Por Chico Sant'Anna
Hoje, 20/5, um grande amigo se foi.
Um amigo de mais de 35 anos.
Paulo Guerra, repórter-cinematográfico, de primeira linha.
Foi-se, sem avisar, sem deixar um adeus.
Foi-se, apenas com um curto aviso de sua companheira, Meire, no facebook.
Os rins, lhe falharam.
Poucos sabem, mas antes de ingressar no jornalismo, ele trabalhou numa boutique masculina: A Paranoá, que vendia ternos e camisas finas, ainda na W.3 Sul.
Era abril de 1979, ainda estudante de Comunicação, fui fazer minha primeira reportagem na TV Globo. Paulo Guerra era o cinegrafista. A filmadora ainda operava com filmes 16mm. Era uma modelo CP. Não tinha mais do que 12 minutos de autonomia de filmagem.
A matéria, um torneio de tenis no Motonáutica - não sei se ainda existe.
Foi Paulo Guerra quem primeiro me ensinou em como postar diante das Câmeras, em frente ao entrevistado, enfim, as dicas que só quem tem a experiência sabe e só quem tem a solidariedade profissional aos colegas, repassa.
Pelas lentes de Paulo Guerra passaram os principais repórteres deste Brasil: Marilena Chiarelli, Álvaro Pereira, Ricardo Pereira, Leilane Neubarth, Amália Rocha, Ana Paula Padrão, Cecília Maia, Mônica Waldvogel, Márcia Peltier, Anna Terra, Heraldo Pereira...., a lista é infindável.
Com Paulo Guerra trabalhei 11 anos na TV Globo. Fui reencontrá-lo depois na Central de Vídeo do Senado Federal, predecessora da TV Senado.
Com certeza, Paulo Guerra irá fazer belas imagens para onde foi. Quem sabe, mandará as perimeiras imagens de Elis com Jair Rodrigues, cantando no céu.
Vai em paz, amigão.
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