal A Notícia, de
Joinville, por exemplo, em 2008, um ano após sua aquisição já apresentava uma
circulação 17,5%, menor.
Operação Zelotes
O grupo de comunicação RBS, presidido por Eduardo Sirotsky,
é um dos alvos da Operação Zelotes, da Polícia Federal, que apura desvios e
sonegação fiscal. Segundo o portal Brasil
247 e o jornal O Estado de São Paulo,
o grupo teria débitos fiscais federais da ordem de R$ 672 milhões. Aos veículos
citados, a empresa, no entanto, afirmou não haver "qualquer
irregularidade" em suas relações com a Receita Federal.
Esta não é a primeira vez que a RBS se desfaz de seus veículos. Em fevereiro de 2013, dentro de um processo de reestruturação interna, a RBS vendeu o Canal Rural ao Grupo JBS, do empresário Joesley Batista. De acordo com rumores do mercado, a aquisição teria sido fechada naquela época pelo valor de R$ 150 milhões.
Esta não é a primeira vez que a RBS se desfaz de seus veículos. Em fevereiro de 2013, dentro de um processo de reestruturação interna, a RBS vendeu o Canal Rural ao Grupo JBS, do empresário Joesley Batista. De acordo com rumores do mercado, a aquisição teria sido fechada naquela época pelo valor de R$ 150 milhões.
Para mais detalhes, leia:
O acordo para a aquisição inclui as emissoras da RBS TV em
Florianópolis, Blumenau, Joinville, Centro-Oeste, Chapecó e Criciúma, os
jornais Diário Catarinense, Hora de Santa Catarina, A Notícia e Jornal de Santa
Catarina e as rádios CBN Diário, além das emissoras da Itapema FM e Atlântida
em Santa Catarina.
O valor da transação não foi divulgado, mas analistas
avaliam que passa da casa de R$ 1 bilhão. Ainda segundo tais informações, a receita
da venda do braço catarinense seria utilizada para quitar os débitos fiscais e
evitar complicações maiores com a justiça.
Novos donos
O processo de transição pode durar até dois anos e será gerido a partir de comitês com o objetivo de garantir a continuidade e a excelência das operações. A conclusão do negócio está sujeita à aprovação prévia do Cade e dos demais órgãos regulatórios do setor, bem como ao cumprimento de determinadas condições precedentes usuais para estes tipos de transações.
Ao todo, cerca de mil pessoas trabalham nas empresas da RBS em Santa Catarina, dentre jornalistas, radialistas, publicitários e profissionais administrativos. Os novos donos não fizeram qualquer comunicado sobre os projetos na área de recursos humanos, se haverá demissão de trabalhadores, ou não. Também não ficou definido se haverá necessidade de mudança de nome da emissora a partir do novo controle acionário e se a condição de emissoras afiliadas da Rede Globo e da CBN permanecerá, mas tudo indica que sim.
Lírio Parisotto atua na área de mídia por meio de sua empresa Videolar e no setor de petroquímica a partir da Innova. É um dos maiores investidores da Bovespa e dono de uma fortuna estimada em 1,1 bilhão de dólares. Carlos Sanchez tem como carro chefe de seus negócios o laboratório farmacêutico EMS. Sanchez terá 75% e Parisotto 25% da aquisição.
O processo de transição pode durar até dois anos e será gerido a partir de comitês com o objetivo de garantir a continuidade e a excelência das operações. A conclusão do negócio está sujeita à aprovação prévia do Cade e dos demais órgãos regulatórios do setor, bem como ao cumprimento de determinadas condições precedentes usuais para estes tipos de transações.
Ao todo, cerca de mil pessoas trabalham nas empresas da RBS em Santa Catarina, dentre jornalistas, radialistas, publicitários e profissionais administrativos. Os novos donos não fizeram qualquer comunicado sobre os projetos na área de recursos humanos, se haverá demissão de trabalhadores, ou não. Também não ficou definido se haverá necessidade de mudança de nome da emissora a partir do novo controle acionário e se a condição de emissoras afiliadas da Rede Globo e da CBN permanecerá, mas tudo indica que sim.
Lírio Parisotto atua na área de mídia por meio de sua empresa Videolar e no setor de petroquímica a partir da Innova. É um dos maiores investidores da Bovespa e dono de uma fortuna estimada em 1,1 bilhão de dólares. Carlos Sanchez tem como carro chefe de seus negócios o laboratório farmacêutico EMS. Sanchez terá 75% e Parisotto 25% da aquisição.
O atual diretor-geral de televisão do grupo em Santa
Catarina, Mário Neves, será o presidente da nova empresa, segundo o comunicado.
Os investidores destacaram que a gestão dos negócios seguirá normalmente e a
independência editorial será mantida. Todos os investimentos de comunicação dos
empresários serão centrados no Estado de Santa Catarina.