Morreu dia, 1/9, no Rio, aos 67 anos, o radialista,
jornalista, produtor e poeta Cristiano Ottoni de Menezes, que foi por dez anos,
entre 2003 e 2013, diretor da Rádio Nacional do Rio de Janeiro e gerente
regional das emissoras da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na cidade. Ele
estava internado na Casa de Saúde São José, no Humaitá, para tratamento de um
câncer no fígado, em consequência do qual veio a falecer.
Nascido e criado em Botafogo, Cristiano estudou em dois
colégios católicos tradicionais, o São Bento e o Santo Inácio, e cursou durante
dois anos a Faculdade de Direito Cândido Mendes, mas não chegou a se formar.
Antes de trabalhar em rádio, jornal e televisão, foi ator na peça A Dança da
Lebre Celeste, dirigida por Mossa Ossa e encenada nos teatros Ipanema, no Rio,
e Oficina, em São Paulo.
Como radialista e produtor trabalhou, na década de 1970, na
Rádio Roquette Pinto, no Rio, onde criou e apresentou o programa Panos e Molambos, voltado para a
revelação de novos talentos na música, poesia, teatro e cinema. Mais tarde,
mudou-se para Brasília, onde foi repórter da TV Tupi, do jornal Correio
Braziliense e apresentador da TV Brasília, além de produtor e programador
musical da Rádio Nacional FM. Nos anos 90, dirigiu a Rádio Cultura FM, emissora
do governo do Distrito Federal.
De volta ao Rio, trabalhou em outras emissoras de rádio,
antes de assumir a direção da Nacional, na época vinculada à extinta Radiobrás.
No exercício do cargo, esteve à frente da reforma dos estúdios da emissora e da
reabertura do antigo e tradicional auditório, ocorrida em 2004, com as
presenças do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de dezenas de
artistas dos anos dourados da emissora, como Marlene, Emilinha Borba e Cauby
Peixoto.
Ainda na Nacional, criou e apresentou o programa Época de
Ouro, realizado ao vivo no auditório, com os músicos do conjunto regional de
choro fundado em 1964 por Jacob do Bandolim. Produtor e integrante do Época de
Ouro, juntamente com seu pai, Jorginho do Pandeiro, da formação original do grupo,
o percussionista Celsinho Silva ressaltou a importância de Cristiano para a
revitalização da Nacional. “Ele trouxe de volta os programas ao vivo, com
plateia, para a rádio”, disse.
Como poeta, Cristiano Menezes participou de dezenas de
récitais, teve poemas publicados em suplementos literários e na antologia
República dos Poetas (Editora Museu da República, 2005). Em 2014, lançou o
livro de poesias Guardanapos (Editora 7Letras), com prefácio do poeta Xico
Chaves.
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